Distrito Federal
Entrevista: reitora eleita da UnB pontua principais desafios da gestão
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Rozana Naves foi escolhida com 64% dos votos para comandar a próxima gestão da UnB, que afirma que vai focar em uma gestão democrática
Na primeira entrevista após ser eleita próxima reitora da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves, elencou ao Metrópoles quais os principais desafios que terá nos quatro anos frente à instituição de ensino superior. A docente diz que aposta em uma gestão democrática e participativa, com foco em mecanismos como audiências públicas e interlocutores para a comunidade.
“Pensamos na universidade como palco desses grandes debates, das discussões, dos grandes temas de interesse nacional, internacional”, disse. “É uma ação assim que está no nosso radar e que a gente pretende tornar permanente, viabilizando assim um maior engajamento da comunidade nos nossos processos democráticos internos e também no país”, completou.
Rozana também abordou a questão do orçamento, incluindo a intenção de implementar um sistema participativo, e a necessidade de buscar recursos externos para projetos como novos alojamentos e reformas nos já existentes.
“A gente tem observado que há espaço orçamentário para realizar reajustes na assistência estudantil”, afirmou. “Esse é um caso que pode ser colocado para a consulta estudantil”, exemplificou a reitora eleita.
Para Rozana, uma das prioridades é o investimento em infraestrutura nos campi, com apoio a obras de contenção de chuvas, que têm causado alagamentos frequentes em laboratórios da universidade.
A professora defende a parceria Governo do Distrito Federal (GDF) no projeto “Drenar” para lidar com o grande volume de água proveniente das chuvas. “Um outro ponto seria a substituição do asfalto dos estacionamentos por blocos permeáveis”, acrescentou,
A reitora eleita também fala em obras para acessibilidade física dentro da Universidade de Brasília, especialmente nos acessos aos prédios.
Outra proposta é a reforma dos alojamentos estudantis. Em abril, o Ministério Público Federal (MPF) investigou suposta omissão da Universidade de Brasília (UnB) de garantir moradia digna aos estudantes de graduação.
“Pelo volume de reformas necessárias, será muito difícil executá-las com o orçamento discricionário da universidade. Então, para esse tipo de reforma, vai ser necessário buscar recursos novos, talvez na forma de emendas parlamentares”, disse.
A professora criticou o fato das construções dos alojamentos não estarem incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Em relação ao orçamento, Rozana destacou que a universidade ainda depende da aprovação do orçamento de 2025 pelo Congresso Nacional, prevista para fevereiro ou março do próximo ano.
Na entrevista, a reitora eleita também discute a situação do calendário acadêmico, impactado pela greve recente, e a necessidade de regularizar a situação.
Eleição
Na quinta-feira (5/9), a professora Rozana Naves foi eleita a nova reitora da Universidade de Brasília (UnB) e assumirá a gestão da instituição de ensino superior de 2024 a 2028. Representante da chapa “Imagine UnB: Participar e Transformar”, ela recebeu a maioria dos votos no segundo turno do pleito, contra Olgamir Amancia Ferreira. O vice-reitor eleito é Márcio de Farias.
Ao todo, foram computados 8.163 votos. Desses, 5.287 foram às urnas a favor de Rozana (64,98%), enquanto 2.876 votaram em Olgamir (35,02%). A porcentagem de abstenção foi semelhante à do primeiro turno, somando 84,4% dos 56.431 professores, alunos e técnicos aptos a votar, mas que não o fizeram.
O vice de Rozana é o professor Márcio Muniz. Ele é formado em engenharia pela Universidade Federal do Ceará, tem mestrado pela PUC-RJ e doutorado pela Swansea University, Inglaterra. Eles está há 38 anos na Universidade de Brasília. Ao longo desses anos foi diretor, vice-diretor e coordenador de pós-graduação e de extensão da Faculdade de Tecnologia.
Como funciona
A próxima etapa será a inscrição das candidatas ao cargo de Reitora, na Secretaria dos Órgãos Colegiados (SOC), em 10 de setembro de 2024. Em seguida acontece a elaboração da lista tríplice pelo Conselho Universitário (Consuni) da UnB, em 13 de setembro de 2024. A lista tríplice será encaminhada ao Ministério da Educação e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsável pela nomeação da Reitora.
