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Meio Ambiente

Fogo no Pantanal – 564 animais silvestres já foram resgatados das chamas

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Número de sobreviventes não se compara aos que perecem nas queimadas. Estimativa é que, em 2020, 17 milhões de vertebrados tenham morrido no Pantanal

Nos três meses de intensas queimadas no Pantanal, membros da força-tarefa criada pelo Governo Federal para combater as chamas conseguiram resgatar 564 animais silvestres. O número foi divulgado na noite de terça-feira (13), no último boletim do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre a situação das chamas no bioma.

Não teve a mesma sorte a onça-pintada “Gaia”, uma das felinas monitoradas pela Organização Não-Governamental Onçafari, que padeceu em meio ao fogo. O anúncio da morte de Gaia foi feito na última sexta-feira (9) pela ONG. O animal tinha 60 kg, era monitorado desde maio de 2013 e gerou quatro filhotes.


“É com grande tristeza que nos despedimos da Gaia, uma das onças monitoradas pelo Onçafari, conhecida pela equipe desde o nascimento. Infelizmente, o fogo interrompeu essa linda jornada e é impossível não sentir profundamente a sua perda”, diz a publicação da ONG.


O total de vegetação já perdida no Pantanal em 2024 – de 1º de janeiro a 11 de agosto – varia entre 1,05 milhão de hectares e 1,50 milhão de hectares, o que representa de 6,99% a 9,98% do bioma.

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Dentre as áreas queimadas estão grandes porções de unidades de conservação e Terras Indígenas. Do total queimado, 20,6% estavam dentro destas áreas, sendo 13,1% em Terras Indígenas, 4% Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), 2,6% de unidades de conservação federais e 0,9% de UCs estaduais.

Em termos percentuais, a Estação Ecológica de Taimã foi a que mais pereceu para as chamas. Nesta UC, já foram queimados 4,2 mil hectares, ou 36,4% da unidade. O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense foi o que perdeu maior área: já são 13,8 mil hectares queimados, ou 10,2% da unidade.

Entre as Terras Indígenas, TI Kadiwéu é a que mais sofre. Por lá, já foram queimados 190,6 mil hectares, ou 35,4% da TI.

Segundo os envolvidos na força tarefa de combate aos incêndios no Pantanal em 2024, ainda não é possível estimar as perdas de animais silvestres nesses meses de intensas chamas. O que se sabe é que o número de animais resgatados é infinitamente menor do que os que sucumbem às chamas.

Um estudo publicado em 2021 por pesquisadores brasileiros na revista científica Nature dá uma ideia do estrago que o fogo pode fazer para a fauna local. O trabalho, focado nas grandes queimadas de 2020 – até então as maiores da série histórica –, estimou o impacto de primeira ordem sobre os vertebrados nos 39.030 km² afetados pelo fogo naquele ano.

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“Nossas estimativas indicam que pelo menos 16,952 milhões de vertebrados foram mortos imediatamente pelos incêndios no Pantanal, demonstrando o impacto de um evento desse tipo em ecossistemas de savana úmida”, diz o trabalho.


Apesar da trégua que a chuva do final de semana trouxe ao bioma, os trabalhos de combate continuam com força total. Até o dia 12 de agosto, as equipes tiveram de enfrentar 96 grandes incêndios. Segundo o MMA, 46 incêndios continuam ativos, dos quais 27 estão controlados.

A onda de calor esperada para chegar ao Brasil nos próximos dias, com temperaturas acima de 40ºC, será um novo desafio para os combatentes do fogo não só no Pantanal, mas também nos demais biomas brasileiros.

Meio Ambiente

Vida selvagem diminui 73% em 50 anos, diz relatório da WWF

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© Divulgação Fundação Grupo Boticári

Organização diz que América Latina e Caribe tiveram maiores quedas

Relatório da organização não governamental (ONG) World Wide Fund for Nature (WWF), divulgado nesta quinta-feira (10), alerta para o “declínio catastrófico” de 73%, nos últimos 50 anos, do tamanho médio das populações de vida selvagem. Só a América Latina e Caribe viram cair 95% dessas populações. A organização de preservação da natureza adverte que os próximos cinco anos vão determinar o futuro da vida na Terra.

Desde elefantes em florestas tropicais a tartarugas-de-pente na Grande Barreira de Corais, as populações estão diminuindo de forma “catastrófica”, afirma a ONG, que desde 1961 trabalha na área de preservação da natureza e redução do impacto humano no meio ambiente.

Os maiores declínios nas populações de vida selvagem foram registrados na América Latina e no Caribe, de 95%. A África tem menos 76% e a Ásia-Pacífico, menos 60%.

O relatório Planeta Vivo, da WWF, deixa claro que, à medida que a Terra se aproxima de pontos perigosos de inflexão de ameaça à humanidade, maior esforço coletivo será necessário para enfrentar as crises climáticas e naturais. Porém, a margem é curta para inverter a tendência. A análise afirma que o futuro da vida na Terra depende do que acontecer nos próximos cinco anos.

