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Brasil

Desigualdade cai, mas pretos e pardos ganham 40% menos que demais trabalhadores no Brasil

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Rendimento médio dos negros é de R$ 2.392 por mês, enquanto outros trabalhadores ganham R$ 4.008, mostra Dieese

Os trabalhadores pretos e pardos do Brasil têm um rendimento mensal, em média, 40% menor do que os trabalhadores não negros. A diferença está registrada em um boletim especial elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para o Dia Consciência Negra.

Neste ano, pela primeira vez, o 20 de novembro será celebrada num feriado nacionalDiversas atividades serão realizadas por todo o território brasileiro, como atos e encontros culturais. A discussão das desigualdades no trabalho está na pauta dos atos.

Usando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Dieese apontou que, no segundo trimestre deste ano, o ganho médio mensal dos trabalhadores negros no país era de R$ 2.392. Os demais trabalhadores recebiam R$ 4.008 por mês.

Gráfico mostra o rendimento médio do trabalhador brasileiro por raça / Reprodução Dieese

Segundo a entidade, os negros recebem, em média, R$ 899 mil a menos que os não negros ao longo de toda sua vida de trabalho. Considerando somente os trabalhadores com ensino superior, essa diferença chega a R$ 1,1 milhão.

Isso porque negros ocupam cargos de chefia numa proporção menor do que os não negros. Um a cada 48 trabalhadores negro é líder. Entre os demais, um a cada 18.

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Também porque os negros são minoria nas profissões mais bem pagas e maioria nas piores remuneradas. Nas 10 ocupações mais bem pagas, os negros representam 27%. Ao mesmo tempo, são 70% dos trabalhadores com piores rendimentos.

“Uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica”, exemplifica o Dieese. “O rendimento médio das domésticas sem carteira é R$ 461 menos que o salário mínimo [hoje, R$ 1.412].”

“Os negros enfrentam maiores taxas de desemprego, há maior concentração de negros em profissões com baixos rendimentos, além de alta informalidade”, complementa o órgão. “A discriminação que esses trabalhadores sofrem dificulta a ascensão na carreira e faz com que as desigualdades de rendimento cresçam ao longo da vida.”

Gráfico mostra a proporção de negros entre os trabalhadores de ocupações mais remuneradas / Reprodução Dieese

Gráfico mostra a proporção de negros entre os trabalhadores de ocupações menos remuneradas / Reprodução Dieese

Maioria prejudicada

O Brasil tem hoje 56,4 milhões de trabalhadores negros, o que representa 55,4% do total – ou seja, mais da metade. O número considera aqueles que se declararam pretos ou pardos em levantamentos do IBGE.

Esses trabalhadores estão em empregos informais mais frequentemente que não negros. Entre as mulheres, 45,6% das negras tinham trabalhos sem carteira assinada e sem garantia de direitos trabalhistas. Entre as brancas, eram 34,1%.

Negros também são os mais afetados pelo desemprego. No segundo trimestre deste ano, ele atingia em média 6,9% dos trabalhadores. Entre os negros, a taxa de desocupação era de 8%. Já entre os brancos, amarelos e indígenas, ele era de 5,5%.

Gráfico mostra taxa de desemprego entre trabalhadores de diferentes raças / Reprodução Dieese

Melhora recente

As diferenças em salários, taxa de desemprego e informalidade, contudo, já foram maiores.

Dados do IBGE compilados pelo Brasil de Fato apontam que, no quarto trimestre de 2019 – durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) – , um preto ganhava em média R$ 2.206. Isso era R$ 842 a menos do que o rendimento médio de um trabalhador brasileiro, R$ 3.048.

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Os dados mais recentes disponíveis apontam uma diferença de R$ 794.

Em 2020, a diferença na taxa de desemprego geral do país e a taxa de desemprego entre pretos chegou a 4,5 pontos percentuais: 13,6% contra 18,1%. Hoje, essa diferença é de 1,6 ponto percentual: 6,9% contra 8,5%.

Já a diferença na taxa de informalidade atingiu 3,2 pontos em 2021. Hoje, é de 2,9 pontos.

Entre os pardos, a taxa de informalidade atual é a segunda mais baixa já registrada pelo IBGE, que apura esses dados desde 2015. Está em 43,2%. Ela é 4,6 pontos maior do que a taxa média – a menor diferença já verificada.


*Agência Brasil

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Brasil

Lula concede indulto natalino a presos com HIV, câncer e gestantes

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Foram excluídos condenados pelo 8 de janeiro e abuso de autoridade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira (23) o indulto natalino de 2024. Na edição deste ano, publicada em edição extra do Diário Oficial, foram priorizadas pessoas condenadas que pertencem a grupos que estão em situação vulnerável, como idosos, gestantes, pessoas com deficiência ou doenças graves, como apenados com HIV ou em estágio terminal.

O perdão da pena vai beneficiar gestantes com gravidez de alto risco e mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência que conseguirem comprovar que são essenciais para garantir o cuidado de crianças de até 12 anos.

O indulto também poderá ser concedido para detentos com transtorno do espectro autista severo e presos que são paraplégicos, tetraplégicos e cegos.

O decreto do presidente Lula não vale para condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito (como os atos golpistas de 8 de janeiro), por crimes hediondos, tortura, terrorismo, racismo, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, violência contra a mulher, crianças e adolescentes.

Integrantes de facções criminosas, pessoas condenadas por abuso de autoridade e que assinaram acordos de delação premiada também estão excluídas do indulto.

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As regras do decreto foram elaboradas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e validadas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

De acordo com a Constituição, o presidente da República tem a atribuição de editar o indulto. As regras são revisadas todos os anos.