Historicamente, o candidato mais votado nas consultas da UnB é nomeado reitor pelo Presidente da República. A expectativa é que Rozana assuma a gestão em novembro.
Leia entrevista na íntegra:
Jade: Bem-vindos a mais um Metrópoles Entrevista. Meu nome é Jade de Abreu e hoje vamos conversar com a reitora eleita da Universidade de Brasília. Rozana Naves, que venceu o pleito com uma vantagem superior a 2 mil votos da adversária, Olgamir. Rozana é professora e pesquisadora do Departamento de Linguística Português e Línguas Clássicas (Lip), foi diretora do Instituto de Letras e atuou como decana na administração, além de ter sido coordenadora do Programa de Pós-Graduação de Linguística. Certo, professora? Primeiro, parabéns pela vitória, parabéns pela campanha e obrigada por ter vindo aqui logo depois de ter ganhado as eleições. Eu sei que foi uma rotina muito grande, então muito obrigada pela sua participação hoje com a gente aqui no Metrópoles.
Rozana: Eu é que agradeço pelo convite. É um prazer reencontrá-la desde ontem na cobertura. Você que foi egressa do nosso curso de Letras também. E obrigada ao Metrópoles pelo convite à audiência que está nos acompanhando. Estou à disposição de vocês aqui nesta tarde.
Jade: Pefeito, professora! Primeiro eu gostaria de saber quais são as principais ações a partir de que começar a gestão dentro da reitoria.
Rozana: Primeiro, agradecer e deixar aqui o meu agradecimento à comunidade da Universidade de Brasília. Nós ontem tivemos mais uma ação desse processo democrático que se constitui de várias fases, várias etapas. Foi o segundo turno com a participação dos três segmentos. Nós tivemos a alegria de poder contar com a maior votação nos três segmentos, com uma diferença significativa e em particular entre técnicos, mas também entre estudantes e docentes.
Isso demonstra a capacidade da universidade de realizar processos democráticos, o que é muito importante para o nosso país. Eu estou falando disso porque justamente uma das ações centrais do programa de gestão que a gente apresentou à comunidade é o da gestão democrática e participativa. Esse é um eixo transversal do programa, porque a gente tem observado uma certa desmotivação da comunidade, em geral, mas acho que da população como um todo em relação às pautas que envolvem o engajamento político e a própria discussão sobre democracia, defesa com incondicional dessa democracia que a gente tanto quer.
As universidades têm sido um baluarte aí na sustentação da nossa democracia. Então a gente entende que esse exercício democrático no processo de consulta para reitoria, mas na convivência, no convívio diário da universidade, é algo muito importante de ser implementado. Então, pensar a universidade como palco desses grandes debates, das discussões, dos grandes temas de interesse nacional, internacional, é uma ação assim que está no nosso radar e que a gente pretende se tornar permanente, viabilizando assim um maior engajamento da comunidade nos nossos processos democráticos internos e também no país.
Jade: Nesse sentido mesmo, como vai funcionar uma gestão participativa? Tantas pessoas opinando como é que vai ser algo para que a gente vai conseguir gerir? Como funciona na prática?
Rozana: Bom, a gente pretende criar alguns mecanismos de participação mais efetiva da comunidade. A gente tem plena consciência de que a universidade atua e delibera na forma do seu regimento Interno, ou seja, por uma democracia representativa dos seus colegiados superiores, mas também nos colegiados das unidades acadêmicas. Mas há vários mecanismos que a gente pode implementar para possibilitar que toda a comunidade participe efetivamente dos processos decisórios, especialmente aqueles que implicam uma ampla abrangência das políticas em relação à nossa comunidade.
Por exemplo, o dispositivo das audiências públicas. Mas não apenas para que elas constem dos processos administrativos, mas como instrumentos a partir dos quais são criadas as políticas e não o inverso, não é? Não se trata de criar políticas e colocar em consulta pública, mas é trabalhar com o resultado das consultas públicas na implementação das políticas. Nós tivemos essa experiência na elaboração do planejamento estratégico do Decanato de Administração, que foi construído com ampla participação tanto da equipe do decanato como da comunidade interna e da comunidade externa, que fazia a relação com o decanato de Administração.
