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Mundo

Lideranças da ONU pedem mais representação africana no Conselho de Segurança

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Secretário-geral afirmou que conflitos, emergências e divisões geopolíticas têm um impacto “descomunal” nos países africanos; no entanto, continente que abriga 28% dos Estados da ONU não tem membro permanente no órgão; presidente da Assembleia-Geral disse que situação “ofende os princípios da equidade e inclusão”

Nesta segunda-feira o Conselho de Segurança da ONU realizou um debate aberto sobre a “Injustiça Histórica e Reforço da Representação Eficaz da África” no órgão.

A sessão organizada por Serra Leoa, que preside o Conselho em agosto, contou com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, e do presidente da Assembleia-Geral, Dennis Francis.

Omissão ainda sem solução

Guterres abriu seu discurso afirmando que as “fissuras nos alicerces” do órgão máximo de paz e segurança estão se tornando “grandes demais para serem ignoradas”.

Segundo ele, essa é a origem do constante “impasse e estagnação em torno das crises mais prementes da atualidade”. Além disso, o líder da ONU ressaltou que essas falhas alimentam uma crise mais ampla de credibilidade e legitimidade “que afeta o próprio multilateralismo”.

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O secretário-geral ressaltou que o Conselho de Segurança foi concebido pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial e reflete as estruturas de poder de 1945. Na época, a maioria dos atuais países africanos ainda estavam sob o domínio colonial e não tinham voz nos assuntos internacionais.

Guterres afirmou que essa omissão permanece até hoje sem solução, visto que não há nenhum membro permanente que represente a África no Conselho de Segurança. Além disso, o número de membros eleitos do continente não é proporcional à sua importância.

Muitos jovens fugiram de Darfur com as suas famílias para campos de refugiados no Chade

Unicef/Donaig Le Du – Muitos jovens fugiram de Darfur com as suas famílias para campos de refugiados no Chade

Crises com impacto “descomunal” na África

O chefe das Nações Unidas ressaltou que a África está subrepresentada nas estruturas de governança global, desde o Conselho de Segurança até às instituições financeiras internacionais. Porém o continente é sobrerepresentado “nos próprios desafios que estas estruturas foram concebidas para enfrentar”.

Ele destacou que os conflitos, as emergências e as divisões geopolíticas “têm um impacto descomunal nos países africanos”.

Como evidência, Guterres afirmou que quase metade de todos os conflitos regionais ou específicos de cada país na agenda do Conselho dizem respeito a África. Ele disse ainda que essas crises são “frequentemente exacerbadas pela ganância pelos recursos da África, que são vitais para a economia global”.

“Sem segurança africana não há segurança global”

Os países africanos acolhem quase metade de todas as operações de manutenção da paz da ONU, ao mesmo tempo que contribuem com as suas próprias tropas.  Atualmente, mais de 40% das forças de manutenção da paz da ONU são africanas.

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O secretário-geral enfatizou que “não pode haver segurança global sem segurança africana”. Ele citou exemplos bem sucedidos de parcerias entre a ONU e a União Africana, bem como organizações regionais e sub-regionais, como a Cedao.

Segundo Guterres, em tempos de crise e divisão geopolítica, os países africanos estão frequentemente “entre os primeiros a defender a paz, soluções multilaterais e a adesão ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas”.

No entanto, “os esforços e contribuições africanos não estão a ser acompanhados pela representação africana”, disse ele. O líder da ONU disse que sua proposta de uma Nova Agenda para a Paz está conectada com a negociação do Pacto para o Futuro, a ser adotado na Cúpula do Futuro em setembro.

Para Guterres esta negociação é uma oportunidade de reformar a governança global com maior inclusão da África. Ele afirmou que não é apenas uma questão de ética e justiça, mas também “um imperativo estratégico” que pode aumentar a aceitação global das decisões do Conselho, beneficiando a África e o mundo.

O presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, discursa no Conselho de Segurança da ONU

ONU/Manuel Elias – O presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, discursa no Conselho de Segurança da ONU

O papel da Assembleia-Geral

O presidente da Assembleia-Geral, Dennis Francis, também citou a Cúpula do Futuro, dizendo que o pacto em negociação traz a “injustiça histórica com a África” como uma questão prioritária.

Ele ressaltou que o continente é lar de 54 dos 193 membros das Nações Unidas, ou 28%, e conta com uma população de 1,3 bilhões de pessoas. Para Francis, o fato de que a África continua sendo subrepresentada no Conselho de Segurança “ofende os princípios da equidade e inclusão” e da igualdade soberana dos Estados.

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Ele chamou de legítimos os “apelos crescentes” por um Conselho de Segurança que seja mais representativo, responsivo, democrático e transparente.

Além disso, Francis citou apelos por uma Assembleia Geral revitalizada que não só assuma um papel mais importante nas questões de paz e segurança, mas também faça com que “o Conselho preste contas por suas ações, ou inações”.

Ele afirmou que a Assembleia Geral está ativamente engajada nestas reformas no contexto do Conselho Intergovernamental de Negociações.

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Mundo

ONU cita “esperança cautelosa” após queda de Assad na Síria

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Enviado das Nações Unidas insta por solução política sem violência

O enviado das Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Geir Pedersen, disse neste domingo (8) que o novo momento político do país, com a queda do presidente Bashar al-Assad, marca o fim de “um capítulo sombrio” e abre caminho para “uma esperança cautelosa por um novo tempo de paz, reconciliação, dignidade e inclusão para todos os sírios”.

Pederson avaliou o momento como decisivo na história da Síria, que “suportou quase 14 anos de sofrimento implacável e perdas indescritíveis”. Ele destacou que o momento “renova o sonho de voltar para casa, para as famílias separadas pela guerra, renova a esperança dos reencontros e, para os injustamente detidos, renova a busca por justiça”.

Transição inclusiva

O enviado da ONU para o país do Oriente Médio pediu ainda que todas as partes envolvidas no novo momento político do país evitem o derramamento de sangue e iniciem uma transição que inclua todas as comunidades, com foco na paz e na estabilidade e em evitar que o país seja dividido.

Segundo Pederson, existe um “desejo claro”, manifestado por milhões de sírios, de que sejam implementados acordos de transição estáveis ​​e inclusivos e que as instituições sírias continuem a funcionar.

“Nesse sentido, o representante da ONU fez um apelo para que todos os atores armados mantenham a boa conduta, a lei e a ordem, protejam os civis e preservem as instituições públicas.”

Desafios

Para Pedersen, o fato de o principal grupo de oposição, o Hay’at Tahrir Al-Sham (HTS), ser listado como grupo terrorista traz desafios. O importante agora, segundo ele, é que sejam dados passos para uma transição rumo a um “futuro democrático”.

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O enviado especial disse ainda que acompanha as movimentações de grupos armados e que alguns procedimentos teriam de ser seguidos caso o HTS venha a ser retirado da lista de terrorismo.

Após participar de uma reunião de alto nível em Doha neste fim de semana, incluindo encontros com Irã, Turquia e Rússia, Pederson disse ter reforçado a necessidade de garantir acordos de transição que incluam todas as comunidades na Síria. Segundo ele, todos os interlocutores convergem nesse aspecto e manifestaram apoio ao papel das Nações Unidas nesse processo.

Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota, na tarde deste sábado (7), informando que acompanha a escalada de violência na Síria e instando brasileiros que moram no país a procurar a embaixada brasileira em Damasco, para que também saiam do país.

No comunicado, o Itamaraty disponibilizou um telefone de emergência e recomendou que brasileiros consultem o portal consular, com alertas e atualizações sobre a situação no país do Oriente Médio.

“Em caso de emergência, o telefone de plantão da Embaixada em Damasco é: +963 933 213 438. O plantão consular do Itamaraty também permanece disponível no número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp).”

