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Distrito Federal

Falta de profissionais compromete funcionamento das Unidades Básicas de Saúde no DF

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Usuários e especialistas apontam que problema é maior nas regiões administrativas longe do Plano Piloto

Um dos maiores gargalos para o funcionamento da saúde pública no Distrito Federal é a precariedade no atendimento básico, que no atual momento de crise tem se intensificado, sobretudo com a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

De acordo com o Sindicato de Médicos, a demanda atual por esses profissionais no DF é de 3 mil (sem contar as futuras inaugurações) e uma das áreas mais afetadas pela falta de profissionais são as UBSs, principalmente as situadas nas regiões administrativas mais distantes do Plano Piloto.

A estudante Thainára Oliveira, que é moradora do Gama, sofreu com este problema no último mês e depois de diversas tentativas de atendimento em uma UBS procurou o serviço de emergência.


“Sempre falta médico na UBS perto da minha casa, mas agora está demais. Eu fui diversas vezes nesse último mês [maio] e simplesmente não tinha”, relatou. Ela estava com uma infecção na garganta, mas precisava passar por um médico para conseguir receita para um medicamente mais forte. “Eu sei que meu caso era pra ir pra UPA e inclusive fiquei quase um dia lá, mas não tinha outra escolha até porque os postinhos [UBS] que tem médico não atendem se você é moradora de outra região”, acrescentou a estudante.

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UBS no Paranoá informa em porta de consultório a ausência de médico na unidade. / Foto: Brasil de Fato DF


“Infelizmente esse tipo de caso é corriqueiro aqui no DF [falta de médico em UBS] e nós do Sindicato somos os primeiros a denunciar para a sociedade, os órgãos competentes e cobrar do GDF a contratação e garantias para a permanência dos médicos no SUS”, relatou o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho. Segundo ele, a pouca atratividade da carreira é o que tem feito a falta de médicos, sobretudo nas UBSs mais distantes aumentares, pois há muitos profissionais deixando seus cargos ou pedindo redução de carga horária.


“São as péssimas condições de trabalho. A falta de segurança no local de trabalho e a questão salarial que vem aumentando esse déficit de médicos na rede pública do DF”, destacou o presidente do SindMédico, acrescentando que a recomposição salarial do médicos já foi tema de encontro com a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.

“O impacto da falta de profissionais é o adoecimento, aumento das complicações e doenças e dos óbitos, que a gente chama de mortes evitáveis. Os pacientes indo a óbitos, quando podiam ser atendidos, tratado e ter uma sobrevida maior”, acrescentou.

Presidente SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, e reunião com a secretária Lucilene Florêncio / SindMédico-DF/Divulgação

O GDF precisa criar condições para garantir a permanência dos médicos e demais profissionais de Saúde nas UBSs, como defende a psicóloga Darly Dalva Silva Máximo, que integra o Conselho da Saúde do DF, representando a Associação dos Cidadãos Solidários aos Movimentos Populares. “Esse problema [falta de médicos em UBS] sempre existiu, mas esse ano tivemos aquelas chuvas intensas, a questão da dengue, das doenças respiratórias e tudo foi mais intenso”, avaliou Darly.

De acordo com a conselheira, que tem acompanhado o trabalho da Secretaria de Saúde, a falta de médicos é maior nas unidades mais distantes e o poder público precisa pensar em concursos, salários e condições para tornar esses postos de trabalho [longe no centro] mais atrativos. “É um problema que precisa ser enfrentado, porque tem lugar que ninguém assume e a falta dessa cobertura compromete todo o sistema”, explicou Darly.

A deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) lembrou que uma parte significativa da população do Distrito Federal não conta com atendimento básico de saúde e precisa recorrer aos hospitais ou UPAs. “Falta profissionais em todas as áreas de atendimento a saúde no DF e gente vinha denunciando isso desde o ano passado e a situação chegou nessa situação atual”, disse a deputada, destacando o problema atual de crise na saúde do DF.

Secretaria de Saúde

Em nota, a Secretaria de Saúde informou que mais de R$ 48,4 bilhões foram destinados à saúde pública do DF em cinco anos do atual governo. “Os recursos foram aplicados em infraestrutura, contratação de pessoal, equipamentos e expansão do número de cirurgias para ampliar o acesso da população aos serviços”.