Então, esse é um dos mecanismos, mas a gente também pretende criar junto ao gabinete da Reitoria, interlocutores ou segmentos que possam trazer diretamente ao gabinete as demandas dos segmentos em específico e, com isso, também possibilitar um acesso maior da comunidade. E a reitora, então, criar mecanismos de maior interlocução entre a reitoria, o gabinete e a comunidade diretamente. Isso é importante pra nós, porque a nossa candidatura foi construída pela base. Nós nos constituímos como um grupo de docentes, técnicos e estudantes que elaborou o programa que trabalhou na proposição da candidatura. Então, é uma candidatura genuinamente UnB. E isso nos deu muito orgulho durante o processo e é assim que a gente quer continuar construindo as políticas da universidade.
Jade: Não só em questões políticas. Isso vai mexer também na questão do orçamento. O orçamento também vai passar por uma análise participativa e por opiniões de diversos segmentos. É isso mesmo? Vai ser na mesma linha, audiências públicas?
Rozana: É isso mesmo. A gente pretende desenvolver também instrumentos tecnológicos, um pouco de uso da inteligência artificial que a gente já tentou implementar um pouco na campanha, experimentar e, a partir desses mecanismos, recolher informação da comunidade a respeito daquilo que ela acha prioritário em termos de execução dos nossos recursos públicos e também de ampliação desse orçamento.
Em outras áreas, por exemplo, a gente deve captar recursos via emenda parlamentar, via captação externa para projetos. Quais são os temas estratégicos que a Universidade de Brasília pretende contribuir para o desenvolvimento do país, para o desenvolvimento, inclusive em âmbito internacional, para sua projeção internacional? Então, a comunidade se manifestar sobre esses temas é muito importante para orientar estrategicamente as ações da gestão.
O orçamento participativo visa, por exemplo, priorizar que ações poderão ser desenvolvidas com nosso orçamento próprio, com orçamento discricionário, que é oriundo do Ministério da Educação e aquilo para o que a gente precisa captar emendas durante o processo de campanha e mesmo na pré campanha, vários temas foram surgindo e a gente foi conduzindo já antecipadamente à comunidade ou sugerindo a eles que se manifestassem mesmo em torno de priorizações, por exemplo, o segmento estudantil.
Eles têm um leque imenso, imenso de demandas e são capazes de hierarquizar, de reconhecer complexidade, algumas ações e outras menos complexidade. Então eles conseguem fazer essa análise e a gente vai conversar com eles nesse sentido.
Jade: Perfeito, professor. A senhora vai assumir. É bom a expectativa de que assuma, porque também vai passar pela consulta e avaliação. Depois ela passa para o presidente Lula, que deve chegar em novembro, quando realmente assumirá a gestão. Dentro desse primeiro. Nesse início desse primeiro momento, já vai ter esse orçamento participativo ou funciona da mesma forma no governo federal? Ainda é com o governo anterior que faz a LOA. Faz toda a questão das diretrizes orçamentárias do ano seguinte. Como é que funciona dentro da nossa diretoria?
Rozana: É uma ótima pergunta, que me permite explicar também um pouco para a comunidade como é que se dá esse processo de nomeação de uma reitora ou de um reitor? Então, um processo de consulta à comunidade. Ele é organizado pelas entidades representativas dos três segmentos docentes, estudantes e técnicos e daí geram nomes para uma lista tríplice que é aprovada no âmbito do Consuni [Conselho Superior Universitário].
Como é que está previsto isso na Universidade de Brasília? O Consuni já se reuniu anteriormente e deliberou que na próxima terça-feira (10) serão feitas as inscrições dos nomes de candidatos a reitores. No caso, porque fomos só mulheres no processo e a partir dessa inscrição os nomes são levados à reunião do Consuni, que ocorrerá na sexta feira (13).
Com esse processo constituído, os nomes referendados pelo Consuni e, em geral, segue-se a escolha da comunidade, ou seja, o resultado do processo de consulta é a lista. O processo todo é administrativo e formalizado e encaminhado ao Ministério da Educação com 60 dias de antecedência em relação ao fim do mandato da atual reitora. Então, o mandato termina em finais de novembro, quando a gente vai poder realmente assumir nesse intervalo.
A gente deve reconstituir junto da reitoria uma equipe de transição e aí é que a gente vai tomar pé realmente da situação e nos apropriarmos dos dados e fazermos o planejamento do próximo ano. Significa que a gente já vai estar no final do ano orçamentário. Então, para esse ano, claro, a gente vai executar o que estiver previsto. Não vamos ter muito tempo para reformulações, mas eventualmente a gente já vai ter tempo para iniciar um processo de consulta à comunidade, pensando nas ações do ano seguinte.
