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Meio Ambiente

Influenciadas pelo controle do desmatamento, emissões brasileiras caem 12% em 2023

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Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de CO2 equivalente em 2023, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo SEEG

As emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil em 2023 foram de 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2eq). A cifra representa uma queda de 12% em relação a 2022, quando o país emitiu 2,6 bilhões de toneladas. Os números, divulgados nesta quinta-feira (7), são do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG).

A quantidade de poluição climática lançada pelo Brasil em 2023 é a menor dos últimos 15 anos. Ela também representa a maior queda percentual nas emissões brasileiras desde 2009, quando o país registrou os menores níveis de emissões de CO2eq. da série histórica, iniciada em 1990.

Segundo o SEEG, a redução foi puxada pela queda de 24% nas emissões por desmatamento da vegetação nativa em todo país, alcançada principalmente pelo incremento nas políticas de comando e controle da devastação na Amazônia. Somente na floresta tropical, a queda foi de 37% – de 1,074 bilhão de tonelada de CO2eq em 2022 para 687 milhões de toneladas em 2023.

De fato, o governo brasileiro alcançou resultados expressivos no controle do desmatamento na Amazônia, com duas quedas consecutivas no desmatamento, a primeira diminuição foi de 22,3%, entre 1º de agosto de 2022 e 31 de julho de 2023  – o chamado calendário do desmatamento – a Amazônia perdeu 9.064 km²; e a segunda uma queda de 30,6%, entre agosto de 2023 e julho de 2024, quando foram derrubados 6.288 km². É a menor queda alcançada desde 2015.

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“A queda nas emissões em 2023 certamente é uma boa notícia, e põe o país na direção certa para cumprir sua NDC, o plano climático nacional, para 2025. Ao mesmo tempo, mostra que ainda estamos excessivamente dependentes do que acontece na Amazônia, já que as políticas para os outros setores são tímidas ou inexistentes. Isso vai terá de mudar na nova NDC, que será proposta ainda este ano. O Brasil precisa de um plano de descarbonização consistente e que faça de fato uma transformação na economia”, pondera David Tsai, coordenador do SEEG.

Além da Amazônia, o Pampa também registrou redução nas emissões por desmatamento: queda de 15%. Apesar dos bons resultados nesses dois biomas, todos os outros tiveram alta expressiva neste tipo de emissão. No Cerrado, o aumento foi de 23%, na Caatinga, 11%, na Mata Atlântica, 4%, e no Pantanal, 86%.

Mesmo com a desaceleração do na Amazônia, a devastação registrada em todos os biomas brasileiros emitiu 1,04 GtCO2e brutas em 2023. Ela torna o Brasil o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Se fosse um país, o desmatamento do Brasil seria o oitavo maior emissor do planeta, atrás do Japão e à frente do Irã.

“O Brasil está vendo o combate ao desmatamento na Amazônia surtir efeito. Mas, enquanto isso, o desmatamento em outros biomas, como o Cerrado e o Pantanal, acelera. Esse ‘vazamento’ não é algo novo e precisa de solução urgente para que continuemos tendo chances de atingir as metas de mitigação brasileiras”, disse Bárbara Zimbres, pesquisadora do Ipam, organização responsável pelo cálculo de emissões de uso da terra no SEEG.

Emissões por categoria

As mudanças de uso da terra – incluindo o desmatamento – foram novamente as responsáveis pela maior parte das emissões brutas de gases de efeito estufa: 1,062 bilhão de toneladas de CO2eq ou 46% do total emitido pelo país no ano passado.

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Ao contrário das mudanças no uso do solo, todos os outros setores apresentaram aumento na quantidade de emissões. O segundo no ranking é a agropecuária, com 631 milhões de toneladas de CO2eq emitidos, ou 28%. Segundo o SEEG, esta quantidade representou um aumento de 2,2%, em relação a 2022, devido, principalmente, ao aumento do rebanho bovino. Este foi o quarto recorde consecutivo de emissões.

