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‘Los Gringo Hunters’: série da Netflix mostra México como caçador de criminosos dos EUA

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Produção inverte narrativa tradicional e revela operações reais de agentes mexicanos que capturam foragidos norte-americanos na fronteira

Brasília – A nova série ‘Los Gringo Hunters’ , lançada pela Netflix em 9 de julho de 2025, inverte o olhar tradicional sobre a fronteira entre Estados Unidos e México . Ao invés de retratar o país latino como um esconderijo para criminosos, a produção mostra uma realidade pouco explorada: agentes mexicanos perseguindo e deportando foragidos estadunidenses que buscam refúgio do outro lado do muro.

Ao longo de 12 episódios , a série documental explora as atividades da Unidade de Ligação Internacional da Polícia Estadual da Baixa Califórnia , grupo apelidado de Caçadores de Gringos , que atua há mais de duas décadas na região. Desde 2002, a equipe já localizou e deportou mais de 1.600 fugitivos , incluindo indivíduos listados entre os 10 Mais Procurados do FBI , assassinos em série, traficantes e golpistas bilionários.

Estratégia realista e impacto social
Cada prisão é mostrada com detalhes técnicos e humanos, evidenciando métodos como vigilância disfarçada, carros sem identificação e estratégias jurídicas ágeis que evitam longos processos de extradição. Os agentes utilizam frequentemente acusações de infrações migratórias para garantir a deportação imediata de suspeitos, muitas vezes antes que possam se esconder novamente.

A série também destaca o contexto social onde essas operações ocorrem: bairros empobrecidos , falta de políticas públicas e lideranças religiosas que exploram a fé popular são alguns dos cenários onde os criminosos tentam se integrar — e onde redes de poder político e religioso os protegem por interesse próprio.

Retrato do México e crítica geopolítica

Longe do estereótipo de “terra sem lei”, ‘Los Gringo Hunters’ apresenta um México organizado, com policiamento eficiente e cooperação internacional sólida . A produção desafia a visão difundida por filmes de Hollywood, onde o crime escapa impunemente para o sul da fronteira.

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A série também funciona como um contraponto à retórica anti-imigração de Donald Trump , destacando que a fronteira não é apenas um fluxo de entrada de pobres em busca de oportunidades, mas também uma via de saída para criminosos em fuga . Esse contraste ilumina a hipocrisia de discursos que erguem muros, mas ignoram que a criminalidade também se move em direção ao Sul.

Além disso, a trama ressoa com realidades latino-americanas, especialmente no Brasil, ao expor figuras de líderes religiosos que usam a fé como ferramenta de controle social — algo que lembra o avanço do neopentecostalismo político na América Latina.

Elenco e estilo de narração

O elenco principal inclui:

  • Nico Bernal (Harold Torres) – agente experiente e impulsivo
  • Gloria Carbajal (Mayra Hermosillo) – policial ética e habilidosa
  • Beto (Manuel Masalva) – novato motivado e dedicado
  • Archi (Andrew Leland Rogers) – especialista em infiltração
  • Crisanto Navarro (Héctor Kotsifakis) – técnico com senso de humor
  • Camila (Regina Nava) – analista recém-chegada e figura intrigante

Os atores tiveram contato direto com os verdadeiros agentes durante o processo de pesquisa, o que ajudou a construir personagens mais autênticos e humanizados. A direção, assinada por Adrián Grünberg, Alonso Álvarez, Jimena Montemayor e Natalia Beristáin , combina realismo visual, ação intensa e crítica social , com filmagens em locais reais como Tijuana e a Cidade do México .

Trilha sonora e atmosfera de fronteira

A trilha sonora reforça a identidade cultural do México, misturando ritmos regionais como norteño e banda regional com batidas urbanas, hip hop e eletrônicas. Essa combinação dá ritmo às perseguições, enquanto os momentos calmos destacam vozes locais e músicas que tratam de migração, violência e resistência.

As cenas alternam entre perseguições tensas, investigações meticulosas e reflexões sobre moralidade e justiça , tudo embalado por uma ambientação que transforma a cidade em quase um personagem à parte.

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Com informações: Revista Fórum

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