Ligue-se a nós

Saúde

Implante injeta remédio automaticamente quando detecta overdose de drogas

Publicado

no

Pesquisadores desenvolveram um implante capaz de injetar o remédio naloxona de forma automática quando detecta uma overdose. O uso de naloxona é a maneira mais eficaz de prevenir a morte durante uma overdose de opioides, já medicamento se liga aos receptores de opioides e pode restaurar a respiração do paciente em minutos.

No entanto, muitas pessoas não têm acesso a ele a tempo, especialmente quando estão sozinhas, no momento da overdose. Em testes realizados com animais, o dispositivo conseguiu reverter a overdose em 96% dos casos.

Uma das principais vantagens do implante, em comparação com sensores vestíveis, é que ele não depende da ação do usuário, tornando-o mais eficaz para populações de alto risco.

A novidade pode conter até 10 miligramas de naloxona em seu reservatório e usa sensores para monitorar sinais vitais, como frequência cardíaca, respiratória, pressão arterial e saturação de oxigênio.

Anúncio

A equipe de pesquisadores programou um algoritmo que analisa esses sinais e determina o momento exato para liberar o medicamento em caso de overdose.

A equipe pretende iniciar testes em humanos dentro de três a cinco anos e está trabalhando para reduzir ainda mais o tamanho do dispositivo e melhorar a duração da bateria, que atualmente funciona por até duas semanas.

“O aspecto mais desafiador do desenvolvimento de uma solução de engenharia para evitar a mortalidade por overdose é abordar simultaneamente a adesão do paciente e a disposição de adotar novas tecnologias, combatendo o estigma, minimizando as detecções de falsos positivos e garantindo a entrega rápida de antídotos”, afirmou Hen-Wei Huang, professor assistente na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, em comunicado.


Fonte: Revista Galileu

Anúncio
Continuar Lendo
Anúncio
Clique para comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mundo

ONU quer reforço da vacinação contra sarampo nas Américas para evitar surtos

Publicado

no

Por

Boletim da agência regional de saúde indica 14 mil casos suspeitos da doença até outubro, com 376 confirmados em oito países; 57% deles ocorreram em não-imunizados e 28% em pessoas com status de imunização desconhecido

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, lançou um alerta epidemiológico devido à identificação de novos focos de sarampo nas Américas.

A agência apela aos países da região que intensifiquem seus esforços de vacinação e vigilância.

57% dos casos em pessoas não vacinadas

Até 5 de outubro, foram registrados mais de 14 mil casos suspeitos da doença, com 376 confirmados em oito países. Os Estados Unidos lideram a lista com 267 notificações, seguido por Canadá, com 82, e Argentina, com 11.

A faixa etária mais afetada inclui crianças de um a nove anos e jovens de 20 a 29 anos. A agência informa que 57% dos casos confirmados ocorreram em pessoas que não foram vacinadas e 28% naquelas cujo status de vacinação é desconhecido.

Anúncio

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações perigosas, incluindo diarreia grave, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e uma inflamação do cérebro conhecida como encefalite. Algumas dessas complicações podem ser fatais.

A agência da ONU identificou um aumento de casos, desde fevereiro deste ano, mas houve uma tendência geral de diminuição no começo de abril. No entanto, as notificações seguem sendo confirmadas nos meses seguintes.

Dois homens da etnia Eñepa transportam vacinas para o ambulatório rural de San José de Kayamá, estado de Bolívar, Venezuela, em fevereiro de 2020

Unicef/Alejandra Pocaterra – Dois homens da etnia Eñepa transportam vacinas para o ambulatório rural de San José de Kayamá, estado de Bolívar, Venezuela, em fevereiro de 2020

Lacunas de imunidade

Ao longo do ano, a Opas alertou sobre o declínio da cobertura vacinal contra sarampo, rubéola e caxumba, prevenidas com o imunizante conhecido como tríplice viral.

Em 2023, a cobertura regional para a primeira dose desta vacina foi de 87% e de 76% para a segunda dose, ambos os valores abaixo do limite ideal de 95% recomendado para prevenir surtos.

Em resposta à situação, a Opas insta os Estados-membros a implementar estratégias de busca ativa para detectar casos, bem como realizar atividades complementares de vacinação para fechar as lacunas de imunidade existentes.

Resposta coordenada a surtos

Os viajantes também são aconselhados a se vacinar antes de visitar áreas onde a transmissão do sarampo foi documentada.

