Após EUA revogarem vistos de dois fundadores do Mais Médicos, ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o Brasil não se submeterá a ataques contra ciência e saúde pública. Programa, criado em 2013, beneficia 73 milhões de brasileiros.
Vistos de fundadores do Mais Médicos são revogados pelos EUA
O governo dos Estados Unidos revogou nesta quarta-feira (13/08) os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, dois dos principais articuladores do programa Mais Médicos, criado em 2013. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Mark Rubio, que afirmou que a ação faz parte da retomada da “política de restrição de vistos relacionada a Cuba”.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, a medida visa responsabilizar indivíduos envolvidos no que classificou como “esquema de exportação de trabalho forçado” do governo cubano. Sales atua como secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde (MS). Kleiman é coordenador-geral da COP30, a Conferência do Clima da ONU que será realizada no Pará em novembro de 2025.
Padilha defende programa e soberania nacional
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, emitiu nota pública em resposta ao ato. “O Brasil não se curvará a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos”, afirmou.
Padilha destacou que o programa, criado durante seu mandato à frente do MS no governo Dilma Rousseff, “salva vidas” e é amplamente aprovado pela população. “O Mais Médicos, assim como o PIX, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa é aprovado por quem mais importa: a população brasileira”, ressaltou.
Repercussão política e institucional
A decisão dos EUA gerou reações imediatas no campo político brasileiro. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a medida como “vingança mesquinha” e lembrou o impacto do programa na vida de milhões.
“Milhões de famílias brasileiras do interior e das periferias foram atendidas por profissionais cubanos no Mais Médicos. Punir autoridades brasileiras que participaram desse esforço é um ataque à nossa soberania”, escreveu em rede social.
Críticas à direita e ao modelo de saúde dos EUA
O senador Humberto Costa (PT-PE) contrastou o modelo brasileiro com o sistema de saúde dos EUA. “Lá, saúde não é direito, é negócio. Aqui, levamos atendimento gratuito a milhões. Trump persegue quem fez isso acontecer”, afirmou.
Já o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (CE), classificou a revogação como “ataque direto ao direito do povo brasileiro à saúde” e reafirmou o compromisso com a expansão do programa.
Mais Médicos em números
O Mais Médicos atua em regiões com escassez de médicos, especialmente em áreas remotas, periferias e comunidades indígenas. Atualmente, o programa conta com 28 mil vagas distribuídas em 4.547 municípios, incluindo ações de saúde indígena e prisional, beneficiando cerca de 73 milhões de brasileiros.
Além da assistência, o programa promove formação médica por meio de parcerias com instituições de ensino, visando maior equidade no acesso aos serviços de saúde em todo o território nacional.
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19/08/2025 at 11:13
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