Cineasta de Star Wars acredita que é possível negar tecnologia, mas o mundo não vai parar de desenvolvê-la
O uso de inteligência artificial (IA) tem sido um ponto de discussão intensa no mercado do cinema e da TV. E dessa vez foi o cineasta George Lucas, responsável por Star Wars, que compartilhou opiniões sobre a tecnologia durante o Festival de Cannes 2024.
Em entrevista para o veículo francês Brut., Lucas afirmou que a inteligência artificial se tornou algo inevitável. É possível negá-la individualmente, mas o mundo não deve parar tal desenvolvimento tecnológico. O cineasta, inclusive, usou um exemplo bastante direto:
“É como dizer: ‘Não acredito que os carros funcionem. Vamos continuar com os cavalos’. E sim, você pode falar isso, mas não é assim que o mundo vai funcionar.”
"J'étais à la plage, à faire des châteaux de sables avec Steven Spielberg. Des amis m'ont appelé en disant : regarde les infos […], c'est là que j'ai compris que Star Wars était un vrai succès."
Conversation entre @ATrapenard et George Lucas, qui reçoit une Palme d’or d’honneur… pic.twitter.com/uXMN78AktA— Brut FR (@brutofficiel) May 24, 2024
Ao Globo, por sua vez, Lucas acrescentou que sabe que a IA, assim como a internet e outros recursos, pode ser usada de formas erradas. E ele acredita que precisamos, sim, de meios para controlá-la.
“Com a inteligência artificial, ficou muito mais fácil para nós fazermos filmes. É o progresso, o futuro. A inteligência artificial veio para ficar, é inevitável. Só precisamos de instrumentos para regulá-la, porque também pode ser usada para o mal. Como aconteceu com os carros, que foram transformados em tanques e vão matar pessoas. […] Mas sinto que a internet e a IA, especialmente a IA, também podem ser usadas para reparar erros criados por essas tecnologias. Essas empresas que trabalham com IA podem desenvolver algo para detectar o que é falso ou real, e indicar de onde veio.[…] Temos que fazer isso, como deveríamos ter feito no início da internet.”
Por fim, o cineasta deixou claro que não é contra o uso de inteligência artificial. Vale lembrar, nesse contexto, que Lucas criou a Industrial Light e Magic (ILM) em 1975, empresa considerada — pelo próprio fundador — como uma das pioneiras a explorar tecnologias digitais para o cinema.
“Tenho muitos amigos que resistem às mudanças tecnológicas. Alguns deles ainda estão por aí, dizendo que nunca farão filme com tecnologia digital. Eu já me conformei com isso. Cinema não é uma tecnologia, é uma ideia.”
Além da saga Star Wars original, George Lucas também foi responsável por produções como THX 1138 (1971) e Loucuras de Verão (1973).
Fato Novo com informações: O Globo, Brut FR, Jovem Nerd