Anúncio

Globalmente, a doença continua sendo uma das principais causas de morte entre crianças pequenas, apesar da existência de uma vacina segura e eficaz para preveni-la.

A Opas está apoiando os países na implementação de medidas para controlar a propagação do vírus e proteger as populações mais vulneráveis, além de incentivar a colaboração para garantir uma resposta coordenada a surtos.

Continuar Lendo

Ciência

O que são os “químicos eternos”, e por que eles estão em todo lugar – até no sangue

Publicado

no

Por

Algo estranho aconteceu com o gado do americano Wilbur Tennant depois que a indústria química DuPont construiu um aterro próximo à sua fazenda na Virgínia Ocidental, no fim dos anos 1990. Sem motivo aparente, o rebanho desenvolveu feridas no corpo e começou a se comportar de maneira agressiva. Quase metade dos animais morreu. Após gravar vídeos mostrando a presença de sujeira e espuma no riacho (antes cristalino) que corria pela fazenda, Tennant procurou veterinários, políticos, jornalistas e até a polícia. Ninguém deu bola. Decidiu, então, pedir ajuda para o neto de uma vizinha que, supostamente, era um importante advogado ambiental de Ohio.

Mesmo não sendo o tipo de advogado que Tennant buscava – na verdade, ele trabalhava em um escritório focado em defender a indústria química –, Robert Bilott aceitou representar o fazendeiro. A ação foi o início de uma longa batalha contra a DuPont. O advogado descobriu que a empresa vinha enchendo o aterro com uma substância da qual nunca tinha ouvido falar: PFOA. Sigla para ácido perfluoro-octanoico, a combinação de carbono e flúor era usada na fabricação do teflon de panelas antiaderentes – e é altamente tóxica.

O PFOA faz parte de uma categoria de substâncias chamada PFAS – ou “químicos eternos”. Elas são compostos orgânicos sintéticos (isto é, produzidos em laboratório) cuja principal característica são as ligações entre carbono e flúor. Enquanto a maioria das ligações químicas em compostos orgânicos envolve átomos de carbono e hidrogênio, nos PFAS o hidrogênio dá lugar ao flúor.

No caso dos perfluoralquilados, todos os átomos que seriam de hidrogênio são substituídos pelo flúor; já nos “poli”, nem todos. Se a ligação entre carbono e hidrogênio é considerada fraca, a combinação com flúor é forte, e permite que os compostos tenham cadeias mais longas. E ter cadeias de átomos mais compridas torna as substâncias mais resistentes à biodegradação. O apelido “químicos eternos”, portanto, não é exagero.

Anúncio

“São ligações muito difíceis de serem rompidas e degradadas no ambiente”, diz a professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Cassiana Carolina Montagner, especialista em química ambiental e segurança hídrica.

Essa união é o que proporciona características físico-químicas que tornam as substâncias tão especiais para a indústria: alta resistência e capacidade de repelir gordura e água ao mesmo tempo, e a temperaturas elevadas. Presentes em panelas antiaderentes e embalagens de papel para fast food, itens de higiene como fio dental, roupas impermeáveis, tintas, cosméticos diversos, ceras, revestimentos e até mesmo espumas para combate a incêndios, as PFAS se tornaram onipresentes.

Só que quase ninguém sabe disso. “Você não vai encontrá-las identificadas em rótulos ou na lista de ingredientes de um produto. Mas você pode procurar por palavras-chave como ‘à prova de água ou gordura’, ‘antiaderente’, ‘resistente a manchas’”, aponta Bilott, em entrevista exclusiva a GALILEU.

A onipresença em produtos comuns da vida moderna, no entanto, representa um empecilho. “A princípio, acreditava-se que eram uma solução barata e prática para problemas do dia a dia. E, cada vez mais, fomos nos acostumando com essa modernidade. Mas, na verdade, são soluções preparadas ou pensadas a partir desses compostos”, explica Montagner. Para completar, os PFAS são invisíveis, ao contrário da poluição plástica, por exemplo, que conseguimos enxergar. “A população não vê os PFAS, não sabe onde estão. Então, é muito difícil pedir que evitem usá-los”, opina.

