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Sociedade

‘Fundamentalismo não representa os evangélicos no Brasil’, afirma diretor do documentário Fé em Disputa

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Disponível no Youtube, produção do Brasil de Fato investiga a relação entre as igrejas e a classe trabalhadora

Uma projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, no ano de 2030, o número de evangélicos no Brasil irá ultrapassar o de católicos, atualmente a religião predominante no país. A expansão da fé protestante é o ponto de partida da pesquisa que resultou no documentário Fé em disputa – a ascensão dos evangélicos no Brasil, lançado na noite desta terça-feira (6), no Armazém do Campo, na capital paulista. Disponível no Youtube, o documentário é uma produção do Brasil de Fato.

No período de um ano, a equipe de produção visitou seis igrejas evangélicas nos municípios de Maceió (AL), Recife (PE) e Olinda (PE) e conversou com pastores, fiéis e pesquisadores para compreender o perfil dos evangélicos no país. A constatação é que o estereótipo fundamentalista, sedento por poder político e por destaque midiático não representa quem ocupa os bancos dos templos espalhados pelo Brasil.


“A teóloga Odja Barros disse que se você quer uma persona de quem é o evangélico hoje no Brasil, é uma mulher, negra e pobre”, comenta Afonso Bezerra, diretor do filme. “E quem ganha visibilidade? Os homens, brancos, fundamentalistas. Mas quem faz a capilaridade e essa engrenagem que mobiliza multidões são essas mulheres”, diz.


“Não existe só um tipo de evangélico. Isso é muito importante no diálogo com a esquerda. Não existe uma massa homogênea de evagngélicos fundamentalistas”, reforça Delana Corazza, pesquisadora do Instituto Tricontinental.

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A partir dessa constatação, Fé em Disputa faz uma análise sobre as implicações éticas da expansão protestante no país, levando em consideração a pluralidade de seguidores e vertentes e a massiva presença da classe trabalhadora dentro desses espaços. “Tem uma mensagem otimista, mas desafiadora para o campo da esquerda”, avalia a teóloga feminista Angélica Tostes, uma das entrevistadas do documentário. “Entender que falar com a classe trabalhadora é falar com o evangélico. Se a gente não está falando com a classe trabalhadora, não estamos dialogando com os evangélicos”, diz.

Angélica esteve em uma roda de conversa no evento de lançamento do documentário, mediada por Delana e que também contou com o historiador e membro do Psol Valério Arcary.

Ficha técnica 

Direção e roteiro: Afonso Bezerra

Montagem e edição: Iolanda Depizzol

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Imagens: Pedro Stropasolas e Afonso Bezerra

Direção de programas: Isa Chedid

Coordenação de áudio e vídeo: Monyse Ravena

Direção executiva: Nina Fidelis

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Fato Novo com informações e imagens: Brasil de Fato

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Brasil

Pesquisadores debatem limites da independência

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O genocídio da população negra do Brasil foi tema na SBPC

No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil nasceu oficialmente como nação independente. Mas quem de fato pode dizer-se livre e autônomo de lá para cá? A ruptura política não veio acompanhada de transformações sociais mais profundas. É por isso que pesquisadores falam até hoje em heranças excludentes para alguns grupos, como é o caso da população negra. O tema foi debatido no evento Independência Inconclusa, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na mesa O Genocídio da população negra do Brasil.

Um dos debatedores, Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, destacou o papel que o Estado desempenha historicamente na perpetuação da violência contra pessoas negras.


“Por que nós falamos em genocídio? Porque falamos de um segmento da população ao qual se endereça esse processo de violência. Ele se concentra e produz vítimas entre os mais pobres e na população negra. E por isso, as taxas de investigação são muito baixas. Isso quando são conhecidas! A precariedade, a urgência com que tudo isso é enfrentado, deveria atormentar qualquer consciência democrática e liberal”, ressaltou o antropólogo.


O presidente global da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé, reforçou a questão estrutural do racismo e da opressão contra os negros, “e que, justamente, pela dimensão temporal do problema, é preciso organizar uma luta coletiva de longa duração.


“Falamos de um país que teve sua fundação e sua existência marcada por quase 400 anos de escravidão. Essas sequelas estão muito presentes no nosso dia a dia. E a gente precisa fazer alguns movimentos estratégicos para que esse processo seja superado. É um processo muito longo, que se manifesta no dia a dia, e a gente tem que atuar conjuntamente. Primeira coisa, é ter a ideia de que essa agenda é de toda a sociedade e não apenas dos movimentos negros, porque, às vezes, parece que o problema é só nosso e a gente tem que enfrentar tudo sozinho. Desse jeito, as coisas não acontecem”, defendeu Preto Zezé.

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Para o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, o Brasil tem dificuldade em lidar com a memória. Por isso, segundo ele, é importante estimular constantemente a reflexão sobre temas importantes do passado, principalmente sobre os que se mantêm fortes e influentes sobre o presente.

