Pesquisa Datafolha: 45% dos fluminenses criticam execução da Operação Contenção, a mais letal da história do Rio

Quase metade dos moradores da capital e Região Metropolitana do Rio (45%) reprovou ou apontou falhas na condução da megaoperação policial. O índice de reprovação é maior entre jovens (59%), eleitores de Lula (67% disseram não ser um sucesso) e a população preta (43% avaliaram mal a execução)

Uma pesquisa Datafolha sobre a Operação Contenção, a ação policial mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, revela uma divisão na opinião dos moradores da capital e da Região Metropolitana.

A pesquisa, realizada por telefone nos dias 30 e 31 de outubro com 626 eleitores (margem de erro de 4 pontos percentuais), aponta que:

• 45% dos entrevistados criticaram a execução da ação, sendo que 24% a reprovaram e 21% apontaram falhas.
• 48% consideraram a operação bem conduzida.

📊 Divisão e Polarização na Avaliação

A avaliação da operação como um “sucesso” também dividiu o público:

• 57% a consideraram um “sucesso” (38% integralmente e 18% parcialmente).
• 39% discordaram dessa avaliação (27% rejeitaram totalmente e 12% discordaram em parte).

A pesquisa aponta profundas divisões demográficas e políticas:

• Eleitores de Lula (PT): 67% desaprovaram a ideia de que a operação foi um sucesso.
• Eleitores de Bolsonaro (PL): 83% concordaram com a ação policial.
• Jovens (16 a 24 anos): A reprovação foi maior, atingindo 59%.
• Renda: A reprovação foi de 49% entre pessoas com renda de cinco a dez salários mínimos.
• Gênero: A aprovação não foi majoritária entre as mulheres (47% aprovaram), enquanto entre os homens o índice de aprovação foi de 68%.
• Raça: 43% das pessoas que se declararam pretas avaliaram que a operação foi mal executada.

⚖️ Prioridade da Segurança Pública

Apesar de uma parcela da população apoiar a execução da operação, a maioria dos moradores rejeita a letalidade como política de segurança principal:

• 77% dos entrevistados acreditam que é mais importante priorizar a investigação de crimes.
• 20% defendem a prioridade de “simplesmente matar os criminosos”.

Sobre a frase “Bandido bom é bandido morto”, a opinião dividiu os entrevistados, com 51% de concordância e 46% de discordância.

Além disso:

• 73% discordam da afirmação de que “quem sempre morre em operação policial é bandido”.
• 81% acreditam que a maioria (50%) ou todos (31%) dos não policiais mortos eram criminosos.

Com informações: Datafolha / Revista Fórum