Rejeição a candidatos apoiados por Jair Bolsonaro atinge 50% dos eleitores brasileiros, segundo pesquisa Datafolha, indicando queda na capacidade de transferência de votos e desafiando a direita na escolha de um nome competitivo para as eleições de 2026.
Metade dos eleitores rejeita apoio de Bolsonaro, mostra pesquisa
Uma pesquisa recente do Datafolha, divulgada neste sábado (6), aponta para um significativo desafio eleitoral para o campo político da direita, ao registrar que metade dos brasileiros (50%) declara que não votaria em nenhum candidato que fosse indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O levantamento, que buscou medir a capacidade de transferência de votos do ex-presidente – atualmente inelegível e preso por decisão do Supremo Tribunal Federal –, indicou uma queda na sua influência direta sobre o eleitorado. Os dados mostram que apenas 26% dos entrevistados afirmam que votariam com certeza em um nome apoiado por ele, enquanto 21% disseram que talvez o fizessem. Outros 3% não souberam responder.
O índice de 50% de rejeição a qualquer nome apadrinhado pelo ex-presidente representa um obstáculo central para a estratégia da direita nas próximas eleições, exigindo que o grupo político busque um nome capaz de mobilizar sua base sem carregar o peso da alta rejeição.
Preferencia interna e os desafios de competitividade
A pesquisa também avaliou a preferência interna do campo da direita para a disputa presidencial de 2026, destacando que nenhum dos nomes cotados consegue, individualmente, romper a barreira imposta pela rejeição de metade do eleitorado a qualquer indicação de Bolsonaro.
Entre os possíveis candidatos, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro lidera a preferência interna com 22%, seguida de perto pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 20%. Em seguida, aparecem o governador do Paraná, Ratinho Jr., com 12%, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, com 9%.
O senador Flávio Bolsonaro, recém-lançado pelo pai como pré-candidato, registrou a menor preferência entre os citados: apenas 8% dos entrevistados acreditam que ele deveria ser o escolhido para representar o grupo.
Em uma declaração pública no domingo (7), o senador Flávio Bolsonaro expressou confiança na união da direita para 2026. Ele também indicou que a consolidação da vitória começaria por São Paulo, projetando uma diferença de votos superior à registrada em 2022. Em um movimento que pode indicar articulações políticas, o senador mencionou a possibilidade de desistir da presidência em troca da aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, medida que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Confronto direto com Lula e as taxas de rejeição pessoal
O cenário eleitoral se mostra ainda mais desafiador para os nomes da direita quando confrontados diretamente com o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que mantém a dianteira em todos os cenários testados pela pesquisa:
| Confronto Direto (Simulados) |
Lula |
Candidato de Direita |
Vantagem |
| vs. Flávio Bolsonaro |
51% |
36% |
15 pontos |
| vs. Eduardo Bolsonaro |
52% |
35% |
17 pontos |
| vs. Michelle Bolsonaro |
47% |
39% |
8 pontos |
| vs. Tarcísio de Freitas |
47% |
42% |
5 pontos |
Essa diferença consistente no plano nacional reforça o enfraquecimento do bolsonarismo em nível nacional, especialmente após os acontecimentos que levaram à prisão e à inelegibilidade do ex-presidente.
A pesquisa também mediu o índice de rejeição pessoal dos líderes políticos, ou seja, a parcela do eleitorado que declara não votar de forma alguma naquele nome:
-
Jair Bolsonaro: 45%
-
Flávio Bolsonaro: 38%
-
Eduardo Bolsonaro: 37%
-
Michelle Bolsonaro: 35%
Nomes que não pertencem ao núcleo familiar de Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr., Romeu Zema e Ronaldo Caiado, apresentaram índices de rejeição menores, mas, mesmo assim, a pesquisa indica que não seriam suficientes para ameaçar a liderança de Lula no primeiro turno, onde o petista mantém 41% em todos os cenários.
Nos cenários de primeiro turno, a direita ainda enfrenta a fragmentação de seus votos, com Tarcísio de Freitas registrando 23%, Michelle Bolsonaro com 24%, e Flávio e Eduardo Bolsonaro com 18% cada.
O Datafolha realizou o levantamento entre 2 e 4 de dezembro, entrevistando 2.002 pessoas em 113 municípios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O resultado aponta que o maior desafio da direita em 2026 será reverter a rejeição de 50% dos eleitores, que hoje descartam a priori qualquer candidatura apadrinhada por Jair Bolsonaro.
Com informações: DCM
0nzaa
07/07/2025 em 08:57
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