Ainda segundo a SES, no dia 4 de junho foram nomeados 146 médicos, 20 enfermeiros e 21 técnicos de enfermagem. “Os nomeados se juntam aos mais de sete mil servidores da Secretaria de Saúde convocados desde 2019. Somente neste ano, já foram nomeados outros 964 novos servidores”, destacou a nota, acrescentando que foi autorizada também a contratação de 492 profissionais da saúde para rede pública para “reforçar o atendimento”.

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Nesta quinta-feira (20) foi publicado no Diário Oficial do DF a nomeação de 101 enfermeiros. O Sindicato dos Enfermeiros comunicou que as nomeações são mínimas diante do déficit de mais de 1000 profissionais.

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Fato Novo com informações e imagens: Brasil de Fato

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Distrito Federal

Agências do trabalhador têm 849 vagas abertas nesta quinta-feira (12)

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Oportunidades são para candidatos de diferentes níveis de escolaridade, com e sem experiência; salários chegam a R$ 3,4 mil

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem, nesta quinta-feira (12), 849 vagas para quem procura um emprego. Há posições para candidatos de diferentes níveis de escolaridade, com e sem experiência. Algumas oportunidades são exclusivas para pessoas com deficiência. Os salários chegam a R$ 3,4 mil.

Dois postos oferecem a remuneração mais alta: serralheiro e soldador, ambos em Ceilândia. Há uma vaga aberta para cada um deles. Nos dois casos, não há exigência de escolaridade mínima nem de experiência prévia.

Já o cargo com mais vagas abertas é o de auxiliar de limpeza, no Guará. São 60 oportunidades, todas exclusivas para pessoas com deficiência. É preciso ter ensino fundamental completo, mas não é cobrada experiência. O salário é de R$ 1.629,62.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo Sine Fácil ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

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Empregadores que desejam ofertar vagas ou utilizar o espaço das agências do trabalhador para entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo aplicativo Sine Fácil. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail gcv@setrab.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).


*Agência Brasília

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Biografia

Trajetória de professora inspira filme ao transformar vidas na rede pública do DF

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História de Gina Vieira, criadora do projeto Mulheres Inspiradoras, vai estrear nas telas do cinema brasileiro destacando o impacto da educação humanizada

A educação encontrou na professora Gina Vieira Ponte uma aliada que transcende as barreiras da sala de aula. Nascida em Ceilândia, filha de pais trabalhadores e com uma trajetória marcada por adversidades, Gina decidiu, ainda jovem, que faria das escolas públicas do Distrito Federal um espaço de transformação. Inspirada por sua mãe, dona Djanira, que sempre lhe ensinou a importância de ser independente, e por uma professora que mudou sua perspectiva de vida, Gina trilhou um caminho que hoje inspira estudantes, colegas e até o cinema nacional.

Foi em 2014, no Centro Ensino Fundamental (CEF) 12 de Ceilândia, que Gina deu vida ao projeto Mulheres Inspiradoras, uma iniciativa que começou com a inquietação de uma professora preocupada com a falta de engajamento dos jovens com a escola e o aprendizado. Em um mundo onde os exemplos femininos muitas vezes reforçam estereótipos, Gina propôs algo diferente: apresentar histórias de mulheres que romperam barreiras e construir, junto aos alunos, narrativas de superação e empoderamento.

“Eu criei o projeto porque estava cansada de ver meninas abandonarem a escola diante de tantas dificuldades. Queria que elas pudessem enxergar o aprendizado como uma possibilidade para superarem as circunstâncias e dificuldades que viviam naquele momento”, compartilha a professora.

Uma jornada de superação e aprendizado

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“Tenho muito orgulho em ver professores na nossa rede pública de ensino, meus colegas, como a professora Gina Vieira, se tornarem referências e história de filmes. Isso evidencia a alta qualificação dos profissionais que temos dentro das nossas escolas, capazes de potencializar o desempenho dos nossos estudantes”

Hélvia Paranaguá, secretária de Educação

Ainda no início, o projeto enfrentou resistência — muitos alunos não acreditavam na própria capacidade de escrever. “Era um momento desafiador, mas também visceral para mim. A prática pedagógica tinha que ser diferente para que fizesse sentido para eles”, explica Gina.