“Existe a ilusão de que o passado não nos determina e que não precisamos fazer um ajuste de contas com o passado colonial e escravista. Não são pesos leves e tolos. São muito fortes e nos observam. Temos uma sociedade que precisa resolver essas questões. Daí a importância das políticas de memória. E se torna necessária uma série de medidas concretas no nosso horizonte que aponte para a igualdade de direitos”, disse o presidente da SBPC.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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GDF

Cursos oferecem novas oportunidades para mulheres no DF

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Secretaria da Mulher inicia capacitação feminina com foco em empregabilidade e inclusão social

Nesta segunda-feira (2), a Secretaria da Mulher (SMDF) deu início a uma nova etapa de capacitação para mulheres da capital, com a aula inaugural dos cursos oferecidos pelo programa Pronatec Mulheres Mil e ministrados pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O evento, realizado na Casa da Mulher Brasileira (CMB), em Ceilândia, marcou o começo de uma ação que vai capacitar cerca de 210 mulheres para o mercado de trabalho, oferecendo formações em áreas estratégicas como cuidador de idosos, copeira, porteiro/vigia, assistente de RH, costureira industrial, massagista e camareira.

Cada curso tem carga de 200 horas de aula, garantindo uma formação aprofundada e de qualidade. Parte dos cursos será realizada na CMB e no Empreende + Mulher de Taguatinga, ambos administrados pela SMDF. As capacitações em assistente de RH, costureira industrial, massagista e camareira ocorrerão em locais definidos pelo Pronatec, abrangendo regiões como Brazlândia, Estrutural, Sobradinho e Planaltina.


“A formação profissional focada na empregabilidade é crucial em um mercado de trabalho cada vez mais desafiador. Dessa forma, estamos criando oportunidades reais de mudança e transformação para essas mulheres, que terão a chance de alcançar independência financeira e contribuir ainda mais para o desenvolvimento econômico e social do DF”, afirmou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira.


Andressa Higna: “Acredito que esse curso não só me ajudará a conseguir uma vaga de emprego no futuro, mas também me proporcionará conhecimento valioso”

A SMDF busca proporcionar apoio contínuo e orientação para que cada mulher alcance seus objetivos. Andressa Higna, de 24 anos, mãe de dois filhos e uma das participantes do curso, destacou a importância dessa oportunidade para sua vida: “Acredito que esse curso não só me ajudará a conseguir uma vaga de emprego no futuro, mas também me proporcionará conhecimento valioso. Além disso, sei que não só eu, mas outras pessoas também se beneficiarão, pois poderei compartilhar minha experiência com o curso. Estou muito animada e espero concluir este curso e iniciar outro no Empreende + Mulher.”

Nathane Pacheco, representante do Pronatec, destacou a importância da parceria com a Secretaria da Mulher: “O curso profissionalizante é extremamente importante. Com duração de apenas três meses, as mulheres saem certificadas e, muitas vezes, já empregadas. Essa colaboração é fundamental para alcançarmos um número maior de mulheres, oferecendo novas oportunidades de carreira e vida.”

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Fato Novo com informações da SMDF

 

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CLDF

Projeto quer acabar com práticas racistas que afetam a primeira infância

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Presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz, lança projeto para luta antirracista na primeira infância

Para evitar que seja negligenciada a dimensão racial como fator gerador de desigualdades nas políticas públicas voltadas para a primeira infância, o deputado Wellington Luiz (MDB), presidente da Câmara Legislativa, apresentou o projeto de lei nº 1.203/2024, que institui o Programa Infância sem Racismo.


“Os efeitos da prática são extremamente prejudiciais. Em ambientes como creches e pré-escolas, por exemplo, se manifesta de várias formas no processo de socialização ou nas interações afetivas”, analisa o parlamentar.


O objetivo é combater o racismo desde cedo, promovendo o desenvolvimento integral das crianças, especialmente as pertencentes a grupos vulneráveis, como negros, indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais. Entre outras medidas, o PL, que ainda precisa passar pelo crivo das comissões e do plenário da CLDF, quer acabar com o chamado “racismo recreativo”, que se manifesta por meio de humor depreciativo, “lamentavelmente comum no ambiente escolar”.

Para o distrital, a promoção da equidade racial nos serviços essenciais é fundamental: “A criação do Programa Infância sem Racismo pretende assegurar que nossas crianças cresçam em um ambiente inclusivo e respeitoso, livre das práticas discriminatórias que ainda persistem”.

O projeto estabelece diretrizes a serem seguidas pelo Poder Público, entre as quais, prestar orientação às famílias e treinar continuamente gestores e servidores públicos visando à conscientização e ao estabelecimento de uma cultura antirracista. Também quer asseverar a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e o ensino da História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena nas escolas do Distrito Federal.

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“Não podemos permitir que o racismo continue afetando a primeira infância. É preciso adotar medidas para que cada criança tenha a oportunidade de crescer em um ambiente seguro e acolhedor”, salienta Wellington Luiz.

O PL nº 1.203/2024 ainda propõe a criação de canais de denúncia e órgãos de monitoramento, além de prever a participação das crianças na formulação das políticas públicas.


Fato Novo com informações da assessoria de comunicação do deputado Wellington Luiz

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