As primeiras civilizações surgiram há milhares de anos atrás, onde hoje é o Oriente Médio e a China antiga. Entenda melhor!
A história da humanidade é uma jornada fascinante que começou há milhões de anos. Desde os primeiros passos dos nossos ancestrais no continente africano até a formação das primeiras civilizações, o desenvolvimento humano é marcado por grandes conquistas e transformações.
Mas, afinal, como surgiram as primeiras civilizações? Vamos explorar os fatores que contribuíram para o nascimento das sociedades organizadas, destacando os aspectos culturais, tecnológicos e sociais que definiram essa evolução.
O Início: A Revolução Agrícola
Para entender o surgimento das primeiras civilizações, é essencial começarmos com a Revolução Agrícola, que ocorreu há cerca de 10.000 anos, durante o período Neolítico. Antes dessa revolução, os seres humanos viviam como caçadores-coletores, movendo-se de um lugar para outro em busca de alimento. Essa forma de vida nômade era a única forma de subsistência, mas isso começou a mudar quando o homem aprendeu a domesticar plantas e animais.
O cultivo de plantas como trigo, cevada, arroz e milho permitiu que as pessoas começassem a gerar seus próprios alimentos. Além disso, a domesticação de animais como ovelhas, cabras e gado proporcionou uma fonte estável de carne, leite e peles. Essa capacidade de produzir alimentos levou à formação de comunidades permanentes, uma vez que os seres humanos não precisavam mais se deslocar constantemente em busca de sustento.
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Com a agricultura veio a possibilidade de armazenar excedentes de alimentos, o que permitiu o crescimento populacional e a formação de aldeias permanentes. Essas aldeias começaram a se transformar em vilarejos maiores e, eventualmente, em cidades. Um dos primeiros exemplos disso é a cidade de Çatalhöyük, na atual Turquia, que floresceu por volta de 7500 a.C. e é considerada uma das primeiras cidades do mundo.
Os primeiros centros urbanos
À medida que as aldeias cresciam e se transformavam em centros urbanos, surgiam novas necessidades e desafios. As primeiras civilizações desenvolveram-se em regiões férteis e propícias para a agricultura, muitas vezes em torno de grandes rios. Esses rios forneciam água para irrigação, transporte e pesca, além de fertilizarem os solos com os depósitos aluviais. Vamos explorar algumas das civilizações mais antigas e como elas surgiram:
Mesopotâmia: O berço da civilização
A Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Eufrates, é frequentemente chamada de “Berço da Civilização”. Esta região, que hoje compreende partes do Iraque, Síria e Turquia, abrigou algumas das primeiras civilizações humanas, incluindo os sumérios, acádios, babilônios e assírios.
Sumérios: Os sumérios foram uma das primeiras sociedades a desenvolver escrita, arquitetura monumental e sistemas administrativos complexos. A escrita cuneiforme, desenvolvida por volta de 3500 a.C., foi uma das primeiras formas de registrar informações e desempenhou um papel crucial na administração das cidades-estados sumérias.
Babilônios: Mais tarde, os babilônios assumiram o controle da Mesopotâmia, e sob o reinado de Hamurabi, desenvolveram o famoso Código de Hamurabi, um dos primeiros conjuntos de leis escritas da história.
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Egito Antigo: As Margens do Nilo
No nordeste da África, ao longo do rio Nilo, desenvolveu-se a civilização egípcia. A inundação anual do Nilo fertilizava as terras circundantes, permitindo colheitas abundantes e sustentando uma população crescente.
Faraós e Pirâmides: O Egito é conhecido por seus faraós poderosos e pela construção de monumentos icônicos, como as pirâmides de Gizé. A centralização do poder nas mãos dos faraós permitiu grandes avanços na organização social e na administração de recursos.
Hieróglifos: Assim como os sumérios, os egípcios também desenvolveram um sistema de escrita, os hieróglifos, que eram usados para registrar informações religiosas, políticas e econômicas.
Vale do Indo: Civilização Avançada
A Civilização do Vale do Indo floresceu na região que hoje é o Paquistão e o noroeste da Índia, entre os rios Indo e Ganges. Esta civilização é conhecida por suas cidades bem planejadas, como Harappa e Mohenjo-Daro, que apresentavam sistemas de saneamento avançados e arquitetura organizada.
Economia e Comércio: O Vale do Indo possuía uma economia robusta baseada na agricultura e no comércio. As rotas comerciais se estendiam até a Mesopotâmia, indicando um intercâmbio cultural e econômico significativo.
