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Sociedade

Entre beijos virtuais e boletos reais: o perigo do golpe do amor em 2025

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celular com mensagens de amor falso e um cartão de crédito sendo clonado

Perito em crimes digitais alerta para o aumento de fraudes afetivas e explica como criminosos usam emoção para ludibriar vítimas em todo o mundo

Mesmo em 2025, o golpe do amor — ou romance scam — continua sendo uma das modalidades de fraude mais comuns e eficazes na internet . A prática, que envolve criação de perfis falsos e conquista afetiva manipulada por criminosos , já atingiu milhares de pessoas no Brasil e no mundo.

Na última semana, um caso repercutiu na Grã-Bretanha: o britânico Paul Davis, de 43 anos , acreditou estar em um relacionamento à distância com Jennifer Aniston , a famosa atriz de Friends . Confiante na interação por mensagens e vídeos falsos, Davis enviou cartões-presente da Apple no valor de R$ 1,28 mil após a “suposta Aniston” pedir 200 euros .

Este tipo de golpe, segundo o perito em crimes digitais Wanderson Castilho , ainda é altamente lucrativo para criminosos:

“Os criminosos sabem que, quando envolvem emoções, as pessoas tendem a ser menos racionais e mais impulsivas. Além disso, a falta de punição efetiva e a dificuldade em rastrear os golpistas facilitam a continuidade desse tipo de crime.”

Como os golpistas agem

Os criminosos criam perfis falsos em aplicativos de relacionamento e redes sociais , usando fotos e vídeos de celebridades ou pessoas comuns , muitas vezes gerados com inteligência artificial .

As vítimas são escolhidas por vulnerabilidade emocional ou isolamento. A partir daí, os golpistas utilizam técnicas de engenharia social para ganhar confiança, como:

  • Troca constante de mensagens
  • Criação de histórias emocionais
  • Uso de vídeos e fotos manipulados
  • Declarações de amor e envolvimento afetivo

Após semanas ou meses de contato, o criminoso inventa situações dramáticas — como problemas financeiros, emergências médicas ou viagens bloqueadas — para pedir dinheiro, transferências ou cartões-presente .

Celebridades frequentemente usadas em golpes

Além de Jennifer Aniston , outras celebridades já foram usadas como fachada para golpes afetivos , como:

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  • Brad Pitt
  • Elon Musk
  • Alessandra Ambrósio (2021)
  • Simone Mendes (2022)

Golpistas criam perfis falsos, muitas vezes com imagens geradas por IA , e se passam por personalidades ou por pessoas com perfis “perfeitos”, com viagens, carros caros e fotos bem produzidas.

Principais sinais de alerta

Wanderson Castilho, especialista em investigação digital, aponta os principais sinais que podem indicar um golpe do amor :

  • Perfis com fotos de celebridades ou imagens de estoque
  • Excesso de perfeição nas fotos e histórias contadas
  • Falta de chamadas de vídeo ou áudios, com justificativas como “trabalho no exterior” ou “missão militar”
  • Perguntas excessivas sobre a vida da vítima, usadas para construir histórias personalizadas
  • Pressão emocional para envio de dinheiro ou dados pessoais

“Quanto mais perfeita a história, menos real ela é. A principal ferramenta dos criminosos é a emoção humana ”, alerta Castilho.

Como se proteger

Para evitar cair no golpe do amor, o perito recomenda:

  • Verifique a autenticidade do perfil e da pessoa
  • Evite transferir dinheiro ou enviar cartões-presente para alguém que você não conhece pessoalmente
  • Use chamadas de vídeo para confirmar identidade
  • Não compartilhe dados pessoais ou financeiros por mensagens
  • Desconfie de perfis muito atraentes ou com uma vida irreal
  • Evite decisões sob pressão emocional
  • Denuncie qualquer suspeita às autoridades e à plataforma utilizada
O que fazer se for vítima

Se você acredita que foi enganado, é essencial tomar algumas medidas:

  1. Guarde todas as conversas e registros (mensagens, vídeos, e-mails e transações).
  2. Bloqueie imediatamente o contato e interrompa qualquer interação.
  3. Registre um Boletim de Ocorrência em delegacia especializada em crimes digitais.
  4. Comunique a plataforma onde o golpe ocorreu, para que o perfil falso seja excluído.
  5. Procure apoio emocional e jurídico , por meio de especialistas e associações como a Anvint (Associação Nacional de Vitimas de Crimes Digitais).

“O mais importante é buscar ajuda e denunciar. Isso evita que mais pessoas caiam na mesma armadilha”, reforça Castilho.

