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41 mil advogados podem votar nas eleições da OAB-DF neste domingo; juristas analisam cenário

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Pleito que será realizado em 17 de novembro e elege representantes da entidade para o triênio 2025-2027

Cinco chapas estão inscritas para as eleições da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF). No dia 17 de novembro, 41 mil advogados e advogadas irão às urnas escolher seus próximos representantes para o triênio 2025-2027. Profissionais do DF apontam a importância política e o papel social que a Seccional possui na sociedade.

A OAB é praticamente a única entidade de classe com capacidade postulativa de Ações Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Ela também conta com força na postulação de iniciativas judiciais de peso, como ações civis públicas e de fiscalização do poder público.

O papel da entidade também é histórico em qualquer discussão de projetos relevantes, como reformas tributária, previdenciária e política, por exemplo, sem contar o papel na proposição de pedidos de impeachment de presidentes da República.

A advogada trabalhista e sindical, Carol Sena, destaca que a OAB, para além de um órgão de classe da advocacia, também tem uma importância constitucional para a sociedade. Segundo ela, muitas vezes, a Seccional, trabalha próxima ao Conselho Federal da OAB.

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“Independentemente de onde seja a eleição, de qual Seccional se trate ou até do próprio Conselho Federal, é indiscutível a importância do nosso órgão de classe, da nossa casa da advocacia, porque a advocacia ela é a porta-voz da cidadania”, diz a advogada.

O membro da Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares (Renap) e integrante do setor de Direitos Humanos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gabriel Dário, explica que a OAB-DF possui uma atuação muito estratégica ao nível nacional, uma vez que está localizada na capital federal e se articula com tribunais locais e superiores.

“É de suma importância termos representantes que consigam levar a estes espaços uma visão popular da advocacia e defesa dos direitos humanos. Ademais, temos no DF o maior número de advogados proporcionalmente dentre todas as unidades da federação. Por tudo isso as eleições em Brasília têm uma conotação estratégica”, destaca.

Neste pleito, o Conselho Seccional, diretorias das subseções, Conselho Federal, e a Caixa de Assistência dos Advogados serão renovados. Das cinco candidaturas, há três homens e duas mulheres concorrendo ao cargo de presidente. Para vice, são três mulheres e dois homens.

Grupos se dividem por cores

Nesta eleição, cinco chapas disputam o pleito, assim como em 2021. No DF e no Brasil, os grupos são marcados por cores distintas Uma das chapas concorrentes é a de Paulo Maurício, a “Chapa 01 – OAB para Todos”, formada pelo grupo laranja e conhecida por ser a chapa de continuidade da atual gestão, presidida pelo advogado Délio Lins.

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Já a chapa 10 “Ordem com Mais Voz”, encabeçada pelo candidato Cleber Lopes, faz parte do grupo verde, que já teve como presidente o atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Também concorrem Everardo Gueiros, também conhecido como Vevé, pela chapa 20 “Coragem para Mudar”, do grupo azul e conhecido por um adotar caráter conservador.

A advogada Cristiane Damasceno é candidata a presidência pela “Chapa 33 – Inovar a Ordem”, que, nesta eleição, adota como cores o azul-claro e o rosa. Ela é atual presidente da Comissão Nacional da Mulher advogada, já foi vice-presidente no primeiro mandato do presidente Délio Lins.

Com a proposta de romper com a hegemonia de grupos dentro da OAB-DF, também concorre ao pleito a advogada Karolyne Guimarães, da chapa 99 “A OAB que eu Preciso”.

Para o advogado Cezar Britto, ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, entre os anos 2007 e 2010, membro da Executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a quantidade de chapas na disputa reflete a pluralidade de pensamentos e uma polarização política, que influencia esse cenário.


“Temos as divergências políticas normais e, hoje, tem se refletido nessa pluralidade. Somos quase 2 milhões de advogados e advogadas, é natural essa quantidade muito grande tenha grupos que queiram ser representados. Por isso que se tem uma quantidade maior de chapa”, explica.

