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Agropecuária

Sem estoques de arroz e feijão, Brasil deve importar alimentos após cheia no RS

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Conab não compra alimentos básicos para alimentação há mais de seis anos

enchente histórica no Rio Grande do Sul deve trazer impactos para a produção e distribuição de alimentos no Brasil, de acordo com o governo federal. Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na segunda-feira (6) que o Executivo deve facilitar a importação de arroz e feijão como forma de minimizar impactos em eventuais altas dos dois produtos considerados essenciais para a nutrição de brasileiros.

“Se for o caso para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, afirmou ele, no programa programa Bom Dia, Presidente, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Já nesta quarta-feira (8), o presidente da Conab, Edegar Preto, afirmou que uma medida provisória que deve ser editada em breve deve autorizar à Conab a importar até 1 milhão de toneladas de arroz. “O Rio Grande do Sul é um estado produtor de arroz. Parte da produção não havia sido colhida, sendo que 15% está debaixo d’água”, justificou, em entrevista coletiva concedida no Rio Grande do Sul.

Essa eventual importação, no entanto, não seria necessária caso o governo tivesse recomposto estoques públicos de alimentos administrados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segundo especialistas.

Os estoques públicos são mantidos com grãos e outros produtos agrícolas comprados com recursos públicos. Os produtos garantem o abastecimento em épocas de escassez – como a esperada após as enchentes – ou de preços acima do normal.

Desmonte

O ex-presidente Michel Temer (MDB) paralisou as compras públicas. A gestão de Jair Bolsonaro (PL) também não comprou alimentos e ainda desativou armazéns da Conab existentes para estocá-los. Foram 27 em 2019. Outros 124 foram postos à venda, mas o processo acabou cancelado após a eleição de Lula, em 2022.

Em seu terceiro mandato, Lula prometeu recompor os estoques da Conab. Em junho do ano passado, a Conab anunciou sua primeira compra de alimentos em seis anos.

Até agora, entretanto, a companhia só comprou milho. Estoques de arroz estão vazios desde dezembro de 2022. De feijão, desde dezembro de 2016. Também não há estoques de café, mandioca e trigo. Resta ao Brasil a importação.

“Se tivesse estoque, não necessitaria importar”, criticou Diego Moreira, da coordenação nacional do setor de produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “O governo até então não teve iniciativa nenhuma de criar estoque público para regular o preço dos alimentos. Obviamente, isso não é culpa só deste governo, mas não uma política nacional e objetiva de abastecimento.”

Vitor Hugo Miro Couto Silva, economista e professor do departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (UFC), reforça a crítica à gestão Lula e de seus antecessores. “A política de estoques reguladores ficou abandonada nos últimos anos. Em 2023 a política foi retomada de forma muito discreta”, explicou. “O governo atual foi eleito defendendo questões relacionadas à segurança alimentar e combate à fome. Acredito que a definição de estratégias nesse sentido foi lenta.”

Preços atrapalham

Procurada pelo Brasil de Fato na segunda-feira (7), a Conab não se pronunciou sobre a situação de seus estoques e sua recomposição.

Em março, quando os preços dos alimentos subiam no país, o BdF também questionou o órgão sobre os estoques. Foi informado que o alto patamar do preço dos alimentos impedia a realização de compras públicas. “Só é possível formar estoques quando os preços de mercado estão em patamares abaixo dos preços mínimos”, explicou.

O economista e engenheiro agrônomo José Giacomo Baccarin, secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do governo federal entre 2003 e 2005, reforçou que a importância da recomposição dos estoques públicos, mas confirmou: “Não faz sentido recompor estoques públicos enquanto os preços estiverem altos; isso só aumentaria mais os preços.”

“Desde o começo do século 21, os estoques públicos de alimentos no Brasil estão muito baixos”, lembrou. “O Brasil deve acrescentar produto ao estoque público quando os preços estão baixos, estão ruins para o agricultor. Tendo estoque público, se dissolve quando os preços estão pressionando a renda dos consumidores.”

Sobre o preço do arroz, Baccarin cita dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que apontam queda mundial de preços em 2008 e 2016. Depois disso, alta constante, que parece arrefecer no início deste ano.

Sobre o feijão, ele acrescenta que o preço é definido pela produção nacional, que vem perdendo espaço para a soja e outros grãos.

Baccarin não vê efeitos acentuados das mudanças climáticas no preço dos alimentos. Para ele, porém, “os acontecimentos climáticos vão ter papel mais significativo e negativo nos preços dos alimentos daqui por diante.”


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Fato Novo com informações: Brasil de Fato

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1 Comment

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    6 de novembro de 2024 at 19:51

    I don’t think the title of your article matches the content lol. Just kidding, mainly because I had some doubts after reading the article.

