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Meio Ambiente

Quase metade da madeira extraída no Pará é ilegal, mostra estudo

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A cada cinco hectares com extração de madeira no Pará, dois foram ilegais no último ano. Área total com registro de ilegalidade chega a 21,8 mil hectares

A ilegalidade na extração de madeira cresceu 22% no Pará no último ano. Entre agosto de 2022 e julho de 2023, a área total em que recursos madeireiros foram explorados sem autorização no estado foi de 21,8 mil hectares. No mesmo período do ano anterior – agosto de 2021 a julho de 2022 – a cifra havia sido de 17,8 mil. Com isso, o estado fechou o último calendário com 42% da atividade feita sem permissão dos órgãos ambientais.

Os dados, divulgados na última sexta-feira (16), são do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), desenvolvido e mantido por quatro instituições de pesquisa: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Instituto Centro de Vida (ICV).

No total, o Pará contabilizou 52,1 mil hectares com extração de madeira entre agosto de 2022 e julho de 2023 – período chamado de “calendário do desmatamento” por ser a época em que há menos chuva no bioma amazônico e quando a destruição ocorre com maior intensidade –, um aumento de 35% em relação ao calendário anterior.

Dos 21,8 mil hectares explorados sem autorização, 72% estavam dentro de imóveis rurais cadastrados (15,6 mil hectares). A segunda maior parte da exploração madeireira irregular aconteceu em assentamentos – 14% do total (3 mil hectares). As terras ainda não destinadas e vazios cartográficos registraram 10,5 % do total explorado ilegalmente (2,3 mil hectares) e as áreas protegidas (Terras Indígenas e Unidades de Conservação), 4% (871 hectares).

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“A cada cinco hectares com extração de madeira no Pará, dois são ilegais, o que gera danos ambientais, ameaça povos e comunidades tradicionais e enfraquece o setor madeireiro. É preciso intensificar o combate à exploração irregular”, afirma Dalton Cardoso, pesquisador do Imazon.

Dentre as áreas protegidas, a maior parte da extração irregular – 92% ou 804 hectares – ocorreu dentro da Reserva Indígena Amanayé, localizada no município de Goianésia do Pará, sudeste do estado. Entre 2020 e 2023, a reserva teve 2.987 hectares afetados pela extração irregular de madeira. A Terra Indígena, decretada em 1945, aguarda há quase 80 anos sua homologação.

Irregularidade nas mãos de poucos

Apenas 10 municípios paraenses concentraram 87% de toda extração de madeira ilegal dectada no estado no período analisado. Eles somaram 18,9 mil hectares de exploração irregular, sendo mais da metade somente nos dois primeiros: Dom Eliseu e Paragominas.


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Meio Ambiente

Um terço das árvores da Terra corre o risco de desaparecer, diz relatório

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Uma equipe internacional de cientistas veio à público nesta segunda-feira (28) para afirmar que mais de um terço das espécies de árvores do mundo foram classificadas como ameaçadas de extinção pela lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). Esse número é tão elevado que supera até a quantidade de animais em risco, considerando todos os grupos, dos anfíbios aos mamíferos.

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Meio Ambiente

Esta imagem da Nasa mostra recuperação do buraco da camada de ozônio

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O buraco que se abre anualmente na camada de ozônio sobre o Polo Sul atingiu, em 2024, sua sétima menor extensão em mais de três décadas. Entre setembro e outubro, período de maior destruição do ozônio, o buraco se estendeu em média por 20 milhões de quilômetros quadrados, cerca de três vezes o tamanho dos Estados Unidos. Segundo cientistas da Nasa e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), isso indica uma recuperação gradual da camada.

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Meio Ambiente

Datafolha: 91% apoia criação de mais parques nacionais, hoje frequentados pelos mais ricos

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Pesquisa nacional encomendada pela SOS Mata Atlântica aponta necessidade de democratização no acesso às áreas verdes; maioria quer ver mais ações dos governos contra a crise climática

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha encomendada pela ONG SOS Mata Atlântica mostra que 91% dos brasileiros são favoráveis à criação de mais parques nacionais, unidades de conservação de proteção integral abertas à visitação pública. Os dados também apontam que, atualmente, nem todos têm tido acesso a esses equipamentos: enquanto apenas 36% das pessoas com renda familiar de até 2 salários mínimos visitam esses parques, o número chega a 63% dos que têm renda acima de 10 salários mínimos.

A pesquisa – lançada pela SOS Mata Atlântica no contexto da 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (CDB), a COP-16, que acontece em Cali, na Colômbia – foi realizada entre os dias 5 e 12 de setembro, com 2018 pessoas de idade superior a 16 anos em 113 municípios das 5 regiões do país. A amostra é representativa da população brasileira, segundo o Datafolha, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais. Além dos 91% favoráveis à criação de mais parques nacionais, 6% disseram ser contrários e 3% não opinaram.

