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Gaza: Estudo projeta até 300 mil mortes em dois anos; 66 mil a 300 mil mortes

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A Gaza vive uma tragédia com números contestados. Enquanto o Ministério da Saúde aponta mais de 66 mil mortes diretas, estudo projeta que mortes indiretas por fome e falta de tratamento elevam a cifra para mais de 300 mil

Dois anos após o início do conflito na Faixa de Gaza, a dimensão da tragédia humana é objeto de intensa controvérsia, com números que variam drasticamente. A contagem mais utilizada, fornecida pelo Ministério da Saúde de Gaza, indica que o total de mortes diretas causadas por ataques militares ultrapassou 66 mil em 30 de setembro.

No entanto, um artigo científico publicado na revista The Lancet aponta que o número real de vítimas pode ser até quatro vezes maior. O estudo adverte que a contagem oficial ignora as mortes indiretas causadas pela ofensiva israelense, elevando a projeção de fatalidades para mais de 300 mil mortes.

Mortes Indiretas e a Projeção Científica

A discrepância nos números se deve à metodologia. O Ministério da Saúde contabiliza apenas as mortes diretamente causadas por bombardeios e ataques terrestres. O estudo publicado pela The Lancet, liderado pelo pesquisador britânico Martin McKee, considera outros fatores críticos:

  • Fome e Sede: Mortes causadas pela falta de itens de necessidade básica.
  • Falta de Tratamento: Óbitos de feridos (mais de 165 mil casos registrados) que não puderam ser curados devido à falta de medicamentos e assistência.
  • Desaparecidos: Corpos que ficaram sob os escombros e não foram contabilizados.

O estudo inicial, realizado quando o total de mortes diretas era de 37 mil, já projetava entre 165 mil e 180 mil mortes. Aplicando a mesma metodologia ao quadro atual e considerando o endurecimento do bloqueio à ajuda humanitária, a projeção aponta para uma cifra superior a 300 mil mortes.

O Impacto na População

Em termos proporcionais, a marca de 66 mil mortes diretas já representa pelo menos 3% dos 2,2 milhões de habitantes estimados em Gaza. A projeção de 300 mil mortes representaria cerca de 15% da população local.

Os registros também apontam um impacto desproporcional em grupos vulneráveis:

  • Mais de 18 mil crianças morreram em Gaza.
  • Pelo menos 13 mil mulheres foram exterminadas, com um aumento de 300% nos abortos involuntários.
  • As autoridades de Gaza reportaram uma queda de 41% nos nascimentos no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas e a UNRWA também reportaram a morte de 274 profissionais da comunicação e 203 funcionários das Nações Unidas, respectivamente, durante a cobertura e as missões humanitárias.


Com informações: The Lancet / Ministério da Saúde de Gaza / Opera Mundi

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