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Mulheres Negras Camponesas movem a terra, constroem agroecologia e Reforma Agrária Popular

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25 de julho é a data em que se celebra o dia da mulher negra latino-americana e caribenha

Aprendemos com Angela Davis que “quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” e com Lélia Gonzalez que nosso lema deve ser: organização já. Aprendemos isso em uma sociedade em que as mulheres negras estão na base da pirâmide social, pois são atingidas com os piores índices de direitos básicos como acesso à educação, mercado de trabalho, terra, moradia e saúde.

Isso porque as intersecções de gênero, raça e classe estruturam o capitalismo e são elementos centrais para compreender a permanência da violência sistêmica que afeta mulheres negras nos diversos espaços da vida, na casa, no trabalho, na política, na economia. Além disso, segue matando a juventude negra, homens negros, encarcerando em masa do povo preto, impondo preconceito, impedindo o acesso e permanência a terra e o não reconhecimento da prática religiosa.

Nesse aspecto, é importante demarcar os espaços de lutas e resistência construídos pelas nossas ancestrais, trazendo a memória de Luiza Mahin, Dandara, Mariele Franco, e tantas outras que iniciaram no processo da luta. Por elas e por afirmar que enfrentar o racismo e o sexismo vivenciado ainda hoje é condição para enfrentar as mazelas da fome, da misoginia, da violência e para pensar uma sociedade menos desigual, baseada em relações sociais de igualdade.

Na luta pela terra, o racismo e o sexismo se expressa principalmente na propriedade, onde as maiores áreas são pertencentes a homens brancos, fruto de um processo de colonização excludente baseado na escravização e superexploração da mão de obra negra e dos bens da natureza.

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Porém, a resistência a esse modelo também é protagonizada pelas mulheres negras, desde o Brasil colônia e escravista, a resistência atual dos povos e comunidades tradicionais, onde as lideranças de mulheres negras são centrais para a organização da luta a partir do cotidiano, do cuidado com a natureza e com as pessoas. Expressa também na luta pela Reforma Agrária uma vez que as mulheres negras, ao formar a base da pirâmide social, também protagonizam a luta pelo acesso à terra, por alimentos saudáveis e por vida digna que a reforma agrária popular pode possibilitar.

“O que impulsiona essa luta é a crença na possibilidade de construção de um modelo civilizatório humano, fraterno e solidário, tendo como base os valores expressos pela luta antirracista, feminista e ecológica, assumidos pelas mulheres negras de todos os continentes, pertencentes que somos à mesma comunidade de destinos. Pela construção de uma sociedade multirracial e pluricultural, onde a diferença seja vivida como equivalência e não mais como inferioridade.” (CARNEIRO, 2003, p.05)

É nesse sentido que demarcar a data de 25 de julho como um momento de luta e celebração é importante para nós do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), pois, nesse dia celebra-se o dia da mulher negra latino-americana e caribenha, que visa denunciar o racismo e o sexismo que impacta a vida das mulheres afrodescentes, mas, também para visibilizar os processos de lutas e resistência construída historicamente e na atualidade.

O 25 de julho tem se fortalecido e entrado para o calendário de lutas no Brasil. Essa data é fruto de muita luta, resistência e organização de mulheres negras da América Latina e Caribe que há 33 anos, seguindo as lições de nossas ancestrais, se reuniram no 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas para a discussão de temas e de estratégias de luta em proporções transnacionais.

No Brasil a data foi reconhecida em 2014, quando também se instituiu o Dia de Teresa de Benguela como reconhecimento da história da liderança negra que comandou política e militarmente o Quilombo do Quariterê, resistindo por mais de 20 anos aos avanços das forças militares, Benguela inovou nos processos de organização e defesa do quilombo tornando-se uma referência na luta contra a escravização das pessoas negras e indígenas. Mas, séculos após a luta de Tereza de Benguela, retrocessos e falta de efetivação de políticas públicas voltadas para a redução da desigualdade ameaçam, de maneira mais acentuada, a vida de mulheres negras e indígenas.

