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Congresso Nacional

Movimento de Mulheres Camponesas é homenageado no Senado Federal por seus 40 anos de existência

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12 de agosto também marca os 41 anos do assassinato de Margarida Alves, líder camponesa e heroína do Brasil

O Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) foi homenageado no Senado Federal, nesta segunda-feira (12), por seus 40 anos de existência, completados em 2023. A data da sessão foi escolhida especialmente porque também marca os 41 anos do assassinato de Margarida Alves, liderança sindical e camponesa, declarada heroína da pátria em 2023.

Com o plenário lotado de militantes do MMC e de outros movimentos feministas e camponeses, a senadora Augusta Brito (PT-CE) presidiu a sessão e foi a primeira a se manifestar. “Em tempos de adversidade e transformação, essas mulheres não apenas desafiaram as estruturas opressoras da sociedade, mas também plantaram as sementes de um futuro mais justo e sustentável para todas nós”, afirmou.


“Há quatro décadas, essas mulheres de todo o país se uniram, levantando suas bandeiras e enxadas, em uma luta por justiça, igualdade e dignidade no campo” declarou, destacando ainda o papel do MMC no incentivo à economia solidária, à criação de cooperativas e redes de produção, e fortalecendo a autonomia financeira das mulheres camponesas.


A deputada federal Camila Jara (PT-MS), neta de assentados da reforma agrária, se disse emocionada com a sessão e agradeceu as mulheres militantes por seu compromisso com o povo brasileiro. “Esta sessão solene não é só uma homenagem de nós que estamos aqui representando, neste momento, todas as nossas batalhas, mas também é um agradecimento do povo brasileiro a vocês, que mantêm de pé a estrutura deste país“, afirmou a deputada.

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A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, denunciou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC) entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) argumentando pela inconstitucionalidade da Lei da Igualdade Salarial (lei nº 14.611), sancionada pelo presidente da República em julho de 2023, e que reforça a necessidade do estabelecimento de critérios remuneratórios entre homens e mulheres, garantindo a igualdade salarial entre os gêneros.

Gonçalves fez ainda um chamado para que haja um esforço concentrado em torno do enfrentamento à violência de gênero, que segue acometendo um número alto de mulheres – e de mulheres camponesas  no país. “Este país não pode aceitar calado. Os homens não podem se calar. As mulheres não podem se calar. As autoridades não podem se calar. Porque nós vivemos neste país uma pandemia de violência contra as mulheres. E pandemia nós enfrentamos com ações drásticas”, afirmou.

Finalmente, a representante do Movimento de Mulheres Camponesas, Mirele Diovana Milhomem da Silva, iniciou sua fala com um chamado à solidariedade às “mães palestinas, latino-americanas, haitianas” e todas as demais mulheres ao redor do mundo; e com uma breve autodescrição do MMC.

“Somos o Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil. Um movimento autônomo, feminista de classe. Somos agricultoras, ribeirinhas, extrativistas, boias frias, negras, indígenas, e descendentes de europeus. Estamos organizadas e presentes em 16 estados do Brasil”, descreveu.


“Somos produtoras do alimento saudável, comida de verdade, recuperamos as sementes crioulas, cuidamos dos nossos quintais produtivos, lutamos por um projeto popular de agricultura agroecológica. Defendemos nossas culturas como modo de vida, os saberes populares como ciência, para que haja uma sociedade com direitos, igualdade, equidade, pela libertação da mulher de todas as formas de violência, exploração, discriminação e opressão”, declarou.


Alimentação saudável e luta contra os agrotóxicos

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, também compareceu à sessão solene no Senado. Ele destacou as políticas do atual governo direcionadas às mulheres camponesas, como a retomada do Programa Aquisição de Alimentos (PAA) que, segundo ele, privilegiou as populações tradicionais com grande expressão de mulheres, além das linhas de crédito dentro do Plano Safra da Agricultura Familiar.

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“Na reforma agrária, as mulheres têm assumido a liderança. O Pronaf B, que é o microcrédito, oferecem financiamentos específicos para as mulheres: 17 mil para elas, 12 mil para os maridos e 8 mil para os filhos, totalizando R$ 35 mil”, declarou. “São 90 mil quintais produtivos, feitos junto com a Ministra Cida Gonçalves, para as mulheres camponesas no nosso Brasil”, completou.


