A CPI do Rio Melchior divulgou o recebimento de relatórios da SES-DF e da UnB que apontam a contaminação do lençol freático por perto do rio e índices de fósforo e nitrogenados acima do limite nos efluentes da Caesb. A CPI será prorrogada até dezembro
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melchior realizou nesta quinta-feira (18) sua 13ª reunião, marcada pela divulgação de dois relatórios cruciais para a investigação da poluição do corpo hídrico entre Samambaia e Ceilândia. O colegiado também ouviu o diretor de Regulação e Meio Ambiente da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), Haroldo Toti.
Relatório da SES-DF Confirma Contaminação
O relatório mais preocupante veio da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), que realizou coletas de água em locais próximos ao Rio Melchior, como a Comunidade da Cerâmica e o Núcleo Rural Monjolinho.
A presidente da CPI, deputada Paula Belmonte (Cidadania), informou que o documento confirma a contaminação do lençol freático em áreas onde a população utiliza poços rasos/superficiais para consumo.
“Muitas vezes a água que sai do poço artesiano [raso] é translúcida, a pessoa não sente cheiro nenhum, mas a análise mostra que a água não está própria para ser bebida. A própria Secretaria de Saúde constatou isso”, disse Belmonte.
O relator da CPI, deputado Iolando (MDB), destacou que a ausência de abastecimento de água e esgoto públicos nas residências e o uso de poços rasos tornam a área extremamente sensível à contaminação, inclusive a partir das próprias fossas residenciais e do uso de agrotóxicos.
Efluentes da Caesb com Índices Elevados
Um segundo relatório, produzido por professores da Universidade de Brasília (UnB) a partir de amostras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Melchior, em Samambaia, também levantou preocupações.
Paula Belmonte leu trechos do documento, destacando que a ETE não consegue remover eficientemente nitrogenados nem fosfato. Em relação ao fósforo, o índice de 0,79 estava muito acima do limite de 0,15 para rios de Classificação 3 – a penúltima categoria de qualidade. A ETE Melchior despeja a água tratada (efluente) diretamente no rio, que se enquadra na Classificação 4.
O diretor da Caesb, Haroldo Toti, informou que a companhia não teve acesso ao relatório da UnB, mas concordou em apresentar sua contraprova para fins de comparação.
Investimentos e Justificativas da Caesb
A Caesb reconheceu limitações atuais, mas anunciou investimentos de R$ 330 milhões para a ampliação e aprimoramento da ETE Melchior nos próximos quatro anos, com financiamento do BID. O objetivo é alcançar níveis de remoção de fósforo similares aos de outras grandes estações do DF.
Toti defendeu a qualidade do tratamento atual, afirmando que “80% das cidades do Brasil adorariam ter uma estação de tratamento como a do Melchior”, e que a função da estação é ajudar na autodepuração do rio.
“Tanto é que a vida retornou ao Melchior. Cágados e capivaras não chegavam perto do rio quando entrei na Caesb e hoje chegam. Dizem que está morrendo; pelo contrário, o rio está renascendo”, argumentou o assessor Antônio Harada.
A CPI, devido à grande quantidade de dados a serem analisados, teve seu prazo prorrogado, e a investigação continuará até dezembro deste ano.
Fonte: Ana Teresa Malta e Daniela Reis – Agência CLDF
Ethelyn Nader
19/09/2025 at 13:46
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