Homenagem ocorreu no Pavilhão do Parque da Cidade com a presença do governador Ibaneis Rocha, que exaltou o trabalho da categoria; em média, são recolhidas mais de duas mil toneladas de material por dia em todo o DF
Centenas de trabalhadores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) comemoraram o Dia do Gari com uma manhã de celebração no Pavilhão do Parque da Cidade. O evento contou com café da manhã, shows de artistas locais, serviços públicos em carretas e churrasco, oferecidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Os profissionais puderam aproveitar a programação porque a data é festejada na capital federal com ponto facultativo. Todos os mais de cinco mil garis estão de folga no chamado Dia Sem Lixo, o único em todo o Brasil sem varrição, catação ou coleta de lixo.
Dia do Gari é comemorado com festa nesta quinta (16); categoria lutava pela instituição da data havia 22 anos | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília
O governador do DF, Ibaneis Rocha, esteve presente no local e exaltou o trabalho da categoria que recolhe, em média, mais de duas mil toneladas de resíduos por dia em todo o Distrito Federal. “É um pessoal que presta um serviço maravilhoso para a cidade. Brasília é uma cidade lindíssima, graças ao trabalho desses garis. Então nada mais merecido do que comemorar esse dia com muita festa e com muita alegria”, afirmou Ibaneis. Ele lembrou que Brasília é a terceira cidade mais limpa do país, “graças ao trabalho dos garis”.
“É um dia de agradecimento e de reflexão para toda a população do Distrito Federal sobre a importância do serviço de limpeza urbana na nossa cidade”, disse o Ibaneis Rocha, governador do DF
O governador reforçou que esse é um dia para mostrar à população o trabalho essencial dos garis para a manutenção da cidade, além de estimular a população a ter mais consciência em relação à produção de lixo.
“É um dia de agradecimento e de reflexão para toda a população do Distrito Federal sobre a importância do serviço de limpeza urbana na nossa cidade. Fica meu agradecimento a cada uma e a cada um de vocês e dizer do meu respeito por essa categoria”, completou.
Além de discursar, o chefe do Executivo também entregou uma placa em homenagem ao gari Renato Santos, campeão mundial de karatê em Malta, na Europa. O profissional, que atua em Ceilândia, venceu o World Karate Championships em março deste ano.
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Presença da Deputada Erika Kokay
Além de prestigiar o evento, a Deputada Federal Erika Kokay se manifestou em sua redes soais:
Assim como no último ano, hoje, não teve coleta de lixo na cidade como forma de agradecimento aos serviços prestados pelos trabalhadores e trabalhadoras da limpeza urbana da nossa cidade. Precisamos lutar para que a categoria tenha o sábado de descanso e pela aprovação do nosso Projeto de Lei (7687/17), que estabelece sanções para a discriminação contra profissionais de limpeza pública. Lutemos com os (as) Garis do Distrito Federal!
GDF preparou homenagem no Pavilhão do Parque da Cidade com shows, sorteio de brindes, lanches e serviços públicos
Reconhecimento da categoria
O Dia do Gari foi instituído como ponto facultativo pelo governador Ibaneis Rocha em decreto publicado em 2022 exclusivamente para os trabalhadores da limpeza urbana. A profissão foi reconhecida nacionalmente em 16 de maio de 1976.
A festa deste ano se estende até por volta das 14h. A programação tem lanche especial, música ao vivo, sorteio de prêmios, show de talentos dos garis com premiação e carretas de serviços públicos, como Na Hora, Defesa Pública do DF e Secretaria da Mulher. “Aqui é um dia de folga, que o gari pode estar em casa, no clube, onde ele preferir. Mas aqui é diversão pura. O GDF como um todo está trabalhando em prol de atendê-los. Estamos auxiliando e dando um presente a esse trabalhador, que é um guerreiro que deve ser valorizado por todo o governo mesmo”, explicou o presidente do SLU, Silvio Vieira.
“Temos 2,2 mil toneladas de lixo por dia sendo encaminhadas para os aterros sanitários e gastamos milhões com isso, dinheiro que poderia estar sendo aplicado na educação e na saúde, e que sai do bolso do contribuinte. Então é um dia para refletir mesmo”. Silvio Vieira, presidente do SLU
A categoria lutava pela instituição da data havia 22 anos. “Isso é histórico, porque não existe no Brasil um dia sem gari na rua, somente aqui em Brasília. Não tem nem o que falar, é esplêndido o que estamos vivendo. Porque o gari no dia a dia não é visto. Ele está varrendo, coletando o lixo, mas não é lembrado. Quando você tira o profissional da rua é que a população vai sentir falta”, analisou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana do Distrito Federal (Sindlurb-DF), José Cláudio de Oliveira.
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A gari Antônia Barbosa, 59 anos, atua no serviço há oito anos, mas essa foi a primeira vez que compareceu à festa e gostou do que viu. “A gente merece um dia só para nós, porque muita gente não entende a importância do nosso trabalho. Espero me divertir muito e ganhar alguns prêmios”, revelou.