O projeto envolveu desde a leitura de obras de grandes escritoras até a produção de biografias de mulheres inspiradoras, tanto figuras públicas quanto heroínas anônimas do dia a dia dos estudantes. A iniciativa, que começou com cinco turmas de adolescentes, logo se expandiu, alcançando a marca de 50 escolas e sendo reconhecida nacional e internacionalmente.

“Foi uma experiência muito produtiva do ponto de vista da aprendizagem. É um projeto fruto de muito estudo e pesquisa. É impossível trabalhar em escola pública de periferia sem lidar com situações de violação de direitos, e a minha prática pedagógica não poderia ser indiferente a isso. Ao todo, foram 20 prêmios nacionais e internacionais que reconhecem o sucesso do projeto”, revela.

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“O projeto Mulheres Inspiradoras, criado pela professora Gina auxilia na construção de uma cultura que promove valores e atitudes que garantem o respeito aos direitos das mulheres em todos os âmbitos da sociedade”, destaca a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.

Impacto além dos muros da escola

O vice-diretor do CEF 12 de Ceilândia à época do projeto, Rosevaldo Queiroz, testemunhou o bom desempenho dos alunos após a implementação da iniciativa. “O projeto mudou mentalidades, especialmente ao mostrar que as mulheres inspiradoras estavam não apenas nos livros, mas ao lado deles, nas suas famílias. Era algo revolucionário para uma escola que enfrentava desafios entre os alunos.”

Prova do sucesso do projeto, os resultados logo começaram a aparecer. Em 2015, o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) da escola alcançou a meta projetada para 2021, segundo o então vice-diretor.

Uma história que chega ao cinema

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Em breve, a história de Gina e de seu projeto será representada nas telas dos cinemas brasileiros. Ainda em fase de gravação, o longa-metragem, dirigido pelo cineasta brasiliense Cristiano Vieira, é uma obra ficcional com base em experiências narradas pela professora. “Começamos na produtora com o objetivo de contar histórias de Brasília. Eu soube da Gina e fiquei impactado com o projeto dela”, conta o diretor.

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Distrito Federal

“Prova DF” avalia mais de 58 mil estudantes da rede pública

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Primeira edição do exame abrange alunos dos anos iniciais do ensino fundamental; objetivo é diagnosticar o desempenho dos alunos em diferentes etapas do processo de ensino e aprendizagem

A Secretaria de Educação (SEEDF) mobilizou 246 instituições educacionais públicas para a aplicação da Prova DF 2024, que teve início na última quinta-feira (5) e segue até esta sexta (13). A avaliação integra a implementação do Sistema Permanente de Avaliação Educacional do Distrito Federal (SipaeDF), com o objetivo de diagnosticar o desempenho dos estudantes da rede pública em diferentes etapas do processo de ensino e aprendizagem.

Essa é a primeira edição da avaliação, voltada para estudantes do 2º e 5º anos do ensino fundamental, e envolve 2.949 turmas e 58.541 alunos. Os participantes serão avaliados em língua portuguesa e matemática. “A Prova DF é uma ferramenta essencial para monitorar a qualidade da educação básica e identificar áreas que precisam de intervenção para melhorar os indicadores educacionais do Distrito Federal”, resumiu a subsecretária de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação, Franciscleide Rodrigues Ferreira.

“A avaliação representa um importante passo para orientar ações de planejamento educacional de curto, médio e longo prazo, reforçando o compromisso da SEEDF em ofertar uma educação de qualidade”

Maria Luzineide Ribeiro, diretora de Avaliação da SEEDF

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A chefe da Unidade de Planejamento da Oferta, Supervisão e Avaliação Educacional, Vanessa Arruda, ressaltou que os dados obtidos a partir da Prova DF são indispensáveis para um diagnóstico preciso das necessidades educacionais.

“Eles permitem a continuidade de um monitoramento mais robusto e a implementação de políticas voltadas à superação dos desafios do cenário educacional; além disso, esses dados contribuirão para a composição do Índice de Qualidade da Educação do Distrito Federal”, ressaltou.

Para a diretora de Avaliação, Maria Luzineide Ribeiro, o sistema coloca o Distrito Federal entre as unidades da Federação com instrumentos próprios de avaliação educacional. “A avaliação representa um importante passo para orientar ações de planejamento educacional de curto, médio e longo prazo, reforçando o compromisso da SEEDF em ofertar uma educação de qualidade”, explicou.

Sobre a Prova DF 

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