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Diretores de escolas pedem que cartão PDAF seja aprimorado

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Diretores de escolas pedem que cartão PDAF seja aprimorado

CLDF realizou audiência pública para avaliar a forma como o cartão PDAF vem sendo executado pelo GDF

A Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou audiência pública destinada a avaliar a forma como o Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) vem sendo executado pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), especialmente, o uso do cartão PDAF. Houve consenso de que o programa precisa ser aprimorado em vários aspectos, principal pedido dos diretores de escolas durante a reunião.

A reunião foi conduzida pela presidente da CFGTC, deputada Paula Belmonte (Cidadania), que lamentou a ausência da secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, e teve a participação dos deputados Max Maciel (PSOL) e Gabriel Magno (PT). A SEEDF foi representada pelo diretor do PDAF, Carlos Chiod, e pela chefe da Unidade de Gestão e Controle Financeiro Orçamentário, Mírcia Márcia.

Logo na abertura dos trabalhos, Belmonte questionou a forma de uso do Cartão PDAF, especialmente, o fato de que somente empresas credenciadas junto à pasta tenham permissão para executar as reformas, encarecendo os orçamentos, ou fornecer produtos e serviços. “A gente está vendo uma certa dificuldade. Muitas vezes o diretor vem aqui com uma demanda, porque eu destinei recuso de emenda parlamentar para o PDAF, e diz: ‘preciso pintar minha escola, fiz um orçamento de trinta mil [reais], com o PDAF está ficando oitenta mil’. Então essa é uma realidade que precisamos esclarecer. Temos o cartão que vem do Ministério da Educação, o PDDE [Programa Dinheiro Direto na Escola], que funciona da mesma maneira, mas que não precisa desse cadastro [de fornecedores]. Observamos que está ficando muito cara essa conta pública. Primeiro que o gestor não consegue fazer, segundo que torna inviável o projeto. Pedimos que a SEEDF mantenha o cartão, mas esse cadastro está deixando engessado e sendo oneroso para nossa cidade”, declarou a deputada.

PDAF

O Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) concede recursos financeiros em caráter complementar e suplementar diretamente às escolas e coordenações regionais de ensino da rede pública de ensino do Distrito Federal. Em setembro de 2023, o GDF lançou o Cartão PDAF para ser usado na compra de materiais e contratação de serviços de manutenção nas escolas. Os pagamentos são realizados com o cartão, emitido pelo Banco de Brasília (BRB). Esses recursos também podem ter origem em emendas parlamentares.

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Obras

A presidente da Associação de Diretores e ex-Diretores das Escolas Públicas do DF (ADEEPDF), Leide Oliveira, afirmou que há informações divergentes entre as regionais de ensino e que as obras precisam ser executadas. “Diretor [de escola], exija do diretor da regional que ele faça seu papel, [ele] não pode dizer que as empresas não querem fazer o serviço porque está abaixo do mercado. A gente não pode é ficar com dinheiro e as obras [paradas] nas escolas. Cada regional tem uma fala diferenciada e a SEEDF poderia nos ajudar nesse sentido. Ou o cartão vai realmente resolver o problema ou a gente tem que tomar outras providências. O parlamentar colocar verba na escola e ela ficar parada não dá”, disse Leide.

O diretor do Centro de Ensino Fundamental (CEF) Maria do Rosário, localizado em Ceilândia, James Mayner Silva, relatou problemas para executar obras novas nas escolas, caracterizadas como investimento e não manutenção. “Tenho uma emenda do deputado Leandro Grass, que nem é mais deputado, e está com um ano e quatro meses parada porque é obra de capital. Todo mundo sabe que quando você vai fazer uma obra que não existe na escola, cobrir uma quadra por exemplo, precisa ter projeto arquitetônico. Antes, a empresa fazia o projeto porque poderia pegar a obra para executar. Com o cartão, essa empresa tem que ser escolhida pelo aplicativo. Qual empresa faz o projeto? Ninguém vai fazer de graça. As empresas que são escolhidas chegam lá e querem botar o preço lá em cima. Então não está funcionando. E a prova disso é o saldo que está parado nas contas das regionais. Sugiro que a senhora deputada peça o saldo das emendas que está parado, sem execução na secretaria”, relatou James.

