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Meio Ambiente

Cerrado, Coração das Águas, exige visibilidade na COP30 após perder 40 milhões de hectares

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Conhecido como o Coração das Águas, o Cerrado já perdeu 40 milhões de hectares e responde por mais da metade do desmatamento no Brasil. Especialistas alertam que a savana é crucial para a segurança hídrica e que “não haverá justiça climática” sem sua proteção na COP30

A savana mais biodiversa do mundo, o Cerrado, está no centro de um apelo urgente por maior visibilidade nas discussões climáticas globais, especialmente na próxima COP30 em Belém. Conhecido como o “Coração das Águas”, o bioma abriga as nascentes das principais bacias hidrográficas da América do Sul, sustentando biomas como a Amazônia e o Pantanal.

Apesar de sua importância hídrica e climática, o Cerrado enfrenta um cenário de devastação. Segundo a Rede MapBiomas, a savana já perdeu 40 milhões de hectares de vegetação nativa desde 1985 e, atualmente, responde por mais da metade do desmatamento registrado no país.

Alerta para a COP30 e Risco Hídrico

Isabel Figueiredo, coordenadora do Programa Cerrado do Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), é categórica: “Não haverá justiça climática se o Cerrado continuar invisível na COP30”. Ela reforça que, sem o bioma, o Brasil perde a segurança hídrica e climática.

Um estudo na revista Sustainability confirma que cerca de 50% da vegetação nativa original já foi perdida. Projeções indicam que, se o ritmo de desmatamento não for contido, a vazão dos rios do Cerrado pode cair em até 35% até 2050, elevando drasticamente o risco de escassez de água e crises energéticas.

A especialista alerta que o Cerrado é o bioma menos protegido por leis, com apenas oito projetos de lei tratando de sua conservação, em contraste com mais de 30 mil projetos em tramitação no Congresso.

Campanha pela Visibilidade

Em resposta à invisibilidade do bioma, o ISPN promoveu a Semana do Cerrado, que incluiu o lançamento da série de documentários “Cerrado, Coração das Águas”, disponível no YouTube. A série traz a voz de povos indígenas e comunidades tradicionais que vivem e protegem a savana.

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As ações de sensibilização incluíram intervenções culturais em Brasília, como cartazes de lambe-lambe e projeções poéticas do Coletivo Transverso. O objetivo foi transformar o espaço urbano em palco para destacar a urgência da conservação, alertando que “sem Cerrado não há água, e sem conservação não há soberania”.


Com informações: Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN)

 

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