Somando as emissões por mudança de uso da terra, a atividade agropecuária segue sendo de longe a maior emissora do país, com 74% do total.  As emissões do setor de energia tiveram um pequeno incremento, de 1,1%, chegando a 420 MtCO2e. No setor de resíduos, as emissões cresceram também 1%, para 92 MtCO2eq

“A queda nas emissões em 2023 certamente é uma boa notícia, e põe o país na direção certa para cumprir sua NDC, o plano climático nacional, para 2025. Ao mesmo tempo, mostra que ainda estamos excessivamente dependentes do que acontece na Amazônia, já que as políticas para os outros setores são tímidas ou inexistentes. Isso vai terá de mudar na nova NDC, que será proposta ainda este ano. O Brasil precisa de um plano de descarbonização consistente e que faça de fato uma transformação na economia”, analisa David Tsai, coordenador do SEEG.

O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, responsável por 3,1% do total mundial.


Fonte: Eco Jornalismo

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Meio Ambiente

Brasil e Reino Unido fazem parceria para descarbonizar indústrias

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Ação conjunta foi celebrada na COP29, que aconteceu no Azerbaijão

Os governos do Brasil e do Reino Unido iniciaram ações de cooperação para políticas conjuntas de descarbonização da indústria, o que é considerado fundamental para a proteção do meio ambiente.  A parceria busca viabilizar a transição para energia limpa com minerais estratégicos e hidrogênio de baixo carbono, por exemplo. 

A estrutura de cooperação entre os dois países foi chamada de “hub de descarbonização”. Essa ação conjunta foi celebrada na COP29, que aconteceu em Baku, no Azerbaijão, em novembro, e deve ser motivo de novas discussões na COP30, em Belém (PA),  no ano que vem.

Segundo o economista Clovis Zapata, representante da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), no Brasil, o principal desafio para a descarbonização da indústria no Brasil seria o desenvolvimento de modelos de negócios capazes de difundir tecnologias de baixo carbono aliadas ao crescimento econômico.

“Incluindo segmentos cujo próprio processo industrial pode ser de difícil descarbonização (como aço, cimento e petroquímicos)”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Investimento

Um ponto importante seria a necessidade, trazida pelo setor industrial brasileiro, de mais facilitação de investimentos em descarbonização e modernização sustentável da infraestrutura. A parceria entre os governos pretende atrair recursos técnicos e financeiros nacionais e internacionais para projetos e políticas públicas de descarbonização.

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“O Reino Unido contribui com financiamento climático, expertise em tecnologias inovadoras e experiência em políticas públicas voltadas para a descarbonização”, afirmou Zapata.

Brasil como referência

De acordo com o representante da Unido, essa colaboração dos europeus complementa iniciativas do Brasil já reconhecidas no desenvolvimento e na utilização de energias renováveis e biocombustíveis.

Nesses setores, para o economista, o Brasil seria referência global. “Juntos, os dois países podem criar um ambiente mutuamente benéfico de cooperação bilateral que promove soluções inovadoras e replicáveis globalmente, servindo como referência, em especial, para outros países do Sul Global com desenvolvimento semelhante ao Brasil”, explicou.

O apoio do Reino Unido para o Brasil incluiria investimentos financeiros com a participação de governos, empresas, fundos, instituições financeiras e organizações internacionais.

O representante da Unido diz que o Hub de Descarbonização Industrial já está em operação com chamadas públicas abertas pela própria entidade da ONU para o desenvolvimento de projetos e estudos em segmentos estratégicos.

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Confira os termos de acordo entre Brasil e Reino Unido.

Descartes

Outro desafio é que chamam a atenção da comunidade internacional os eventuais problemas de descarte de tecnologias que são utilizadas para implementação de energia limpa, como a solar e a eólica.

O representante da Unido garantiu que já existem parceiros internacionais com projetos de coleta e tratamento adequado de produtos no final de seu ciclo de vida. “Tanto o Reino Unido como a União Europeia têm uma legislação avançada para estes produtos no final de seu ciclo de vida, e sistemas amplos de coleta e tratamento, que incluem descontaminação e reciclagem”. A ideia é que, em 2025, exista também no Brasil um projeto de cooperação com o governo federal para aprimorar o sistema de tratamento e a reciclagem de materiais e metais críticos.