Produtos

Rosilene Nóbrega, do Centro de Ensino Médio (CEM) 03 do Gama, disse que o sistema não funciona porque trava as compras devido ao preço. “Vou dar um exemplo, precisei de um liquidificador na escola e tive que pedir emprestado. Por causa dessa tabela de preço, ninguém queria vender. Eu com as frutas, no período de calor, sem poder fazer o suco para os alunos porque esse sistema trava por causa do preço. Estou na direção há 20 anos. Quando o PDAF chegou foi um alívio porque a gente passou a executar. As escolas do DF estão bonitas porque nós aplicamos, investimos. Mas da forma que está aí, não tem como [continuar]. Esse sistema está atrapalhando”, contou Rosilene.

Papelaria

O diretor da Escola Classe 410 de Samambaia, Paulo Gileno, apresentou uma sugestão de alterar o PDAF. “Hoje o cartão PDAF é usado para tudo, seja compra ou obra. E a regional está gastando tempo para comprar liquidificador ou papelaria. Nós entendemos de papelaria, a gente sabe disso. Deixe o cartão PDAF exclusivamente para obras. Se tem problema de falta de engenharia, coloque um sistema para que a escola possa contratar o serviço de engenharia para fazer [o projeto]”, instigou Paulo.

A CEF 15 do Gama foi representada pela sua diretora, Ana Elen Ferreira Moitinho. Ela relatou várias dificuldades da unidade, que oferece a educação integral, e disse que a verba do PDAF está diminuindo. “Nossa escola oferta educação integral de dez horas. Servimos café da manhã, almoço, lanche e jantar. Esse ano recebemos 58 mil reais de PDAF. O valor está reduzindo. Só de gás, eu gasto R$ 35 mil por ano. Ainda tem que pagar contador, o que sobra para os professores? No turno vespertino, são 15 oficinas, não tem material para elas. Temos orquestra de violinos desde 2018, há vários instrumentos estragados e não tem como comprar acordoamento. Estamos em uma situação muito difícil de execução de educação integral no DF. A educação integral na SEEDF é o filho pobre. Minha sugestão é que o cartão PDAF seja executado dentro da região administrativa. Tem muita dificuldade em papelaria [porque o aplicativo não leva em conta a região]. Eles não querem ir em escola [de outra região] para [entregar] compra pequena. Por que o comerciante do Gama, já cadastrado, não atende a escola do Gama? Por que tem que ser de Planaltina, por exemplo?”, indagou Ana Elen.

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Valor do PDAF

O diretor do CEF 08 de Taguatinga, Antônio Carlos da Silva, pediu aumento da verba “per capita” do PDAF e também que seja incluída verba de capital, destinada a investimento. “O valor de R$ 60 ‘per capita’ é pouco. Tem que aumentar e [nesse cálculo] já deve ser considerado o valor do contador e do gás. Ano passado imprimimos cem mil cópias e tenho um duplicador que rodou um milhão de cópias. Além disso, não tem verba de capital, precisamos que a SEEDF destine verba de capital. E também, nessa verba do PDAF, existir dinheiro para [pagar] projetos”, pediu Antônio Carlos.

Paula Belmonte reforçou a questão. “Esse valor da ‘per capita’ está defasado, ele precisa aumentar. E há outras questões, como foi dito aqui. Por exemplo, quando a escola é inclusiva, diminui o número de vagas e [por consequência] ela fica prejudicada financeiramente. E tem que levar em conta as questões de escola classe ou jardim de infância. Temos que trazer equidade para as escolas. Não podemos prejudicar quem está querendo incluir, muito pelo contrário”, disse a parlamentar.

Por sua vez, o deputado Gabriel Magno (PT) trouxe dados sobre os valores orçamentários. “O orçamento desse ano [2024] do PDAF é de R$ 119 milhões do Executivo. E de emendas parlamentares são mais R$ 115 milhões. Isso é muito grave porque se quebra a autonomia das escolas”, alertou o deputado. Além disso, ele corroborou com a necessidade de aumentar o valor do PDAF. “Tem de onde tirar. Em 2022, recebemos apenas para educação, vindo do Fundo Constitucional, R$ 3,1 bilhões. Em 2023, esse repasse foi de R$ 5,6 bilhões, cresceu 43%. Por que não corrigimos o PDAF com esse recurso? O custo ‘per capita’ do PDAF tinha que crescer ano a ano pelo menos a inflação, no mínimo. Eu defendo que seja inflação e mais o crescimento do orçamento. As escolas estão estranguladas. Se a gente gasta R$ 600 milhões por ano com transporte, não podemos gastar R$ 119 milhões com escola. A conta não fecha”, defendeu o presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura.