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Entenda

Rebeldes sírios declararam ter deposto o presidente Bashar al-Assad após assumirem o controle de Damasco neste domingo, forçando-o a fugir e pondo fim a décadas de um governo classificado como autocrático da família de Assad após mais de 13 anos de guerra civil.

Vídeos publicados na agência de notícias RTP mostram grupos invadindo o palácio presidencial sírio, onde Bashar al-Assad residia. As imagens mostram o local tomado por rebeldes segurando bandeiras do país e parcialmente destruído. Há ainda relatos de focos de incêndio na residência oficial.


*Agência Brasil

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Mundo

Agência da ONU para Refugiados lança campanha de doações em prol de refugiados que passam fome no mundo

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A campanha #ComidaPraViagem estimula a doação mensal para garantir acesso a alimentação e assistência a famílias refugiadas

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) lança a campanha #ComidaPraViagem, que estimula a doação de recursos para apoiar a segurança alimentar entre pessoas refugiadas. Com o valor equivalente a um pedido de delivery por mês é possível ajudar pessoas em todo o mundo que foram forçadas a sair de suas casas por guerras, conflitos, perseguições e desastres climáticos. 

A campanha conta com a participação de diversas celebridades que apoiam a causa, como a atriz Letícia Spiller, Danni Suzuki, Klara Castanho e Fernanda Concon, entre outras.

“Pessoas refugiadas enfrentam muitos desafios e não podemos deixar que a fome seja mais um deles”, afirma Samantha Federici, chefe do escritório de parcerias com o setor privado do ACNUR. “É por isso que a campanha junta a fome com a vontade de ajudar: doar é fácil como pedir um delivery e a ajuda chega para quem mais precisa.”

Você também pode doar clicando aqui.

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Segundo dados do Relatório Global da ONU sobre Crises Alimentares de 2024, 864 milhões de pessoas ao redor do mundo não têm certeza se a próxima refeição vai chegar. O número de pessoas refugiadas no mundo aumenta a cada ano, e a ajuda humanitária é urgente: 70% das pessoas famintas vivem em zonas afetadas por guerras e violência.

O ACNUR atua em mais de 130 países, respondendo a situações de emergência em até 72 horas, em qualquer lugar do mundo. A ajuda oferecida inclui assistência financeira para a compra de alimentos, além de abrigamento, estrutura de água e saneamento e distribuição de itens emergenciais.

Com o valor de um delivery, é possível ajudar a alimentar uma família por mês:

  • Com R$49,00 uma família de 2 pessoas pode comprar frutas, legumes e arroz por um mês.
  • Com R$72,00 você ajuda uma família de 3 pessoas.
  • E com R$98,00 uma família de 4 pessoas vai poder comprar alimentos por um mês inteiro.

Sobre o ACNUR
A ACNUR é a agência das Nações Unidas responsável por proteger e apoiar refugiados em todo o mundo. Com atuação em mais de 135 países, a organização trabalha para garantir que todos os refugiados tenham acesso a abrigo, alimentação e oportunidades de recomeço.

Para mais informações sobre a campanha #ComidaPraViagem e como você pode ajudar, visite o site Link.


* ACNUR Brasil: Ecomunica | ACNUR Brasil: acnur@agenciaecomunica.com.br 

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Esporte

Corrida lidera como esporte mais praticado no mundo em 2024

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Por envolver atividade de impacto repetitivo e esforço contínuo, prática exige cuidado contra lesões, lembra Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico

Relatório Anual sobre Tendências de Esportes do Strava, divulgado nesta semana, mostra que a corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024. O Brasil aparece como o segundo país com o maior número de atletas, somando mais de 19 milhões.

Ao longo do ano, também houve crescimento de 109% de clubes de corrida em solos brasileiros – quase o dobro da média global (59%) – e um aumento de 9% no número de maratonas, ultramaratonas e percursos de longa distância.

