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CTMU aprova PLC que revoga lei sobre exploração do serviço público de estacionamento

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Durante reunião realizada na manhã desta quarta-feira (18), os membros da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) da Câmara Legislativa aprovaram o PLC nº 29/2023

De autoria do deputado Fábio Felix (PSOL), Dayse Amarílio (PSB), Max Maciel (PSOL) e Paula Belmonte (Cidadania) o projeto revoga a lei complementar nº 692/2004, que dispõe sobre a exploração do serviço público de estacionamento de veículos em logradouros públicos e áreas pertencentes ao Distrito Federal. A proposta de anulação baseia-se no “alto grau de generalidade e seu caráter autorizativo”, segundo sua justificativa.

Na votação, o parecer do deputado Gabriel Magno (PT) que aprova o PLC nº 29/2023 recebeu três votos favoráveis e um contrário. Votaram a favor o relator e os deputados Fábio Felix (PSOL) e Max Maciel (PSOL). Já o deputado Martins Machado (Republicanos) votou contrário e apresentou voto em separado.

Segundo a justificativa do PCL 29/2023, “a norma a que se pretende revogar traz disposições insuficientes para fundamentar a Parceria Público Privada sob o regime de permissão ou de concessão, o que gera a necessidade de complementação sobre questões essenciais e de fundo de direito, que estão sendo disciplinadas no próprio procedimento da PPP”. Além disso, a justificativa argumenta ainda que os autores “destacam manifestações do TJDFT, quanto à inconstitucionalidade formal da norma, bem como do TCDF, quanto à necessidade de sua complementação”.

Por fim, o relator da proposta vencedora no colegiado, deputado Gabriel Magno, disse que “os autores registram que a LC 692/2004 possui vício formal de inconstitucionalidade, uma vez que se origina de projeto meramente autorizativo, de autoria parlamentar, mas regula matéria de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo”. Magno continua: “este entendimento encontra respaldo na jurisprudência do TJDFT, conforme evidenciado no acórdão mencionado na justificativa do projeto”.

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Gabriel registrou ainda que “a revogação da lei permitirá que o Poder Legislativo exerça sua competência de forma plena já que poderá, se confirmada a necessidade e conveniência da exploração desses serviços públicos, elaborar regrar mais precisas e adequadas”.

Por outro lado, o deputado Martins Machado (Republicanos) apresentou voto em separado para rejeição do PLC 29/2023. Nele, o parlamentar argumentou que a lei de 2004 “passou pelo crivo do Poder Legislativo, seguindo o devido processo legislativo necessário para sua aprovação e posterior sanção do Executivo. Em relação a eventual inconstitucionalidade na norma, o TJDFT por unanimidade julgou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3723/2023 que questionava a LC 692/2004.

De acordo com a decisão do TJDFT, não há irregularidades na referida lei e não há modificação na destinação das áreas. O tribunal não apresentou considerações contrárias nem à lei complementar, nem ao seu decreto regulamentador, chancelando a legalidade dos referidos atos normativos”. O parlamentar finalizou seu voto: “pontuamos a importância da implementação do projeto Zona Verde que está ancorado nas premissas da LC 692/2004 e [lembramos] que o GDF vem trabalhando nesse projeto desde 2019 em constante diálogo com os órgãos e a sociedade civil. O GDF e a SEMOB consideram o projeto Zona Verde uma importante política pública de mobilidade urbana e responsabilidade ambiental na qual pretende ampliar o investimento em transporte público”, declarou Martins Machado.

Por sua vez, o deputado Fábio Felix disse que o assunto tratado na verdade “é uma tentativa do GDF de privatizar todos os estacionamentos públicos e abertos do DF”. O parlamentar continuou sua argumentação em defesa do PLC 29/2023. “Em alguns lugares do mundo, essa iniciativa é usada justamente para financiar a mobilidade urbana coletiva, o transporte de bicicletas e a mobilidade ativa de forma geral. Então é sim uma iniciativa que pode ser legítima, se devidamente discutida com a sociedade. Mas o problema é que o GDF quer implantar o Zona Verde, privatizar todos os estacionamentos públicos das áreas comerciais e residenciais da região central do Plano Piloto sem que exista discussão com a população e baseado em uma lei genérica de 2004, que autoriza inclusive privatizar o subsolo de prédios públicos.”