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Agropecuária

Efeito Lula: Brasil é maior exportador mundial de algodão pela 1ª vez na história e ultrapassa EUA

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Em movimento histórico, o Brasil se torna, pela primeira vez, o maior exportador de algodão do mundo, à frente dos EUA, que ocupavam essa posição desde 1994; projetos do governo miram em cadeias sustentáveis e inovação

Em 2022, de acordo com relatório setorial do Banco do Nordeste, o Brasil era o quarto maior produtor e o segundo maior exportador mundial de algodão, com uma produção de cerca de 2,97 toneladas entre 2022 e 2023.

No período anterior, entre 2020 e 2021, a produção ficara em torno de 2,787 milhões de toneladas, com produção concentrada sobretudo nos estados de Mato Grosso e Bahia — a região Centro-Oeste corresponde a até 91% de toda a produção de algodão brasileiro.

Agora, os dados para o período de 2023 e 2024 posicionam o Brasil no primeiro lugar mundial em exportação dessa cultura: em movimento histórico, o país se torna, pela primeira vez, o maior exportador de algodão do mundo, à frente dos EUA, que ocupavam essa posição desde 1994.

Em termos de cultivo, o Brasil ocupa o terceiro lugar mundial (com cerca de 17 milhões de toneladas), atrás apenas da China (com 28 milhões/toneladas) e da Índia (com 25 milhões/toneladas).

Os EUA passam à quarta posição em produção, com 14 milhões de toneladas, de acordo com dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês).

O cultivo de algodão tem um ciclo facilitado, que tende a ser mais curto, em regiões próximas à linha do Equador (que é de até 150 dias, nos ciclos precoces, e pode ser de 160 e 180 dias nos ciclos médios normais), segundo a Empraba.

Investimento, cooperação internacional e produção sustentável

O Brasil tem investido, nas últimas décadas, em projetos de produção integrada e sustentável das cadeias do algodão. Segundo a Agência Gov, o programa +ALgodão, criado para favorecer a cooperação internacional (sobretudo entre América Latina, Caribe e África), liderado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Itamaraty em conjunto à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e à Empraba, existe desde 2002, alavancado pelo movimento do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) em combate aos subsídios oferecidos pelos EUA ao seu próprio mercado algodoeiro.

A contestação do Brasil frente à OMC foi bem-sucedida, no início dos anos 2000, e garantiu, à época, um pagamento compensatório de US$ 300 milhões por parte dos EUA, dos quais 10% foram destinados ao projeto de cooperação internacional no cultivo de algodão.

A ascensão do país ao top 1 mundial na exportação do algodão se deveu, além dos incentivos e investimentos em cooperação internacional, pesquisa e inovação, ao aumento na demanda de importadores-chave, como Paquistão, Bangladesh e Vietnã, que retomaram seu acesso ao crédito, além do crescimento no comércio com China e Turquia.

As aberturas de mercado para o algodão brasileiro já totalizam 150 desde 2023, afirma a Agência Brasil, e consolidam a posição de destaque no mercado externo.

A presença de cultivo de agricultura familiar integrada a outras culturas, como milho, arroz e sorgo, contribuem, ademais, para uma produção de caráter mais sustentável, além de volumosa. A segurança alimentar é um dos focos do programa +ALgodão, que deve atender aos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas (erradicação da pobreza, metas climáticas, gestão da água e redução de desigualdades de gênero).


*Revista Fórum

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Distrito Federal exporta morangos ‘made in’ Brazlândia para Portugal

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A primeira edição do Boletim do Comércio Exterior do Distrito Federal mostrou que os morangos produzidos aqui representam quase 20% do que o Brasil exportou

A primeira edição do Boletim do Comércio Exterior do Distrito Federal mostrou que os morangos produzidos aqui representam quase 20% do que o Brasil exportou dessa fruta nos três primeiros meses deste ano – o que coloca o DF como o terceiro maior exportador desse nicho para Portugal e Panamá.

O estudo apresentou uma síntese sobre as dinâmicas de exportação e importação do Distrito Federal, com foco em tendências e fatores que influenciam o comércio internacional. A iniciativa é fundamental para compreender a posição do DF no mercado global, identificar desafios e oportunidades e embasar a formulação de estratégias econômicas eficazes.

Nesta edição inaugural, o boletim trouxe uma análise detalhada sobre o primeiro trimestre de 2024, com destaque para o comportamento das exportações e importações, os principais produtos comercializados, os mercados de destino e as oscilações nos preços internacionais.

Estudo pioneiro

“Conhecer o perfil dos produtos exportados e dos parceiros comerciais internacionais do DF é importante para orientar políticas públicas de apoio e incentivo direcionados aos produtos com potencial de exportação, alcançando novos espaços no mercado internacional”, afirma Francisca Lucena, diretora de Estatística de Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF

O diretor-presidente do IPEDF, Manoel Barros, afirma que este é um estudo inédito: “Ele surgiu de uma demanda do setor produtivo e da Serinter [Secretaria de Relações Internacionais], no sentido de ter um documento oficial que mostrasse como funciona o comércio exterior no DF”.