Cadastro

O deputado Max Maciel (PSOL) lembrou que teve toda sua vida estudantil em ensino público e apresentou sugestão de um curso específico, desenvolvido em parceria com o Sebrae, para auxiliar os fornecedores a se cadastrarem. “Constatamos em várias escolas o mesmo problema dito pelos diretores: ‘o rapaz que fazia aquele socorro do dia a dia na escola não conseguiu se inscrever no PDAF’. Consultamos alguns desses fornecedores e eles diziam: ‘não tenho condições, não entendo, sou pintor, não consigo parar para alimentar [o cadastro]’. Então buscamos o Sebrae para que se faça um minicurso, [no qual] os diretores poderiam mandar lista de seus fornecedores históricos, e essa formação fosse feita com eles [fornecedores] para que conseguissem se cadastrar no programa do cartão PDAF. A ideia não é acabar com o cartão, mas aprimorar”, relatou Max.

Respostas

A chefe da Unidade de Gestão e Controle Financeiro Orçamentário, Mírcia Márcia, disse que o programa está em momento de avaliação. “Vemos que há muitos problemas na execução, quase uma inexecução. Faço o compromisso de reavaliar essas questões. Vamos buscar junto às regionais de ensino quais as principais dificuldades. Sobre os preços de referência, hoje usamos o mapa de preços públicos da Subsecretaria de Receita (Surec) da Sefaz-DF porque isso é uma obrigatoriedade do decreto do governador. Estamos buscando parceria junto ao Tribunal de Contas da Paraíba, buscando uma melhoria para que fique mais perto da realidade. Mas o preço é uma referência, não obrigatoriedade”, afirmou Mírcia.

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A gestora falou também sobre a questão de fornecedores que se recusam a fornecer o produto ou serviço devido à distância. “Quando o fornecedor se cadastra, ele escolhe se vai atender apenas a sua região, ou mais de uma, ou até todas. Para se cadastrar, ele está sujeito a algumas regras e essa é uma delas: ele não pode se recusar a fazer obras ou a entregar um produto devido àquela regional ser distante dele [porque ele escolheu fornecer para a região]. Peço que os regionais de ensino nos reportem isso. Tenho como bloquear o fornecedor, chamar para conversar e falar que ele não pode agir assim. Não foi o que pactuou”, garantiu a representante da SEEDF.

Quanto às obras, ela admitiu que há defasagem de preços e outros problemas. “Eu reconheço que alguns preços estão desatualizados porque quando subimos a tabela, eram preços de 2021. Detectamos que algumas empresas têm se valido da situação [de estar cadastrada]. Quando contrato pelo edital 2, contrato o serviço e material juntos. Se no banco de preços está R$ 32/m2 para pintura, significa que estão sendo pagos a tinta e o serviço de pintura. Já nos reunimos para rever os editais, rever os preços, principalmente os de obras, e também [para] rever essa questão de delimitação regional”, afiançou Mírcia.

Por fim, os diretores solicitaram que a SEEDF envie uma circular para as regionais, informando que podem comprar papel. O compromisso foi assumido pela representante da secretaria.


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Jogadores nascidos no DF receberão o título de Cidadão Benemérito de Brasília

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Jogadores nascidos no Distrito Federal, Endrick, Robert Renan e Kaká receberão, da Câmara Legislativa, o título de Cidadão Benemérito de Brasília

Os deputados distritais aprovaram as homenagens na sessão deliberativa desta quarta-feira (9). A honraria é concedida pela CLDF a brasilienses que praticam atos de relevante interesse social.

Endrick

Nascido em Taguatinga, em 21 de julho de 2006, o atacante Endrick joga pelo Real Madrid e integra a atual Seleção Brasileira. Começou a jogar futebol aos quatro anos de idade e aos dez anos mudou-se com a família para São Paulo, onde passou a atuar na equipe sub-11 do Palmeiras. Com apenas 16 anos, tornou-se o mais jovem a marcar gol atuando profissionalmente pelo time paulistano.

“O atleta é exemplo para uma geração inteira e motivo de orgulho para Taguatinga, para Brasília e para o Brasil. Sendo uma referência para a juventude negra e periférica do Distrito Federal”, afirma o deputado Max Maciel (Psol), que, juntamente com Tiago Manzoni (PL), propôs a homenagem por meio do projeto de decreto legislativo nº 202/2024.

Robert Renan

Max Maciel também é autor do PDL nº 138, que concede o título de Cidadão Benemérito de Brasília ao zagueiro Robert Renan, que nasceu em 11 de outubro de 2003. O atleta foi criado na expansão do Setor O, Ceilândia, onde frequentou o Projeto Arte Líder. Foi descoberto pelo Novorizontino, de Novo Horizonte (SP), e iniciou na categoria de base. Depois, seguiu para o Corinthians, no qual estreou profissionalmente, em abril de 2022. Contratado pelo Zenit, da Rússia, esteve emprestado ao Internacional. No mês passado, foi anunciado que ele deixaria o time gaúcho para jogar no Al-Shabab, da Arábia Saudita.