Felix ressalta que a lei em vigor não vincula que os recursos arrecadados serão investidos em mobilidade urbana. “Essa lei não garante que vai haver transporte melhor, só garante que quem usa carro vai ter que pagar e inclusive retira da Câmara Legislativa a possibilidade de debater os termos da concessão de estacionamentos, entrega um cheque em branco ao governador do DF e ele faz o que quer”, afirmou o distrital.

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Já o deputado Max Maciel disse que o DF tem dois caminhos. “Ou a gente continua produzindo uma série de estacionamentos sem controle ou traz a discussão sobre qual modelo vai ser adotado, pois trazer isso para a Câmara Legislativa é garantir que esse recurso não seja mais uma vez entregue à iniciativa privada e que não tenha retorno à população. Nossa proposta é que o recurso seja administrado como é em Curitiba, onde o dinheiro vai para o caixa da mobilidade para subsidiar o sistema. Se for para colocar uma cancela simplesmente para arrecadar, que o Estado coloque e arrecade como fundo que vai para subsidiar o transporte”, argumentou Max.

O PLC nº 29/2023 ainda vai passar por análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir para apreciação do plenário.

Faixa elevada

Os membros da comissão aprovaram também o PL nº 963/2024 que determina a implantação obrigatória de faixa elevada para travessia de pedestre em frente a unidades de saúde e escolas.

Autor da proposta, o deputado Ricardo Vale (PT) explica em sua justificativa que a “faixa elevada para travessia de pedestre garante maior segurança porque obriga o motorista a reduzir a velocidade, ao mesmo tempo em que eleva a altura dos pedestres em relação ao nível da faixa de rolamento e os mantém praticamente no mesmo nível da calçada de onde partem”.

Já o relator da matéria, deputado Gabriel Magno (PT) lembra que “a iniciativa provoca aumento na interação entre a acessibilidade urbanística e o direito à cidade. Isto porque, por estar alinhado ao nível das calçadas, elimina uma barreira urbana à mobilidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”.

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A proposta foi aprovada com quatro votos favoráveis. Além do relator, votaram pela aprovação os deputados Max Maciel, Fábio Felix e Martins Machado.

O deputado Gabriel Magno afirmou que também há aspectos ligados ao PPCUB que também devem ser levados em consideração. “O modelo que foi apresentado pelo GDF também invade regulamentações e legislações sobre a questão da preservação do patrimônio da área tombada já que prevê a exploração de estacionamentos dentro das quadras. O decreto que tomba Brasília como Patrimônio da Humanidade diz que todas as projeções nas quadras residenciais não podem ser terceirizadas ou exploradas por terceiros”, afirmou Gabriel.

Agora a proposta vai a votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Posteriormente, segue para apreciação do plenário.


Fonte: Francisco Espínola – Agência CLDF

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Relatório apresentado à CESC expõe abusos cometidos em hospital psiquiátrico

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Documento aponta infraestrutura precária e violação de direitos humanos em centros de acolhimento

A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) realizou, nesta segunda-feira (07), uma reunião pública para a apresentação de um relatório de inspeções realizadas na comunidade terapêutica Salve a Si e no hospital psiquiátrico São Vicente de Paula. O documento é fruto de visitas realizadas pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e apresenta uma série de irregularidades e violações que vêm sendo praticadas nas instituições.

O deputado Gabriel Magno (PT), que preside a CESC e a Frente Parlamentar em Defesa da Atenção à Saúde Mental, Antimanicomial e Integradora, lamentou as evidências constatadas no relatório e alertou para a necessidade de fiscalização dos serviços prestados por essas instituições e para a urgência de reforço orçamentário e investimento público na Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

O parlamentar criticou o quantitativo de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) existentes para atender a população do DF. Conforme apontou, a Capital Federal conta atualmente com 18 centros, número que estaria 50% abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde no comparativo com a população local. “Precisamos, no mínimo, dobrar esse número”, afirmou.

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Representando o MNPCT, Carolina Barreto relatou irregularidades encontradas no Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paulo (HSVP), unidade especializada em atendimento de saúde mental localizada em Taguatinga.