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Para a advogada trabalhista e sindical, Carol Sena, o número também representa uma possibilidade para a advocacia fazer uma análise mais detalhada do que cada chapa pode contemplar o profissional. Ela lembra da importância da OAB em dar exemplo para a sociedade ao definir a destinação de cotas e os critérios de participação.

Segundo Sena, esse processo também reflete na estrutura interna da organização. “São quatro chapas de oposição; dentro delas, percebe-se uma oposição dividida. Não se trata apenas de uma insurgência contra a situação atual, mas também de uma oposição bastante fragmentada”, afirmou.

Ela ressalta que, diante desse cenário, a advocacia terá a oportunidade de escolher com base nos planos que cada chapa apresenta, podendo se identificar e se posicionar conforme as propostas. Sena fez ainda um alerta aos advogados do Distrito Federal: “não fiquem à margem da OAB. Cobrem das pessoas eleitas, vão até eles, pois a OAB é nossa casa. Sempre que houver necessidade, dificuldade ou insatisfação, é importante que os eleitos sejam cobrados”.


*Brasil de Fato

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Agências do trabalhador têm mais de mil vagas abertas nesta quinta-feira (21)

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São 1.233 oportunidades para quem procura um emprego; salários chegam a R$ 2,5 mil

As agências do trabalhador do Distrito Federal oferecem, nesta quinta-feira (21), 1.233 vagas para quem procura um emprego. Há posições para candidatos de diferentes níveis de escolaridade, com e sem experiência. Algumas oportunidades são exclusivas para pessoas com deficiência.

Os salários chegam a R$ 2,5 mil. Três cargos oferecem essa remuneração. O primeiro é o de operador de caixa, no Guará II — para o qual é preciso ter iniciado o ensino médio. O segundo é o de padeiro, na Ceilândia Norte, que exige ensino fundamental completo. Já o terceiro é o de vendedor interno, no Lago Sul, que cobra ensino médio completo. Nos três casos, não é necessário ter experiência prévia.

Já o cargo que oferece mais vagas é o de auxiliar de linha de produção, na Asa Norte. São 45 oportunidades para candidatos com ensino fundamental completo, sem necessidade de experiência. O salário é de R$ 1.515.

Para participar dos processos seletivos, basta cadastrar o currículo no aplicativo Sine Fácil ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das oportunidades do dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.

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Empregadores que desejam ofertar vagas ou utilizar o espaço das agências do trabalhador para entrevistas podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo aplicativo Sine Fácil. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail gcv@setrab.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).


*Agência Brasília

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Desfile Beleza Negra exalta herança afro dentro e fora das passarelas

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Com o tema Afrofuturismo, desfile deste ano projeta um futuro de cores e reconhecimento da herança africana no país

Como parte das celebrações do Dia Nacional da Consciência Negra foi realizado o Desfile Beleza Negra, na Torre de TV de Brasília, nesta quarta-feira (20/11). O evento, que contou com o apoio do Correio Braziliense e da Secretaria de Cultura, teve a participação de 58 modelos, usando coleções assinadas por marcas de destaque, como Dona Olga, Balaio Acervo, Loud, Purple Acervo e Estilo África.

Para a idealizadora do projeto, a produtora de moda Dai Schmidt, o Desfile Beleza Negra é fundamental para celebrar, valorizar e promover as identidades e culturas negras. “Ele não apenas cria um espaço de representatividade em um universo muitas vezes excludente, como também estimula a autoestima, a inclusão e o protagonismo de pessoas negras. Além disso, ao unir moda, arte e debates sociais, o evento promove a conscientização sobre questões históricas e contemporâneas relacionadas ao racismo, igualdade de oportunidades e valorização cultural”, conta.

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Projeto antirracista auxilia na formação de identidade de jovens negros da rede pública

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Cerca de 45% dos estudantes da rede de ensino do DF se declararam pretos ou pardos; GDF está elaborando protocolo de consolidação de educação antirracista nas escolas da capital

A estudante Júlia Brandão, de 17 anos, reconheceu a beleza da sua negritude em meio a uma das rodas de conversas do projeto Afrocientistas, criado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). No Distrito Federal, o projeto é coordenado pela Universidade de Brasília (UnB) e acompanhado pela Secretaria de Educação (SEEDF).

