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Saúde

Pesquisa detecta agrotóxicos nas chuvas de três cidades no estado de São Paulo

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Em três cidades de São Paulo, a chuva está contaminada por agrotóxicos. Publicado na revista científica Chemosphere em 13 de janeiro, um estudo identificou 14 pesticidas presentes na água da chuva das cidades de São Paulo, Campinas e Brotas.

Os resultados alertam para possíveis riscos à vida aquática devido à contaminação da água doce, abastecida pelas chuvas. Acontece que parte dos agrotóxicos aplicados nas lavouras se dissipa na atmosfera e pode se condensar nas gotas das tempestades. Com a precipitação, o produto retorna ao solo e à água — ainda que em um local distante da plantação.

A presença dos agrotóxicos nas chuvas do estado de São Paulo é ainda mais preocupante considerando que o Brasil é o maior consumidor de pesticidas do mundo. O país aplicou mais de 800 mil toneladas de pesticidas em 2022 — cerca de 70% a mais do que os Estados Unidos, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

No país, o estado é o segundo que mais consome pesticidas, depois de Mato Grosso, conforme dados de 2023 do Ibama. Mais de 100 ingredientes ativos de pesticidas são usados somente nas lavouras de soja que, junto ao milho, algodão e cana-de-açúcar, consomem cerca de 83% dos pesticidas comercializados aqui.

Estudo brasileiro

Realizada por um grupo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pesquisa observou a maior concentração de agrotóxicos – herbicidas, fungicidas e inseticidas – em Campinas, com 701 microgramas por metro quadrado (µg/m2). Em segundo lugar, vem Brotas, com 680 µg/m2 e, por último, a capital paulista, com 223 µg/m2.

Além dos agrotóxicos, a pesquisa também encontrou cinco produtos de degradação, que são resquícios dos pesticidas.

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O estudo aponta ainda que apenas dois herbicidas e um fungicida representaram um risco para a vida aquática, mas três inseticidas e dois produtos de degradação de inseticidas têm um quociente de risco superior a 1 — fator que indica que a água da chuva, por si só, é uma fonte de contaminação por agrotóxicos.

Presente em todas as amostras, o destaque da pesquisa foi o herbicida atrazina. Em segundo lugar, vem o fungicida carbendazin que, apesar de ser proibido no Brasil, foi encontrado em 88% das amostras coletadas. Já o herbicida tebuthiuron apareceu em 75% das amostras, e foi detectado pela primeira vez em água de chuva.

Saúde

Câncer de mama RH-positivo: Nova combinação de drogas retarda progressão em 62% em pacientes com mutação no gene ESR1

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O estudo clínico de fase III evERA da Roche revelou que a combinação oral do giredestranto (SERD) com everolimo pode reduzir o risco de progressão do câncer de mama avançado RH-positivo em 44% no geral, e em 62% em pacientes com mutação no gene ESR1, oferecendo uma nova opção após a resistência a terapias padrão

Uma nova combinação medicamentosa demonstrou benefício clínico significativo no tratamento do câncer de mama localmente avançado ou metastático do tipo Receptor Hormonal Positivo (RH-positivo) e HER2-negativo. Os resultados do estudo clínico de fase III evERA, divulgados pela Roche no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) 2025, indicam que a associação do medicamento em pesquisa giredestranto com everolimo pode controlar a doença por um período mais longo.

Os pacientes envolvidos no estudo já haviam sido tratados previamente com inibidor de ciclina-dependente quinase (CDK) 4/6 e terapia endócrina, cenário em que a resistência ao tratamento é um desafio comum.

Redução de risco e ganho na sobrevida livre de progressão

A principal conclusão do estudo evERA é a eficácia da nova combinação:

  • População Geral (ITT): A combinação reduziu o risco de progressão da doença em 44%. A sobrevida livre de progressão (tempo em que a doença fica controlada sem piora) subiu de 5,49 meses para 8,77 meses.

  • Pacientes com Mutação no Gene ESR1: Neste subgrupo, o benefício foi ainda maior, com uma redução de risco de progressão em 62%. A sobrevida livre de progressão aumentou de 5,45 meses para 9,99 meses.

O giredestranto é um medicamento totalmente oral que atua como um SERD (bloqueador seletivo e potente do receptor de estrogênio). A associação com everolimo, que atua em vias de sinalização distintas, visa superar a resistência à terapia endócrina, um desafio frequente nesse tipo de tumor, que representa cerca de 70% dos casos de câncer de mama.

Segurança e impacto na qualidade de vida

A associação do giredestranto com everolimo foi considerada bem tolerada. Os eventos adversos observados foram compatíveis com os perfis de segurança já conhecidos dos tratamentos isolados, sem a identificação de novos sinais de segurança.

A Dra. Katsuki Tiscoski, Oncologista e Investigadora Principal do estudo, destaca que um regime totalmente oral pode reduzir o impacto do tratamento na rotina das pacientes, eliminando a necessidade de injeções.

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A Roche informou que o giredestranto está sendo investigado em cinco estudos de fase III, abrangendo diferentes cenários e linhas de tratamento para beneficiar o maior número possível de pacientes.