O orçamento de 2025, que deve ser aprovado como de praxe, por volta do mês de fevereiro e março pelo Congresso.
Jade: Falando em calendário, também a senhora assume, a partir de um momento em que veio uma greve que mexeu com o calendário estudantil, que já vinha também um pouco afetado pela. Ouvi de agora que estava começando a entrar nos eixos o semestre de começar a funcionar como um semestre, mesmo o primeiro semestre. Segundo semestre, porque até então estava em um semestre, você tinha dois.
Assim, um dos dois turnos de janeiro a janeiro a julho, junho, você pegava dois semestres porque tava bem apertadinho. Falar isso pro pessoal que às vezes não conheceu a dinâmica dentro da UnB nesse período. Então foram uns três anos, pelo menos, de muito cansaço estudantil e dos professores, porque vinha de um semestre atropelado, pouco tempo de férias, voltavam semestre a pouco, tempo de férias.
Veio a greve quando normalizou. Passou um pouquinho e veio a greve, que estendeu novamente o primeiro semestre, terminando agora em setembro. Isso como que vai assumir e lidar também com esse calendário, com esse cansaço, com toda essa luta, uma certa frustração. Tem uns que estão para formar e tiveram um atraso. Como que seu olhar sobre isso? Professor?
Rozana: Olha, meu olhar é sempre otimista sobre a reação da comunidade. É verdade que a gente tem ouvido já bastante relatos de professores e de estudantes dizendo sobre o quão longo está esse semestre, porque a gente interrompe ali para o período da greve. Claro que é também importante dizer que a greve é um instrumento legítimo de reivindicação dos direitos. Houve agravados técnicos e também dos professores e alguns estudantes. Também de centros acadêmicos que apoiaram esse movimento. Mas é evidente que alongar o semestre traz um cansaço, porque tira todos da rotina. E isso também explica porque que a gente está agora num intervalo subsequente que deve ocorrer entre esse final de setembro e início de de outubro, é que vai atrapalhar, vamos dizer assim, não vai atrapalhar. Não é bem a palavra, mas que vai postergar o segundo semestre.
Então a gente vai ter uma diferença entre o fim do calendário orçamentário e o do exercício financeiro. Como a gente estava falando na questão anterior e a execução do ano letivo, que deve terminar só lá para o final de fevereiro, e aí sim a gente volta a tentar regularizar o semestre. Como é que a gente lida com isso?
Não é uma excepcionalidade que isso aconteça na UnB. A gente já teve, como você mesma disse, os anos de convívio em que isso aconteceu e o planejamento é essencial. O planejamento administrativo da instituição é essencial para que a gente consiga manter as atividades funcionando, mesmo com a passagem do ano orçamentário e a comunidade vai se adaptando e a expectativa de voltar ao calendário normal.
Mas isso também dá uma nova energia para a gente. Então a gente espera que o ano também. E acho que todo o processo de consulta agora movimentou a universidade. A gente viu de novo os corredores com pessoas circulando, a gente viu as unidades acadêmicas e administrativas se mobilizando para receber os candidatos e talvez o meu olhar animado tenha a ver com o próprio movimento que a consulta causou dentro da universidade.
A expectativa de uma nova gestão eu acho que também contribui para esse ânimo de retorno ao semestre, para a continuidade dos trabalhos até a regularização do calendário.
Jade: A regularização do calendário está prevista para o ano que vem?
Rozana: Para o ano que vem. E, se não estou enganado, a gente vai até fevereiro e aí temos aquele intervalo de 30, 40 dias, um início de março a gente já retorna, que é o calendário normal.
Jade: E aí segue normal, caso não haja nenhuma intercorrência. A professora este ano chamou muito a atenção as imagens de chuva dentro da UnB. Foi ali, em fevereiro, uma forte chuva. As águas inundaram parte do ICC, pegaram equipamentos no laboratório, enfim, chamou bastante atenção. Saiu amplamente em vários veículos. A gente deu inclusive essas imagens. Eu gostaria de saber se há um plano de contenção da chuva, como evitar que novos departamentos sejam inundados, que equipamentos sejam perdidos. O que está hoje no radar para evitar que em fevereiro já se repita?.
