Pesquisa da Nexus acende alerta sobre a ausência de planejamento financeiro no Brasil, que dispara para 77% após os 60 anos. A educadora financeira Aline Soaper lista as consequências — como o estresse e a inadimplência — e aponta estratégias para organizar as finanças pessoais

Mais da metade dos brasileiros não tem o hábito de planejar suas finanças, um problema que se agrava drasticamente com o envelhecimento. Um estudo recente da Nexus revelou que 59% dos brasileiros na faixa etária entre 41 e 59 anos não têm planejamento. O índice é ainda mais alto entre os mais velhos, chegando a 77% na população com 60 anos ou mais.

Aline Soaper, educadora financeira, aponta que essa ausência de organização é um risco real para a saúde financeira e a segurança na aposentadoria.

“Sem o planejamento financeiro, algo essencial para evitar a negativação, a complexidade em se organizar pode ser ainda maior, o que se torna uma bola de neve para muitos. Assim, fica ainda mais difícil de evitar ficar com a corda no pescoço no fim do mês, além de se tornar mais propenso a se endividar,” explica Aline Soaper.

Consequências no Bolso e na Saúde Mental

A falta de organização tem um impacto que vai além da inadimplência, afetando a saúde mental da população. Levantamento da Serasa mostrou que a preocupação com os gastos já afeta o sono de 51% dos brasileiros. Além disso, o estresse financeiro atinge 57% dos millennials (29 a 43 anos) e 53% da Geração X (44 a 63 anos).

A combinação da falta de planejamento com o descontrole por compras tem levado a números alarmantes: o levantamento da Serasa de julho de 2025 registrou 78,2 milhões de brasileiros inadimplentes. Consumidores entre 41 e 60 anos representam a maior fatia da população com nome restrito, com 35,3%.

Estratégias para Organizar as Finanças Pessoais

Para quem busca sair do ciclo de endividamento e iniciar um planejamento eficaz, a educadora financeira sugere estratégias práticas:

1. Corte o Inessencial e Evite Contas Novas

É crucial realizar uma revisão completa de todos os gastos. A dica é evitar adquirir novas contas e cortar o que não está sendo utilizado dentro do orçamento familiar, como assinaturas de streaming pouco usadas ou cobranças automáticas esquecidas.

2. Priorize Dívidas Essenciais (e as com Juros Altos)

Ao organizar o pagamento de dívidas, Soaper recomenda uma ordem de prioridade:

  • 1º Serviços Essenciais: Água, luz, gás, aluguel e condomínio (o não pagamento pode levar à interrupção de serviços ou ações judiciais).
  • 2º Financiamentos: Dívidas de imóveis e automóveis (por risco de retomada do bem).
  • 3º Cartão de Crédito e Lojas: Dívidas com os juros mais altos.

3. Combata Compras por Impulso

As compras por impulso são apontadas como uma das principais vilãs do planejamento financeiro. A origem do orçamento bagunçado, em muitos casos, é o descontrole em aquisições que não foram previamente definidas ou refletidas.

4. Busque Fontes de Renda Extra

A profissional também recomenda que os consumidores busquem alguma atividade para complementar a renda. “O que vale é aproveitar todo e qualquer talento para complementar a renda para conseguir zerar as dívidas”, finaliza Aline Soaper, sugerindo a venda de alimentos, serviços de beleza ou costura.


Com informações: Nexus / Serasa

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