A partir de novembro, Lei 15.179/2025 e uso obrigatório do FGTS Digital digitalizam operações de crédito consignado, com foco em segurança, transparência e combate a fraudes
A partir de novembro de 2025, o crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada (CLT) passa por uma mudança estrutural impulsionada por duas iniciativas regulatórias: a obrigatoriedade do uso do FGTS Digital para descontos em folha e a Lei nº 15.179/2025, que exige que todas as operações ocorram exclusivamente por plataformas digitais homologadas.
Essas medidas visam modernizar o setor, reduzir fraudes, coibir o assédio comercial e garantir maior transparência tanto para os trabalhadores quanto para as instituições financeiras.
FGTS Digital: segurança e validação em tempo real
O FGTS Digital, plataforma do Governo Federal integrada à Caixa Econômica Federal, passa a ser o canal obrigatório para autorização e processamento de descontos consignados. Segundo Fábio Zan, Gerente de Produtos Sênior da VAAS — empresa especializada em gestão de risco e compliance —, a mudança traz ganhos significativos:
“Para os bancos, a principal vantagem é a redução de riscos de fraude e inadimplência, com validação automatizada de vínculos empregatícios e margens consignáveis em tempo real, diretamente nas bases oficiais do Governo Federal. Para o trabalhador, o ganho está na transparência e proteção de dados pessoais.”
Com o novo sistema, não será mais possível realizar operações com base em documentos físicos ou declarações não verificadas, eliminando uma das principais brechas para fraudes documentais.
Lei 15.179/2025: fim das propostas não solicitadas
A Lei 15.179/2025 estabelece que todas as contratações de crédito consignado CLT devem ocorrer em ambientes digitais seguros, com autenticação eletrônica e registro de consentimento expresso do trabalhador.
Esse modelo impede práticas abusivas como:
- Propostas não solicitadas por ligações ou mensagens;
- Assinaturas forjadas ou obtidas sob pressão;
- Manipulação de margem consignável por agentes não autorizados.
“O uso de autenticações eletrônicas e trilhas de auditoria fortalece o controle regulatório e a integridade das informações”, afirma Zan. “Além disso, o consentimento informado passa a ser rastreável, com fluxo de confirmação dupla.”
Combate ao assédio comercial e contratação indevida
Um dos problemas históricos do setor — o assédio por corretores e operadores não regulamentados — será drasticamente reduzido. A nova regra exige que qualquer autorização de empréstimo seja feita diretamente pelo trabalhador, em plataforma oficial integrada ao FGTS Digital, sem intermediários.
Isso elimina a atuação de “laranjas”, falsos representantes e empresas que captam clientes de forma agressiva, prática comum em agências, call centers e até nas proximidades de fábricas e empresas.
Desafios técnicos para o setor financeiro
Apesar dos benefícios, a transição exige adaptação tecnológica robusta por parte de bancos, fintechs e plataformas de crédito. A interoperabilidade com APIs governamentais, a criptografia de dados sensíveis e o monitoramento contínuo de segurança são desafios centrais.
Para empresas como a VAAS, o foco está na requalificação de modelos de inteligência artificial usados na análise de risco. “Agora, os algoritmos devem operar sobre bases oficiais, com ética algorítmica, explicabilidade e conformidade rigorosa com a LGPD”, explica Zan.
O que o trabalhador precisa saber
Com as novas regras, o trabalhador CLT assume papel ativo na segurança da operação. A VAAS orienta que os consumidores:
- Acessem apenas plataformas oficiais integradas ao FGTS Digital;
- Evitem intermediários não autorizados;
- Validem sua identidade por canais seguros (como gov.br ou app FGTS);
- Conferem todos os dados da proposta — valor, taxa, prazo e instituição;
- Autorizem o empréstimo de forma expressa e eletrônica, em ambiente rastreável.
“O novo modelo digital transforma o consignado em uma experiência mais segura, transparente e eficiente, onde a confiança e o controle passam a estar nas mãos do verdadeiro titular do benefício,” conclui Fábio Zan.
Com informações: VAAS