Linha do tempo
  • 1934
    Precursor dos PFAS, o policlorotrifluoroetileno (PCTFE) é descoberto pela química alemã IG Farben. O termoplástico só chegou ao mercado em 1950, com o nome de Kel-F. Hoje, é conhecido como Neofl on PCTFE, e usado em componentes eletrônicos.
  • 1938
    Na DuPont, cientistas criavam novos gases refrigerantes a base de fluorocarbono. Descobriram o politetrafluoretileno (PTFE) por acidente, quando uma amostra de fluorocarbono tetrafluoretileno formou uma cera branca.
  • 1945
    A DuPont registra o “teflon”. Um dos primeiros usos do material foi no Projeto Manhattan, que criou a bomba atômica: o PTFE era usado para revestir válvulas e juntas dos canos que transportavam urânio na fábrica de Oak Ridge.
  • ANOS 1950
    Produtos fluorocarbonados começam a ser produzidos em massa nos EUA. A DuPont monta uma fábrica de Teflon na Virgínia Ocidental e a 3M, que havia adquirido a patente para fabricar outros tipos de PFAS, inaugura duas plantas em Minnesota.
  • 1953
    Uma amostra de ácido perfluoro-octanossulfônico (PFOS) produzida pela 3M cai no sapato de um químico, e cria um revestimento que repele óleo e água. Nascia o impermeabilizador Scotchgard, um dos produtos de maior sucesso da empresa.
  • 1954
    O engenheiro francês Marc Grégoire decide revestir as panelas de sua esposa, Colette, com a substância PFTE, que usava para evitar o emaranhamento de sua linha de pesca. Nascia a primeira frigideira antiaderente do mundo, a “Tefal” (teflon e alumínio).
  • 1963
    A Marinha americana começa a trabalhar com cientistas da química 3M no desenvolvimento de uma espuma sintética feita de PFAS para combater incêndios. O produto foi patenteado em 1967, com o nome AFFF (sigla em inglês para espuma aquosa formadora de filme).
  • 1998
    O advogado Robert Billot, de Ohio, aceita representar o fazendeiro Wilbur Tennant, da Virgínia Ocidental, em um processo contra a DuPont pelo envenenamento do rebanho com produtos despejados da fábrica de sua cidade.
  • 2000
    A 3M anuncia o fim da produção de PFOS e derivados, reconhecendo os riscos da substância para humanos e o meio ambiente.
  • 2012
    Ação conjunta de 70 mil pessoas é movida contra a DuPont. Para embasar o processo, cientistas conduzem uma pesquisa na população americana. O resultado mostrou relação entre PFOA e o desenvolvimento de doenças como câncer e colesterol alto.
  • 2017
    A DuPont faz um acordo coletivo de US$ 671 milhões para encerrar os cerca de 3500 processos individuais movidos por pessoas que tiveram contato com PFOA.
  • 2019
    Documentos descobertos pela jornalista Sharon Lerner, revelam que a 3M já sabia, desde os anos 1970, que os PFAS se acumulavam no sangue humano e poderiam ser tóxicos para a saúde.
  • 2024
    A agência ambiental americana determina que as companhias de saneamento providenciem a remoção de PFAS no tratamento de água no país.
As marcas visíveis dos PFAs

Anúncio
Continuar Lendo

Saúde

Saiba mais sobre a neuromielite óptica, doença autoimune que afeta principalmente mulheres negras

Publicado

no

Por

A neuromielite óptica, também conhecida pela sigla NMO, é uma doença neurológica, autoimune e rara, que danifica o nervo óptico, a medula espinhal e o cérebro

Estima-se que a NMO afete aproximadamente 200 mil pessoas em todo o mundo, e 4 mil só no Brasil. A cada 10 casos da doença, 9 acometem mulheres, sendo a maioria delas pretas e amarelas. A NMO costuma se manifestar com maior frequência em pessoas em idade economicamente ativa, na faixa dos 30 aos 40 anos de idade. Sem o diagnóstico e tratamento adequados, pode causar sintomas e consequências graves para os pacientes.

A seguir, o médico Herval Ribeiro Soares Neto, neurologista especializado em neuroimunologia verifica algumas das principais afirmações sobre a NMO, ainda pouco conhecida pela população brasileira.

“Neuromielite óptica e esclerose múltipla são a mesma coisa”

Mito. Os sintomas iniciais da NMO, que incluem fraqueza muscular, fadiga e dor, podem ser confundidos com os de outras doenças autoimunes, como lúpus e esclerose múltipla. O desconhecimento de parte da comunidade médica, sobretudo da atenção primária, acerca da NMO também é uma barreira significativa para o diagnóstico.