Homens e jovens também são vítimas, mas denunciam menos

Embora muitas das vítimas sejam mulheres , Wanderson destaca que homens e pessoas jovens também são alvos frequentes, mas costumam esconder o ocorrido por vergonha ou medo de julgamento .

“Esse silêncio contribui para que os golpistas continuem agindo sem obstáculos. A conscientização é essencial para reduzir o impacto dessas fraudes.”


Com informações: publikaai

Brasil

COP30 em Belém eleva desinformação climática a problema de direitos humanos e governança global

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A COP30 em Belém reposicionou a Amazônia no centro da diplomacia climática, expondo a crise da integridade da informação como um obstáculo global à ação e à sobrevivência planetária. A especialista Maryellen Crisóstomo afirma que a desinformação climática é uma violação do direito humano à informação (Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos) e uma tática de captura corporativa. As declarações da Cúpula dos Povos e dos 20 países signatários na COP30 convergiram ao denunciar o papel das grandes corporações (mineração, agronegócio, Big Techs) na manutenção de narrativas que atrasam a descarbonização e criminalizam defensores ambientais, exigindo transparência algorítmica e reconhecimento dos saberes ancestrais no combate à crise

A realização da COP30 em Belém recolocou a Amazônia no centro da governança e diplomacia climática global, mas também expôs a urgência de combater a desinformação climática, vista como um problema que transcende o campo comunicacional e atinge a dimensão dos direitos humanos e da justiça climática.

O Direito à Informação como Pilar da Ação Climática ⚖️

A integridade da informação ambiental é considerada um direito humano estruturante e sua violação foi amplamente denunciada durante a COP30.

  • Direito Universal: À luz do Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o acesso à comunicação e à informação é essencial, especialmente em um ecossistema digital polarizado e vulnerável à manipulação.

  • Violação e Conflito: Sem informação e o reconhecimento efetivo do direito à propriedade coletiva dos territórios, povos e comunidades são expostos a conflitos com megaempreendimentos (monoculturas, mineração para transição energética, energia eólica e solar), o que configura uma violação da Convenção 169 da OIT (Artigo 6º), conforme denunciado na Cúpula dos Povos.

Declaração de Belém: O Reconhecimento da Desinformação 📜

No contexto da COP30, foi assinada a Declaração sobre a Integridade da Informação sobre Mudança do Clima por 20 países, reconhecendo que a desinformação se tornou um obstáculo global que corrói a confiança pública e atrasa medidas urgentes.

  • Obstáculos Denunciados: A Declaração aponta explicitamente para:

    • Ataques a jornalistas e cientistas.

    • Incentivo à má informação e circulação de conteúdos enganosos em plataformas digitais.

    • Falta de transparência algorítmica.

  • Captura Corporativa: A Cúpula dos Povos reforça que este cenário está inserido em um contexto mais amplo de captura corporativa, financeirização da natureza, e avanço do extremismo, onde grandes corporações (mineração, energia, agronegócio e Big Techs) utilizam estratégias como greenwashing e descredibilização da ciência para manter o status quo.

Caminhos para a Governança Sustentável 💡

Tanto a ONU (por meio do Pacto Digital Global de 2024) quanto a Declaração sobre Integridade da Informação conclamam Estados e empresas de tecnologia a assumir responsabilidade compartilhada:

  • Responsabilidade das Plataformas: Exige-se que as empresas avaliem os impactos de sua arquitetura, forneçam dados para pesquisas independentes e implementem políticas de responsabilidade informacional.

  • Saberes Ancestrais: A Cúpula dos Povos oferece uma contribuição estrutural ao afirmar que o combate à desinformação passa pelo reconhecimento dos saberes ancestrais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos) como tecnologias sociais para o enfrentamento da crise climática.

A especialista conclui que o avanço em estratégias climáticas depende de o multilateralismo restabelecer a integridade informacional. Para que as ações sejam eficazes, o direito humano à informação deve ser garantido em todas as suas dimensões, sendo o combate à desinformação uma estratégia de justiça climática e sobrevivência planetária.


Com informações: Diplomatique

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Ciência

Sacrifício em massa na China antiga revela que 90% das vítimas eram homens, contrariando padrões anteriores

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Uma nova análise de DNA em 80 crânios encontrados em um poço na antiga cidade de Shimao, na China, revelou que 9 em cada 10 vítimas de sacrifício humano eram homens. Esta descoberta, publicada na revista Nature, surpreendeu arqueólogos, pois contrasta com os sacrifícios encontrados em enterros de elite na mesma região, que eram predominantemente de mulheres. Os pesquisadores sugerem que as práticas de sacrifício eram altamente estruturadas, com papéis de gênero específicos para locais e propósitos rituais distintos

Arqueólogos que analisaram esqueletos da antiga cidade de Shimao, uma cidade murada de pedra de 4.000 anos na província de Shaanxi, China, descobriram novos fatos sobre as vítimas de sacrifício humano encontradas em um poço próximo ao Portão Leste (Dongmen).