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Conforme apurado, o hospital vem adotando medidas abusivas de contenções mecânicas (uso da força) como prática disciplinar, especialmente em mulheres negras, sem seguir o protocolo estabelecido pela Secretaria de Saúde do DF. A visita identificou ainda a existência de 12 pessoas internadas pelo período maior que um ano, o que fere a determinação, de 1995, que prevê a extinção de leitos psiquiátricos em hospitais especializados.

Para Carolina, o perfil de usuários internados reflete uma lógica de segregação social e racial, visto que 75% dos internados são pessoas negras, 37% cursaram até o ensino fundamental e 48 têm até 30 anos. “O perfil de internação não é diferente do perfil de aprisionamento”, declarou.

Com 48 leitos, a instituição também enfrenta um alto índice de reinternações e internações prolongadas, além da falta de uma política de desinstitucionalização efetiva, processo que visa a reinserir pessoas com transtornos mentais na sociedade.

O relatório reporta ainda casos de suicídios entre servidores da instituição, o que, para a pesquisadora, “demonstra que o ambiente é um espaço de adoecimento também para os trabalhadores”.

A comunidade terapêutica Salve a Si, ONG voltada para o acolhimento e tratamento de dependentes químicos, fica localizada na Cidade Ocidental (GO) a 20km do centro urbano do município, o que, para o representante do MNPCT Rogério Duarte Guedes, inviabiliza o acesso ao transporte público, dificultando a chegada e permanência dos acolhidos.

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O relatório apontou violações como condições estruturais precárias, pessoas internadas em situação de vulnerabilidade social, falta de individualização no tratamento e ausência de um plano com equipe multiprofissional. “O que vimos foi uma questão sanitária completamente insalubre”, afirmou o pesquisador.

Outro ponto “alarmante”, conforme Guedes, é a administração de medicamentos psicotrópicos sem receita médica e por profissionais não habilitados, o que caracteriza uma violação dos padrões normativos e impõe risco à saúde dos pacientes. Conforme constatado, os acolhidos são obrigados a trabalhar sob pena de advertências e punições, representando o que ele classificou como “expressões de tortura” e “anulação da personalidade do sujeito”.

A restrição à liberdade financeira foi outro ponto observado nas incursões do grupo à unidade Salve a Si. Há relatos de que a instituição esteja retendo o cartão do programa Bolsa Família dos acolhidos e apropriando-se da remuneração obtida com a prestação de serviços externos. “Há um trabalho análogo à escravidão. Estão tolhendo a subjetividade dos usuários, isso é tortura”, denunciou Guedes.

A presidente do Conselho Regional de Psicologia (CRP/DF), Thessa Guimarães, falou da “luta antimanicomial” que vem travando por um tratamento mais digno e humanizado aos assistidos. Para ela, há uma “rede nacional infralegal de clínicas de saúde clandestinas onde todo tipo de barbaridade é cometida, com práticas de saúde sem controle, onde a justiça e a saúde não conseguem chegar”.

Ela denunciou que donos de diversas dessas instituições têm assento no Conselho de Política sobre Drogas (Conen), o que traduz uma “clara parcialidade”, visto que é o próprio Conen o responsável por propor critérios para a celebração de convênios com entidades públicas e privadas de internação de usuários de drogas. “São ilegais, violam direitos, têm práticas de saúde e de custódia irregulares e ainda recebem verbas do governo. Os donos desses lugares ficam à vontade para cometerem todo tipo de barbaridade com os usuários”, afirmou.

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Segundo afirmou Pedro Henrique Costa, do Departamento de Psicologia Clínica da UnB, 100% das verbas do Conen têm ido para as comunidades terapêuticas. Ele cobrou que haja algum tipo de intervenção para que o conselho cumpra seu papel e denunciou estar havendo “perseguições” dentro do conselho contra aqueles que se opõe à forma como o órgão tem agido com relação à política antimanicomial e ao financiamento de instituições que adotam práticas abusivas.

Recomendações

Diante das situações de violações identificadas, o MNPCT propõe em seu relatório recomendações ao poder público para sanar os problemas. A primeira delas é a desativação definitiva do hospital psiquiátrico São Vicente de Paula, com fechamento imediato de suas portas de entrada.

A proposta visa desinstitucionalizar os usuários e redirecioná-los para serviços adequados dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Além disso, é sugerida a articulação com organizações da sociedade civil para garantir controle social e a fiscalização dos protocolos de contenção mecânica, a fim de evitar violações.