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Luta e resistência se fazem com festa e enfrentamentos. Assim, mulheres negras seguem em marcha nas ruas, nas ocupações, enfrentando o latifúndio da terra, do saber, gerando vida e reivindicando que no Brasil não é possível falar em democracia sem reparação e bem viver. O dia 25 de julho é dia de luta, em que as mulheres se juntam para denunciar todo tipo de desigualdade, injustiça e violência que vivenciam todos os dias. Além disso, também é dia de rememorar a luta das mulheres negras latino-americanas e caribenhas por uma sociedade mais justa e solidária.

Nesse julho reafirmamos nosso compromisso de seguir a luta iniciada pelas nossas ancestrais, em defesa da vida, da democracia – Lutaremos! Por nossos corpos e territórios nenhuma a menos. Luta pela transformação das relações sociais baseadas na opressão e na exploração e na construção de relações humanas emancipadas. Lutaremos – por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos.

*Ambas são militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e integram o Setor de Gênero e o Coletivo sobre Questão Étnico-racial e a Questão Agrária no Movimento. 

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Fato Novo com informações e imagens: Brasil de Fato

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Pesquisadores debatem limites da independência

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O genocídio da população negra do Brasil foi tema na SBPC

No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil nasceu oficialmente como nação independente. Mas quem de fato pode dizer-se livre e autônomo de lá para cá? A ruptura política não veio acompanhada de transformações sociais mais profundas. É por isso que pesquisadores falam até hoje em heranças excludentes para alguns grupos, como é o caso da população negra. O tema foi debatido no evento Independência Inconclusa, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na mesa O Genocídio da população negra do Brasil.

Um dos debatedores, Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, destacou o papel que o Estado desempenha historicamente na perpetuação da violência contra pessoas negras.


“Por que nós falamos em genocídio? Porque falamos de um segmento da população ao qual se endereça esse processo de violência. Ele se concentra e produz vítimas entre os mais pobres e na população negra. E por isso, as taxas de investigação são muito baixas. Isso quando são conhecidas! A precariedade, a urgência com que tudo isso é enfrentado, deveria atormentar qualquer consciência democrática e liberal”, ressaltou o antropólogo.


O presidente global da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé, reforçou a questão estrutural do racismo e da opressão contra os negros, “e que, justamente, pela dimensão temporal do problema, é preciso organizar uma luta coletiva de longa duração.


“Falamos de um país que teve sua fundação e sua existência marcada por quase 400 anos de escravidão. Essas sequelas estão muito presentes no nosso dia a dia. E a gente precisa fazer alguns movimentos estratégicos para que esse processo seja superado. É um processo muito longo, que se manifesta no dia a dia, e a gente tem que atuar conjuntamente. Primeira coisa, é ter a ideia de que essa agenda é de toda a sociedade e não apenas dos movimentos negros, porque, às vezes, parece que o problema é só nosso e a gente tem que enfrentar tudo sozinho. Desse jeito, as coisas não acontecem”, defendeu Preto Zezé.

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Para o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, o Brasil tem dificuldade em lidar com a memória. Por isso, segundo ele, é importante estimular constantemente a reflexão sobre temas importantes do passado, principalmente sobre os que se mantêm fortes e influentes sobre o presente.

“Existe a ilusão de que o passado não nos determina e que não precisamos fazer um ajuste de contas com o passado colonial e escravista. Não são pesos leves e tolos. São muito fortes e nos observam. Temos uma sociedade que precisa resolver essas questões. Daí a importância das políticas de memória. E se torna necessária uma série de medidas concretas no nosso horizonte que aponte para a igualdade de direitos”, disse o presidente da SBPC.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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Lula: “Vou cumprir promessa de isentar Imposto de Renda até R$ 5 mil”

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Presidente Lula disse que sua promessa de campanha de isentar de Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil estará no Orçamento em 2026

O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (6/9) que vai cumprir sua promessa de isentar de Imposto de Renda (IR) trabalhadores que ganham até R$ 5 mil até o final de seu mandato.


“Vou cumprir essa promessa. Em 2026, na hora em que for mandado o Orçamento para o Congresso Nacional, estará lá a rubrica de que quem ganha até R$ 5 mil não pagará Imposto de Renda”, disse em entrevista à rádio Difusora Goiana.