Com informações: Roche Farma Brasil, ESMO 2025

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Saúde

SUS terá primeiro Hospital Inteligente no HC-FMUSP, com IA e 5G

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Projeto de R$ 1,7 bilhão visa dobrar a capacidade de emergência e substituir a triagem por ordem de chegada no Hospital das Clínicas da USP. O novo modelo, que usará tecnologia dos países BRICS, será replicado nacionalmente caso o piloto seja bem-sucedido

O primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS) está programado para ser construído dentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP), em São Paulo, com previsão de abertura entre 2028 e 2029. O Instituto Tecnológico de Emergência utilizará inteligência artificial (IA) e rede 5G para integrar equipes e ambulâncias em tempo real, visando dobrar a capacidade de urgência e emergência do HC.

O projeto, orçado em R$ 1,7 bilhão, busca financiamento junto ao NDB (New Development Bank) e teve a etapa burocrática concluída com a assinatura de um acordo de cooperação técnica pelo Ministério da Saúde, HC e governo de São Paulo.

🧠 A IA no Fluxo de Atendimento

O grande diferencial do modelo é a eliminação do processo lento e fragmentado de triagem atual, transformando o fluxo numa cadeia digital contínua.

  • 5G na Ambulância: As ambulâncias enviarão automaticamente sinais vitais, eletrocardiograma, imagens e localização para o hospital durante o trajeto.

  • Triagem por Gravidade: A IA interpretará esses dados (histórico, gravidade, exames) e os cruzará com a disponibilidade de leitos e a especialidade necessária para indicar o local de atendimento e acionar as equipes.

Segundo a idealizadora do projeto, Ludhmila Hajjar, os sistemas inteligentes conseguirão estabelecer níveis de gravidade com precisão, o que reduz erros e antecipa decisões, permitindo que o tratamento comece ainda dentro da ambulância nos casos graves.

🌍 Expansão e Tecnologia BRICS

O projeto segue uma tendência internacional, com cerca de 70% das tecnologias a serem utilizadas fornecidas por países do bloco BRICS. O objetivo não é importar modelos prontos, mas nacionalizar soluções para o contexto universal e de grande escala do SUS.

O instituto também seguirá rígidos padrões de sustentabilidade, incluindo baixo carbono, eficiência energética e reuso de água. O HC funcionará como um laboratório inicial e, se o desempenho for positivo, o Ministério da Saúde planeja expandir o modelo para outras regiões do país, como parte de uma estratégia nacional de modernização.

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Com informações: Olhar Digital

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Saúde

Estilo de Vida é Chave para Prevenir Diabetes Tipo 2; Brasil é 6º no mundo em casos

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Com mais de 15,7 milhões de adultos afetados, o Brasil ocupa o sexto lugar global em diabetes. Especialistas reforçam que o controle e a prevenção da doença, especialmente do pré-diabetes, dependem da adoção dos seis pilares da medicina do estilo de vida: alimentação saudável, atividade física regular, sono restaurador, manejo do estresse, boas relações interpessoais e abstenção de substâncias nocivas

Às vésperas do Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro), dados do Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF) mostram que o Brasil é o sexto país no mundo em número de pessoas com diabetes, com mais de 15,7 milhões de adultos vivendo com a condição.

A endocrinologista Marina Costa, do Hospital Orizonti, destaca que, embora o diabetes tipo 2 tenha um forte componente genético, o estilo de vida é o fator determinante para a manifestação da doença e a principal ferramenta de prevenção.

⚠️ Pré-Diabetes: O Alerta Decisivo

O pré-diabetes, caracterizado por glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL, é um momento crucial. A especialista enfatiza que esta fase oferece a oportunidade de mudar hábitos para prevenir ou retardar a progressão para o diabetes tipo 2.

“Se você praticar atividade física, adotar uma alimentação saudável com foco na redução do peso corporal… é possível evitar que uma predisposição genética evolua para o diabetes ao longo da vida”, afirma a Dra. Marina Costa.

6 Pilares da Medicina do Estilo de Vida

Reforçados no último Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, os pilares essenciais para a prevenção e tratamento do pré-diabetes e diabetes são:

  1. Alimentação Saudável: Priorizar uma dieta equilibrada e reduzir ultraprocessados. (Dica: combinar carboidratos com fibras ou proteínas para diminuir o impacto glicêmico).

  2. Atividade Física Regular: Melhora a sensibilidade à insulina e potencializa a captação de glicose pelo músculo, ajudando a reduzir o açúcar no sangue.

  3. Sono Restaurador: Sono de má qualidade está relacionado ao aumento da resistência à insulina e maior variabilidade glicêmica.

  4. Manejo do Estresse: O estresse crônico impacta negativamente os níveis hormonais e a glicemia.

  5. Relações Interpessoais: Manter laços sociais e familiares saudáveis é crucial para o bem-estar mental, que afeta a saúde física.

  6. Evitar Substâncias Nocivas: Abster-se do cigarro e do consumo excessivo de álcool.

📈 Avanços no Tratamento

Para os pacientes já diagnosticados, a médica ressalta os rápidos avanços tecnológicos, como novas opções de insulina de aplicação semanal, bombas de insulina mais modernas e medicamentos antiobesidade potentes, que se tornam importantes aliados.

É crucial ficar atento aos sintomas clássicos (sede e urina excessivas, fome constante) e aos sinais sutis, como cansaço extremo e manchas escuras nas dobras (acantose nigricans), que indicam resistência à insulina.

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Com informações: Hospital Orizonti

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