Em relação às áreas verdes urbanas em geral, como praças arborizadas e parques urbanos, o número de pessoas que afirma frequentá-las é maior: 74% dos entrevistados visita essas áreas com alguma frequência (de pelo menos uma vez ao ano, caso de 1% das pessoas, até os que visitam todos os dias, caso de 7%), contra 26% que nunca as visitam. No recorte por renda, porém, a desigualdade segue presente – 71% das pessoas com renda até 2 salários mínimos visitam essas áreas verdes, contra 91% das pessoas com renda acima de 10 salários mínimos.

No recorte regional, a pesquisa mostra que a região Nordeste é a com menor número de frequentadores, tanto de parques urbanos (65% dos entrevistados na região), quanto de parques nacionais (37%). Já o Sul é a região com maior percentual de visitantes de parques urbanos (80%), enquanto o Sudeste é a que tem mais visitantes de parques nacionais (46%).

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O hábito de visitar áreas verdes é mais comum nas cidades com mais de 500 mil habitantes, onde 80% dos entrevistados dizem frequentar essas áreas, enquanto o número cai para 69% nas cidades de até 50 mil habitantes. No recorte por gênero, as visitas são mais comuns entre homens (77%) do que entre mulheres (72%).

Para Diego Igawa Martinez, coordenador de projetos da SOS Mata Atlântica, os números mostram que, além do aumento no número de parques, também é necessário que eles não fiquem concentrados apenas nas áreas mais ricas e valorizadas das cidades. “Esses percentuais são uma evidência da importância das áreas verdes para a população urbana e da necessidade de ampliar seu acesso, especialmente nas periferias”, afirmou o biólogo. Ele destaca ainda a necessidade de equipamentos de lazer e cultura nessas áreas.

“Esses espaços podem tanto ampliar a qualidade de vida das pessoas como ajudar no combate às mudanças climáticas, reduzindo ilhas de calor e melhorando a qualidade do ar. São fundamentais para cidades mais sustentáveis e saudáveis”, frisou Diego. “E é algo que precisa ser uma prioridade, especialmente neste momento de mudança de gestão municipal”, completou.

Para Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, os municípios, especialmente, têm um papel central na preservação ambiental e no enfrentamento das mudanças climáticas, pois possuem a competência constitucional de definir o uso do solo e criar áreas verdes.

“Prefeituras e câmaras municipais podem promover cidades mais resilientes por meio da recuperação de rios, prevenção de ocupações irregulares e criação de espaços de lazer e preservação. Ao adotar políticas que priorizam a sustentabilidade, os municípios contribuem diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população e ajudam o Brasil a alcançar suas metas climáticas, o que se alinha às discussões globais, como as da COP 16”, analisou.

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Maioria vê ações insuficientes ou inexistentes contra a crise climática nas esferas municipal, estadual e federal

A pesquisa também mediu a avaliação das pessoas sobre as políticas públicas dos governos municipais, estaduais e federal em relação às mudanças climáticas. O governo federal é o único ente federativo onde a maior parte das pessoas (54%) diz ver algum tipo de ação sobre o tema.

Entre essas pessoas, 7% diz que o governo do presidente Lula está fazendo mais do que deveria; 22% diz que faz o que deveria; e 25% diz que faz menos do que deveria. 39% diz que o governo federal não está fazendo nada, e 7% não opinou. 64% dos entrevistados, portanto, gostariam de ver mais ações federais contra as mudanças climáticas.

No nível estadual, 49% diz que o governo de seu estado está fazendo algo em relação à crise climática – mais do que deveria para 6%, exatamente o que deveria para 20% e menos do que deveria para 21%. 40% disse que o governo estadual não está fazendo nada, e 11% não opinou.

Já os governos municipais são os piores avaliados – o único ente federativo sobre o qual há mais pessoas que afirmam que seus governos não fazem nada (46%) do que pessoas que dizem que seus governos fazem alguma coisa (44%). Entre esse último grupo, 6% diz que o governo faz mais do que deveria, 20% diz que o governo faz o que deveria, e 18% diz que o governo faz menos do que deveria. 10% dos entrevistados não opinaram.

O recorte por idade mostra, por sua vez, que os mais jovens são os mais insatisfeitos com as ações dos governos em relação à crise climática, enquanto os mais velhos são os mais satisfeitos. 59% dos entrevistados com 60 anos ou mais avaliam que o governo federal está fazendo algo, contra 47% dos entrevistados entre 16 e 24 anos; 52% dos mais velhos acreditam que o governo estadual está fazendo algo, contra 42% dos mais jovens; e 49% dos mais velhos acreditam que o governo municipal está fazendo algo, contra apenas 37% dos mais jovens.

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Fonte: O Eco

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