Descoberta Surpreendente na Cova de Crânios 😲

A análise de DNA dos crânios encontrados sob a fundação do Portão Leste de Shimao mostrou um padrão de sacrifício específico por gênero:

  • Predominância Masculina: 9 em cada 10 vítimas de sacrifício eram do sexo masculino.

  • Contraste com Enterros de Elite: Este achado contrasta fortemente com relatórios arqueológicos anteriores de Shimao e suas cidades satélites, onde os sacrifícios associados a enterros de elite eram predominantemente femininos.

A Academia Chinesa de Ciências afirma que isso sugere que as práticas sacrificiais de Shimao eram altamente estruturadas, com papéis específicos de gênero vinculados a propósitos e locais rituais distintos.

Propósitos Rituais Distintos 📜

Os pesquisadores ofereceram possíveis explicações para os diferentes padrões de sacrifício:

  • Sacrifícios no Cemitério (Femininos): Podem ter representado a veneração dos ancestrais, onde as mulheres eram sacrificadas para honrar nobres ou governantes da elite.

  • Sacrifícios no Portão (Masculinos): Estavam provavelmente ligados a um ritual de construção das muralhas ou do portão da cidade.

Além disso, a análise de DNA dos homens sacrificados não encontrou diferenças significativas em sua ancestralidade em comparação com a dos ocupantes da elite das tumbas, indicando que as vítimas do sacrifício não eram “estranhas” à sociedade de Shimao.

A cidade de Shimao foi ocupada entre cerca de 2300 e 1800 a.C. e apresentava uma grande pirâmide escalonada e áreas de especialização artesanal.

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Com informações: Live Science

 

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Brasil

STF remarca para presencial o julgamento do Marco Temporal e entidades indígenas cobram participação plena e inconstitucionalidade da lei

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O Supremo Tribunal Federal (STF) remarcou o início do julgamento da tese do Marco Temporal para a próxima quarta-feira (10), em sessão presencial, atendendo a uma demanda do movimento indígena. A tese defende que indígenas só podem reivindicar terras ocupadas até 5 de outubro de 1988. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) celebrou a mudança do plenário virtual para o presencial como uma vitória de sua pressão, mas, junto à Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), considera a medida insuficiente e exige a inconstitucionalidade integral da Lei 14.701/2023

As organizações que representam os povos indígenas comemoraram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de adiar e remarcar o início do julgamento do Marco Temporal para a próxima quarta-feira (10), em formato presencial.

O Confronto do Marco Temporal ⚖️

A tese do Marco Temporal, defendida por setores como o agronegócio e a mineração, estabelece que os indígenas só têm direito à demarcação das terras que estavam sob sua ocupação na data de promulgação da Constituição Federal, 5 de outubro de 1988.

  • Histórico Recente: Embora o STF tenha considerado a tese inconstitucional em setembro de 2023, o Congresso Nacional derrubou o veto do Presidente Lula em dezembro de 2023, restabelecendo a validade do projeto de lei (Lei 14.701/2023) que a reconhece. O tema voltou ao STF por meio de novas ações.

Vitória Parcial e Exigências do Movimento Indígena ✊

A mudança do julgamento para a forma presencial, em vez da virtual (prevista inicialmente para esta sexta-feira), foi vista pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) como uma vitória da pressão do movimento, que protocolou um pedido de alteração para garantir sua participação.

  • APIB: Reivindicações Necessárias: A APIB, contudo, considera que este é apenas um primeiro passo e exige:

    • Julgamento com ampla participação indígena.

    • Declarar a inconstitucionalidade integral da Lei 14.701/2023.

    • Reafirmar a proteção das terras indígenas como pilar para a vida, a cultura e o clima.

  • Coiab: Preocupação com a Votação: A Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e o Conselho Indígena de Roraima (CIR) adotaram um tom crítico. Eles notam que a sessão do dia 10 apenas prevê a leitura do relatório e as sustentações orais, não a votação. A Coiab defende que o processo virtual reduz a transparência e exige o respeito pleno aos direitos constitucionais e à Convenção 169 da OIT.

O CIR reforçou o alerta de que a vigência da lei tem provocado efeitos graves, como a paralisação de demarcações, o fortalecimento de invasores e o aumento do risco à vida dos indígenas.


Com informações: Agência Brasil

 

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