Quem também foi comemorar o próprio dia foi o gari Edmilson de Jesus, 49 anos. Ele atua há três anos capinando na área de Ceilândia, Taguatinga e Samambaia. Para o profissional, tanto a comemoração como o dia sem lixo são essenciais para a categoria. “É um reconhecimento da nossa profissão, o que é uma coisa muito gratificante e legal”, começou. “Esse dia sem lixo é só para a gente comemorar e deixar as pessoas mais conscientes de não jogar lixo na rua, fazer a separação para auxiliar na reciclagem”, completou.
A gari Antônia Barbosa compareceu à festa pela primeira vez: “Espero me divertir muito e ganhar alguns prêmios”
Dia sem coleta e serviços
Em homenagem à data, os serviços de varrição, catação e coleta estão suspensos no Dia Sem Lixo. O objetivo da ação é valorizar o trabalho da categoria, conscientizando a população sobre a importância da limpeza urbana.
“Temos 2,2 mil toneladas de lixo por dia sendo encaminhadas para os aterros sanitários e gastamos milhões com isso, dinheiro que poderia estar sendo aplicado na educação e na saúde, e que sai do bolso do contribuinte. Então é um dia para refletir mesmo e lembrar que não é preciso produzir essa quantidade de lixo”, completa o presidente do SLU.
A manutenção é feita diariamente em todas as 35 regiões administrativas do DF por equipes de mais de 30 pessoas, divididas em duplas, e supervisionadas por monitores. No total, são mais de cinco mil profissionais de limpeza urbana que atuam de forma terceirizada em todo o Distrito Federal.
As funções são diversas: desde a catação e varrição de resíduos sólidos nas ruas até a coleta de lixo nas residências e comércios ao tratamento dos resíduos nos estabelecimentos do SLU. O setor de catação e varrição é o que mais mobiliza pessoal.
Mais de 3 mil famílias precisam verificar se foram contempladas no site do GDF Social e abrir conta pelo aplicativo BRB Mobile
A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes-DF) selecionou 3.422 novas famílias beneficiárias do programa DF Social para abrirem a conta no Banco de Brasília (BRB) e terem acesso ao auxílio mensal de R$ 150. Para garantir o recebimento do próximo pagamento, é necessário que o cidadão tenha a conta social (não se trata de uma conta bancária comum) aberta até 18h do dia 17, próxima terça-feira.
Aqueles que não fizerem o procedimento no prazo estabelecido terão que aguardar nova rodada de contemplação. A abertura da conta social deve ser realizada pelo aplicativo BRB Mobile. Basta seguir o passo a passo neste link.
Para saber se foi contemplado, o cidadão deve fazer a consulta no site GDF Social e confirmar se está entre os beneficiários. No portal, em Consulta DF Social, é necessário informar CPF e data de nascimento do responsável familiar, conforme declarado no Cadastro Único. Após esse procedimento, aparece mensagem na tela informando se a pessoa está ou não na lista de contemplados.
A Secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, alertou a importância do passo a passo para a abertura da conta no programa: “Chegamos ao último mês do ano, novamente, com mais de três mil contemplados no DF Social. Nós temos encaminhado mensagens aos contemplados, utilizado as redes sociais e a imprensa para comunicar a importância da abertura da conta dentro do prazo para estes que foram selecionados. É um benefício que ajuda a complementar a renda de muitas famílias ao longo do ano, sobretudo em dezembro”.
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O DF Social é o programa de transferência de renda do Governo do Distrito Federal (GDF) que concede o valor de R$ 150 mensais destinado às famílias de baixa renda residentes no Distrito Federal. Têm direito ao benefício os grupos com renda per capita de até meio salário mínimo inscritos no Cadastro Único.
Oportunidades são para candidatos de diferentes níveis de escolaridade, com e sem experiência; salários chegam a R$ 3,4 mil
As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem, nesta quinta-feira (12), 849 vagas para quem procura um emprego. Há posições para candidatos de diferentes níveis de escolaridade, com e sem experiência. Algumas oportunidades são exclusivas para pessoas com deficiência. Os salários chegam a R$ 3,4 mil.
Dois postos oferecem a remuneração mais alta: serralheiro e soldador, ambos em Ceilândia. Há uma vaga aberta para cada um deles. Nos dois casos, não há exigência de escolaridade mínima nem de experiência prévia.
Já o cargo com mais vagas abertas é o de auxiliar de limpeza, no Guará. São 60 oportunidades, todas exclusivas para pessoas com deficiência. É preciso ter ensino fundamental completo, mas não é cobrada experiência. O salário é de R$ 1.629,62.
Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo Sine Fácil ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.
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Empregadores que desejam ofertar vagas ou utilizar o espaço das agências do trabalhador para entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo aplicativo Sine Fácil. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail gcv@setrab.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).
