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Crise hídrica em São Paulo: Arsesp prevê redução de pressão na água por até 16h antes de um rodízio

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A medida é a penúltima antes do racionamento, em um cenário de alerta após o Sistema Cantareira atingir o menor nível em 10 anos (24,2%). Especialistas criticam a gestão hídrica após a privatização da Sabesp, temendo que o lucro se sobreponha à segurança hídrica


A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) publicou uma resolução que prevê a redução de pressão no abastecimento de água por até 16 horas antes da necessidade de um eventual rodízio ou racionamento. Segundo Thiago Nunes, diretor-presidente da agência, essa medida, caso adotada, estaria na sexta faixa de um plano de sete, sendo a última o rodízio. Atualmente, o abastecimento opera na terceira faixa, com redução noturna de dez horas.

A situação de alerta se intensificou, pois o Sistema Cantareira – responsável por cerca de 46% do abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo – registrou nesta sexta-feira (24) o nível mais baixo do reservatório em dez anos, operando com 24,2% do volume útil.

Críticas à Lógica Privatista da Sabesp

Especialistas e o Sindicato dos Trabalhadores em Água (Sintaema) criticam a gestão da crise sob a lógica da Sabesp privatizada em 2024. A ausência de representantes da companhia na coletiva da Arsesp foi vista como sintomática, levantando o temor de que o governo não disponha dos mesmos instrumentos para enfrentar a crise como ocorreu em 2014-2016.

O presidente do Sintaema, José Antônio Faggian, alerta: “sob a lógica privada, há o risco de o lucro dos acionistas se sobrepor ao bem-estar da população”.

Edson Aparecido da Silva, secretário Executivo do Observatório Nacional do Direito à Água e ao Saneamento (Ondas), lembra que a Sabesp pública realizou obras importantes, como a Interligação Jaguari-Atibainha. No entanto, ele critica que o objetivo de “garantir receita a todo custo” da companhia é um desincentivo a programas de redução do consumo, o que contraria o interesse público.

Medidas Sugeridas

Aparecido defende a implementação de medidas já usadas na última crise hídrica, como:

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  • Política de Bônus e Desconto: Oferecer descontos nas contas de água (bônus) para usuários que reduzam o consumo em faixas definidas (ex: 10%, 15%, 20%).
  • Majoração para Grandes Consumidores: Aumentar as contas para grandes indústrias em caso de aumento de consumo.
  • Combate a Perdas: Intensificar o combate ao desperdício. Segundo dados da Arsesp de 2023, aproximadamente 32% de toda a água tratada pela Sabesp é desperdiçada, número que se mantém praticamente inalterado desde a crise de 2014-2015.

A principal questão levantada é se uma companhia privatizada priorizará medidas que incentivem a redução do consumo, mesmo que isso afete seu lucro.


Com informações: Revista Fórum / Folha de S. Paulo / Portal Vermelho / Outras Palavras

 

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