A corrida de rua tem atraído o interesse de uma fatia cada vez maior da população interessada em manter um estilo de vida ativo, em especial, nos grandes centros urbanos. A adrenalina das competições e a superação pessoal de cada corredor também movem a paixão pela modalidade. Eventos da área, como o principal deles, a Corrida de São Silvestre, que acontece em São Paulo anualmente, em 31 de dezembro, reúne milhares de participantes, muitos deles, amadores.

No entanto, a prática cotidiana exige cautela, pois pode resultar em lesões ortopédicas, já que envolve atividade de impacto repetitivo e esforço contínuo. Escolha inadequada de calçados, sobrecarga, falta de preparação muscular ou, ainda, técnica incorreta, são outros fatores de risco.

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Mesmo corredores experientes estão sujeitos a lesões. Uma das mais comuns é a fascite plantar. “Trata-se de uma Inflamação da fáscia plantar, uma faixa de tecido que conecta o calcanhar aos dedos e sustenta o arco do pé. Os sintomas são dor intensa na parte inferior do calcanhar, especialmente pela manhã ao dar os primeiros passos ou após períodos de repouso”, explica o presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero.

Outra lesão que afeta as articulações de corredores de rua é a Síndrome da Banda Iliotibial (SBI). “É uma inflamação da banda iliotibial, que é uma faixa de tecido que vai da parte externa do quadril até o joelho. A dor no lado externo do joelho pode ser aguda e dificultar a continuidade da atividade esportiva”, fala Caiero.

Lesões musculares ou no joelho, além de bursite de quadril e pequenas fraturas no osso por estresse também estão na lista. O especialista pontua, ainda, que é comum ocorrer lesão nos músculos da coxa e panturrilha, além da degeneração da cartilagem do joelho sob a patela por treino excessivo, pisada incorreta e fraqueza muscular.

“Em caso de dor persistente, é importante procurar um médico para o diagnóstico e tratamento adequados”, frisa o ortopedista.

Para prevenção, é recomendado escolher um calçado adequado para a prática; fazer aquecimento e alongamento; aumentar o ritmo dos treinos de forma gradual; fazer treinos variados e descanso adequado, além de manter-se hidratado e consumir alimentos saudáveis.

Na rua, cuidado ao máximo

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Além das lesões que podem ocorrer devido ao impacto repetitivo nas articulações e músculos, quem pratica corrida pelas ruas deve se atentar a um outro fator de extrema importância: o risco de atropelamento. Em outubro, a influenciadora digital brasileira Fernanda Carolina Lind Silva, 31 anos, morreu após ser atropelada enquanto praticava corrida em Paris, na França, onde morava. Segundo a irmã da vítima, ao atravessar uma rua, na faixa de pedestres, ela foi atingida brutalmente por um carro. Os exames constataram que Fernanda teve fraturas em três costelas e na clavícula, além de um ferimento gravíssimo na cabeça.

“Os atropelamentos ocorrem principalmente quando corredores usam vias públicas com tráfego intenso, cruzam ruas sem atenção ou em locais inadequados, ou treinam em horários de baixa visibilidade, como ao amanhecer ou ao anoitecer”, diz Caiero. “Para minimizar os riscos, é importante correr em locais apropriados, como parques ou áreas fechadas, usar roupas refletivas, evitar fones de ouvido em volume alto e sempre respeitar as regras de trânsito e sinalização”, conclui.

Sobre a Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA)

A Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (ABTO), fundada em 25 de setembro de 1997, é uma associação científica de âmbito nacional sem fins lucrativos, constituída por médicos interessados nos estudos das afecções ortopédico-traumáticas do sistema locomotor. Congrega médicos que se interessam pelo trauma ortopédico e suas sequelas, aperfeiçoar e difundir conhecimentos e a prática da traumatologia ortopédica.


*Assessoria de Imprensa da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico – Predicado Comunicação 

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