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Instituto Vladimir Herzog vence prêmio de Direitos Humanos da União Europeia

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Projeto de proteção a jornalistas na Amazônia, precursor do relatório “Fronteiras da Informação”, foi o único premiado da edição

O projeto de proteção a jornalistas e comunicadores na Amazônia, desenvolvido pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH), foi o grande vencedor do Prêmio de Direitos Humanos da União Europeia em 2025. A honraria é concedida pela Delegação da União Europeia no Brasil e pelas embaixadas dos Estados-Membros da UE, e reconhece iniciativas da sociedade civil que atuam na defesa dos direitos humanos em conexão com o enfrentamento das mudanças climáticas. Nesta edição, o Instituto Vladimir Herzog foi a única organização premiada.

“A conquista do Prêmio de Direitos Humanos da União Europeia 2025 é um importante reconhecimento internacional, não só do trabalho do Instituto Vladimir Herzog, mas de todos os profissionais que atuam na região. A partir de um trabalho investigativo, essencial na denúncia de crimes socioambientais na região amazônica, esses jornalistas colaboram diretamente na luta contra a emergência climática, na defesa da democracia e da liberdade de expressão”, declara o Instituto.

Relatório “Fronteiras da Informação”

Lançado em 2024, o projeto tem como foco garantir a segurança e fortalecer o trabalho de comunicadores que atuam em um dos territórios mais desafiadores do planeta. A iniciativa conta com o apoio de parceiros como Google Brasil, Embaixada da Noruega e Embaixada dos Países Baixos, e teve como ponto de partida a publicação do relatório “Fronteiras da Informação – Jornalismo e Violência na Amazônia”.

Divulgado em abril de 2024, durante evento no auditório do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), na Universidade Federal do Pará, o relatório revela um cenário crítico. A publicação traz um retrato contundente da escalada de ameaças, intimidações e ataques sofridos por jornalistas que cobrem temas sensíveis como garimpo ilegal, tráfico de drogas, exploração madeireira e conflitos fundiários. De acordo com o levantamento, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) registrou 230 casos de violência contra jornalistas na Amazônia Legal nos últimos dez anos.

Mesmo após episódios de enorme repercussão, como os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips em 2022, o relatório aponta que pouco foi feito para mudar a realidade enfrentada por comunicadores na região. Além disso, a publicação denuncia o desmonte das políticas públicas ambientais nos últimos anos como um agravante do problema, gerando impactos diretos na segurança dos profissionais da imprensa e nas comunidades locais.

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Com base em dados multidisciplinares e relatos de comunicadores que atuam na linha de frente, o relatório traz recomendações ao Estado brasileiro e orientações práticas de segurança, reforçando a urgência de proteger a liberdade de expressão e o direito à informação.

Casos emblemáticos ilustram os riscos cotidianos enfrentados por esses profissionais. Em maio de 2023, a líder indígena Txai Suruí e uma equipe de comunicadores foram cercados por mais de 50 homens armados enquanto documentavam uma mobilização contra invasões de terras na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia. Em outro episódio, o jornalista Fábio Diniz, da Rede Amazônica, teve de deixar a redação temporariamente após ser perseguido por garimpeiros em função de uma reportagem sobre o comércio ilegal de mercúrio.

O relatório também revela que cerca de 40% das áreas com registro de exploração madeireira na Amazônia foram desmatadas ilegalmente. Desse total, 15% estão localizadas em territórios protegidos por lei, como terras indígenas e unidades de conservação, o que demonstra a profundidade da crise ambiental e a importância do jornalismo como instrumento de denúncia e fiscalização.

Para mais informações, visite o site: Link


Assessoria de imprensa: kubix Estratégia e Comunicação

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Ministra das Mulheres defende atuação integrada entre União, estados e municípios para combater a violência de gênero

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Durante o III Encontro Nacional com Gestoras das Casas da Mulher Brasileira, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, defendeu a necessidade de uma atuação integrada e intersetorial entre os diferentes níveis da Federação para o enfrentamento à violência de gênero. Segundo a ministra, o cumprimento do dever do Estado e a resposta às demandas das mulheres dependem da articulação entre o governo federal, estados e municípios, em consonância com o pacto federativo da Constituição de 1988

A ministra Márcia Lopes destacou a centralidade das mulheres nas políticas públicas — visto que elas são a maioria da população — e a urgência de uma resposta integrada e transversal do Estado.

