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Fila do INSS volta a subir e chega a 2,63 milhões de pedidos em agosto

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O maior estoque de requerimentos desde abril ocorre apesar do programa de bônus para servidores e é atribuído a restrições no auxílio-doença via Atestmed e à exigência de biometria para a concessão do BPC.

 

A fila de espera do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) voltou a crescer após três meses de queda e alcançou 2,63 milhões de pedidos acumulados em agosto de 2025. Este é o maior estoque de requerimentos desde abril e representa um aumento de 183,4 mil solicitações no intervalo de apenas dois meses (julho e agosto).

O movimento de alta é notável porque ocorre mesmo com a adoção do Programa de Enfrentamento à Fila do INSS, que paga bônus aos servidores por análises extras de requerimentos e foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste mês.

Causas do Represamento

Técnicos do governo apontam duas medidas recentes como principais fatores para a reversão da queda na fila:

  1. Restrição do Atestmed: No final de maio, a equipe econômica restringiu o prazo de concessão do auxílio-doença via Atestmed (sistema online que dispensa a perícia presencial). Essa mudança impactou o fluxo, levando ao represamento da fila de perícias médicas, que chegou a 779 mil em julho.

  2. Exigência de Biometria para o BPC: A exigência de biometria para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, fez com que a fila de espera por benefícios assistenciais saltasse de 551 mil em junho para 691,6 mil em agosto.

A Resposta do INSS e o Impacto Fiscal

O INSS, procurado para comentar o aumento, afirmou que ele se concentra nos benefícios assistenciais, devido a alterações legislativas que demandam ajustes nos sistemas. O órgão destacou, contudo, o aumento contínuo na produtividade, com 1,226 milhão de processos concluídos no último mês (um recorde), o que ajudou a manter o tempo médio líquido para concessão em 42 dias.

Apesar do esforço, o estoque de requerimentos de agosto de 2025 é 48,3% maior do que o observado no mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), quando a fila acumulava 1,77 milhão de pedidos.

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O represamento de benefícios gera uma economia no curto prazo para o governo, mas adia os pagamentos e cria uma pressão fiscal futura. Quando os benefícios são concedidos, os valores retroativos precisam ser pagos ao segurado com correção monetária e juros, aumentando a despesa nos meses seguintes.


Fonte: Jornal de Brasília

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