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Líder do PL admite que bolsonaristas mentiram sobre acordo para pautar anistia

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Sóstenes Cavalcante reconhece em plenário que não houve acordo com Hugo Motta para votar anistia. PT e oposição denunciam tentativa de manipulação após motim na Câmara.

Sóstenes desmente narrativa bolsonarista sobre anistia
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), admitiu nesta quinta-feira (7) que não houve acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar o projeto de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. A declaração foi feita em discurso no plenário, após intensa pressão e questionamentos sobre a veracidade das alegações feitas por parlamentares bolsonaristas.

Na noite de 6 de agosto, após a ocupação da Mesa Diretora por deputados do PL, o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) publicou na rede X: “O acordo é: na pauta semana que vem, fim do foro privilegiado, na sequência, ANISTIA!”. A mensagem foi amplamente compartilhada por apoiadores como prova de “vitória” da bancada bolsonarista.

Admissão em plenário e desmentido da Folha
Em resposta, Sóstenes afirmou:

“Eu quero aqui em alto e bom som dizer, inclusive eu vi fala do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) e quero corroborar com você, excelência: o presidente Hugo Motta não foi chantageado por nós, ele não assumiu compromisso de pauta nenhuma conosco.”

O líder do PL ainda criticou reportagens do grupo Folha de S.Paulo, que haviam dado crédito à versão de que a anistia teria sido negociada, chamando-as de “matéria jornalística tendenciosa”. No entanto, reforçou que a negociação teria ocorrido apenas entre o PL, o Novo e parte do Centrão — sem confirmação oficial desses partidos.

Tentativa de legitimar defesa de Trump e guerra tarifária
Sóstenes também defendeu a postura da bancada ao apoiar as ameaças tarifárias do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil, que foram interpretadas como pressão para evitar a condenação de Jair Bolsonaro.

“Nosso comportamento aqui é ético, de defender a pátria. Que cada parlamentar da direita, da esquerda ou do centro possa olhar nos olhos dos seus filhos e dizer que somos brasileiros, temos honra e vamos lutar pelo Brasil”, afirmou, cercado por colegas da bancada bolsonarista.

Lindbergh Farias: “mentiram descaradamente”
O líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), rebateu duramente o discurso de Sóstenes. Para ele, os bolsonaristas mentiram deliberadamente para mobilizar apoiadores com promessas falsas.

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“Os senhores saem daqui dizendo que na próxima semana vai ser pautada a anistia, o fim do foro. Tudo isso! Mentiram descaradamente. Estavam com a cabeça baixa, depois querem fazer um discurso que não corresponde à realidade. Saíram vendendo para enganar a turma deles.”

Lindbergh ainda afirmou que votar anistia sob pressão externa seria um ato de submissão:

“Sóstenes, votar anistia por esse parlamento é o Brasil virar colônia. Votar anistia depois de Trump ameaçar é melhor fechar o parlamento. É a desmoralização. É aceitar o tratamento que vocês defendem: o Brasil como colônia.”

Câmara reforça negação de acordos
Além de Motta, outros líderes governistas e do Centrão negaram qualquer acordo para pautar a anistia ou o fim do foro privilegiado. O ministro Alexandre de Moraes (STF) já classificou anteriormente a pressão por anistia como “chantagem inconstitucional”.


Com informações: Fonte: Revista Fórum

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Ministra das Mulheres defende atuação integrada entre União, estados e municípios para combater a violência de gênero

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Durante o III Encontro Nacional com Gestoras das Casas da Mulher Brasileira, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, defendeu a necessidade de uma atuação integrada e intersetorial entre os diferentes níveis da Federação para o enfrentamento à violência de gênero. Segundo a ministra, o cumprimento do dever do Estado e a resposta às demandas das mulheres dependem da articulação entre o governo federal, estados e municípios, em consonância com o pacto federativo da Constituição de 1988

A ministra Márcia Lopes destacou a centralidade das mulheres nas políticas públicas — visto que elas são a maioria da população — e a urgência de uma resposta integrada e transversal do Estado.

