Crise do Metanol: Mês de intoxicações reforça alerta contra falsificação de bebidas e deixa 15 mortos

Após 30 dias do primeiro alerta em São Paulo, órgãos de segurança e saúde agiram de forma integrada para conter o avanço do metanol em bebidas falsificadas. Foram confirmados 58 casos de intoxicação, e as investigações apontaram o uso de álcool combustível adulterado como provável origem da contaminação.

Um mês após a divulgação dos primeiros casos de suspeita de intoxicação por metanol em bebidas, a crise sanitária no Brasil reforça o alerta sobre a falsificação de produtos. Desde 26 de setembro, quando o Ciatox de Campinas (SP) emitiu o primeiro aviso , até o dia 24 de outubro, foram confirmados 58 casos de contaminação e 15 mortes.

As investigações apontaram uma origem provável para a crise: a falsificação de bebidas destiladas que utilizou álcool combustível adulterado contendo metanol.

🚨 Balanço e Ações Integradas

Dos 58 casos confirmados, a maioria ocorreu em São Paulo. O registro de mortes chegou a 15, sendo nove em São Paulo, seis no Paraná e seis em Pernambuco. Outros nove óbitos seguiam em investigação.

Diante do cenário , órgãos públicos e hospitais de diversos estados, incluindo Norte e Centro-Oeste, foram mobilizados. As principais ações de resposta incluíram:

• Identificação Precoce: Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) assumiram a frente na detecção. Comitê Federal: O governo federal criou um comitê em 7 de outubro para lidar com o problema.
• Antídotos: Foi anunciada a segunda remessa de etanol farmacêutico e a aquisição do composto fomepizol. Protocolos Acelerados: A Polícia Técnico-Científica de São Paulo adotou um novo protocolo de identificação de bebidas adulteradas, diminuindo o tempo de análise.
• Tecnologia: Pesquisadores da UFPE desenvolveram um “nariz eletrônico” capaz de identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas a partir de uma única gota.

Origem da Contaminação Desvendada

No dia 8 de outubro, o Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo confirmou que o metanol encontrado nas garrafas contaminadas foi adicionado, pois sua concentração estava muito acima da encontrada em processos de destilação natural.

Uma operação da Polícia Civil de São Paulo, em 17 de outubro, encontrou os dois postos de onde saiu o combustível com metanol e, dias antes, a distribuidora de bebidas onde os produtos falsos eram envasados.

⚖️ Resposta Legislativa

O tema tem fomentado ações no Poder Legislativo:

• Na capital paulista, uma CPI iniciará trabalhos ouvindo autoridades estaduais.
• Na Câmara dos Deputados, o PL 2307/07, que torna crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas, pode entrar em votação.

Fonte: Agência Brasil