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Comportamento

“Cérebro podre”: se você passa muito tempo nas redes pode ter contraído essa “doença”

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Termo criado para ilustrar o “vício em internet” está causando preocupação em pesquisadores e médicos, especialmente aqueles que tratam crianças e jovens que passam longas horas stalkeando as redes

Brainrot, termo que apareceu na internet em 2007 para ilustrar os efeitos do uso prolongado dos meios interativos, está causando preocupação em pesquisadores e médicos, especialmente aaqueles que tratam crianças e jovens que passam longas horas stalkeando as redes sociais.

A preocupação ocorre porque muitos dos “hard users” das redes sociais se simpatizam com o termo, que pode ser traduzido como “cérebro podre”.

Em longa reportagem, o jornal estadunidense The New York Times revela que muitas pessoas demonstram orgulho de sua “podridão” mental, causada pela exposição contínua a conteúdos fúteis nas redes.

Segundo o jornal, o debate online sobre a podridão cerebral tornou-se tão difundido que alguns utilizadores das redes sociais começaram a criar paródias de pessoas que parecem encarnar a “doença”, que foi traduzida no Tik Tok com frases como “ela tem energia de golden retriever”, uma gíria que descreve alguém que dá a impressão de ser legal, boba ou inofensiva.

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No entanto, o aumento da popularidade do “brainrot”, o cérebro podre, está ligado ao crescente reconhecimento de uma doença que os investigadores do Hospital Infantil de Boston apelidaram de “uso problemático de meios interativos”.

Michael Rich, pediatra que fundou o Laboratório de Bem-Estar Digital do hospital, disse que seus pacientes se referem à “podridão cerebral” como “uma forma de descrever o que acontece quando você passa muito tempo na Internet e transfere sua consciência para a Internet”.

Segundo ele, muitos de seus pacientes parecem considerar a podridão cerebral uma medalha de honra. Alguns até competem por mais tempo de tela, assim como competem por pontuações mais altas em videogames.

O Newport Institute, um centro de tratamento de saúde mental para jovens adultos, começou recentemente a recrutar pessoas que sofrem de podridão cerebral. No seu site, o instituto incentiva os pais cujos filhos sofrem de “vício digital” a considerarem planos de tratamento.

Para Rich e especialistas do Laboratório de Bem-Estar Digital do Hospital Infantil de Boston, a podridão cerebral não é tanto um vício em Internet, mas um mecanismo de enfrentamento para pessoas que podem ter outros distúrbios subjacentes que os levam a ficar entorpecidos com a navegação estúpida nas redes sociais ou com uma navegação excessivamente longa.

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“A Internet e os jogos são usados, por exemplo, por crianças com TDAH que passam o dia na escola sentindo que não conseguem acompanhar, que não conseguem acompanhar o que está acontecendo, não só na sala de aula, mas no playground”, diz Rich.


“Demonizar o telefone e as redes sociais simplesmente não é realista hoje em dia”, disse Leena Mathai, estudante do ensino médio em Basking Ridge, Nova Jersey, que também é conselheira estudantil do Laboratório de Bem-Estar Digital. “Dizer às crianças: ‘Oh, você está melhor sem seu telefone’, ou tentar fazê-las se sentirem mal por quererem usar o celular não é a melhor maneira de abordar a situação, porque isso só faz as pessoas quererem fazer mais”.


“Usamos nossos telefones para nos anestesiar”, acrescentou. “Eu sei que é muito errado e as pessoas sempre ficam surpresas com esse comentário, mas é verdade.”

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Fato Novo com informações e imagens: Revista Fórum

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Comportamento

Recesso escolar e festividades demandam atenção redobrada com acidentes envolvendo crianças

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Incidentes mais comuns são afogamento, choque elétrico, corte, intoxicação, queda e queimadura; em caso de acidentes, é preciso ligar para 192 ou 193

Durante o período de férias escolares e festividades de fim de ano, quando as crianças passam mais tempo dentro de casa, aumenta o número de ocorrências de acidentes domésticos envolvendo os pequenos. Por isso, os cuidados devem ser redobrados.

De acordo com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), os incidentes mais comuns são afogamento, choque elétrico, corte, intoxicação, queda e queimadura. Para evitar essas situações, os responsáveis precisam estar atentos aos riscos nas residências. Em caso de acidentes, é preciso acionar o Corpo de Bombeiros ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pelos telefones 193 ou 192, respectivamente.

“É justamente nesse período que o Corpo de Bombeiros costuma atender um número considerável de ocorrências envolvendo acidentes domésticos com crianças. É preciso que elas estejam sob monitoramento constante de um adulto”, pontua o tenente Charles Palomino, oficial de informação pública do CBMDF.

De acordo com o militar, é recomendada atenção redobrada com relação aos produtos de limpeza, que devem ficar fora do alcance das crianças. Baldes e bacias devem ser mantidos vazios para evitar riscos de afogamento. Limitar o acesso aos banheiros também pode prevenir acidentes com os boxes de blindex.

