Influenciador Felca revelou o “algoritmo P” — mecanismo das redes sociais que direciona conteúdo infantil para pedófilos com base em curtidas e palavras-chave. Denúncia expõe cumplicidade de plataformas como Meta, TikTok e X, mas tema foi apagado da cobertura midiática, que priorizou o debate sobre “adultização” sem tocar na exploração criminosa
Quando o influenciador Felca lançou seu vídeo “Adultização”, em agosto de 2025, o conteúdo viralizou como um choque de realidade: uma denúncia contundente sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais, o uso predatório de imagens infantis e os lucros gerados por essa mercantilização.
No entanto, enquanto a mídia amplificou o debate sobre a adultização precoce, um dos pontos mais graves da investigação de Felca foi sistematicamente ignorado ou silenciado: o chamado “algoritmo P” — de Pedófilo.
O que é o “algoritmo P”?
Felca usou o termo para descrever um mecanismo perverso das plataformas digitais: o uso de algoritmos de recomendação para direcionar, de forma automatizada, conteúdos com crianças a usuários com comportamentos suspeitos ou identificados como pedófilos.
Funciona assim:
- Um usuário começa a curtir, seguir ou comentar fotos de crianças — muitas vezes em contextos inocentes, como vídeos de dança ou rotina escolar;
- O algoritmo interpreta esse interesse como engajamento e passa a recomendar mais conteúdos semelhantes;
- Com o tempo, o sistema passa a sugerir perfis, vídeos e imagens cada vez mais sensuais ou provocativas, muitas vezes criadas por adultos para atrair esse tipo de público;
- Em casos extremos, o algoritmo passa a promover conteúdos com palavras-chave codificadas, como “trade”, usada em círculos de pedofilia para trocar ou distribuir imagens sexuais de crianças.
“Se você curte futebol, o algoritmo te mostra mais futebol. Se você curte crianças, ele te mostra cada vez mais crianças — até o limite do proibido”, alerta Felca.
As redes sociais sabem disso?
A pergunta feita por Felca ecoa: se um influenciador identificou esse padrão, será que as gigantes da tecnologia não sabem?
A resposta, segundo especialistas em segurança digital e ativistas de proteção infantojuvenil, é clara: sim, elas sabem — e, em muitos casos, lucram com isso.
Plataformas como Meta (Instagram, Facebook), TikTok, X (ex-Twitter) e Telegram têm acesso a dados de comportamento, padrões de navegação e redes de contatos. O fato de não agirem de forma proativa contra esse tipo de exploração levanta suspeitas de omissão deliberada ou, no mínimo, de falta de investimento em segurança infantil.
Por que a mídia ignorou o “algoritmo P”?
Enquanto o termo “adultização” virou manchete, o cerne mais sombrio da denúncia — o aparelhamento de algoritmos para facilitar a pedofilia — foi marginalizado na cobertura jornalística.
A explicação é política e econômica:
- As plataformas envolvidas são gigantes da comunicação, com poder de influência sobre veículos de imprensa;
- Abordar diretamente o “algoritmo P” é acusar essas empresas de cumplicidade com crimes graves, o que pode gerar repercussões legais e comerciais;
- Reduzir o debate à “responsabilidade dos pais” desvia o foco das falhas sistêmicas e da exploração comercial.
O que está em jogo?
O “algoritmo P” não é uma teoria. É um mecanismo de facilitação de crimes sexuais contra crianças, alimentado por inteligência artificial e negligência corporativa.
“Tirando o algoritmo P da denúncia, sai o tema pedofilia e sobra apenas a adultização — um problema que as redes podem culpar aos pais. Mas o que está em jogo é muito maior: a exploração criminosa de crianças em larga escala, com o aval silencioso das plataformas”, afirma Felca.
Regulação urgente é necessária
A denúncia reforça a necessidade de:
- Leis mais rígidas de proteção à infância digital;
- Auditorias independentes nos algoritmos das redes sociais;
- Responsabilização civil e criminal de plataformas que negligenciam a segurança de menores;
- Transparência total sobre como os dados de menores são usados e compartilhados.
Assista ao vídeo completo de Felca
Se ainda não viu, assista ao vídeo “Adultização”, de Felca, na íntegra — uma das denúncias mais impactantes já feitas sobre a exploração infantil na era digital.
Com informações: Revista Fórum