*Agência Brasil

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Congresso Nacional

Regulamentação de bioinsumos é aprovada no Senado e vai à sanção

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Medida vai garantir avanço para produtores agrícolas, diz relator

O Senado aprovou, nesta terça (3), o marco legal (projeto 658/2021) para a produção, o uso e a comercialização dos bioinsumos na agropecuária. O texto, de autoria do deputado Zé Vitor (PL-MG), havia passado pela Câmara dos Deputados na semana passada e, agora, vai à sanção do presidente Lula.

O senador Jaques Wagner (PT-BA), relator da matéria e que havia apresentado projeto semelhante, defendeu a aprovação no plenário. Ele afirmou que a legislação vai garantir ao Brasil importante avanço para produtores agrícolas.

“O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, tem um potencial extraordinário para liderar a produção de bioinsumos”. Ele salienta que esses produtos são substâncias biológicas, como micro-organismos, biofertilizantes, agentes de controle biológico e extratos vegetais, que se tornam alternativas mais sustentáveis ambientalmente aos insumos químicos tradicionais da agricultura, como pesticidas e fertilizantes.

Alimentos mais saudáveis

Outra vantagem, conforme esclareceu o senador, é que os bioinsumos contribuem para a preservação da biodiversidade e a regeneração da saúde do solo. Ele apontou que a tecnologia dos bioinsumos brasileira é reconhecida no exterior. “É fundamental para a agricultura e também para a pecuária. Assim, vão possibilitar que sejam produzidos alimentos mais saudáveis, de serem menos agressivos à terra e ao meio ambiente”.  O parlamentar entende que o marco legal foi construído a partir de um debate com entidades, setores industriais, movimentos sociais e academia.

Ainda, de acordo com os argumentos de Jaques Wagner, o desenvolvimento desse setor no Brasil fortalece a posição do país no mercado agrícola global e oferece uma oportunidade para a atração de investimentos de empresas e geração de empregos de qualidade.

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“A inovação desempenha um papel central nesse contexto. Para que o Brasil possa se posicionar como líder global em bioinsumos, é essencial que o governo e o setor privado invistam em pesquisa e desenvolvimento”. Outra ponderação é que o mercado de agroquímicos, por outro lado, é dominado por conglomerados internacionais.

Sustentável

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também discursou em apoio ao projeto, que seria importante tanto para quem pratica a agricultura familiar como para os maiores produtores  para uma atividade sustentável. “Se não tivéssemos agido rapidamente, os produtores rurais, inclusive os de produtos orgânicos, que usam os bioinsumos produzidos em suas propriedades, ficariam na ilegalidade”.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a aprovação da pauta no Senado é uma conquista para os produtores rurais. “O Brasil acaba de dar mais um grande passo na eficiência e qualidade dos produtos brasileiros. Ao aprovar essa matéria, evitamos fragilizar os orgânicos e podemos continuar produzindo com qualidade e eficiência”.


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Meio Ambiente

Estudo inédito revela o potencial da bioeconomia para a restauração na Amazônia

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Desenvolvido pela Aliança pela Restauração da Amazônia com apoio da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, o documento contempla casos e negócios de sucesso no bioma

Qual a oportunidade real vinculada à restauração? Esse é o tema central do estudo lançado nesta quarta-feira (27/11), que destaca importantes iniciativas de restauração que estão em andamento no bioma amazônico. Desenvolvido pela Aliança pela Restauração da Amazônia e com apoio da The Nature Conservancy (TNC) Brasil, que juntos atuam para a promoção de benefícios financeiros e bem-estar das comunidades tradicionais, integrando a bioeconomia aos elos da restauração florestal na Amazônia brasileira.

O estudo Bioeconomia da Restauração na Amazônia surgiu a partir do entendimento de que as iniciativas e negócios da restauração florestal no bioma ainda possuem pouca visibilidade e limitado entendimento sobre suas operações e oportunidades de desenvolvimento. E dada a urgência climática enfrentada no mundo todo e em especial na Amazônia, ficou evidente a necessidade de acelerar os processos de estruturação de mecanismos financeiros e operacionais que assegurem que os recursos cheguem ao campo de forma eficaz para os diferentes atores da restauração. O mapeamento abrangeu 61 casos potenciais, dos quais 13 foram selecionados como os mais relevantes. Destacam-se, entre esses, quatro modelos de negócios que geraram restauração efetiva, utilizando abordagens distintas: sistemas agroflorestais, coleta de sementes nativas, restauração ecológica para geração de créditos de carbono e produtos da sociobiodiversidade, como o açaí e a castanha.

