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Tarifa Zero no transporte público: a política que pode gerar alívio financeiro e autonomia para as mulheres brasileiras

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O pedido do presidente Lula para estudar a implementação da Tarifa Zero no Brasil é visto como uma política de alto impacto social e econômico, especialmente para as mulheres. A gratuidade do transporte pode liberar renda familiar, fomentar a economia local e aumentar o acesso das mulheres a serviços, lazer e oportunidades de emprego e estudo

O debate sobre a Tarifa Zero no transporte público ganhou força no Brasil após o pedido do presidente Lula para que o Ministério da Economia avalie sua implementação em nível nacional. A medida é considerada por especialistas como uma política “sensível ao gênero” e inclusiva, com potencial para transformar a vida das brasileiras.

As mulheres são as maiores usuárias do transporte público e chefiam quase metade dos lares no Brasil. Segundo o IBGE, o transporte é o segundo item que mais pesa no orçamento doméstico, após a alimentação.

Impacto na Renda e Qualidade de Vida

A professora Letícia Birchal Domingues, da UnB e integrante do movimento Tarifa Zero Belo Horizonte, explica que a gratuidade teria um impacto imediato na economia das famílias.

  • Liberação de Renda: “A Tarifa Zero significa uma liberação de renda nas famílias brasileiras, porque hoje em dia, parte relevante do orçamento familiar fica presa no transporte.” Essa renda liberada tende a se reverter em aumento de compras no comércio e acesso a bens de consumo primário.
  • Política de Gênero: A Tarifa Zero é vista como uma forma de aumentar a qualidade de vida das mulheres, pois o transporte feminino é muitas vezes marcado pela dimensão do cuidado (levando filhos e familiares). A redução do custo e do tempo de deslocamento viabilizaria mais descanso e acesso à cultura e ao lazer.

Fortalecimento da Economia Local e Acesso a Serviços

A gratuidade remove a barreira financeira que impede o acesso das mulheres a serviços públicos essenciais e a novas oportunidades.

Um estudo da FGV, citado pela Revista Piauí, comparou 57 cidades com Tarifa Zero com outras que cobram passagem e encontrou resultados positivos:

  • Aumento de 3,2% no número de empregos.
  • Aumento de 7,5% no número de empresas.
  • Redução de 4,2% na emissão de gases poluentes.

A pesquisadora Letícia Birchal Domingues argumenta que o movimento gera um círculo virtuoso na economia: “Você consegue extrair mais, fomentar o comércio local e o emprego e você, inclusive, aumenta a arrecadação pública em impostos, o que ajuda a financiar a própria política de Tarifa Zero”.

Experiências e Visão Política

A prefeita de Juiz de Fora (MG), Margarida Salomão (PT), é uma defensora da Tarifa Zero, classificando-a como um avanço civilizatório que garante a mobilidade como um direito de cidadania.

  • Impacto Econômico Projetado (Juiz de Fora): Ela projeta que a medida pode gerar aumento de quase 30% no consumo das famílias até 2040 e um crescimento de 9,1% no emprego.
  • Caráter Ambiental: Margarida também destaca o benefício ambiental, pois o incentivo ao transporte coletivo reduz a circulação de carros, os congestionamentos e as emissões de gases de efeito estufa.

A Tarifa Zero foi uma pauta defendida pelo PT desde o final da década de 1980, sendo elaborada pela então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina.


Com informações: Elas por Elas / Intercept Brasil / Revista Piauí / FPA / PT

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