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Morte de ex-DGP pode ter motivação “fora do PCC”, aponta nova linha de investigação

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Embora a atuação da maior organização criminosa do país fosse a hipótese inicial, a Polícia Civil de SP trabalha com a possibilidade de o assassinato de Ruy Ferraz Fontes estar ligado a “jogo de interesses” na prefeitura de Praia Grande.

As autoridades de segurança de São Paulo estão examinando uma nova e surpreendente linha de investigação para elucidar o brutal assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo. Fontes foi executado com tiros de fuzil na noite da última segunda-feira (16), em Praia Grande, na Baixada Santista.

Inicialmente, a principal hipótese era a de vingança do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil. Essa crença era baseada no histórico profissional do delegado, que dedicou décadas ao combate da facção e foi responsável pela prisão de seu líder máximo, Marcola, há mais de 25 anos.

No entanto, os investigadores agora consideram que a motivação do crime pode estar ligada à função que Fontes exercia na esfera municipal.


 

Reviravolta: O Foco na Prefeitura

 

A nova linha de investigação aponta para a atual função do delegado aposentado, que desde 2023 atuava como Secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, município litorâneo administrado pelo prefeito Alberto Mourão (MDB).

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A polícia trabalha com a possibilidade de que Fontes tenha sido alvo por ter contrariado algum suposto jogo de interesses relacionado às suas funções na administração da cidade. Como secretário, ele lidava com processos e decisões administrativas que, em uma cidade de grande porte na Baixada Santista, podem envolver vastas somas de recursos e possíveis conflitos de poder.

Para sustentar essa hipótese, os investigadores ponderam alguns fatores:

  1. Ausência de Proteção: O ex-DGP já estava aposentado desde 2023 e sem a proteção institucional que tinha no cargo mais alto da Polícia Civil há dois anos.
  2. Paradeiro Público: Sua moradia e função na Prefeitura de Praia Grande eram de conhecimento público, o que facilitaria a ação de criminosos com motivação local.

O fato de a informação sobre seu paradeiro não ser secreta é visto como um elemento que enfraceceria a tese de um planejamento complexo de vingança pelo PCC, que usualmente utiliza informações confidenciais para atingir seus alvos.


 

Hipótese Mista e o Contexto do Crime

 

A polícia ainda não descarta que a motivação seja uma mescla das duas linhas de investigação. É possível, por exemplo, que Fontes tenha cruzado o caminho de indivíduos na prefeitura que, por sua vez, já tivessem algum relacionamento prévio com o Primeiro Comando da Capital.

Essa possibilidade mescla o componente local – o atrito na Secretaria de Administração – com o componente do crime organizado, tornando o esclarecimento do assassinato um desafio complexo para as autoridades paulistas.

A brutalidade da execução, com o uso de armas de fuzil, levou a uma imediata mobilização da Segurança Pública de São Paulo, embora o Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, tenha recusado a ajuda oferecida pela Polícia Federal para as investigações.

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O caso segue sob apuração, buscando determinar se o assassinato de Ruy Ferraz Fontes foi um acerto de contas histórico do crime organizado ou uma execução ligada a um conflito administrativo no seu novo cargo.


Com informações de: Revista Fórum

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