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Meio Ambiente

A história de sucesso da recuperação da camada de ozônio: buraco atinge o menor tamanho em anos

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Graças ao Protocolo de Montreal, o buraco na ozonosfera continua a diminuir, chegando ao menor registro nos últimos anos, segundo a OMM. A recuperação total é esperada para 2066, sendo um modelo de ação climática global

O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida continua sua tendência de recuperação e atingiu o menor tamanho registrado nos últimos anos em 2024, conforme divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) nesta terça-feira (16). A agência da ONU destacou que “a tendência positiva a longo prazo reflete o sucesso da ação internacional coordenada” e estima que a camada de ozônio possa se recuperar totalmente até 2066.

Localizada na estratosfera, entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície terrestre, a camada de ozônio é vital, pois funciona como o protetor solar da Terra, absorvendo e dispersando a radiação UV nociva do Sol. Sem essa proteção, haveria um aumento drástico em casos de câncer de pele, danos à agricultura e interrupção das cadeias marítimas de alimentação.

O Protocolo de Montreal e a eliminação do CFC

A destruição da ozonosfera foi causada pelos clorofluorcarbonetos (CFCs), gases sintéticos amplamente utilizados em aerossóis, geladeiras e aparelhos de ar-condicionado na década de 1980. O cloro liberado pelo CFC na estratosfera desintegra as moléculas de ozônio.

Em uma das histórias ambientais de maior sucesso, a comunidade global reagiu rapidamente, culminando no Protocolo de Montreal, em 1987. Esse acordo global visou eliminar as substâncias destruidoras da camada de ozônio. Estima-se que 99% dessas substâncias foram eliminadas de maneira escalonada, evitando o surgimento de cerca de dois milhões de casos de câncer de pele.

Recuperação e Desafios Anuais

Embora a tendência geral seja de recuperação, o afinamento na camada de ozônio (o “buraco”) ainda aparece anualmente sobre a Antártida, variando em tamanho e forma devido a condições climáticas. O buraco que surgiu em setembro de 2023 foi um dos maiores já registrados, chegando a 26 milhões de km². Cientistas acreditam que anomalias como essa podem estar ligadas ao aerossol liberado por erupções vulcânicas e ao resfriamento da estratosfera causado pelas mudanças climáticas.

As projeções indicam que a camada de ozônio deve se recuperar até atingir os níveis de 1980 até 2066 na Antártida, e até 2045 no Ártico.

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Impacto nas Mudanças Climáticas

O sucesso do Protocolo de Montreal teve um impacto positivo direto na luta contra a crise climática. Muitas substâncias destruidoras da camada de ozônio também são gases que provocam o efeito estufa. O Protocolo ajudou a evitar emissões equivalentes a 135 bilhões de toneladas de dióxido de carbono entre 1990 e 2010.

A ação rápida e coordenada para salvar a camada de ozônio é frequentemente citada como um modelo inspirador para que o mundo possa lidar com a crise climática de forma eficaz.


Fonte: Holly Young, Deutsche Welle e Opera Mundi

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