O relatório destaca ainda a necessidade de concursos públicos para aumentar o número de profissionais de assistência social, psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia. O texto sugere ainda revisão das políticas relacionadas às comunidades terapêuticas, com ênfase na segurança sanitária e na responsabilização por violações de direitos, enfatizando como solução a adoção de medidas para prevenir futuros abusos e garantir a dignidade dos pacientes.

Secretaria de Saúde

A representante da SES/DF Fernanda Figueiredo Falcomer destacou que a pasta está atenta às denúncias apresentadas, em especial aos casos de curatela, em que integrantes das instituições retêm o cartão de beneficiários de programas assistenciais dos atendidos.

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Ela afirmou que a secretaria já instituiu um grupo de trabalho para propor um plano de ação que será entregue, ainda no mês de outubro, para desmobilizar os leitos existentes e propor o correto direcionamento das pessoas que atualmente vêm sendo atendidas nesses locais. “O que queremos é reorganizar a rede para melhor acolher as pessoas que virão desses leitos de hospitais” afirmou.

Sobre os Caps, Falcomer pontuou que já está em curso a construção de cinco unidades pelo GDF, sendo que duas delas, no Gama e Recando das Emas, já estão em processo de licitação. As outras três unidades vão atender as regiões de Ceilândia, Taguatinga e Guará.

Encaminhamentos 

Gabriel Magno afirmou que a comissão vai oficiar o Tribunal de Contas do DF sobre todas as irregularidades apresentadas no relatório. Ele pontuou ainda que vai montar uma agenda de inspeções nas comunidades terapêuticas juntamente com outras organizações (sindicatos e conselhos de saúde) ligadas à saúde mental e que vai reforçar um pedido já feito ao Ministério dos Direitos Humanos para que seja instalado um canal específico de denúncias anônimas no disque 100.

O distrital reforçou ainda a necessidade de se discutir o fomento à estrutura da Rede de Atenção Psicossocial no contexto da Lei Orçamentária Anual de 2025. Para ele, é crucial batalhar para modificar a diretriz que vem sendo adotada pelo atual gestor do Poder Executivo que, segundo afirmou, tem o enfoque privatista. “Ano que vem estão previstos mais para o IGES. Temos que focar na saúde pública sendo prestada pelo setor público”, ponderou.

A reunião pública desta segunda-feira (7) teve transmissão ao vivo pela TV Câmara Distrital e pelo YouTube da Casa.

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Entrevista com Chico Vigilante, procurador da Pessoa Idosa na CLDF

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De 8 a 10 de outubro, Câmara promove a 1ª Semana de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, com atividades e serviços gratuitos

Decano da CLDF, aos 70 anos Chico Vigilante (PT) exerce o quinto mandato na Câmara Legislativa. Desde 2023 está à frente da Procuradoria de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (PRO 60+) da Casa, cargo para o qual acaba de ser reeleito. Ao longo dessa vasta trajetória, o deputado aprovou mais de 60 leis. Entre as normas destacam-se algumas voltadas para a pessoa idosa, como a que garante gratuidade e prioridade no transporte público a cidadãos a partir dos 60 anos, a Lei nº 7.298/2023. Na entrevista a seguir, Vigilante reflete sobre desafios e oportunidades advindos do envelhecimento da população do Distrito Federal.

– Em outubro a CLDF recebe a 1ª edição da Semana de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. Quais os objetivos da Semana?
Chico Vigilante: “Nós aprovamos uma lei que institui a Semana do Idoso, a qual, a partir deste ano, será celebrada todo mês de outubro aqui no Distrito Federal. Para comemorar, faremos três dias de atividades: vamos estar com o Sesc, o Senac, a carreta da Polícia Civil e muito mais. Entre as ações, os idosos vão poder tirar sua nova identidade, teremos assistência à saúde, enfim, uma série de atividades para as pessoas idosas do DF”.

–  Como parlamentar experiente, por que o senhor acha importante discutir as questões específicas dos idosos?
Chico Vigilante: “Graças a Deus, as pessoas estão vivendo mais. Eu, por exemplo, estou com 70 anos e tem muitos idosos por aí. Só que nós precisamos fazer com que o idoso seja valorizado, do jeito que ocorre em outros países. Na China e no Japão são extremamente valorizados, até porque o conhecimento que têm a transmitir para a juventude faz com que esses países avancem ainda mais. Aqui no Brasil, o idoso é praticamente escorraçado, mas as pessoas idosas têm muito a ensinar. Por isso queremos, cada vez mais, valorizá-los no Distrito Federal”.