Rozana: Bom, tem sido cíclica nessa inundação nos corredores da UnB, em particular o ICC, que é o nosso prédio simbólico, sempre vira notícia, porque ali no subsolo ainda funcionam muitos laboratórios, muitos espaços de aula também. E ver o material todo se perdendo, não só a infraestrutura física, mas especialmente o material que a gente chama o patrimônio imaterial, que são as produções, os equipamentos também.
O patrimônio físico é bastante triste o que acontece. A gente está numa região da Asa Norte, que é um declive muito grande e todas as construções na Asa Norte canalizaram a água que corre ali até a UnB. Então, um primeiro ponto é poder integrar a UnB, passar a integrar o projeto do Governo do Distrito Federal, o projeto Drenar, que tem construído estruturas capazes de recolher essa forte água das chuvas.
E o nosso vice-reitor, eleito junto conosco na chapa, é um engenheiro civil. Ele já tem estudado bastante essa questão e o próprio departamento de Engenharia Civil e Ambiental da universidade. Lá, a gente tem informação de que eles auxiliaram a reitoria atual num diagnóstico da situação e ao desenvolvimento de algumas propostas. E além dessa parceria com o GDF, é importante a gente não creditar o meio ambiente também às frequentes cheias, porque lá pelas chuvas, porque esse é um fenômeno que a gente não consegue mais evitar.
O nosso programa traz como ação transversal e estratégica esse compromisso da Universidade de Brasília com a justiça social ambiental. Ou seja, é importante que nós, com a expertise que temos nos vários departamentos, nos debrucemos sobre essa questão ambiental e proponhamos soluções não só para as crises ambientais, mas planos de contingência para a cidade, em particular ali para outra região do nosso continente.
E que a gente possa implementar do ponto de vista da infraestrutura e para as chuvas. Então, as soluções, do ponto de vista da engenharia, que podem ser desenvolvidas utilizando essa expertise que já foi proposta. Por exemplo, a mudança, a substituição do asfalto dos estacionamentos por aqueles blocos mais permeáveis à água, de maneira que a água vá sendo absorvida antes de chegar nas edificações, então as soluções do ponto de vista da engenharia, que devem ser consideradas também prioritárias para nós na execução orçamentária, em particular na relação com o governo do Distrito Federal.
Jade: É feita então, ano que vem, quando tiver realmente o orçamento e já habituada, já começando esse vai ser um ponto que vai estar no radar. Aí o ponto prioritário é isso?
Rozana: A gente tem várias questões que parecem pequenas, mas que devem ser prioridades. Essa questão de infraestrutura e para evitar alagamentos é uma. Uma outra são as infraestruturas de acessibilidade, o que a gente tem visto na universidade, uma grande preocupação com a acessibilidade interna aos prédios, Mas a acessibilidade física para um cadeirante, por exemplo, chegar dos estacionamentos ao elevador do prédio, muitas vezes ele enfrenta dificuldades enormes.
Então a gente tem visto o governo federal trabalhar e com os calçamentos acessíveis, toda a Esplanada já está com esses novos calçamentos. Então essas parcerias também serão importantes para que a gente possa promover a acessibilidade física interna na UnB. Mas uma parte externa aos prédios. Então essa é uma outra preocupação de infraestrutura que a gente tem. E, enfim, então tudo isso incluído. Estou aqui trazendo à memória o que a gente ouviu nas nossas reuniões de pré campanha em particular com esses grupos de estudantes e técnicos que são pessoas com deficiência, que demandam da universidade um atendimento muito específico.
Jade: Uma outra proposta é a questão do reajuste das bolsas. Vocês pensam que é algo que já estão tendo os alunos que fazem parte, porque senão não vai funcionar: Já tem um valor que pensa em reajustar,? Vai seguir a inflação?
Rozana: A universidade realizou um reajuste das bolsas de iniciação científica de extensão a partir do reajuste que foi dado pelo próprio governo federal para as bolsas de pós graduação em pesquisa em geral, e agora foi anunciado também pelo governo que esses reajustes vão ser anuais. Então, essa política de reajuste anual ela precisa também ser seguida pela universidade naquilo que se refere às suas bolsas internas.
