As doenças cardiovasculares continuam a ser o principal fator de mortalidade no Brasil, um problema que o movimento Setembro Vermelho busca destacar. De acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o país já registrou mais de 271 mil óbitos em decorrência de problemas no coração e na circulação neste ano. A campanha visa sensibilizar a população para a necessidade de adotar medidas preventivas, realizar diagnósticos precoces e manter um acompanhamento médico regular.
Entre os principais fatores de risco para as doenças do coração, o colesterol elevado é considerado uma ameaça silenciosa. O cardiologista Leonardo Severino, consultor médico do Sabin Diagnóstico e Saúde, explica que, por não apresentar sintomas em suas fases iniciais, o colesterol alto costuma manifestar sinais apenas quando já existem complicações sérias. “O colesterol alto favorece a formação de placas de gordura nas artérias, reduz o fluxo sanguíneo e prejudica a oxigenação dos órgãos”, alerta o especialista.
Exames Essenciais para o Diagnóstico
O diagnóstico e o monitoramento do colesterol elevado são feitos, principalmente, por meio de exames laboratoriais e de imagem. O principal deles é o perfil lipídico, um exame de sangue que mede os níveis de colesterol total, LDL (considerado “ruim”), HDL (o “bom”) e triglicerídeos. O Dr. Severino enfatiza que o nível de LDL é a principal referência para a definição do risco cardiovascular do paciente, enquanto o HDL é importante como segunda linha de prioridade. Em alguns casos, o exame pode ser feito sem jejum, simplificando o processo para os pacientes.
Além dos exames laboratoriais, as análises de imagem são fundamentais para uma avaliação mais completa da saúde do coração e das artérias. O ultrassom de carótidas, ou ecografia cervical, é utilizado para detectar placas de gordura nas artérias do pescoço, que podem indicar um risco elevado de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Outros exames de imagem importantes incluem:
- Ecocardiograma: Avalia a estrutura e a função do coração, analisando a capacidade de bombeamento do sangue e a saúde das válvulas cardíacas.
- Teste Ergométrico: Também conhecido como teste de esteira, avalia o funcionamento do coração durante o esforço físico, auxiliando na detecção de possíveis obstruções nas artérias coronárias.
Para uma identificação ainda mais precisa do risco de infarto, a tomografia de coronárias — popularmente chamada de score de cálcio — mede a quantidade de cálcio nas artérias do coração. Este exame é um marcador confiável de aterosclerose e, segundo o Dr. Severino, complementa o perfil lipídico e pode identificar alterações que passariam despercebidas, oferecendo maior precisão na avaliação do risco e no acompanhamento do tratamento.
Hábitos Saudáveis e a Importância do Acompanhamento Médico
O controle do colesterol elevado e a prevenção de doenças cardiovasculares dependem, em grande parte, de mudanças no estilo de vida. A adoção de uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física e a manutenção do peso ideal são medidas essenciais. O cardiologista ressalta que “de nada adianta usar medicação se o paciente não estiver comprometido com dieta, atividade física e manutenção do peso ideal”.
Quando o uso de medicamentos é necessário, a adesão ao tratamento é crucial. O Dr. Severino orienta que o paciente deve seguir corretamente a prescrição e discutir eventuais efeitos colaterais com o médico para evitar a interrupção desnecessária da medicação. A combinação de exames regulares, diagnóstico precoce, mudanças no estilo de vida e, quando indicado, o uso de medicamentos, é a chave para a prevenção e o controle de uma das doenças que mais mata no Brasil.
Com informações: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Sabin Diagnóstico e Saúde