Com 1,8 milhão de idosos convivendo com alguma demência no Brasil, sendo a maioria casos de Alzheimer, o cenário é de “crise silenciosa”. Especialistas alertam que a doença não é uma consequência natural do envelhecimento e destacam a importância do diagnóstico precoce e do estilo de vida saudável como as únicas formas eficazes de proteção

A demência é uma condição de saúde pública em crescimento no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1,8 milhão de pessoas com 60 anos ou mais convivem com algum tipo de demência, número que deve saltar para 5,7 milhões até 2050. A Doença de Alzheimer é a mais prevalente, afetando atualmente 1,2 milhão de brasileiros.

Diante desse cenário, o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar são cruciais. O Dr. Diogo Haddad, head do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, destaca a evolução do tratamento: “Estamos entrando em uma era em que o tratamento deixa de ser apenas sintomático e passa a oferecer a perspectiva de modificar o curso da doença.”

Avanços no Tratamento

O Brasil tem melhorado o acesso a medicamentos já consolidados, como os inibidores da colinesterase (donepezila, rivastigmina e galantamina) e a memantina, que ajudam a estabilizar sintomas e melhorar a qualidade de vida.

No cenário internacional, surgem as terapias inovadoras, como os anticorpos monoclonais anti-amiloide (lecanemabe e aducanumabe). Esses novos fármacos já demonstram capacidade de retardar a progressão da doença e devem, em breve, se tornar disponíveis no Brasil.

Mitos e Fatos Essenciais sobre Demência e Alzheimer

A desinformação ainda é um grande obstáculo no cuidado de pacientes. Muitos mitos cercam a perda cognitiva, dificultando o entendimento da doença.

Afirmação Fato ou Mito O que você deve saber
Demência é só problema de memória. Mito A demência envolve muito mais que esquecimentos; ela afeta linguagem, orientação, humor, julgamento e personalidade.
Demências começam 15 a 20 anos antes dos sintomas. Verdade As alterações cerebrais começam silenciosamente décadas antes dos sinais claros. Por isso, a prevenção é uma estratégia de vida inteira.
Ter boa memória na juventude protege. Mito Memória afiada antes dos 60 não imuniza. O risco é determinado por fatores como genética, saúde vascular e estilo de vida ao longo dos anos.
Alzheimer é transmitido por herança direta. Mito Fatores genéticos aumentam o risco, mas a maioria dos casos não é puramente hereditária. Trata-se de predisposição, não de certeza.
Distúrbios do sono têm papel central. Verdade Apneia, insônia crônica e má qualidade do sono aumentam o risco de demência, sendo um fator de risco pouco valorizado.
Isolamento social é tão perigoso quanto sedentarismo. Verdade A falta de interação social aumenta o risco de declínio cognitivo. Relações sociais servem como um importante “exercício mental” protetor.
Esquecer nomes/senhas é sinal de Alzheimer. Mito Esquecimentos cotidianos que você consegue reverter são normais. O sinal de alerta é quando a falha de memória compromete funções diárias e é persistente.
Evitar açúcar ou glúten previne a doença. Mito Não há respaldo científico para a ideia de que cortar alimentos específicos é uma “cura milagrosa”. O que protege é o estilo de vida saudável em geral.
Tomar remédio para circulação garante prevenção. Mito Não existe “pílula mágica” que previna o Alzheimer. A prevenção depende de múltiplos hábitos saudáveis.
O coração e o cérebro estão conectados. Verdade Fatores de risco cardiovascular como hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo dobram o risco de demência. Cuidar da saúde do coração é crucial para a memória.

Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz / ConteúdoInk

 

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