– Quais os principais problemas que envolvem o dia a dia dos idosos atualmente?
Chico Vigilante: “Nós temos um problema de falta de manutenção em calçadas no Plano Piloto e nas cidades satélites, o que pode causar quedas e acidentes. Em caso de quebra de fêmur, os mais velhos podem ficar três ou quatro meses internados em um hospital. Agora, os idosos também precisam enfrentar os golpistas que infernizam a vida deles pelo telefone e roubam o pouco que eles têm no banco. Queremos orientar os idosos neste sentido para prevenir que caiam em golpes. Tem um bando de golpistas espalhado por aí, querendo se aproveitar das pessoas, achando que o idoso é maluco, e não é. O idoso tem muita sabedoria”.

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–    O último Censo, de 2022, indicou que em 12 anos o número de idosos no Brasil cresceu 57,4%. Esse aumento reflete uma tendência mundial que se verifica também no DF. Diante desse cenário, como as políticas públicas podem contribuir para lidar com o envelhecimento da população? 
Chico Vigilante: “A sociedade preocupa-se com as crianças e os adolescentes, o que é justo e correto. Só que o Brasil envelheceu. Portanto, nós temos que passar a ter o mesmo cuidado com os idosos que temos com as crianças, em termos de políticas públicas”.

–    Nos últimos anos, a CLDF tem encorpado a atuação voltada à pessoa idosa. O senhor pode fazer um balanço de leis aprovadas e/ou ações da Câmara que impactam a vida dos idosos no DF?
Chico Vigilante: “Dezenas de leis foram aprovadas para os idosos pela CLDF. Uma muito em voga e que os idosos gostam muito foi de minha autoria, chamamos de “60 ou mais”. Esta lei garante a gratuidade nos ônibus para pessoas a partir de 60 anos. Os idosos ficaram extremamente felizes com isso. Lá na Feira da Guariroba, um açougueiro brincou: ‘esta lei é muito ruim porque minha mulher não para mais em casa’. Eu respondi que esta lei é libertadora. Depois, a esposa dele disse: ‘esta lei é muito boa, porque agora saio aqui de Ceilândia, onde o pão de queijo é R$ 2,50, e vou lá no Plano comprar para os meus netos, porque lá é R$ 1,50’. Portanto, é uma lei que efetivamente integra os idosos à sociedade. E isto é só um exemplo”.

–    Em 2020 a CLDF criou a Procuradoria de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (PRO 60+). Desde 2023, o senhor atua como procurador e, neste ano, foi reeleito para o cargo. Neste período à frente da Procuradoria, o que já foi realizado? E quais são os próximos planos?
Chico Vigilante: “Nós instituímos a Semana do Idoso e a gente pretende, daqui para frente, criar mais canais de comunicação com as pessoas idosas e fazer com que a Câmara Legislativa do Distrito Federal seja exemplo no país no que se refere ao atendimento das necessidades das pessoas idosas”.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência CLDF

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Em audiência pública, empregados da Caesb se mobilizam contra privatização da companhia

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Trabalhadores aproveitaram a reunião para denunciar a precarização do trabalho na empresa

A Câmara Legislativa realizou, nesta quarta-feira (2), uma audiência pública que reuniu trabalhadores da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), membros de sindicatos e integrantes do GDF para debater preocupações acerca da possibilidade de privatização da empresa. A reunião foi presidida pelo deputado Fábio Félix (Psol), que declarou que a mobilização de empregados e a qualidade dos serviços prestados por eles têm sido essenciais para evitar que a empresa tenha passado pelo processo de desestatização até o momento.

Félix classificou como “postura de privatista” a conduta do atual governo, e avaliou como “covarde” o processo desencadeado na Companhia Energética de Brasília (CEB), atual Neoenergia. Para ele, a privatização da CEB se deu por meio de uma manobra jurídica, que fez com que a Câmara Legislativa não participasse da decisão. O deputado disse temer que o mesmo processo ocorra na Caesb.