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Comportamento

Padrões alimentares pouco saudáveis geram US$ 8 trilhões em custos ocultos

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Relatório da FAO revela que 70% desses custos são causados por impactos de saúde associados a doenças crônicas, especialmente nos sistemas agroalimentares mais sofisticados; baixa ingestão de cereais, frutas e vegetais e alto consumo de carnes processadas e sódios estão entre maiores riscos

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, lançou na semana passada um relatório sobre os custos ocultos para sistemas agroalimentares em todo o mundo.

As perdas são de US$ 12 trilhões por ano. E 70% desses gastos são gerados por padrões pouco saudáveis de dieta.

Desigualdades sociais e degradação ambiental

A pesquisa da FAO ouviu pessoas de 156 países. No caso das dietas ruins, o maior problema é a associação com doenças crônicas, em níveis alarmantes, incluindo doenças coronárias, diabetes e derrames, o que excede os gastos relacionados às desigualdades sociais e à degradação ambiental.

O Estado da Alimentação e Agricultura 2024, Sofa na sigla em inglês, aproveita os dados da edição de 2023 com mais análises de pano de fundo e o custo real que expõe a escala completa de custo e benefício associada à produção de alimentos, distribuição e consumo incluindo os que não aparecem nos preços de mercado.

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Comunidade em Madagáscar quer proteger-se da degradação

UN News/Daniel Dickinson

Mudanças transformadoras

O relatório atualiza as estimativas de custo com uma divisão entre tipos de sistemas agroalimentares e propõe uma via para mudança transformadora nos sistemas agroalimentares como um todo.

O estudo também detalha como os custos ocultos globais são grandemente puxados pelos custos não declarados de saúde, seguidos por gastos ambientais em sistemas agroalimentares mais industrializados em países de renda média alta e de renda alta.

A FAO examinou os impactos para a saúde e identificou 13 fatores de risco em dietas que incluem insuficiência de frutas, cereais e vegetais. Dietas com excesso de sódio e de carnes processadas com diferenças notáveis entre vários sistemas agroalimentares.

Políticas sob medida, desafios e oportunidades

A pesquisa também introduz uma tipologia que caracteriza os sistemas em seis grupos: crises prolongadas, tradicional, expansão, diversificada, formal e industrial. Esse quadro permite um conhecimento mais específico dos desafios e oportunidades próprios de cada sistema e que permite políticas de desenvolvimento mais sob medida.

As dietas baixas em grãos são um dos maiores fatores de risco entre os sistemas agroalimentares em crises prolongadas como em conflitos associados à insegurança alimentar. Também em sistemas tradicionais que são típicos de baixa produtividade, tecnologia limitada e cadeias de valor mais curtas. E a principal preocupação é a baixa ingestão de frutas e vegetais.

Já a dieta rica em sódio está mais presente em sistemas tradicionais e formais assim como padrões alimentares que incluem alto consumo de carnes processadas que tendem a passar de sistemas tradicionais para industrializados.

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Consumo de alimentos processados é um fator de risco

© UNICEF/Zhanara Karimova

Emissões de CO2 e poluição da água

Além dos riscos de padrões de dieta pouco saudáveis, a FAO analisou o impacto ambiental de práticas agrícolas insustentáveis.

Custos associados a emissões de CO2 e poluição de águas entre outros fatores são mais altos em países com sistemas diversificados de agricultura chegando a US$ 720 bilhões.

Em países com conflitos prolongados, as perdas ambientais podem chegar a 20% do Produto Interno Bruto, PIB.

Brasil, Austrália e Índia

Os custos sociais incluindo pobreza e subnutrição são mais prevalentes em sistemas agroalimentares tradicionais e representam de 8% a 18% do PIB, respectivamente.
O relatório da FAO recomenda adaptar os contextos locais e focalizar nas prioridades das partes em jogo.

O documento analisa casos em países como Austrália, Brasil, Colômbia, Etiópia, Índia e Reino Unido.

Custo de dietas saudáveis tem aumentado no mundo

© Unsplash/Mariana Medvedeva

Dietas mais saudáveis, inovações e sustentabilidade

Dentre as recomendações estão: incentivos financeiros e regulatórios para práticas sustentáveis de produção, promoção de dietas mais saudáveis, redução de emissões de CO2 e nitrogênio, dar autonomia aos consumidores sobre impactos em suas escolhas alimentares.

Outras propostas são assegurar a transformação rural e inclusiva, fortalecimento  da governança e da sociedade civil, acelerar inovações e criar sistemas mais sustentáveis.