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Kaká

Nascido no Gama, em 22 de abril de 1982, Kaká (Ricardo Izecson dos Santos Leite) é dono de uma brilhante trajetória no futebol mundial. Já residindo na capital paulista, passou a atuar no São Paulo Futebol Clube aos 12 anos de idade. No início de 2001, estreou como profissional e meses depois passou a disputar amistosos pela Seleção Brasileira. Em 2003, foi transferido para o Milan e, em 2009, para o Real Madrid, tendo conquistado diversos títulos. Recebeu a “Bola de Ouro” – melhor jogador do mundo, em 2007.

“O título de Cidadão Benemérito de Brasília a Kaká é um reconhecimento pela sua atuação e conduta exemplares, dentro e fora dos campos, além dos relevantes trabalhos humanitários, principalmente, como embaixador da Organização das Nações Unidas para o Programa Alimentar Mundial”, justifica o deputado Tiago Manzoni, que apresentou, com o colega de partido Roosevelt Vilela, o projeto de decreto legislativo nº 204/2024, que trata da homenagem ao ex-jogador.

Mais homenagens

A Câmara Legislativa aprovou, na sessão de hoje, outras homenagens a cidadãos brasilienses e personalidades que residem no Distrito Federal. Também receberão o título de Cidadão Benemérito de Brasília, Dom Marcony Vinícius Ferreira, arcebispo militar do Brasil; Ana Cláudia Badra Cotait, e Diego Marques Araújo.

Já os agraciados com o título de Cidadão Honorário de Brasília serão: Ney Ferraz Júnior; Maria Angela Marini Vieira Ferreira; Maria Teresinha de Oliveira Cardoso; Edson Alfredo Martins Smaniotto; Sérgio Xavier de Souza Rocha; Meire Lúcia Gomes Monteiro Mota Coelho; Hélio Camilo Marra; Nilsoni de Freitas Custódio; Ezenete Rodrigues, e Fernando Antônio Rodriguez.


Fonte: Marco Túlio Alencar – Agência CLDF

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Max Maciel correlaciona problemas na mobilidade urbana com violência contra as mulheres

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A notícia do estupro de uma adolescente ao atravessar uma passarela na EPTG, nas cercanias de Vicente Pires, repercutiu no plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (9)

Ao lamentar o ocorrido, o deputado Max Maciel (Psol), que preside a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana, relacionou uma série de questões do sistema de transporte público do Distrito Federal com a falta de segurança para as mulheres e apresentou “terríveis dados, mas reais” sobre o assunto.

Citando números da pesquisa “Vivências e demandas das mulheres por segurança no deslocamento”, realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, o distrital informou que 97% das mulheres têm medo de sofrer algum tipo de violência enquanto se deslocam pela cidade e 80% sentem medo de sofrer um estupro, agressão física, preconceito ou discriminação por alguma característica sua. Além disso, ele apontou que sete em cada dez mulheres revelam já ter vivenciado alguma violência durante o deslocamento.


“Falhas no transporte, falta de iluminação pública, ruas vazias, espaços públicos abandonados e ausência de policiamento em horários de deslocamento aumentam a sensação de insegurança durante os trajetos”, destacou Maciel. “No Itapoã Parque, há paradas novas perto de matagal com quase 1,5m de altura”, exemplificou. Ele ainda acrescentou que as mulheres negras e pobres são as que mais usam o transporte público e as que acabam sofrendo mais violências.


Também do Psol, o deputado Fábio Felix lembrou “duas histórias muito tristes que pautaram a CPI do Feminicídio”, em 2019: “Letícia Curado foi assassinada depois de não conseguir acessar o sistema de transporte público em Planaltina; e Pedrolina Silva foi abordada numa parada de ônibus sem proteção, iluminação e condições mínimas de segurança para mulheres, no início da L2 Sul”.

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O parlamentar defendeu a implementação das 80 recomendações da CPI e pregou: “A gente não pode se silenciar com relação às mulheres não se sentirem seguras nos espaços públicos da cidade. Não podemos naturalizar isso”.