Pacto Federativo e Intersetorialidade 🤝

A ministra enfatizou que a solução para os problemas do Brasil não está concentrada apenas em Brasília, mas exige o cumprimento do pacto federativo e a articulação entre as esferas de governo.

  • Compromisso de Todas as Áreas: “Nós não vamos dar conta da política para as mulheres sem o compromisso e a presença de todas as áreas de governo,” afirmou a ministra, ressaltando que isso deve se aplicar aos níveis federal, estadual e municipal.

  • Transversalidade: As políticas para as mulheres devem ser intersetoriais e transversais, contando com a participação de todas e todos os gestores.

O evento, realizado em Campo Grande (MS), reuniu gestoras de 13 estados e do Distrito Federal para discutir avanços, desafios e estratégias de fortalecimento da rede de proteção às mulheres em situação de violência.

A Casa da Mulher Brasileira: Um Modelo Integrado 🏛️

Campo Grande é a sede da primeira unidade da Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em 2015, que serve como um modelo de atendimento integrado e centrado na vítima.

  • Funcionamento: O equipamento funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

  • Serviços Especializados: Oferece diversos serviços no mesmo local, priorizando a escuta e a segurança da mulher, com o objetivo de possibilitar um projeto de vida autônomo.

  • Apoio Multidisciplinar: Inclui acolhimento e triagem, apoio psicossocial, alojamento de passagem, serviços de saúde, central de transportes, promoção da autonomia econômica e áreas jurídicas (Delegacia, Promotoria, Defensoria e Juizados/Varas de Violência Doméstica).


Com informações: Ministério das Mulheres, PT

 

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Milhares de pessoas protestam em capitais brasileiras contra o feminicídio e a violência de gênero

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Manifestações organizadas pelo movimento nacional Mulheres Vivas reuniram milhares de pessoas em diversas capitais brasileiras no domingo, 7 de dezembro de 2025, em resposta ao aumento da violência de gênero. Os atos ocorreram após uma série de feminicídios recentes e em um contexto onde o Brasil registrou 1.492 feminicídios em 2024, o maior número desde 2015, ano da tipificação penal.


Mobilização Nacional e Presenças Notáveis 🇧🇷

Os protestos aconteceram em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Teresina, Manaus e Boa Vista, com manifestantes erguendo cartazes com apelos por justiça e mensagens como “misoginia mata” e “nenhuma a menos”.

  • Brasília: O ato na capital federal contou com a presença de seis ministras do governo, incluindo Cida Gonçalves (Mulher), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além da primeira-dama Janja Lula da Silva e diversas lideranças populares.

  • São Paulo: A manifestação começou em frente ao Masp, onde a Polícia Militar acompanhou o protesto após a deputada Érika Hilton ter criticado o anúncio do governo de Tarcísio de Freitas de não fornecer proteção policial.

  • Belo Horizonte e Curitiba: Milhares de pessoas marcharam em Belo Horizonte da Praça Raul Soares até a Praça da Estação, enquanto em Curitiba, o coro “Mulheres Vivas” ecoou no Largo da Ordem, denunciando a impunidade.


Dados Alarmantes e Casos Recentes 🚨

Os protestos ganharam urgência diante dos dados crescentes de violência e dos casos recentes que chocaram o país:

  • Recorde de Feminicídios: Em 2024, o Brasil atingiu o número recorde de 1.492 feminicídios.

  • Aumento em São Paulo: O estado de São Paulo, por exemplo, contabilizou 53 feminicídios em 2025, um aumento de 10% nos assassinatos de mulheres por razão de gênero desde janeiro.

  • Onda de Violência: A mobilização foi convocada após crimes como o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos (25 anos) em Brasília, que foi confessado pelo soldado Kelvin Barros da Silva; o caso de Tainara Souza Santos, que teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por Douglas Alves da Silva; e a morte a tiros de duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro.

O movimento pede a responsabilização de agressores e o fim do avanço da violência de gênero no país.