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Fonte: ONU

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Comportamento

Proibição de celular: escolas focam na formação e no apoio familiar

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Do exercício da autonomia ao desenvolvimento de habilidades para o uso consciente da tecnologia digital, instituições de ensino em SP compartilham como têm atuado diante do dilema do uso de celular

A proibição de celular na escola foi defendida por 83% dos brasileiros (de um total de 10 mil pessoas) que participaram de uma consulta pública realizada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Já 6% foram contra e 11% parcialmente favoráveis.

Essa consulta destaca que há uma crescente preocupação com o impacto das telas no aprendizado e na saúde mental de crianças e adolescentes. Tanto que diferentes escolas têm adotado abordagens que vão além de regras rígidas, investindo na construção de uma cultura de uso consciente e na formação de estudantes mais autônomos e saudáveis.

Uso consciente

No Colégio Nossa Senhora das Graças (Gracinha), na cidade de SP, a restrição ao uso de celulares entre os estudantes do fundamental 2 foi acompanhada pelo lançamento do movimento Gracinha Offline, em agosto, promovido pela Organização das Famílias do Gracinha (OFAG).

“Queremos resgatar atividades que envolvam as crianças e afastem a atenção das telas”, explica Claudia Taddei, mãe e integrante da OFAG.

Segundo Claudia, a parceria entre escola e famílias tem sido essencial, com a realização de uma pesquisa comunitária e a organização de vivências práticas voltadas ao desenvolvimento da consciência sobre o uso equilibrado de dispositivos.

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Sandra Cirillo, orientadora educacional da escola, destaca que a dependência dos dispositivos aumentou significativamente após a pandemia, exigindo mudanças profundas. “Identificamos situações em que alunos apresentavam sofrimento emocional quando seus celulares eram retirados, o que evidenciou a gravidade do problema e a necessidade de intervenções estratégicas.”

A escola proibiu o uso dos aparelhos durante as aulas e uniu forças com as famílias para promover diálogos e encontros com especialistas, buscando fomentar um uso mais consciente da tecnologia. “Nosso objetivo é que as soluções sejam construídas em conjunto, respeitando a realidade de cada família”, enfatiza Sandra.

Desafios e medidas para enfrentá-los

No Colégio Magno, também localizado na cidade de São Paulo, a diretora Claudia Tricate relata os desafios em encontrar um equilíbrio entre tecnologia digital e ambiente escolar.

“Acreditávamos que permitir o uso consciente dos celulares para fins pedagógicos seria o caminho ideal, mas percebemos que os adolescentes ainda enfrentam dificuldades em se autorregular. O apoio das famílias foi fundamental para estabelecer um controle mais eficaz, sem recorrer a medidas drásticas, como o confisco”, conta a diretora Claudia Tricate.

A escola limitou o acesso ao Wi-Fi para redes sociais durante as aulas, preservando espaços para que os estudantes desenvolvam autonomia no gerenciamento do próprio tempo, preparando-os para a vida adulta.

Já a paulistana Escola Tarsila do Amaral adota uma abordagem focada nas interações offline, especialmente com as crianças mais novas. De acordo com Patrícia Bignardi, coordenadora pedagógica, a proposta da escola valoriza as experiências lúdicas e as conexões sociais sem o uso de dispositivos.

“Procuramos estimular brincadeiras e atividades sem tecnologia desde cedo, promovendo uma introdução gradual ao mundo digital.” Patrícia alerta para os riscos de iniciar o uso excessivo de telas na infância, quando vídeos são frequentemente utilizados para entreter as crianças em situações como refeições fora de casa ou viagens, substituindo interações mais ricas, como conversas ou brincadeiras.

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Ela também reconhece que, com adolescentes, o desafio de regular o uso dos dispositivos se intensifica conforme aumentam sua autonomia e acesso à tecnologia.

A Escola Vera Cruz, em SP, por sua vez, decidiu implementar uma medida experimental: dias inteiros sem celulares e smartwatches, tanto para alunos quanto para profissionais. Daniel Helene, coordenador pedagógico do fundamental 2, explica que a proposta foi desenvolvida em conjunto com os estudantes, envolvendo-os ativamente nas decisões.


“Com essa iniciativa, queremos que os alunos percebam os benefícios de um tempo desconectado e aprimorem habilidades sociais e emocionais que vão além do universo digital.” Daniel ressalta que a participação das famílias tem sido essencial para que essa experiência se consolide, abrindo espaço para discussões sobre como equilibrar o uso da tecnologia na rotina escolar e familiar.  


Essas experiências mostram que, como indicado no início desta matéria, a questão do celular vai muito além de proibições e regras rígidas. Como observa Sandra, do Gracinha, o desafio envolve também a saúde mental e o desenvolvimento socioemocional dos alunos: “a formação de vínculos sociais e a capacidade de lidar com frustrações e conflitos são essenciais para o crescimento. A escola precisa ir além do ensino de conteúdos, ajudando os alunos a desenvolverem habilidades para interagir com o mundo, o que inclui a adoção de um uso responsável da tecnologia.”


Fonte: Revista Educação

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