Dirigindo-se à senadora Augusta Brito, Teixeira defendeu que agrotóxicos de alto risco à saúde e alimentos ultraprocessados recebam uma taxação seletiva, de modo a valorizar a alimentação saudável, uma das bandeiras do Movimento de Mulheres Camponesas.

“Nós temos que tributar fortemente os agrotóxicos, os ultraperigosos e que geram problemas à saúde do povo brasileiro. Ao mesmo tempo, nós temos que tributar aqueles ultraprocessados, não os que têm pequeno processamento, mas os ultraprocessados, que fazem mal à saúde do povo”, defendeu.


“É por isso que eu quero dizer que as mulheres são detentoras de um conhecimento ancestral para alimentar o povo brasileiro. Vocês garantem a alimentação do povo brasileiro, garantem a alimentação saudável e podem ajudar a educar a sociedade brasileira para recuperar a cultura alimentar tradicional do arroz, do feijão, da mandioca, do cará, da batata doce, de todos os alimentos que fazem bem ao povo brasileiro”, disse o ministro.


O tema dos agrotóxicos divide o governo federal. Recentemente, o Conselho Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo) decidiu adiar o lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), devido à recusa do Ministério da Agricultura em incorporar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara). Setores do agronegócio pressionam pela mudança do nome do programa e apenas menções a insumos químicos de alta periculosidade.

Grande preocupação para as mulheres camponesas, principais afetadas pelo adoecimento de suas comunidades e de seus plantios devido à utilização de agrotóxicos em larga escala, o tema também esteve presente na fala de Sônia Coelho, representante da Marcha Mundial de Mulheres (MMM). “Esta é uma luta permanente do MMC: a luta contra o veneno, contra os agrotóxicos, que chamamos mesmo de ‘veneno’. Este país está envenenando o alimento que nós comemos”, afirmou.

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Também estiveram presentes Joana Santos, da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Anderson Amaro, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Sílvio Porto, diretor da Conab, César Aldrighi, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Loroana Santana, diretora da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural  (Anater); Michela Calaça, do Departamento de Mediação e Conflitos do MDA, Viviana Bezerra, Subsecretária de Mulheres do MDA e Eva Chiavon, representando a liderança do governo no Senado.


Fato Novo com informações: Brasil de Fato

Congresso Nacional

Dino mantém suspensão de emendas do orçamento secreto

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© Gustavo Moreno/STF

Ministro considerou que não houve avanço em audiência de conciliação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino decidiu nesta quinta-feira (10) manter a suspensão do pagamento de emendas parlamentares RP8 e RP9 (emendas de comissão e de relator ao orçamento), chamadas de “orçamento secreto”.

A decisão foi assinada pelo ministro após uma audiência de conciliação realizada na manhã de hoje entre representantes do Congresso e do Executivo.

Dino entendeu que os representantes do Congresso não apresentaram “informações específicas, completas e precisas” para comprovar o cumprimento da decisão da Corte que determinou o fim das emendas do orçamento secreto.

Para o ministro, a liberação das emendas não ocorrerá enquanto medidas de transparência e rastreabilidade dos recursos não forem adotadas plenamente pela Câmara e o Senado.


“Ante o exposto, à  vista das carências quanto ao cumprimento das determinações judiciais, permanece inviável o restabelecimento da plena execução das emendas parlamentares no corrente exercício de 2024, até que os Poderes Legislativo e Executivo consigam cumprir às inteiras a ordem constitucional e as decisões do plenário do STF”, decidiu.

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Entenda

Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP 8 e RP 9 são inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.

No entanto, o Psol, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continua em descumprimento.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original do caso, Flávio Dino assumiu a condução do caso.

Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também mandou a Controladoria-Geral da União (CGU) auditar os repasses realizados pelos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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Lula chama chefes de Poderes para discutir emergência climática

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Governo prepara um pacote de medidas para lidar com as queimadas

Após passar o dia inteiro analisando o cenário das queimadas no país, ao lado de auxiliares e especialistas, nesta segunda-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu convidar os chefes dos outros Poderes da República para uma reunião emergencial sobre o tema. A informação é do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta.  