Por sua vez, a diretora de Estatística de Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF, Francisca Lucena, reforçou que as informações publicadas no boletim apontam para a possibilidade de explorar novos nichos: “Conhecer o perfil dos produtos exportados e dos parceiros comerciais internacionais do DF é importante para orientar políticas públicas de apoio e incentivo direcionados aos produtos com potencial de exportação, alcançando novos espaços no mercado internacional”.

Destaques nas exportações

Em relação aos itens com maior participação no cenário nacional, o Distrito Federal ocupa o terceiro lugar na exportação de sorgo para semeadura e de morangos frescos e a nona posição nas exportações de carnes congeladas de aves.

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Agropecuária

Mais de 1,2 mil produtores rurais são capacitados em 2024

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Ao todo, foram realizados 68 cursos e 22 oficinas abordando de janeiro a dezembro

Com a missão de trazer mais oportunidades e qualificar os produtores rurais que residem na capital federal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) capacitou 1.251 profissionais do campo de janeiro até a primeira semana de dezembro deste ano. Ao todo, foram realizados 68 cursos e 22 oficinas abordando temas como panificação artesanal, manejo correto na apicultura, criação de abelhas sem ferrão, inseminação artificial em gado leiteiro, e uso eficiente de agrotóxicos.

A iniciativa tem como objetivo fortalecer a produção rural e promover a inclusão no mercado consumidor, atendendo às exigências de qualidade e segurança alimentar. Para participar dos cursos basta que o produtor rural procure uma unidade local mais próxima da sua propriedade. Um dos requisitos é que os alunos tenham o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).

“Os cursos e capacitações promovidos pela Emater-DF são fundamentais para fomentar a produção agropecuária e agregar valor à produção dos nossos agricultores. Estamos focados em fortalecer a agroindústria como um pilar estratégico, capacitando os produtores para transformar a matéria-prima em produtos de maior valor agregado. Essa iniciativa não apenas aumenta a renda das famílias rurais, mas também promove a sustentabilidade e a competitividade no mercado”, destacou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval.

Ensino e aprendizagem

Na área de processamento de alimentos, o Centro de Formação (Cefor) da Emater-DF realizou 25 cursos presenciais, com mais de 200 horas de aula e de 400 produtores e trabalhadores rurais capacitados. “A gente busca diversificar a oferta para que os interessados iniciem em novas áreas ou se aperfeiçoem em produtos de interesse, aproveitando o que já tem no quintal”, relata a Gerente do Centro de Formação, Deijane Araújo.

O impacto é ainda maior quando somadas as capacitações nas áreas vegetal e animal, elevando o total para 816 produtores e trabalhadores rurais atendidos em cursos e oficinas ministrados pelo Cefor de janeiro até o momento. Localizado na sede da Emater-DF, o Centro conta com câmara fria, freezers, fogão e diversos outros utensílios que possibilitam a realização de cursos na área de agroindústria, como os de panificação, de produção de queijos, antepastos e doces, de defumação de carnes e fabricação de linguiças, de filetagem de peixe, desidratação de frutas e vegetais e produção de panetones. Além dos cursos presenciais, o público também conta com aulas em formato online.

Assistência para a produção

“Ensinar eles a produzirem alimentos para consumo da própria família, além de mostrar possibilidades de comercialização com foco na geração de emprego e renda” é como define o instrutor em agroindústria da Emater-DF, Flávio Bonesso, sobre o objetivo dos cursos oferecidos pela empresa. Para ele, o conhecimento estendido garante mais opções de geração de renda a partir daquilo que os alunos produzem: “a importância é de valorizar a agricultura familiar, dar uma certa qualificação desses produtos e possibilitar acesso a aos produtores rurais”.

O técnico trabalha na Emater-DF desde 2006, quando entrou como estagiário, e atualmente ministra aulas como filetagem de tilápia, fabricação de queijos e charcutaria – ramo da indústria dedicado ao preparo e venda de produtos de carne de porco curada, como bacon, presunto e salsichas. “Juntei duas paixões: a de cozinhar e de passar conhecimento e fui ficando por aqui. Como meu pai diz, a nossa profissão de extensionista rural é muito bonita, porque a gente leva para a área rural muito conhecimento e em troca eles dão nosso prato de comida do dia a dia”, diz, orgulhoso.

Entre as alunas beneficiadas pelos cursos da Emater-DF está a produtora rural e dona de restaurante, Geralda da Silva, 73 anos. A empreendedora finalizou o ano com novos aprendizados na charcutaria. “Agora vou poder fazer os meus próprios alimentos para reduzir os custos no restaurante”, comemora. Moradora na área rural de Planaltina, a aposenta produz de tudo um pouco na chácara onde reside: entre milho e feijão a criação de galinha e pato. “Minha produção é mais voltada para o consumo. O que sobra, eu vendo na Feira de Sobradinho”, conta.

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