Pacto Federativo e Intersetorialidade 🤝

A ministra enfatizou que a solução para os problemas do Brasil não está concentrada apenas em Brasília, mas exige o cumprimento do pacto federativo e a articulação entre as esferas de governo.

  • Compromisso de Todas as Áreas: “Nós não vamos dar conta da política para as mulheres sem o compromisso e a presença de todas as áreas de governo,” afirmou a ministra, ressaltando que isso deve se aplicar aos níveis federal, estadual e municipal.

  • Transversalidade: As políticas para as mulheres devem ser intersetoriais e transversais, contando com a participação de todas e todos os gestores.

O evento, realizado em Campo Grande (MS), reuniu gestoras de 13 estados e do Distrito Federal para discutir avanços, desafios e estratégias de fortalecimento da rede de proteção às mulheres em situação de violência.

A Casa da Mulher Brasileira: Um Modelo Integrado 🏛️

Campo Grande é a sede da primeira unidade da Casa da Mulher Brasileira, inaugurada em 2015, que serve como um modelo de atendimento integrado e centrado na vítima.

  • Funcionamento: O equipamento funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

  • Serviços Especializados: Oferece diversos serviços no mesmo local, priorizando a escuta e a segurança da mulher, com o objetivo de possibilitar um projeto de vida autônomo.

  • Apoio Multidisciplinar: Inclui acolhimento e triagem, apoio psicossocial, alojamento de passagem, serviços de saúde, central de transportes, promoção da autonomia econômica e áreas jurídicas (Delegacia, Promotoria, Defensoria e Juizados/Varas de Violência Doméstica).


Com informações: Ministério das Mulheres, PT

 

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Milhares de pessoas protestam em capitais brasileiras contra o feminicídio e a violência de gênero

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Manifestações organizadas pelo movimento nacional Mulheres Vivas reuniram milhares de pessoas em diversas capitais brasileiras no domingo, 7 de dezembro de 2025, em resposta ao aumento da violência de gênero. Os atos ocorreram após uma série de feminicídios recentes e em um contexto onde o Brasil registrou 1.492 feminicídios em 2024, o maior número desde 2015, ano da tipificação penal.


Mobilização Nacional e Presenças Notáveis 🇧🇷

Os protestos aconteceram em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Teresina, Manaus e Boa Vista, com manifestantes erguendo cartazes com apelos por justiça e mensagens como “misoginia mata” e “nenhuma a menos”.

  • Brasília: O ato na capital federal contou com a presença de seis ministras do governo, incluindo Cida Gonçalves (Mulher), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além da primeira-dama Janja Lula da Silva e diversas lideranças populares.

  • São Paulo: A manifestação começou em frente ao Masp, onde a Polícia Militar acompanhou o protesto após a deputada Érika Hilton ter criticado o anúncio do governo de Tarcísio de Freitas de não fornecer proteção policial.

  • Belo Horizonte e Curitiba: Milhares de pessoas marcharam em Belo Horizonte da Praça Raul Soares até a Praça da Estação, enquanto em Curitiba, o coro “Mulheres Vivas” ecoou no Largo da Ordem, denunciando a impunidade.


Dados Alarmantes e Casos Recentes 🚨

Os protestos ganharam urgência diante dos dados crescentes de violência e dos casos recentes que chocaram o país:

  • Recorde de Feminicídios: Em 2024, o Brasil atingiu o número recorde de 1.492 feminicídios.

  • Aumento em São Paulo: O estado de São Paulo, por exemplo, contabilizou 53 feminicídios em 2025, um aumento de 10% nos assassinatos de mulheres por razão de gênero desde janeiro.

  • Onda de Violência: A mobilização foi convocada após crimes como o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos (25 anos) em Brasília, que foi confessado pelo soldado Kelvin Barros da Silva; o caso de Tainara Souza Santos, que teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por Douglas Alves da Silva; e a morte a tiros de duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro.

O movimento pede a responsabilização de agressores e o fim do avanço da violência de gênero no país.