“[A reunião é] para que façam um diálogo, a partir desse diagnóstico, dessas informações [sobre as queimadas], e possam pensar de forma conjunta o compartilhamento de responsabilidades, na medida em que existem ações que vão além da responsabilidade do governo federal. A ideia é tratar esse tema não como tema do governo, mas como tema do Estado brasileiro, com a participação de todos os Poderes”, disse o ministro a jornalistas, no Palácio do Planalto.

A reunião com os chefes de Poderes está marcada para esta terça-feira (17), às 16h30, no Palácio do Planalto. Lula convidou os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Também estão sendo convidados os presidentes do Tribunal de Contas da União (TCU) e o chefe da Procuradoria Geral da República (PGR). Além dessa reunião, o governo, por meio da Casa Civil, estuda uma agenda do presidente Lula com os governadores, nos próximos dias.

Pimenta explicou que o governo prepara uma série de medidas, que só vão ser anunciadas e detalhadas nesta terça. Sem adiantar nenhum ponto, ele falou que as iniciativas incluem, por exemplo, algumas medidas provisórias.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, concede entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, desta terça-feira, a partir das 8h, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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O Brasil enfrenta um cenário grave de queimadas e incêndios florestais este ano. De janeiro a agosto de 2024 os incêndios no país já atingiram 11,39 milhões de hectares do território do país, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas, divulgados na semana passada. Desse total, 5,65 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo apenas no mês de agosto, o que equivale a 49% do total deste ano.

Ontem (15), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o governo federal a emitir créditos extraordinários fora dos limites fiscais para o combate às queimadas. O ministro também já determinou medidas para o enfrentamento aos incêndios na Amazônia e no Pantanal, como contratação emergencial de brigadistas e ampliação do efetivo da Força Nacional.

Mais cedo, nesta segunda, o presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, cobrou seriedade do Poder Judiciário no combate às queimadas criminosas no país.

A onda de queimadas atingiu a capital do país nos últimos dias. Cerca de 3 mil hectares do Parque Nacional de Brasília, uma unidade de conservação de Cerrado nativo e abundante em nascentes de água, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), já foram consumidos pelo fogo. O próprio presidente Lula sobrevoou a região neste último domingo, quando a fumaça começou a encobrir o céu de Brasília.

A cidade já amanheceu nesta segunda coberta por fuligem e fumaça no ar, o que levou ao cancelamento de aulas. O aumento dos riscos à saúde também é uma preocupação dos especialistas. Há cerca de uma semana, o fogo já havia atingindo grande parte Floresta Nacional de Brasília, que é outra unidade de conservação importante da capital federal.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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Congresso Nacional

Câmara aprova urgência para desoneração da folha de pagamento

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Projeto prevê reoneração gradual de setores da economia

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (9) a urgência para votação do projeto que prevê transição para o fim da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e da alíquota cheia do INSS em municípios com até 156 mil habitantes.

O projeto foi aprovado em agosto pela Senado. A proposta mantém a desoneração da folha de pagamento para esses setores integralmente em 2024 e prevê a reoneração gradual entre 2025 e 2027. A retomada gradual da tributação a partir de 2025 terá alíquota de 5% sobre a folha de pagamento. Em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%, quando ocorreria o fim da desoneração. Durante toda a transição, a folha de pagamento do 13º salário continuará integralmente desonerada.

Para municípios com até 156 mil habitantes, a retomada da contribuição previdenciária também será escalonada: até o fim deste ano, será de 8% e no ano que vem, o percentual será de 12%. Em 2026, será de 16%, chegando aos 20% em 2027, no fim do período de transição.

No ano passado, o Congresso Nacional havia aprovado a manutenção da desoneração da folha, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou trechos da Lei 14.784, de 2023. O Congresso derrubou o veto e o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que deu prazo até 11 de setembro para que o Congresso e o Executivo buscassem um acordo sobre a desoneração.

Após acordo entre governo e Congresso, foram definidas medidas de compensação para a renúncia fiscal com a manutenção da desoneração, que foram incorporadas ao projeto.

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Entre as medidas estão a atualização do valor de bens imóveis junto à Receita Federal, aperfeiçoamento dos mecanismos de transação de dívidas com as autarquias e fundações públicas federais e medidas de combate à fraude e a abusos no gasto público.


Fato Novo com informações da Agência Câmara e do Senado

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