*Agência Brasil

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Brasil

Governo destina R$ 100 milhões para reconstrução de ponte que desabou

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Ministério dos Transportes decretou situação de emergência na região

O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta segunda-feira (23) que o governo federal destinará mais de R$ 100 milhões para as obras de recuperação e retirada dos escombros da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que caiu neste domingo (22), na divisa entre os estados do Maranhão e Tocantins. O ministro sobrevoou a área do acidente e decretou situação de emergência na região. 

“Temos todas as condições técnicas para a reconstrução e os recursos técnicos necessários para a reconstrução para que se consiga ter esta obra no que concerne não apenas à reconstrução, mas também à retirada dos escombros, avaliação dos danos causados, acompanhamento da obra e a execução das futuras obras. Iremos reconstruir uma ponte com todos os itens de garantia de segurança”, afirmou.

Ontem (22), o vão central da ponte, com 533 metros de extensão, cedeu, derrubando pelo menos 10 veículos, dos quais quatro caminhões, três veículos de passeio e três motocicletas. Segundo a Defesa Civil de Estreito, até o momento, 16 pessoas estão desaparecidas. Uma morreu e uma segue hospitalizada.

Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão avaliando a situação e apurando as possíveis causas para “tomar as medidas necessárias”, informou o ministro.

Segundo o ministro, a pasta trabalha para que os recursos sejam liberados ainda este ano. “Com a emergência decretada, queremos contratar a reconstrução da ponte ainda dentro do exercício de 2024. Isso será um trabalho de muita resolutividade do ministério”, completou.

Advertisement

*Agência Brasil

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Brasil

Inflação para famílias de renda muito baixa recuou de 0,75% para 0,26% em novembro

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Inflação em novembro desacelera para todas as faixas, exceto para famílias de renda muito alta. Recuo para famílias de renda muito baixa foi impactado pela redução da tarifa de energia elétrica

A inflação desacelerou em novembro para quase todas as faixas de renda, na comparação direta com o mês de outubro. Nos domicílios de renda muito baixa, a inflação recuou de 0,75% em outubro para 0,26% em novembro. A redução da tarifa de energia no período contribuiu bastante para essa desaceleração.

As informações compõem o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta segunda-feira, 16 de dezembro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A exceção foi a classe referente às famílias de renda alta, cuja inflação teve alta de 0,27% para 0,64% de um mês para o outro. O impacto sobre esse segmento veio principalmente do grupo transporte, com o reajuste de 22,7% nas passagens aéreas.

ACUMULADO — Com os dados de novembro, a faixa de renda baixa é a que registra a maior alta inflacionária no acumulado de 2024 (4,5%), enquanto o segmento de renda alta registra a taxa menos elevada (3,86%). No acumulado de 12 meses, as famílias de renda muito baixa apresentam a taxa de inflação mais elevada (5,08%), ao passo que a faixa de renda alta tem a menor taxa de variação de preços (4,50%). Os dados estão organizados na tabela abaixo:

ALIMENTAÇÃO — Embora os alimentos e bebidas tenham sido um dos principais pontos de pressão inflacionária para todas as faixas de renda, o impacto de alta vindo deste grupo foi proporcionalmente mais forte nas classes de rendas mais baixas, dado o maior percentual do gasto com esses itens no orçamento dessas famílias. Mesmo diante das deflações registradas em categorias como cereais (-0,27%), farináceos (-0,15%), tubérculos (-0,11%) e leite e derivados (-0,45%), os impactos da forte alta das proteínas animais, como carnes (8,0%) e aves e ovos (1,4%), além dos reajustes do óleo de soja (11%) e do café (2,3%), explicam, em grande parte, a contribuição positiva desse grupo à inflação de novembro.

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DESPESAS PESSOAIS — O grupo “despesas pessoais”, mesmo que em menor intensidade, também exerceu pressão inflacionária para todas as classes de renda. No entanto, para as faixas de menor poder aquisitivo, o principal foco inflacionário veio da alta de 14,9% dos cigarros, enquanto para os segmentos de renda mais elevada, a pressão mais forte veio dos reajustes dos serviços de recreação e lazer (1,4%).

ALÍVIO INFLACIONÁRIO — Em contrapartida, a melhora no desempenho do grupo “habitação”, refletindo as quedas das tarifas de energia elétrica (-6,3%), gerou um alívio inflacionário no último mês para todas as classes. Por fim, à exceção do segmento de renda alta, impactado pelos reajustes de 0,57% dos planos de saúde, as deflações dos produtos farmacêuticos (-0,45%) e dos produtos de higiene pessoal (-0,44%) fizeram com que o grupo saúde e cuidados pessoais contribuísse negativamente para a inflação das demais faixas de renda no último mês.

Na comparação com novembro de 2023, os dados mostram que houve aceleração da inflação corrente para todas as faixas de renda, com pressão inflacionária mais intensa para os segmentos de renda média. A aceleração da inflação corrente para as classes de renda mais baixa é explicada, em grande parte, pela piora no desempenho do grupo “alimentação e bebidas”, uma vez que as variações de preços das carnes (1,4%), aves e ovos (0,53%) e óleos e gorduras (1,3%), apontadas em 2023, avançaram para altas respectivas de 8%, 1,4% e 6%, em 2024.

BILHETES AÉREOS E COMBUSTÍVEL — Já para as famílias de renda alta, o aumento da inflação em 2024 veio da piora no comportamento das passagens aéreas e da gasolina, cujas taxas de 22,7% e -0,16%, registradas em 2024, ficaram acima das observadas em 2023 (19,1% e -1,7%).

Acesse a íntegra do indicador

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Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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