O presidente está em Goiânia para a inauguração do BRT norte e sul e para anunciar novos investimentos nos Institutos Federais do estado.

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Lula fala de “inversão”

E completou: “Isso é um compromisso que eu tenho ao longo da minha história, porque nós precisamos aos poucos fazer uma inversão. Ele explicou que, hoje, proporcionalmente a pessoa que ganha entre R$ 3 mil e R$ 4 mil paga mais impostos que “o rico”, sem detalhar a qual faixa de renda se referia.

“Alguma coisa está errada. O cara que recebe bônus, o cara que recebe dividendos — e você sabe que no Brasil tem muita gente vivendo de dividendos — essa gente não paga imposto”, prosseguiu.

Promessa de campanha do petista, a proposta tem sido reforçada por ele no Palácio do Planalto, mas ainda não foi formalizada. No envio da peça orçamentária de 2025, na semana passada, o item não constou na previsão.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, explicou que uma eventual atualização da tabela poderá demandar atualização de outras faixas de renda e será necessária uma medida para compensar a perda de receitas.

“Mantendo-se a faixa isenção para dois salários mínimos, é necessária uma medida compensatória para isso”, disse Barreirinhas em coletiva para detalhamento do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025.

Defasagem

Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco_, a defasagem da tabela é estimada em 166,01% para as faixas acima de dois salários mínimos, o que leva muitos contribuintes a pagarem mais imposto à medida que seus salários são ajustados pela inflação.

A previsão de inflação para 2024 é de 4%, o que, sem a correção da tabela, resultará em um aumento efetivo da carga tributária sobre a classe média.

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Cada ponto percentual de inflação não recuperado na tabela representa um aumento significativo na arrecadação do governo, estimado em R$ 2 bilhões por ponto percentual.

 

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Autoridades prestigiam desfile do 7 de Setembro em Brasília

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Brasil celebra 202 anos de sua independência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, às 9h14 deste sábado (7), o desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O tema deste ano é Democracia e Independência. É o Brasil no Rumo Certo.

O presidente Lula chegou à Esplanada em carro aberto, o Rolls-Royce presidencial tradicionalmente usado nesta cerimônia, após passar em revista as tropas próximo ao Palácio do Planalto.

O presidente foi recebido pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e pelos comandantes das três Forças Armadas.

Na tribuna de honra do evento, marcam presença ao lado de Lula o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e os ministros da Corte Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zannin e Edson Fachin.

Também estão na tribuna o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; da Casa Civil, Rui Costa; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; das Mulheres, Cida Gonçalves; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; de Minas e Energia, Alexandre Silveira; da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; da Cultura, Margareth Menezes.

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Também marcaram presença o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. Ambos prestigiam a homenagem que a festividade faz ao estado afetado pelas fortes chuvas em maio.

Porém,  foram percebidas as ausências dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a primeira-dama, Janja da Silva.

A primeira-dama foi convidada pela xeica do Catar, Mozha bin Nasser al-Missned, para participar da 5ª Celebração do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques, em Doha.

O público que ocupa as arquibancadas no Eixo Monumental, em frente à tribuna das autoridades, saudou o presidente Lula em sua chegada. A estimativa da organização do evento é que 30 mil pessoas compareçam à festividade da Independência.

Eixos temáticos

Neste ano, o evento que celebra do Dia da Independência está organizado em três eixos temáticos: a presidência rotativa do Brasil do G20 e a Cúpula de chefes de Estado que será realizada em novembro, na cidade do Rio de Janeiro;  o apoio e esforços para a reconstrução do Rio Grande do Sul, após as fortes chuvas de maio; e o último eixo trata do aumento da proteção da população, em especial, das crianças, por meio das campanhas de vacinação e a ampliação dos serviços de atendimento primário em saúde, com a retomada do programa Mais Médicos do governo federal.

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Participam do desfile 30 atletas olímpicos que competiram nos jogos de Paris, entre julho e agosto, além do mascote da vacinação brasileira, o Zé Gotinha. O atleta Caio Bonfim que, na França, faturou a prata inédita para o Brasil na marcha atlética, foi o porta-bandeira do grupo.

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Fato Novo com informações e imagens: Agência Brasil

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