Declínio Misterioso: Apesar de seu avanço, a Civilização do Vale do Indo entrou em declínio por razões ainda debatidas, incluindo mudanças climáticas, desastres naturais ou invasões.
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China Antiga: O Vale do Rio Amarelo
Na China, as primeiras civilizações surgiram ao longo dos rios Amarelo (Huang He) e Yangtzé. A cultura chinesa antiga desenvolveu-se em torno desses vales fluviais, com a Dinastia Xia sendo uma das primeiras a emergir.
Dinastia Shang: A Dinastia Shang, que governou por volta de 1600 a.C., é conhecida por suas contribuições para a metalurgia do bronze, escrita e religião. O uso de ossos oraculares para adivinhação é uma das evidências da complexidade cultural da época.
Inovações Chinesas: As inovações tecnológicas e agrícolas chinesas, como o cultivo do arroz e a criação de sistemas de irrigação, desempenharam um papel crucial na sustentação de uma população crescente e na centralização do poder.
A Organização Social e Política
Com o crescimento das cidades e o aumento da complexidade social, surgiu a necessidade de organização política e social. A formação de governos centralizados, liderados por reis, faraós ou chefes, foi um marco importante na evolução das civilizações. A organização política permitiu a coordenação de grandes projetos de infraestrutura, como a construção de templos, palácios e estradas.
Classes Sociais
A estratificação social tornou-se uma característica comum das primeiras civilizações. As sociedades eram geralmente divididas em classes, com a elite governante, incluindo sacerdotes e nobres, no topo, e camponeses, artesãos e escravos na base. Essa divisão permitiu uma especialização do trabalho, onde indivíduos se dedicavam a tarefas específicas, como agricultura, artesanato e comércio.
Religião e Cultura
A religião desempenhou um papel central na vida das primeiras civilizações. As crenças religiosas não apenas explicavam fenômenos naturais, mas também legitimavam o poder dos governantes, que muitas vezes eram considerados divinos ou escolhidos pelos deuses. A construção de templos e monumentos religiosos, como zigurates na Mesopotâmia e pirâmides no Egito, são testemunhos da importância da religião.
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Inovações Tecnológicas
O desenvolvimento tecnológico foi uma força motriz para o avanço das primeiras civilizações. Inovações como a roda, a escrita, a metalurgia e a irrigação transformaram a sociedade e a economia dessas culturas antigas.
A Escrita: Um Marco Revolucionário
A invenção da escrita foi um dos avanços mais significativos na história humana. Permitiu o registro de informações, a administração de complexos sistemas sociais e o desenvolvimento de culturas literárias. Cada civilização desenvolveu seu próprio sistema de escrita, desde os hieróglifos egípcios até os caracteres chineses.
Metalurgia: Bronze e Ferro
O domínio da metalurgia do bronze e, posteriormente, do ferro, transformou as sociedades antigas. O uso de ferramentas e armas de metal melhorou a agricultura, a guerra e a construção, dando a essas civilizações uma vantagem tecnológica significativa.
Irrigação e Agricultura Avançada
A construção de sistemas de irrigação permitiu que as civilizações aumentassem a produção agrícola e sustentassem populações maiores. Esses sistemas também contribuíram para a centralização do poder, uma vez que a gestão da água tornou-se uma função crucial dos governos.
A Expansão e a Interação Cultural
À medida que as civilizações se expandiam, elas começavam a interagir entre si, seja por meio do comércio, da guerra ou da migração. Essas interações levaram à troca de ideias, tecnologias e culturas, contribuindo para o desenvolvimento humano global.
Comércio e Rotas Comerciais
As rotas comerciais conectaram civilizações distantes, permitindo o intercâmbio de bens, como especiarias, metais preciosos e tecidos. Esse comércio não apenas estimulou a economia, mas também facilitou a difusão de inovações tecnológicas e culturais.
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Conflitos e Conquistas
Conflitos entre civilizações eram comuns, muitas vezes resultando em conquistas e assimilação cultural. Impérios como o dos assírios e dos persas expandiram seus territórios através da guerra, incorporando diversas culturas sob seu domínio.
O surgimento das primeiras civilizações foi um processo complexo que envolveu avanços tecnológicos, transformações sociais e interações culturais. Desde as margens férteis da Mesopotâmia até os vales fluviais da China, essas sociedades antigas lançaram as bases para o desenvolvimento da civilização humana.
A capacidade de criar cidades, governar populações e desenvolver culturas sofisticadas foi um marco na jornada da humanidade, cujas influências ainda são sentidas nos dias de hoje.
