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A viagem de trem desconhecida que conecta duas importantes capitais brasileiras

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Em operação desde 2014, comboio não é utilizado apenas para fim turístico, mas também como transporte inter-regional e escoamento de cargas

A viagem de trem entre Belo Horizonte (MG) e Cariacica, na região metropolitana de Vitória (ES), é uma experiência ainda pouco conhecida no país.

Ao longo de 664 quilômetros, o percurso é marcado por cenários deslumbrantes em um trajeto que segue às margens do Rio Doce percorrido em aproximadamente 13 horas, sendo o único trem turístico  em operação diária no país.

O percurso dos vagões atravessa uma região marcada por relevo montanhoso, rios abundantes e paisagens naturais que mesclam trechos de Mata Atlântica com áreas de Cerrado. Ao todo, são 30 paradas para embarque e desembarque — 21 em território mineiro e 9 no Espírito Santo.

A linha não serve só como rota turística, mas também como importante meio de transporte regional. A Estrada de Ferro Vitória-Minas transporta cerca de 700 mil passageiros por ano, mantendo-se ativa desde 1904, quando foi inaugurada com o objetivo de escoar a produção de café.

Atualmente, além do transporte de pessoas, a ferrovia também é usada para o escoamento de cargas como minério de ferro, soja e fertilizantes. Durante o trajeto, os passageiros contam com ar-condicionado ajustado a 23°C, serviço de bordo com opções de lanches e entretenimento com monitores de vídeo em todos os vagões, seja na classe econômica ou executiva.

O trem que está em operação desde 2014, tem os vagões são fabricados na Romênia, com em média, 16 carros, incluindo uma lanchonete e um restaurante com oito mesas, ideal para quem deseja fazer uma pausa para comer com tranquilidade durante a viagem. Ao longo dos anos, tornou-se a única ferrovia no Brasil a fornecer trens de passageiros com partidas diárias de longa distância.

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O comboio passa pela estação de Aimorés — também conhecida como Aimorezinho — e inaugurada em 1882. Ela foi a primeira parada da linha ferroviária em território mineiro e faz parte da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que liga a capital do Espírito Santo ao Vale do Rio Doce em Minas Gerais.

Poluição atmosférica

O trem é operado pela Vale S.A., empresa responsável pela Tragédia de Brumadinho, em 2019. Como reportado acima, ferrovia não tem só fins turísticos: ela tem como principal objetivo, na verdade, escoar o minério de ferro para o Porto de Tubarão, em Vitória (ES) cidade que convive com um problema de poluição do ar permanente por conta de partículas transportadas pela Vale, o chamado “pó preto”, que invade a cidade diariamente. Com o caso, a mineradora foi acusada e denunciada em 2015 por moradores da região e, em maio daquele mesmo ano, foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do pó preto, formada por vereadores de Vitória.

Em 2018, a Vale foi advertida a adotar um conjunto de ações para mitigar a emissão de pó preto e minimizar os efeitos de suas atividades sobre a qualidade do ar na região metropolitana. Na época, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) concluiu e entregou o relatório com a proposta de plano de metas para redução da emissão de poluentes no complexo portuário. O estudo foi encomendado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) e serve de base técnica para a definição de ações voltadas à melhoria da qualidade do ar.

“Apesar da existência de um conjunto de estruturas de tratamento de efluentes existentes no Complexo de Tubarão, há um volume significativo de emissões fugitivas. Essas emissões são um problema porque elas não conseguem ser medidas, tratadas e não consegue se estabelecer metas de qualidade. Então o grande desafio é resolver essas questões de processo produtivo – a maior parte das metas aborda isso – para tornar os sistemas e as tecnologias existentes hoje dentro do Complexo de Tubarão mais eficientes. Também se sugere um conjunto de investimento para melhorar as estruturas existentes lá, como pavimento de via, fechamento de correias. A gente acredita que a maior parte do que foi sugerido não vai exigir um volume grande de investimento”, disse o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Aladim Cerqueira.

Como parte das ações para conter a poluição do ar na Grande Vitória, a Vale instalou em 2022 uma cobertura da Usina 8, no Complexo de Tubarão, para impedir que o pó gerado na movimentação de minério de ferro e outros materiais siderúrgicos alcançassem a atmosfera. A obra fez parte de um pacote de 160 intervenções previstas no Plano Diretor Ambiental da empresa.


Fonte: Revista Fórum

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