Anúncio

Muitos pacientes são encaminhados para outras especialidades antes da neurologia, e mesmo quando são, há dificuldades: uma pesquisa realizada pela associação Crônicos do Dia a Dia, com apoio Roche, revelou que aproximadamente 23% dos neurologistas entrevistados não possuem acesso ao teste anti-aquaporina, capaz de diagnosticar com precisão a NMO, na instituição em que trabalham.

É importante ressaltar que a detecção dos anticorpos AQP4-IgG não só confirma o diagnóstico, mas também pode guiar as opções terapêuticas. Cerca de 75% dos pacientes com NMO são positivos para esses anticorpos, o que faz desse teste sanguíneo uma ferramenta diagnóstica crucial.

“A NMO pode ser letal”

Verdade. A neuromielite óptica danifica principalmente o nervo óptico, a medula espinhal e o cérebro dos pacientes, podendo causar cegueira permanente, fraqueza muscular e paralisia. Os sintomas da NMO são incapacitantes e podem evoluir e agravar o quadro a partir dos surtos (ou ataques) sofridos pelos pacientes. Um ataque pode levar à perda visual, falta de mobilidade, dor crônica, fadiga severa e incontinência na bexiga ou intestino, podendo resultar, inclusive, em morte.

Após 5 anos de diagnóstico, cerca de 50% dos pacientes necessitam de cadeira de rodas para mobilidade. Nesse mesmo período, 62% dos pacientes desenvolvem cegueira. Devido a essas sequelas e todas as complicações enfrentadas, a taxa de mortalidade entre os pacientes com NMO varia de 6% a 32%.

Anúncio

“Não existem cuidados para NMO ”

Mito. Até muito recentemente, há cerca de 5 anos, não existiam terapias medicamentosas específicas para a jornada das pessoas que viviam com a NMO. Hoje em dia, no Brasil, temos diferentes inovações, que podem mudar a história natural da doença. Atuando na prevenção de surtos, reduzindo a gravidade das recaídas e prevenindo o acúmulo de incapacidade neurológica.

O problema é que os pacientes no Brasil ainda não possuem acesso a nenhuma dessas inovações. Essa lacuna deixa muitos pacientes dependentes de cuidados alternativos, comprometendo a jornada de cuidado e qualidade de vida deste paciente.

“A cor de pele da pessoa diagnosticada com NMO impacta na jornada com a doença”

Verdade. Apesar de não haver diferenças clínicas nos sintomas da doença em pessoas dos sexos masculino ou feminino, brancas, pardas ou negras, é possível notar diferenças estatísticas importantes, que podem ser explicadas por desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento da doença. A taxa de mortalidade entre pessoas com NMO no Brasil pode ser superior a 34% na população preta, enquanto entre pessoas brancas esse índice é de 8%.

Anúncio

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 37% da população adulta preta ou parda avaliam sua saúde como regular, ruim ou muito ruim. Esse cenário sugere que essas populações frequentemente enfrentam barreiras adicionais no sistema de saúde, incluindo acesso limitado a especialistas e terapias inovadoras.

Vale ainda ressaltar que, de acordo com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, do Ministério da Saúde, a população preta e parda representa 79% do público total atendido exclusivamente pelo SUS, o que mostra a dependência dessas pessoas ao sistema público de saúde.

“A NMO prejudica a renda dos pacientes e de suas famílias”

Verdade. De acordo com a pesquisa “Vamos falar de NMO”, apoiada pela Roche, cerca de 65% dos pacientes entrevistados relataram uma mudança na sua renda após o diagnóstico. As principais razões das mudanças são os custos com exames, tratamentos e reabilitação, troca de emprego, e dificuldade de conseguir novo trabalho pelo preconceito sofrido por pessoas com diagnósticos neurológicos.

Para agravar ainda mais esse cenário, de acordo com relatório “Construir caminhos, pactuando novos horizontes”, divulgado em 2024 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em mais de 27% das famílias brasileiras as mulheres negras são as principais responsáveis pela renda da casa. Considerando que a NMO afeta principalmente essa população, é possível afirmar que o diagnóstico da doença tem um forte impacto na renda de muitas famílias brasileiras.

Anúncio

Fonte: jessie.costa@inpresspni.com.br

Continuar Lendo

Mais vistas