A técnica, desenvolvida a partir de compostos orgânicos, tem como objetivo ser mais sustentável do que a mineração e substituir os metais preciosos de extração; saiba mais
O ouro e a prata são dois tipos de metais preciosos muito valorizados na produção de acessórios. No entanto, tradicionalmente, essa indústria exige a mineração, uma atividade que acarreta diversos problemas ambientais. É com isso em mente que cientistas têm dedicado os seus esforços a desenvolver um material mais sustentável que possua características semelhantes a esses elementos nobres e os possa substituir.
Nesse processo, a inovação mais recente veio de um grupo de pesquisadores da Universidade de Chiba, no Japão, em colaboração com a empresa Mitsubishi Pencil e outras instituições de ensino do país. A força-tarefa conseguiu descobrir uma forma de transformar peças baseadas em compostos orgânicos prateados em dourados a partir de irradiação UV. Seus resultados foram publicados em setembro na revista ACS Applied Materials & Interfaces.
“Expandindo nossas descobertas anteriores sobre materiais de brilho metálico biomimético, conduzimos uma busca direcionada por estruturas moleculares capazes de fazer a transição entre prata e ouro”, explica o pesquisador Michinari Kohri, em comunicado. “Este esforço resultou na identificação de um novo material com propriedades desejáveis”.
DS-DAn
O material brilhante proposto pelos cientistas como possível substituto aos metais preciosos de extração é derivado de diacetileno (DA), com a incorporação de estilbenos por meio de ligamentos em ambas as suas extremidades. Esse conjunto foi denominado como “DS-DAn”, em que “n” representa o número de carbonos do ligante (de 1 a 6).
Após vários ensaios experimentais, a equipe verificou que DS-DA1 (o derivado com a cadeia de carbono de ligação mais curta) tinha uma aparência prateada. Surpreendentemente, seu brilho se tornou dourado após a irradiação UV.
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Esse fenômeno foi atribuído à estrutura cristalina única de DS-DA1, que conta com dois estados montados coexistentes. Os especialistas acreditam que a polimerização topoquímica parcial de diacetileno dentro da estrutura do material modificou seu tom de cor de prata para ouro.
Conforme as observações feitas, o material de brilho prateado desenvolvido pode expressar um brilho dourado seletivamente em áreas específicas quando exposto à luz. Também é possível adicionar cores de gradação de ouro e prata, o que sugere a potencial utilização em uma variedade de aplicações, como itens decorativos, tintas de impressão e cosméticos.
“Ao eliminar componentes metálicos, nosso material inovador minimiza a pegada ambiental e o peso. Além disso, sua adequação para técnicas de desenho baseadas em laser UV abre novas possibilidades para impressão decorativa de alta qualidade”, conclui Kohri. “Uma exploração mais aprofundada de estruturas moleculares pode possibilitar expressar uma variedade maior de cores brilhantes”.
Cientistas da Agência Espacial Europeia apresentaram uma amostra do grande mapa tridimensional do Universo que está sendo feito com o telescópio Euclides.
Há 100 milhões de estrelas e galáxias neste primeiro vislumbre do Universo.
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) divulgou a primeira parte do mapa tridimensional do Universo que está sendo feito com o telescópio espacial Euclides.
Este primeiro fragmento corresponde a apenas 1% do trabalho que o Euclides iniciou neste ano, observando galáxias e estrelas tão distantes quanto 10 bilhões de anos-luz.
Ao longo de seis anos, os cientistas da ESA vão mapear o Universo em um nível extraordinário de detalhes. Isso vai fornecer aos pesquisadores uma grande quantidade de informações sobre a formação e a evolução do espaço profundo.
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“Só nesta imagem já existem dezenas de milhões de galáxias, graças às quais poderemos ter estatísticas sobre onde certos tipos de galáxias estão em relação a outras, como elas evoluem ao longo do tempo, por que não formaram estrelas por alguns bilhões de anos…”, afirmou Bruno Altieri, cientista da ESA responsável pelo arquivo do Euclides, à agência de notícias AFP.
Os cientistas esperam mapear um terço da abóbada celeste até 2030, que é a meta atual.
O grande quebra-cabeça do Universo
Na primeira parte do mapa, o telescópio Euclides cobriu uma área de 132 graus quadrados do céu austral, o que corresponde a cerca de 500 vezes a superfície aparente da Lua.
Ao fazer isso, ele deu início à montagem do “grande quebra-cabeça do Universo”. Pouco a pouco, serão acrescentadas mais peças, e a expectativa é de que o quebra-cabeça seja concluído nos próximos anos.