Fonte: Denise Caputo – Agência CLDF

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Uso de celulares nas escolas é debatido na CLDF

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A Câmara Legislativa realizou, na manhã desta quinta-feira (10), reunião pública para tratar do uso de celulares nas escolas do Distrito Federal

A iniciativa do debate partiu do deputado Fábio Félix (PSOL), que destacou a importância de se discutir o tema. “É importante a gente refletir sobre o impacto dos celulares na sala de aula, mas também é preciso ressaltar que o acesso às tecnologias passa pela questão da desigualdade social. Muita gente não tem acesso à internet em casa e só consegue esse acesso nas escolas. Por outro lado, o uso exagerado do celular impacta as relações humanas”, observou.

Para o deputado Gabriel Magno (PT), o conteúdo gerado nas redes sociais muitas vezes é prejudicial ao próprio sistema de ensino. “Levantamento mostra que mais de 90% dos ataques às escolas nos últimos anos foram estimulados nas redes sociais”, alertou. Essa preocupação foi compartilhada pela diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Márcia Gilda. “O celular é também uma ferramenta de intimidação contra os professores. Muitos professores sofrem ataques na internet. Além disso, o celular tem sido um instrumento de alienação. Descobrimos inúmeras células nazistas em Ceilândia. Temos estudantes negros sendo capturados para participar de células nazistas”, relatou.

A professora Márcia Gilda também contou o que tem observado nas escolas do DF em relação ao uso de celulares por estudantes. “Muitos não socializam mais. No recreio vemos os alunos isolados usando seus celulares. Outra questão preocupante é que o celular produz a chamada síndrome da mente acelerada. As pessoas não conseguem mais ler e só assistem a vídeos curtos. Nenhum conteúdo consistente, sólido de informação, é possível ser passado em 30 segundos de vídeo. Estamos observando uma geração que não tem mais paciência para a leitura”, disse a diretora do Sinpro-DF.

A necessidade de controlar o acesso de crianças e adolescentes ao celular motivou a criação do Movimento Desconecta, do qual a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Andrea Galassi, é representante. “O movimento nasceu a partir de famílias incomodadas com as crianças gastando muito tempo em redes sociais, em vez de estarem brincando. Os pais ou responsáveis participantes firmaram um pacto coletivo para adiar a entrega dos celulares para crianças somente aos 14 anos e a entrada nas redes sociais aos 16 anos. É um pacto coletivo dos pais que é levado até as escolas. Trata-se de um movimento colaborativo entre as famílias. É preciso lembrar que quem entrega o celular é a família, e não a escola”, explicou.

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A mera proibição do uso do celular sem a contrapartida da inclusão digital, no entanto, não resolve o problema, como explicou a professora e conselheira tutelar Rayanne Oliveira Fontenele Vasconcelos. “Grande parte da nossa população não tem acesso ao uso do celular e isso ficou escancarado na pandemia. Quando se tem celular, muitas vezes é um por família.

Não temos psicólogo, assistente social, laboratório de informática. E aí vamos retirar o celular do estudante que não tem outra forma de acesso? É preciso viabilizar internet de qualidade para atividades de pesquisa e aulas de educação digital. Muitos estudantes não sabem sequer enviar um email. Os estudantes precisam saber identificar desinformações. Saber o que é publicidade e o que é informação. Precisamos de educação midiática nas escolas”, defendeu.

Representando o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), a advogada Taty Daiane da Silva Manso defendeu a autonomia das instituições de ensino no regramento e controle do uso de celular nas escolas privadas. “Quando a escola tem autonomia para estabelecer regras sobre o uso do celular, ela consegue fiscalizar e aplicar as punições. Os pais ou responsáveis podem escolher escolas mais rígidas ou menos rígidas”, afirmou a advogada.

Falando em nome da Secretaria de Educação, Claudimary Pires de Oliveira sinalizou disposição do Governo do Distrito Federal em modificar a legislação sobre o tema. “A legislação precisa se adequar ao tempo atual. Estamos disponíveis para discutir uma regulamentação alinhada ao momento em que vivemos”, garantiu.

Na instância federal, as discussões sobre proibição de celular nas salas de aula andam mais avançadas. É o que garante Ricardo Lins Horta, da Secretaria de Assuntos Digitais do Ministério da Justiça. “O governo federal vai propor muito em breve um projeto de lei sobre a utilização de celulares nas escolas. A recomendação será de não dar dispositivo próprio para crianças de até 12 anos”, adiantou.

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A discussão sobre o uso de celular nas escolas não pode se restringir a educadores e familiares e precisa envolver também os próprios estudantes. É o que ressaltou Rodrigo Nejm, do Instituto Alana. “É fundamental ouvir os estudantes. Crianças e adolescentes também estão incomodadas com o desconforto causado por algoritmos que trazem conteúdos violentos e inadequados”, lembrou.

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