Os critérios adotados no documento levaram em consideração a diversidade de localidades, modelos de negócios e tamanhos das iniciativas. Além disso, foram avaliados fatores chave para o sucesso, como sustentabilidade financeira e governança social, com foco nos benefícios econômicos, sociais e ambientais gerados.

Construído após um ano de esforços coletivos, o estudo oferece novos insights, lista as iniciativas de restauração já em prática, independentemente de sua escala, e apresenta as categorias que não apenas conservam e restauram paisagens, mas também integram o manejo sustentável, gerando impactos positivos, além de impulsionar a economia. Os exemplos são reais e têm origem em empreendimentos de diferentes estados da Amazônia, como Pará, Amapá, Acre, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. O documento também aborda os efeitos esperados, incluindo a melhoria do bem-estar das comunidades tradicionais e outros benefícios socioambientais significativos.

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“É essencial dar visibilidade para quem já está fazendo a restauração em diferentes abordagens, desde um empreendimento comunitário à uma grande empresa. A metodologia categoriza além do financeiro, serviços ecossistêmicos, engajamento da comunidade e diferentes níveis de valoração dos ativos socioambientais”, pontuou Rodrigo Freire, líder de áreas privadas da TNC Brasil na Amazônia e secretário executivo da Aliança pela Restauração da Amazônia.


Rubens Benini, líder de Florestas e Restauração da TNC Brasil – entidade responsável por contratar a consultoria que elaborou o estudo e está atuando diretamente no planejamento com a Coalizão Brasil e a Aliança – comenta como as diversas iniciativas na região podem ser determinantes para o sucesso da meta climática global.


“Sabemos que o compromisso climático de 1,5ºC do Brasil depende do desmatamento zero e da restauração em larga escala, que não apenas recupera áreas, mas também previne novos desmatamentos e fortalece uma economia sustentável de base florestal. Como secretária executiva da Aliança pela Restauração desde 2022 e membro do conselho desde 2017, nós, da TNC, estamos integrando esta publicação sobre bioeconomia na Amazônia, buscando soluções integradas para preservar e desenvolver a região de forma sustentável”, detalhou.


Rubens explica ainda que por meio deste estudo, a Aliança e a TNC Brasil propõem acelerar a implementação de soluções financeiras e políticas públicas que viabilizem a restauração florestal, promovendo um futuro de desenvolvimento sustentável e resiliente para a Amazônia.

A publicação pode ser acessada aqui.

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TNC – The Nature Conservancy (TNC) é uma organização de conservação ambiental dedicada à proteção das terras e águas das quais toda a vida depende. Guiada pela ciência, a TNC cria soluções locais inovadoras para os principais desafios do mundo, de forma que a natureza e as pessoas possam prosperar juntas. No Brasil, onde atua há 35 anos, o trabalho da TNC concentra-se em solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para mitigar as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade. A TNC Brasil atua em cooperação com a TNC Global, organização que trabalha em 81 países e territórios – 40 por impacto direto na conservação e 41 por meio de parceiros –, utilizando uma abordagem colaborativa, que envolve comunidades locais, governos, setor privado e a sociedade civil. Saiba mais em nosso site e nos siga no LinkedIn e Instagram

Aliança pela Restauração na Amazônia é uma articulação multi-institucional e multissetorial estabelecida em 2017, que trabalha como catalisadora e amplificadora da agenda de restauração na Amazônia. Tem como missão articular múltiplos atores para a restauração na Amazônia como estratégia integrada à conservação e com benefícios socioeconômicos compartilhados. Conta com cerca de 130 membros atua através de quatro grupos de trabalho e é liderada pelo seu conselho de coordenação estratégica com apoio da Secretaria Executiva, atualmente baseada na TNC. Saiba mais sobre a Aliança em nosso site e em nossas redes sociais.


*Informações para a imprensa: The Nature Conservancy Brasil – FSB Comunicação

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