“Eu me enxerguei como uma mulher preta. Em uma das rodas nós começamos a falar sobre os nossos traços físicos – ‘seu cabelo é lindo; sua cor é linda’. Isso foi reforçando uma alegria dentro de mim”, relata.

Com uma abordagem interdisciplinar, o Afrocientistas oferece informações e metodologias inovadoras que inspiram estudantes afro-brasileiros do ensino médio. Presente em diversos estados do Brasil, o projeto já lançou várias produções como podcasts, crônicas, poemas, vídeos, jornais e livros – todos abordando questões étnico-raciais e mostrando como o projeto é uma fonte de reflexão e debate importante.

Por meio da iniciativa, Júlia e outros 10 alunos do Centro Educacional (CED) 01 do Riacho Fundo II estão chamando a atenção da sociedade sobre as contribuições afro-brasileiras à cultura e à identidade do Brasil. A escola é uma das instituições de ensino da rede pública do DF que tem buscado desenvolver projetos antirracistas. Para os participantes do Afrocientistas não é exagero dizer que a iniciativa ajudou na formação e reconhecimento de identidade como pessoas negras.

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“Eu sempre fui um jovem periférico. Chegar à escola e ter acesso a projetos como esse faz com que nos sintamos abraçados não apenas como alunos, mas como pessoas negras. Me sinto muito representado com o projeto”, diz William Rosa, de 18 anos.

Segundo dados do EducaCenso, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), o DF tem mais de 427 mil estudantes matriculados na rede de ensino; desses, mais de 192 mil se declararam pretos ou pardos – o que equivale a 45% dos alunos da capital. A partir desse percentual, o Governo do Distrito Federal (GDF), por intermédio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, tem promovido diversas ações visando a promoção e valorização da educação para as relações étnico-raciais.

De acordo com a diretora de Serviços de Apoio à Aprendizagem, Direitos Humanos e Diversidade, como relata Patrícia Melo, a pasta está elaborando um protocolo de consolidação de educação antirracista na rede de ensino do DF.

“A diretoria produz cadernos pedagógicos com legislação, orientações e sugestões sobre a educação antirracista, assim como promove formações para as escolas e regionais de ensino, e fóruns de partilhas de práticas inspiradoras. O objetivo é que a rede pública consolide a compreensão de que não basta não ser racista, é preciso educar nossas crianças e jovens para serem antirracistas”, afirma.

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William Rosa, 18 anos: “Eu sempre fui um jovem periférico. Chegar à escola e ter acesso a projetos como esse faz com que nos sintamos abraçados não apenas como alunos, mas como pessoas negras. Me sinto muito representado com o projeto”

Segundo o diretor do CED 01 do Riacho Fundo II, Júlio César de Souza Moronari, mais de 63% dos estudantes da instituição se autodeclaram negros. “A partir daí, percebemos que era preciso abraçar um projeto mais contundente, voltado a uma reflexão do dia a dia. Então veio o Afrocientistas. O maior feedback que nós temos é a satisfação e a valorização deles serem negros, sem se sentirem invisibilizados”, diz.

Coordenador da oficina de dança na escola, o estudante Marcos Vinícios Gomes, 18,  conta que é possível falar sobre antirracismo por meio da arte. “Por meio da dança, que é uma arte muito energética, nós conseguimos levar esse tipo de cultura. Muitas vezes as pessoas não têm muita paciência para ouvir palestras, mas quando você coloca uma dança, quando você coloca uma música que as pessoas gostam, elas prestam mais atenção. É uma das várias formas de manifestar esse conhecimento”, observa.

Durante seu processo de identificação e graças ao Afrocientistas, Matheus Miranda, também de 18 anos, percebeu que a luta contra o racismo é conjunta e, por isso, não precisa caminhar sozinho.

“Nas rodas de conversa, por vezes, relatamos as experiências em comum que nós passamos por sermos negros. Eu admito que foi bem reconfortante poder compartilhar isso e ver que tem gente que passou pela mesma coisa ou algo parecido. Mostra que não estamos sozinhos nessa luta”, confessa.


*Agência Brasília

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