O Índice Planeta Vivo (LPI), fornecido pela Sociedade Zoológica de Londres, inclui quase 35 mil tendências populacionais de 5.495 espécies – aves, mamíferos, anfíbios, répteis e peixes – registradas entre 1970 e 2020. O declínio maior ocorre nos ecossistemas de água doce que apresentam redução de 85%, seguido pelos terrestres, que decresceram 69%. A vida marinha caiu 56%.

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A perda e a degradação de habitats têm sido impulsionadas principalmente pelo sistema alimentar humano e é a ameaça à vida selvagem mais relatada, indica o relatório. A exploração desenfreada de recursos naturais, as espécies invasoras, a poluição e as doenças estão também identificadas como causa do declínio.

Mike Barrett, principal autor e consultor científico do WWF, disse que, devido à ação humana, “particularmente a maneira como produzimos e consumimos nossos alimentos, estamos cada vez mais perdendo o habitat natural”.

“O declínio nas populações de vida selvagem pode atuar como indicador de alerta precoce do aumento do risco de extinção e da perda potencial de ecossistemas saudáveis”, explica o documento.

Para Kirsten Schuijt, diretora-geral da WWF Internacional, “a natureza emite um pedido de socorro. As crises interligadas de perda da natureza e mudanças climáticas estão a empurrar a vida selvagem e os ecossistemas para além dos seus limites”.

Quando os ecossistemas são prejudicados, deixam de fornecer à comunidade humana os benefícios dos quais todos dependem – ar limpo, água e solos saudáveis para alimentação. E por estarem danificados, esses ecossistemas se tornarão mais vulneráveis a momentos de mudança.

Essas alterações podem ser considerados pontos de inflexão e ocorrem quando um ecossistema é empurrado além de um limite crítico, resultando em mudanças substanciais e potencialmente irreversíveis.

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A perda de espaços selvagens está “pondo muitos ecossistemas à beira do abismo”, reitera a diretora da WWF no Reino Unido, Tanya Steele, destacando que muitos habitats, da Amazónia aos recifes de corais, estão “à beira de pontos de inflexão muito perigosos”.

O potencial “colapso” da floresta amazónica, está em curso porque deixará de ter capacidade de reter o carbono que aquece o planeta e mitigar os impactos das alterações climáticas.

Em um dos exemplos do relatório, é apontado decréscimo de 60% dos botos cor-de-rosa ou golfinhos de rios da Amazônia devido à poluição e a outras ameaças, como a mineração.

Por sua vez, na Austrália, as tartarugas-de-pente estão em declínio, devido ao fato de as fêmeas nidificantes, no nordeste de Queensland, terem diminuído 57% em 28 anos.

O balanço da WWF é apresentado quando os incêndios na Amazônia atingiram, em setembro, o nível mais alto em 14 anos. Além disso, pela quarta vez, um evento global de branqueamento em massa de corais foi confirmado no início deste ano.

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Caça ilegal na África

O relatório aponta fortes evidências de que a caça ilegal para alimentar o comércio de marfim, no Gabão e em Camarões, coloca em perigo crítico a população de elefantes da floresta do Parque nacional em Minkébé. O declínio drástico já atingiu as famílias de elefantes da floresta, aniquilando metade da espécie.

Na Antártida, “o declínio nas colônias de pinguins-barbicha pode estar ligado ao degelo das calotas polares e à escassez de krill (pequenos crustáceos), razões que, por sua vez, resultam das alterações climáticas e do aumento da pesca desse mesmo krill”, diz o documento.

As condições mais quentes, associadas a níveis mais baixos de cobertura de gelo marinho, resultam em menos krill, sendo esses crustáceos (semelhantes aos camarões) a principal fonte de alimento dos pinguins. Essas comunidades acabam por gastar mais tempo à procura de comida, “o que pode aumentar o risco de falha reprodutiva”.

Mike Barrett lembra que não se deve ficar triste apenas pela perda da natureza. E avisa: “Estejam cientes de que esta é agora uma ameaça fundamental à humanidade e realmente precisamos fazer alguma coisa e tem de ser já”.

“Não é exagero dizer que o que acontecer nos próximos cinco anos vai determinar o futuro da vida na Terra”, alerta a WWF.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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Distrito Federal

Pesquisa alerta para riscos da poluição na saúde dos brasilienses

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Capitaneado pelo professor da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Henke, Projeto Prometeu avalia as consequências da poluição causadas pelas queimadas e a necessidade de mais rigor na proteção ambiental

A olho nu e na garganta não houve quem não sentisse o impacto do incêndio que massacrou o Parque Nacional de Brasília, nesta semana. Detido em dados físicos, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Henke (do Departamento de Ecologia) foi a campo, tão logo dos primeiros efeitos do agravamento da respiração para os brasilienses. O intuito foi abastecer de dados o Projeto Prometeu, e, na observância da relação entre incêndios florestais e poluição urbana, o pesquisador teve por meta alertar sobre a “ponta do iceberg” na condição alarmante atual e a necessidade da valorização dos órgãos ambientais, capacitados a antever padrões de clima urbano.