Com informações:  Opera Mundi

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Brumadinho: 70% dos domicílios relatam adoecimento físico e mental sete anos após a tragédia

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Estudo da UFMG confirma que a população de Brumadinho ainda sofre impactos estruturais e persistentes do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, com 70% dos domicílios relatando algum tipo de adoecimento e 75% enfrentando problemas na qualidade e fornecimento de água.

Impactos na saúde e insegurança sanitária persistem em Brumadinho

Aproximando-se do marco de sete anos do rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), um novo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizado por pesquisadores do Projeto Brumadinho, revela a persistência de impactos socioambientais profundos na vida dos moradores. A tragédia, que resultou na morte de 272 pessoas e em um desastre ambiental sem precedentes, continua a afetar a saúde e o cotidiano da população.

O levantamento indica que 70% dos domicílios no município relataram algum tipo de adoecimento físico ou mental, o que sugere que os problemas de saúde se tornaram estruturais e recorrentes.

Adoecimento e pressão na rede de saúde

Os dados do estudo destacam que sintomas como estresse, insônia, ansiedade, hipertensão e episódios depressivos continuam frequentes entre os moradores. O cenário psicológico é reforçado pelo dado de que 52% dos adultos da cidade passaram por algum tipo de tratamento psicológico ou psiquiátrico desde o desastre.

Nayara Porto, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum), manifestou tristeza com os resultados, afirmando que a pesquisa “confirma que a população de Brumadinho continua sofrendo”. A presidente citou relatos de familiares que desenvolveram doenças crônicas como diabetes, lúpus, câncer, dermatites crônicas e problemas cardíacos, além de um visível aumento no uso de ansiolíticos.

Ao mesmo tempo em que a demanda por acompanhamento especializado e o relato de piora de doenças crônicas aumentam, a pesquisa aponta que 76% dos domicílios enfrentam dificuldades para acessar consultas, exames e tratamentos. A rede pública de saúde local está pressionada pelo volume de atendimentos e pelas alterações na mobilidade urbana causadas pelo desastre.

Medo de contaminação e a “lama invisível”

A insegurança sanitária é um dos pilares da persistência do sofrimento na rotina dos moradores. O levantamento revela que 77% das famílias convivem com o medo constante de contaminação dos alimentos.

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Um dos fatores centrais para essa desconfiança é a presença contínua de metais pesados – como manganês, arsênio, chumbo, mercúrio e cádmio – em diferentes matrizes ambientais, conforme aponta o estudo.

A água permanece como o principal vetor de risco e desconfiança:

  • 85% dos domicílios relatam impactos negativos no uso da água para consumo.

  • 75% dos moradores afirmam que o fornecimento e a qualidade da água estão comprometidos.

Josiane Melo, diretora da Avabrum, utilizou o conceito de “lama invisível” para traduzir a desconfiança generalizada sobre o consumo de bens produzidos no território, destacando que “é inadmissível conviver com insegurança hídrica, adoecimento e medo tantos anos depois” do desastre. Ela concluiu que o estudo demonstra que “a vida não voltou ao lugar”.

Perdas econômicas e a necessidade de diversificação

O desastre de 2019 também gerou perdas econômicas expressivas para o município. O professor Ricardo Machado Ruiz, um dos autores do estudo, explicou que a mineração desempenhava um papel central na economia local.

Segundo a análise, no longo prazo, Brumadinho poderia perder entre R$ 7 bilhões e R$ 9 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB) se nenhuma medida de reparação fosse aplicada. Com o acordo firmado em 2021 e a aplicação dos recursos previstos, o prejuízo estimado cai para algo entre R$ 4,2 bilhões e R$ 5,4 bilhões. Contudo, o dano econômico não desaparece, e a região passa a depender da estrutura de reparação.

O professor Ruiz detalhou que a reparação absorveu trabalhadores e ajudou a reduzir os efeitos econômicos imediatos do rompimento. No entanto, o desastre enfraqueceu pequenos negócios e atividades informais, e o futuro da economia local depende da diversificação. “Se nada for feito para substituir aquela atividade mineradora, ainda restará essa perda bilionária dentro do município”, finalizou o pesquisador.


Com informações:  Agência Brasil

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