O oceano Pacífico cobre cerca de 30% da superfície do planeta, com uma área estimada em 163 milhões de quilômetros quadrados — mais do que todos os continentes somados. Além de ser o maior oceano, ele abriga o ponto mais profundo da Terra: o Challenger Deep, na Fossa das Marianas, a mais de 11 mil metros de profundidade.
Sua vastidão separa as Américas da Ásia e da Oceania, influenciando clima, correntes marítimas e biodiversidade em escala global. Mas o que explica esse tamanho extraordinário?
Herança do superoceano Panthalassa
A resposta começa com um gigante pré-histórico: o Panthalassa, o superoceano que envolvia o supercontinente Pangeia, há cerca de 300 milhões de anos.
Quando a Pangeia se fragmentou, novos oceanos surgiram nas frestas entre os continentes — como o Atlântico, formado pela separação entre América, África e Eurásia.
Já o Pacífico não nasceu do zero: ele é o remanescente do Panthalassa. Em vez de crescer a partir de uma fissura, o Pacífico é o que restou do oceano primordial que dominava o planeta. Ele já era imenso desde o início.
Dinâmica das placas tectônicas
O crescimento ou encolhimento de oceanos depende da criação e destruição da crosta oceânica. Onde as placas se afastam, como na dorsal mesoatlântica, nova crosta é formada, expandindo o fundo do mar.
Já nas zonas de subducção, placas oceânicas afundam sob outras placas, sendo destruídas no manto terrestre.
O Atlântico está em expansão, com suas margens sendo empurradas por novas crostas. Já o Pacífico está encolhendo lentamente, com sua borda ocidental e oriental marcada por intensas zonas de subducção — o chamado Anel de Fogo, onde ocorrem terremotos e erupções vulcânicas.
A origem da Placa do Pacífico
A placa que sustenta o oceano teve origem em uma junção tripla no fundo do antigo Panthalassa, onde se encontravam as placas Farallon, Phoenix e Izanagi.
A nova Placa do Pacífico expandiu-se, enquanto as antigas foram consumidas:
- Partes da Farallon ainda existem ao largo da costa oeste da América do Norte;
- A Izanagi foi subduzida sob a Ásia;
- A Phoenix persiste em fragmentos no sul do Oceano Pacífico.
Esse processo de expansão e absorção explica por que a placa atual é a maior do planeta.
Futuro geológico: o Atlântico pode encolher
Modelos tectônicos indicam que, em dezenas de milhões de anos, o Atlântico pode iniciar um ciclo de fechamento, similar ao que já ocorre no Pacífico. Isso poderia levar à formação de um novo supercontinente.
Por enquanto, no entanto, o equilíbrio geológico favorece a dominância do Pacífico, mesmo em lenta contração.
Impacto humano e ambiental
O tamanho do Pacífico tem consequências diretas:
- Influencia fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, que afetam agricultura e pesca globalmente;
- Abriga megacorrentes que regulam o clima;
- Seu fundo profundo desafia a ciência e a engenharia, revelando processos geológicos e formas de vida extremas.
Com informações: National Geographic, USGS e Olhar Digital