Mas a grande demanda dos estudantes tem sido pelo reajuste das bolsas de assistência estudantil, porque elas não sofreram um reajuste muito pequeno. Não, não é que R$ 30 e eles estão agora pedindo uma equiparação com o reajuste que foi dado às bolsas de extensão de iniciação científica.
Jade: R$ 400 R$ a bolsa.
Rozana: Isso, de R$ 400 foi para R$ 430. Essa faixa é então o que na verdade eles querem agora a equiparação. O que a gente tem observado em termos de execução do orçamento de assistência estudantil? Que a gente tem espaço orçamentário dentro do programa para realizar esses reajustes e então levar essa questão para o segmento estudantil.
Essa é a típica consulta que pode ser colocada para o segmento estudantil, porque sempre que a gente vai utilizar o recurso para uma ação, por exemplo, o reajuste das bolsas, equiparando e criando isonomia com os outros tipos de bolsas da universidade, a gente deixa de atender alguma outra demanda, porque o orçamento ele tem um tamanho específico, né?
Então, colocar isso na balança é possibilitar que a própria comunidade envolvida decida sobre as suas prioridades e partes do processo de gestão que a gente vai fazer. De toda maneira, o que a gente tem visto é que é possível fazer o reajuste e ainda manter os programas que estão em andamento na universidade.
Jade: Além da questão da bolsa estudantil, também é um foco nos alojamentos. Eu li o programa, falava em construções de novos, que também é algo aí vai existir um peso do orçamento, construir novos alojamentos, mas é uma demanda da população dentro da universidade. Inclusive, neste ano, o Ministério Público Federal chegou a começar a investigar a parte de goteiras, infiltrações dentro dos alojamentos. A gente noticiou aqui dentro do Metrópoles e eu gostaria de saber como que vai funcionar. Já tem um projeto? Antes mesmo de construir, haverá uma reforma ali dentro desses alojamentos que já estão apresentando alguma infiltração?
Rozana: Nós fizemos várias visitas a casa de estudantes de graduação e tivemos reunião com os estudantes da Casa da Pós-Graduação e as demandas de infraestrutura são bastante urgentes.
O que a gente gostaria, mesmo que tivesse sido priorizado, era a construção priorizada. Era a construção da moradia estudantil no Plano de Aceleração do Crescimento das universidades, o PAC das universidades, que permite a construção de novas obras, tanto que em várias universidades foi a moradia estudantil. A obra é uma das obras indicadas para a execução desse tipo de recurso na nossa universidade.
O recurso foi direcionado a uma unidade, ao prédio de uma unidade acadêmica, o que é importante também porque está entre as demandas do novo PAC fortalecer o ensino, pesquisa e extensão. E mais do ponto de vista da permanência, a gente ficou descoberto e não foi proposta a construção de um edifício histórico que até hoje não tinha sido construído, que é o prédio da Aula Magna, um auditório para receber convidados, realizar formaturas. Então a gente vai ter que buscar esse recurso extra prazo para a moradia estudantil.
Em um primeiro momento que a gente vai trabalhar, é com a reforma dos edifícios que já existem, enquanto a gente busca esse novo recurso para o ano seguinte, provavelmente.
Jade: É possível acrescentar ainda ao PAC. Não existe uma tratativa com o ministério como vem federal.
Rozana: As obras já foram aprovadas até onde a gente sabe, e os processos já estão em andamento na universidade. Como a gente só assumiu em novembro, a gente não tem muita certeza de que a gente vai conseguir substituir a construção do auditório pela construção de novos prédios de moradia estudantil, mas a gente vai se empenhar em buscar recursos para essa finalidade.
Jade: Obrigada pelo seu tempo, pela disposição, está aqui com a gente no Metrópoles. Gostaria de saber se tem algo a acrescentar que a gente não tenha perguntado, não tenha conversado aqui dentro da entrevista.
Rozana: Bom, queria deixar uma mensagem final para nossa comunidade, não é? Uma vez indicados a partir do processo de consulta, professor. Mas passamos a ser os representantes da nossa comunidade universitária. Então convido todos a contribuírem na construção desse novo projeto de gestão. Quero também agradecer à professora Fátima Souza e ao Coletivo da Chapa 99, que compôs conosco nesse segundo turno. A professora Olgamir que participou do processo democrático cumprimentá-la também pelos resultados alcançados. E deixar aqui uma mensagem de harmonia na construção desse novo projeto. Convidar a todos a contribuírem novamente com essa construção.