“(A imagem) representa apenas 1% do mapa e, ainda assim, está repleta de uma enorme variedade de fontes que vão ajudar os cientistas a descobrir novas maneiras de descrever o Universo”, afirmou Valeria Pettorino, cientista do Projeto Euclides da ESA, em comunicado.
Um dos pontos mais impressionantes do mapa é uma faixa preta pontilhada com pontos brilhantes sobre os quais se estendem “nuvens” azuis, chamadas de “cirros galácticos”. Elas são uma mistura de poeira e gás “a partir da qual novas estrelas se formam”, explicou Altieri.
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Nesta imagem, a ESA ilustrou o que o telescópio Euclides mostra em um campo de 2 graus. Ao ampliar até 600 vezes, é possível ver as galáxias que estão nesse pequeno fragmento do Universo.
O mapa que a ESA compartilhou em seu site possui uma resolução poucas vezes alcançada antes: 208 megapixels.
Na verdade, ele permite que você amplie o zoom para ver a estrutura complexa de uma galáxia espiral ou de duas galáxias que interagem entre si.
O Euclides tem um amplo campo de visão, o que permite que ele cubra uma grande margem do Universo em uma única imagem.
Além de criar um mapa altamente detalhado do que existe no Universo profundo, o objetivo final deste projeto é lançar luz sobre um dos maiores enigmas científicos: a matéria escura e a energia escura.
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Elas constituem 95% do Universo, dos quais não sabemos praticamente nada.
A matéria escura (25% do Universo) e a energia escura (70%) têm efeitos opostos: a primeira mantém as galáxias unidas, enquanto a energia escura faz com que o Universo se expanda.
Graças ao seu mapa em 3D, o Euclides vai poder realizar medições precisas da distribuição das galáxias e da expansão do Universo, refinando assim os modelos teóricos do cosmos.
A façanha foi realizada pelo matemático amador norte-americano Luke Durant, de 36 anos, que é ex-funcionário da NVIDIA, uma empresa americana de tecnologia. Para chegar ao número primo imenso, ele utilizou o GIMPS, um software gratuito que aproveita milhares de unidades de processamento gráfico (GPUs).
Essas unidades são circuitos eletrônicos capazes de realizar cálculos matemáticos em alta velocidade, distribuídos em 24 data centers ao redor de 17 países.
O que são números primos?
Números primos são aqueles que só podem ser divididos por 1 e por eles próprios. Em teoria, essa classe de números é infinita. No entanto, matemáticos continuam a se esforçar para encontrar os maiores números dentro desse conjunto. O último maior primo encontrado foi o 2^82 589 933 – 1, agora superado em mais de 16 milhões de dígitos.
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Para descobrir o novo número gigante, Luke começou a desenvolver um sistema baseado em GPUs em outubro de 2023. A descoberta levou um ano para ser concluída.
No dia 11 de outubro de 2024, uma GPU localizada em Dublin, na Irlanda, sugeriu que o número era primo, o que foi confirmado em 12 de outubro por outro sistema no Texas, nos Estados Unidos, usando o teste Lucas-Lehmer, que valida a primalidade de um número.
O marco representa a 18ª descoberta de um novo número primo feita pelo GIMPS. A numeração recém-encontrada é o 52º primo de Mersenne identificado até hoje. O nome faz alusão ao matemático e músico francês Marin Mersenne, que estudou números primos há mais de 350 anos.
Esses números são geralmente expressos como potências seguindo a fórmula 2^n -1.Embora sejam cada vez mais difíceis de descobrir, eles desempenham um papel crucial na criptografia e na segurança digital, onde são amplamente utilizados.
Tais números formam a base do sistema de criptografia RSA — um dos mais importantes da história, criado para proteger a transmissão de dados online. Esse sistema utiliza duas chaves: uma pública, e uma privada, que serve para codificar as informações como um “código secreto.” As chaves são geradas a partir da multiplicação de dois grandes números primos.
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Devido à importância de sua descoberta, Luke pode receber uma quantia significativa como recompensa. O próprio GIMPS deve oferecer um prêmio de US$ 3 mil (mais de R$ 17 mil) para o americano, por ter descoberto um primo de Mersenne.
Segundo comunicado, Luke pretende doar esse valor ao departamento de matemática da Escola de Matemática e Ciências do Alabama. No entanto, um prêmio ainda maior está em jogo (tanto para Luke quanto para outros colaboradores da descoberta): a Electronic Frontier Foundation oferece US$ 150 mil (R$ 854 mil), financiados por um doador anônimo, para o achado de um número primo com 100 milhões de dígitos. Que tal baixar o GIMPS e tentar encontrar você mesmo um desses números?