A cúpula do PCC, focada no tráfico internacional e na infiltração na elite econômica, se afastou da base. Esse vácuo de poder nas periferias foi preenchido por jovens mais impulsivos, reativos e sem o vínculo com a ideologia original, o que está gerando um aumento da violência local, segundo autoridades e pesquisadores
O Primeiro Comando da Capital (PCC) está passando por uma significativa mudança interna que afeta diretamente a segurança nas periferias de São Paulo. A facção, que ampliou seus negócios no tráfico internacional e se infiltrou em setores da elite econômica, alcançando um status semelhante ao de máfia, viu seus líderes se afastarem da base.
Este afastamento abriu espaço para que novas lideranças, descritas por policiais e pesquisadores como mais impulsivas, reativas e violentas, assumissem o comando local.
O Afastamento da Cúpula e a “Nova Ordem”
Desde 2020, a Polícia Federal já alertava sobre a presença de integrantes do PCC em setores da economia formal, fortalecendo esquemas de lavagem de dinheiro e permitindo que os líderes vivessem em bairros nobres.
Segundo Eduardo Dyna, pesquisador da Universidade Federal de São Carlos, a expansão acelerada produziu um vácuo de liderança nas comunidades. Os membros mais antigos passaram a focar em negócios internacionais, deixando os mais novos responsáveis por gerir as relações locais sem o aprendizado e as práticas do PCC “das antigas”.
“As novas gerações chegam nesses espaços com suas próprias visões de mundo, sociabilidades e ordenamento, criando conflitos. Não há mais o respeito, controle e ordem criminal do PCC ‘das antigas’,” afirmou Dyna.
O Retorno da Violência Local
Moradores mais velhos de bairros periféricos de São Paulo relatam um aumento da violência e dos crimes comuns, rompendo um período de aparente controle da criminalidade exercido pela facção, especialmente na redução de homicídios. A situação, segundo eles, remete aos anos 1990.
Um ex-membro do grupo afirmou que o estatuto antigo proibia roubos contra trabalhadores. Agora, o roubo na própria comunidade (quebrada roubando quebrada) voltou a ser comum, com jovens associados à facção atuando de forma mais independente e menos aderente às regras internas.
Jovens “Deslumbrados” e Hierarquia
Educadores da Fundação Casa relatam que jovens apreendidos chegam “deslumbrados” com o dinheiro e o poder que acham que podem ganhar na facção, refletindo uma falta de perspectiva de futuro fora da criminalidade.
Embora essa nova geração assuma o cotidiano nas ruas, as decisões de maior peso, como homicídios planejados e julgamentos do “tribunal do crime”, ainda precisam de aval dos escalões superiores da facção. A hierarquia se mantém, mas há espaço para punições a chefes por atitudes isoladas.
A chamada “nova fase” da facção, marcada por essa descentralização e aumento da impulsividade, teria se acentuado desde 2016, ano em que houve um racha entre Marcola e outros líderes históricos, como Tiriça, Andinho e Vida Loka.
Fonte: DCM
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24/09/2025 at 00:03
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