História de Gina Vieira, criadora do projeto Mulheres Inspiradoras, vai estrear nas telas do cinema brasileiro destacando o impacto da educação humanizada
A educação encontrou na professora Gina Vieira Ponte uma aliada que transcende as barreiras da sala de aula. Nascida em Ceilândia, filha de pais trabalhadores e com uma trajetória marcada por adversidades, Gina decidiu, ainda jovem, que faria das escolas públicas do Distrito Federal um espaço de transformação. Inspirada por sua mãe, dona Djanira, que sempre lhe ensinou a importância de ser independente, e por uma professora que mudou sua perspectiva de vida, Gina trilhou um caminho que hoje inspira estudantes, colegas e até o cinema nacional.
Foi em 2014, no Centro Ensino Fundamental (CEF) 12 de Ceilândia, que Gina deu vida ao projeto Mulheres Inspiradoras, uma iniciativa que começou com a inquietação de uma professora preocupada com a falta de engajamento dos jovens com a escola e o aprendizado. Em um mundo onde os exemplos femininos muitas vezes reforçam estereótipos, Gina propôs algo diferente: apresentar histórias de mulheres que romperam barreiras e construir, junto aos alunos, narrativas de superação e empoderamento.
“Eu criei o projeto porque estava cansada de ver meninas abandonarem a escola diante de tantas dificuldades. Queria que elas pudessem enxergar o aprendizado como uma possibilidade para superarem as circunstâncias e dificuldades que viviam naquele momento”, compartilha a professora.
Uma jornada de superação e aprendizado
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“Tenho muito orgulho em ver professores na nossa rede pública de ensino, meus colegas, como a professora Gina Vieira, se tornarem referências e história de filmes. Isso evidencia a alta qualificação dos profissionais que temos dentro das nossas escolas, capazes de potencializar o desempenho dos nossos estudantes”
Hélvia Paranaguá, secretária de Educação
Ainda no início, o projeto enfrentou resistência — muitos alunos não acreditavam na própria capacidade de escrever. “Era um momento desafiador, mas também visceral para mim. A prática pedagógica tinha que ser diferente para que fizesse sentido para eles”, explica Gina.
O projeto envolveu desde a leitura de obras de grandes escritoras até a produção de biografias de mulheres inspiradoras, tanto figuras públicas quanto heroínas anônimas do dia a dia dos estudantes. A iniciativa, que começou com cinco turmas de adolescentes, logo se expandiu, alcançando a marca de 50 escolas e sendo reconhecida nacional e internacionalmente.
“Foi uma experiência muito produtiva do ponto de vista da aprendizagem. É um projeto fruto de muito estudo e pesquisa. É impossível trabalhar em escola pública de periferia sem lidar com situações de violação de direitos, e a minha prática pedagógica não poderia ser indiferente a isso. Ao todo, foram 20 prêmios nacionais e internacionais que reconhecem o sucesso do projeto”, revela.
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“O projeto Mulheres Inspiradoras, criado pela professora Gina auxilia na construção de uma cultura que promove valores e atitudes que garantem o respeito aos direitos das mulheres em todos os âmbitos da sociedade”, destaca a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
Impacto além dos muros da escola
O vice-diretor do CEF 12 de Ceilândia à época do projeto, Rosevaldo Queiroz, testemunhou o bom desempenho dos alunos após a implementação da iniciativa. “O projeto mudou mentalidades, especialmente ao mostrar que as mulheres inspiradoras estavam não apenas nos livros, mas ao lado deles, nas suas famílias. Era algo revolucionário para uma escola que enfrentava desafios entre os alunos.”
Prova do sucesso do projeto, os resultados logo começaram a aparecer. Em 2015, o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) da escola alcançou a meta projetada para 2021, segundo o então vice-diretor.
Uma história que chega ao cinema
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Em breve, a história de Gina e de seu projeto será representada nas telas dos cinemas brasileiros. Ainda em fase de gravação, o longa-metragem, dirigido pelo cineasta brasiliense Cristiano Vieira, é uma obra ficcional com base em experiências narradas pela professora. “Começamos na produtora com o objetivo de contar histórias de Brasília. Eu soube da Gina e fiquei impactado com o projeto dela”, conta o diretor.
“O filme não é a representação literal da minha história. É uma obra de ficção e 90% do que está ali foi o que aconteceu de fato, mas para construir uma história coesa e verossímil a gente usou a licença poética. É um compilado das minhas experiências pedagógicas ao longo de 30 anos como professora”, revela Gina.
De acordo com a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, a alta visibilidade do projeto Mulheres Inspiradoras revela bons profissionais que integram o quadro da pasta: “Tenho muito orgulho em ver professores na nossa rede pública de ensino, meus colegas, como a professora Gina Vieira, se tornarem referências e história de filmes. Isso evidencia a alta qualificação dos profissionais que temos dentro das nossas escolas, capazes de potencializar o desempenho dos nossos estudantes. O filme também é uma oportunidade de reconhecer a importância da carreira docente e de fortalecer a escola pública”.
Com lançamento previsto para o próximo ano, o filme busca participar de festivais de cinema. “A ideia é que o filme tenha a duração de cerca de 1h40 e o lançamento seja no segundo semestre de 2025”, revela Cristiano.