Para o distrital, a empresa vem enfrentando um processo de “precarização programada” em sua estrutura e, principalmente, na relação da companhia com seus colaboradores. A finalidade desse processo, de acordo com ele, seria fragilizar a imagem institucional para que uma possível privatização futura se dê de forma natural.

“O governo vai plantando um projeto de precarização da empresa. Uma forma de precarizar é não contratar. Se não tem concurso público, obviamente há uma sobrecarga nos trabalhadores”, afirmou.

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Empregados da Caesb denunciaram violações de direito que estariam ocorrendo na companhia, como assédio moral e o “sucateamento intencional” dos serviços. Para Marcos Valério, operador de estação da empresa, mesmo que a Caesb não tenha sido privatizada, as insinuações neste sentido ocorridas nos últimos anos prejudicam a prestação do serviço e o clima organizacional entre os colaboradores.

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“Qualquer processo de tentativa de privatização é lesivo mesmo que ele sequer seja consumado. Há um claro sucateamento sistemático na tentativa de forçar uma situação de entregar nosso patrimônio para o capital estrangeiro”, denunciou.


Concurso

O último concurso realizado pela empresa foi em 2017. No entanto, este certame contemplou apenas uma vaga para o cargo de médico do trabalho. Já para as áreas fins, a última prova ocorreu ainda no ano de 2012. A falta de recomposição de mão de obra, segundo participantes da audiência, tem representado um dos principais gargalos para a prestação dos serviços na Caesb e o novo concurso é visto como uma reivindicação urgente.

A companhia sinalizou, recentemente, que realizará um novo certame para os cargos de níveis médio, técnico e superior, com 82 vagas para contratação imediata e outras 220 para o cadastro reserva. O quantitativo e a relação de cargos, porém, foram alvos de críticas por participantes.

A ausência de previsão de vaga para os cargos de psicólogo do trabalho e assistente social foi usada como argumento de que o novo concurso não foi pensado para suprir as necessidades reais da Caesb. Ainda segundo os participantes, o quantitativo de 82 vagas imediatas é irrisório para suprir as aposentadorias que vêm sendo feitas por meio de programas de desligamento incentivado.

Privatização

O presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Rôney Nemer, avalia que não há, por parte do governo atual, a intenção de privatização da Caesb. Conforme argumentou, a empresa realizou contratos de captação de recursos junto a organismos internacionais para ampliação de sua infraestrutura e uma das cláusulas para a realização dos empréstimos prevê que a companhia permaneça como estatal. “Hoje não há mais a ideia de privatização. Pelo menos em todas as reuniões que participo, não vejo”, afirmou.

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Para o deputado Gabriel Magno (PT), no entanto, a mobilização dos trabalhadores contra privatização e a favor da reestruturação das condições de trabalho deve se manter ativa, pois a “precarização e sucateamento” da Caesb são visíveis.

Para argumentar que a privatização não representaria solução viável para melhoria dos serviços, ele citou diversos exemplos de reestatização de empresas de saneamento ao redor do mundo ocorridos porque as companhias privadas não conseguiram suprir a demanda. “Viram que a privatização é um desastre, porque a conta fica mais cara, o serviço fica pior e o Estado começa a ficar refém, uma vez que as empresas passam a exigir uma fatia cada vez maior do orçamento”, opinou.

O superintendente comercial da empresa, Diego Ferreira, frisou que não há, por parte da gestão, a intenção de desestatizar serviços. Ele também citou os contratos de empréstimos que vedam a privatização pelos próximos 20 anos para argumentar que a Caesb manterá seu regime jurídico. “Eu quero que essa companhia continue pública para todos nós”, declarou.

O ouvidor Eduardo Romualdo comentou que a Caesb vem obtendo bons índices de satisfação (91,42% de aprovação) graças ao trabalho desempenhados pelos trabalhadores, que, em diversos casos, suprem eventuais obstáculos enfrentados pelos empregados terceirizados. “Nos momentos que há problemas nas frentes de trabalho com terceirizados, quem assume os problemas são vocês, empregados”, afirmou dirigindo-se aos trabalhadores.

Como encaminhamento da reunião, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Escotos do DF (Sindagua) Paulo César Bessa realizou votação em assembleia junto aos filiados e aprovou uma requerimento à direção da Caesb pedindo que o novo concurso seja realizado com a maior urgência possível.

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Fonte: Agência CLDF

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