Uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (25/08), revela que 55% dos brasileiros são a favor da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após descumprimento de medidas cautelares.
O levantamento, realizado entre os dias 13 e 17 de agosto com 2.004 pessoas, mostra ainda que 52% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro participou de um plano para impedir a posse de Lula em 2023, um aumento significativo em relação a pesquisas anteriores.
Consciência pública cresce sobre o golpe de 8 de janeiro
A percepção da sociedade sobre os eventos de janeiro de 2023 também se intensificou:
- 98% dos entrevistados reconhecem que houve tentativa de golpe de Estado no Brasil;
- Apenas 30% acreditam que Bolsonaro não entendeu as restrições impostas pelo STF;
- Para 57%, o ex-presidente agiu com intenção de provocar o ministro Moraes ao se dirigir a manifestantes por vídeo chamada com seu filho, Flávio Bolsonaro, no Rio de Janeiro, um dia antes da prisão domiciliar.
Nordeste é região com maior rejeição ao golpismo
O levantamento mostra que a percepção sobre o envolvimento de Bolsonaro no golpe é mais forte no Nordeste, onde 62% dos entrevistados consideram que ele participou da conspiração.
- Apenas nas regiões Sul (46% contrários) e entre evangélicos (54% contrários) a visão de que Bolsonaro não esteve envolvido é majoritária.
Lindbergh denuncia plano de fuga e pede prisão preventiva
Enquanto cresce o apoio popular à punição de Bolsonaro, aumentam os alertas sobre risco de fuga. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), entrou com pedido no STF para que seja decretada a prisão preventiva imediata do ex-presidente.
Em vídeo gravado em frente à embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Lindbergh afirmou:
“Denúncia! Bolsonaro tem plano de fuga para se asilar na embaixada dos EUA.”
Ele destacou que a casa de Bolsonaro, no Jardim Botânico, está a apenas 10 minutos de carro do local e que, caso entre na embaixada, poderá solicitar asilo político e forçar uma crise diplomática.
“Estou insistindo: providências têm que ser tomadas. O Brasil não pode aceitar que um golpista escape. Seria uma ameaça à segurança nacional”, alertou.
Lindbergh lembrou que Bolsonaro já tentou se aproximar de embaixadas no passado, como a da Hungria (onde dormiu duas noites) e a da Argentina (onde pediu asilo).
Mudança na opinião pública
Para o jornalista Breno Altman, os dados indicam uma mudança na correlação de forças na opinião pública:
“Uma parte do eleitorado bolsonarista está, mesmo que timidamente, reconhecendo a necessidade de responsabilização. Isso reflete o avanço do governo Lula em temas como justiça tributária, soberania nacional e defesa das instituições.”
Altman destaca que a postura de enfrentamento do governo frente às agressões comerciais de Donald Trump e a vitória no Congresso contra o aumento do IOF fortaleceram o debate público e influenciaram a percepção social.
Com informações: Revista Veja e Genial/Quaest / PT