Preocupante, mas não alarmista, foi parte do resultado: índice para a aferição de poluição estimado a gravitar até 40 microgramas por metro cúbico de material particulado fino, a pontuação teve picos de elevação para mais de 900 no DF. Mesmo seis dias depois do incêndio, há reflexos com índice que chega a 164.


“A fumaça das queimadas é muito nociva. O material particulado pode trazer em si muitas coisas, desde vírus, poeiras, argila, fuligem. Há possibilidade de chegar aos alvéolos pulmonares e até atingir cérebro ou tecidos cardíacos. Crianças com asma sofreram, os valores tornaram agudos efeitos em pessoas com comorbidades”, exemplifica Carlos Henke. A exposição por curto período, ao cenário desolador da capital, amenizou a situação, pelo que pontua o professor.


Cancelamento de aulas, desperdício de alimentos no comércio (dada a restrição de consumidores) e exposição de bombeiros (na esfera civil) com inexistência de insalubridade são elencados, para além dos impactos na biodiversidade. Distante do modelo do sistema Purple Air (fixo), implementado em escola pública da 115 Norte, as aferições da equipe de Henke aderiram à circulação, com uso da sonda meteorológica Obá por circuito da cidade — contemplando UnB, trecho da EPIA, Eixo Monumental e trechos da W3. Foi a primeira do Projeto Prometeu nesta escala.

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Impacto regional

Os índices do experimento tratam de uma exceção em cena atípica da degradação da qualidade do ar. Um sinal preocupante está no fato de o quadro pintado não estar exclusivamente associado à situação no DF — complicações de focos de outras áreas do país afetaram os dados (e seguem impactando). “Não se trata de uma situação pontual, estende-se para o regional. É uma circunstância que não pode ser ignorada, para que o pior não venha a ocorrer”, explica o ecólogo.

Junto com as medidas de material particulado fino, a pesquisa também traçou o comportamento dos valores de monóxido de carbono (gás capaz de ocasionar mortes). Brasília chegou a registrar praticamente a décima parte de situações dadas como intoleráveis. “Dá para se ficar esperto: houve índices de 10 partes por milhão. Numa atmosfera dada como ideal, a quantidade é de 0.5 ppm. O aceitável em um padrão urbano é de 2 ppms. A 9 ppms, a Organização Mundial da Saúde orienta que um cidadão fique exposto, ao máximo, em oito horas”, observa Carlos Henke. A exposição circunstancial bateu a casa das duas horas e meia, no índice 10 ppms.

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Brasil

Sol laranja e céu vermelho? Professores explicam o fenômeno

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Alexandre Groth, professor de Geografia e André Coelho, docente de Física, da Plataforma Professor Ferretto esclarece o evento climática que tem acontecido no Brasil

Nas últimas semanas um fenômeno tem chamado a atenção da população de grande parte do Brasil. O sol tem se mostrado com um tom alaranjado, quase vermelho e, embora a coloração seja bonita, gerando belas fotos, por trás deste acontecimento há um ponto alarmante.

Um bloqueio atmosférico ao sul do país e a presença de uma massa de ar seco, chamada massa tropical continental, estão provocando uma crise ambiental significativa, que afeta o ar atmosférico de parte do país. “Esse bloqueio impede a chegada de frentes frias e intensifica a seca no Brasil central e no sul, criando condições ideais para o aumento das queimadas”, explica o Professor de Geografia Alexandre Groth.

Mas o que isso significa? Segundo o docente, as queimadas, muitas vezes causadas por práticas agropecuárias, estão se multiplicando devido ao clima seco, “A fuligem e outros poluentes das queimadas estão se espalhando pela atmosfera, criando uma impressionante tonalidade alaranjada no céu”. Nos últimos dias, sites de monitoramento estão alertando para baixa qualidade de ar, de acordo com o IQAir, o ar da região metropolitana de São Paulo foi classificado como muito ruim por dias consecutivos.

O professor de Física, André Coelho da Plataforma Professor Ferretto, explica que a tonalidade do céu, “Durante o pôr do Sol, ele está mais próximo do horizonte, o que significa que a luz solar tem que atravessar uma camada maior de atmosfera antes de chegar aos nossos olhos. Ao atravessar a camada atmosférica ocorre uma dispersão (espalhamento) da luz em diferentes direções “, diz. “A presença de partículas em suspensão na atmosfera, tais como poeiras, aerossóis, fumaça ou poluentes, pode afetar a cor do céu durante o pôr do Sol intensificando os tons laranja e avermelhados do céu”, completa o docente.

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Infelizmente, o impacto da poluição é muito maior do que apenas a coloração do céu: “O ar extremamente seco eleva as temperaturas diurnas, tornando o calor ainda mais intenso e potencializando as queimadas. À noite, embora as temperaturas possam cair, o calor extremo do dia e a poluição persistente geram um ambiente perigoso para a saúde e o meio ambiente” ressalta Groth.

O sol laranja e o céu vermelho são sinais de uma crise ambiental em crescimento. “Fique atento às condições climáticas e às ações necessárias para enfrentar essa situação. O que estamos vendo no céu pode ser apenas a ponta do iceberg de um problema muito maior”, finaliza o professor de Geografia.


Fonte: Make Buzz Comunicação

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