Com informações:  Opera Mundi

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Brumadinho: 70% dos domicílios relatam adoecimento físico e mental sete anos após a tragédia

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Estudo da UFMG confirma que a população de Brumadinho ainda sofre impactos estruturais e persistentes do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, com 70% dos domicílios relatando algum tipo de adoecimento e 75% enfrentando problemas na qualidade e fornecimento de água.

Impactos na saúde e insegurança sanitária persistem em Brumadinho

Aproximando-se do marco de sete anos do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), um novo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado por pesquisadores do Projeto Brumadinho, revela a persistência de impactos socioambientais profundos na vida dos moradores. A tragédia, que resultou na morte de 272 pessoas e em um desastre ambiental sem precedentes, continua a afetar a saúde e o cotidiano da população.

O levantamento indica que 70% dos domicílios no município relataram algum tipo de adoecimento físico ou mental, o que sugere que os problemas de saúde se tornaram estruturais e recorrentes.

Adoecimento e pressão na rede de saúde

Os dados do estudo destacam que sintomas como estresse, insônia, ansiedade, hipertensão e episódios depressivos continuam frequentes entre os moradores. O cenário psicológico é reforçado pelo dado de que 52% dos adultos da cidade passaram por algum tipo de tratamento psicológico ou psiquiátrico desde o desastre.

Nayara Porto, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum), manifestou tristeza com os resultados, afirmando que a pesquisa “confirma que a população de Brumadinho continua sofrendo”. A presidente citou relatos de familiares que desenvolveram doenças crônicas como diabetes, lúpus, câncer, dermatites crônicas e problemas cardíacos, além de um visível aumento no uso de ansiolíticos.

Ao mesmo tempo em que a demanda por acompanhamento especializado e o relato de piora de doenças crônicas aumentam, a pesquisa aponta que 76% dos domicílios enfrentam dificuldades para acessar consultas, exames e tratamentos. A rede pública de saúde local está pressionada pelo volume de atendimentos e pelas alterações na mobilidade urbana causadas pelo desastre.

Medo de contaminação e a “lama invisível”

A insegurança sanitária é um dos pilares da persistência do sofrimento na rotina dos moradores. O levantamento revela que 77% das famílias convivem com o medo constante de contaminação dos alimentos.

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Um dos fatores centrais para essa desconfiança é a presença contínua de metais pesados – como manganês, arsênio, chumbo, mercúrio e cádmio – em diferentes matrizes ambientais, conforme aponta o estudo.

A água permanece como o principal vetor de risco e desconfiança:

  • 85% dos domicílios relatam impactos negativos no uso da água para consumo.

  • 75% dos moradores afirmam que o fornecimento e a qualidade da água estão comprometidos.

Josiane Melo, diretora da Avabrum, utilizou o conceito de “lama invisível” para traduzir a desconfiança generalizada sobre o consumo de bens produzidos no território, destacando que “é inadmissível conviver com insegurança hídrica, adoecimento e medo tantos anos depois” do desastre. Ela concluiu que o estudo demonstra que “a vida não voltou ao lugar”.

Perdas econômicas e a necessidade de diversificação

O desastre de 2019 também gerou perdas econômicas expressivas para o município. O professor Ricardo Machado Ruiz, um dos autores do estudo, explicou que a mineração desempenhava um papel central na economia local.

Segundo a análise, no longo prazo, Brumadinho poderia perder entre R$ 7 bilhões e R$ 9 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB) se nenhuma medida de reparação fosse aplicada. Com o acordo firmado em 2021 e a aplicação dos recursos previstos, o prejuízo estimado cai para algo entre R$ 4,2 bilhões e R$ 5,4 bilhões. Contudo, o dano econômico não desaparece, e a região passa a depender da estrutura de reparação.

O professor Ruiz detalhou que a reparação absorveu trabalhadores e ajudou a reduzir os efeitos econômicos imediatos do rompimento. No entanto, o desastre enfraqueceu pequenos negócios e atividades informais, e o futuro da economia local depende da diversificação. “Se nada for feito para substituir aquela atividade mineradora, ainda restará essa perda bilionária dentro do município”, finalizou o pesquisador.


Com informações:  Agência Brasil

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