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Fato Novo com informações e imagens: Metrópoles
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Brasil
O Salão do Estudante, a maior feira de estudos no exterior da América Latina, acontece em Brasília, no dia 18 de outubro, com entrada gratuita
Publicado
4 horas atrásno
8 de outubro de 2024Por
Fato novo
Os EUA seguem como o principal destino de estudantes brasileiros. Segundo dados do Governo Americano, o Brasil é o 9o país que mais envia estudantes aos Estados Unidos. No último ano, aproximadamente cerca de 16 mil brasileiros entre 14 e 30 anos embarcam rumo ao país.
Para atender a essa demanda, a próxima edição da feira será realizada no dia 18 de outubro, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, e contará com um pavilhão de 24 metros, reunindo 4 expositores e a presença da embaixada americana, que oferecerão diversas oportunidades de cursos.
De acordo com pesquisa realizada pela organização do evento em março de 2024, com mais de 21 mil estudantes, o curso mais procurado é o de idiomas (duração entre 1 e 6 meses), enquanto a busca por graduação cresce de forma consistente.
Cerca de 36% dos visitantes têm interesse em cursar o ensino superior no exterior e 50% buscam cursos de pós-graduação.
“Estudar em uma universidade internacional é um grande diferencial no mercado de trabalho”, comenta Samir Zaveri, presidente da BMI/THE, empresa organizadora do Salão do Estudante.
Mesmo com a alta do dólar, muitas instituições oferecem isenção de taxas e parcelamentos, facilitando o acesso. O custo de um curso de graduação nos EUA, incluindo mensalidade, seguro obrigatório, moradia, transporte e alimentação pode sair até 2,500 dólares por mês na Flórida, um dos estados mais procurados por brasileiros, seguido por Califórnia e Nova Iorque.
A obtenção do visto estudantil segue os trâmites normais, sem grandes complicações. Diferente de outros países, os EUA oferecem opções de moradia para todos os bolsos e necessidades.
Além dos EUA, Canadá, Portugal e Reino Unido também estão entre os destinos mais procurados pelos brasileiros.
SERVIÇO:
Salão do Estudante 2024
São Paulo – 12 e 13 de outubro
Local: Centro de Convenções Frei Caneca – 5º andar
Endereço: Rua Frei Caneca, 569 – Bela Vista
Horário: 14h às 18h30
Rio de Janeiro – Copacabana – 15 de outubro
Local: Hotel Fairmont Rio de Janeiro
Endereço: Av. Atlântica, 4240 – Copacabana
Horário: 15h às 18:30
Rio de Janeiro – Barra – 16 de outubro
Local: Windsor Barra
Endereço: Av. Lúcio Costa, 2630 – Barra da Tijuca
Horário: 15h às 18:30
Brasília – 18 de outubro
Local: Centro de Convenções Brasil 21
Endereço: SHS Q06, L01, Cj. A, Setor Hoteleiro Sul
Horário: 14h às 17h30
Salvador – 20 de outubro
Local: Fiesta Convention Center
Endereço: Av. Antônio Carlos Magalhães, 741 – Itaigara
Horário: 14h às 17h30
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Fato Novo com informações e imagens: www.rojascomunicacao.com.br
Distrito Federal
Selecionadas para projeto, crianças do Sol Nascente têm tarde com Zico
Publicado
19 horas atrásno
8 de outubro de 2024Por
Fato novo
Craque do Flamengo e da Seleção participou do lançamento do Golaço Social, nesta segunda (7), no COP Parque da Vaquejada; iniciativa vai atender 225 alunos
Olhos brilhando, celulares tentando capturar o melhor momento e camisas de diversos times — sobretudo do Flamengo — à espera de um autógrafo. Crianças do Sol Nascente tiveram a oportunidade de ficar frente a frente com o craque Arthur Antunes Coimbra, o Zico, nesta segunda-feira (7), durante o lançamento do projeto Golaço Social, no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) Parque da Vaquejada.
A iniciativa, promovida pela Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF), em parceria com o Instituto Brasil de Economia Criativa (Ibraec), tem como objetivo usar o esporte como ferramenta de transformação social, inclusão e desenvolvimento para crianças e adolescentes de famílias de baixa renda. Foram selecionadas, por meio de sorteio, 225 alunos, de 10 a 12 anos, regularmente matriculados no Ensino Fundamental. O anúncio dos contemplados, inclusive, foi feito no evento com Zico.
“Investir na prática de esportes das nossas crianças e adolescentes é uma poderosa ferramenta para transformar a vida das pessoas. Traz uma série de benefícios para a saúde física e mental, e forma pessoas mais preparadas para a vida. Quando a gente leva essa oportunidade, especialmente, para as regiões mais vulneráveis, nós abrimos inúmeras portas, inclusive para o futuro profissional dos nossos futuros cidadãos”, destacou a vice-governadora do DF, Celina Leão.
A fala foi reforçada pelo secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira. “Assim que esse projeto chegou à secretaria, nós abraçamos essa causa, porque entendemos o quanto é importante a gente levar essa modalidade, cada vez mais, para as comunidades e abrirmos os nossos Centros Olímpicos para que essas competições aconteçam dentro dos nossos equipamentos esportivos”, reforçou o titular da pasta, que ainda falou sobre a presença do ídolo flamenguista no lançamento: “A gente sabe que a presença do Zico aqui abrilhanta ainda mais o evento, realiza o sonho de muitas crianças que não viram o Zico jogar, mas que têm histórias dos seus pais, dos seus avós.”
De fato, o craque foi a grande estrela do evento. Ao lado do irmão, Eduardo Coimbra, e do filho, Thiago Coimbra, Zico enfatizou às crianças a importância do esporte e da educação. “Fico feliz de ver um projeto como esse. E o mais importante é a estrutura que tem aqui para eles praticarem, se divertirem. Então, não podem perder essa oportunidade, não podem deixar passar. Você sabe que, às vezes, tem o trem que passa e, se a gente não pegar, fica difícil chegar um outro. Aquele que passa você tem que pegar”, declarou o ex-camisa 10 do Flamengo e da Seleção Brasileira, ressaltando a qualidade do COP do Parque da Vaquejada.
Os contemplados garantem que não vão deixar a oportunidade passar. “Futebol sempre foi o meu sonho. Quero muito ser um jogador profissional, ter habilidades especiais e alcançar um nível acima”, contou Luiz Eduardo da Cruz, 12 anos, cuja mãe, Edivânia de Jesus, também revelou expectativas para o projeto: “Fico feliz, aguardando que ele consiga se desenvolver para ter resultados melhores, tanto no estudo quanto no futebol, que é a coisa que ele gosta.”
Já para Ryan Pierre Valadares, 12, o projeto valeu a pena antes mesmo de começar oficialmente. Durante o lançamento, ele foi o ganhador de uma bola autografada do craque rubro-negro. “Vai ser ótimo. Só de o Zico ter vindo aqui já foi bom demais. Na hora que vi ele, quase chorei”, confessou o jovem.
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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasília
Distrito Federal
Quatro vagas para enfermeiro em Águas Claras oferecem salário de R$ 3,9 mil
Publicado
1 dia atrásno
8 de outubro de 2024Por
Fato novo
No total, agências do trabalhador têm 722 oportunidades profissionais disponíveis nesta terça-feira (8)
As agências do trabalhador do Distrito Federal estão com 722 vagas de emprego abertas nesta terça-feira (8). O maior salário é encontrado em quatro postos para enfermeiro em Águas Claras, em que há oferta de R$ 3.900 e exigência de experiência e ensino superior na área. Outro cargo que se destaca pela remuneração é o de projetista na construção civil, em Vicente Pires, em que o selecionado receberá R$ 3.000 e deve ter atuado previamente no setor e ter concluído o ensino médio completo.
Também estão abertas nove vagas exclusivas para pessoas com deficiência. São cinco oportunidades para ajudante de carga e descarga de mercadoria no Guará (R$ 1.520), duas para auxiliar de limpeza em Taguatinga (R$ 1.600), uma para auxiliar de manutenção predial (R$ 1.511,40) e uma para oficial de manutenção predial (R$ 2.285,80) na zona Industrial.
Todos os postos oferecem benefícios. Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo Sine Fácil ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das vagas do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.
Empregadores que desejam ofertar vagas ou utilizar o espaço das agências do trabalhador para entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo aplicativo do Sine Fácil. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail gcv@setrab.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda do Distrito Federal (Sedet-DF).
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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasília
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