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Ciência

Cosmovisão ancestral: arte rupestre de 4.000 anos no Texas revela concepção do universo indígena

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Um novo estudo revelou que a arte rupestre do Estilo do Rio Pecos, no sudoeste do Texas, começou a ser pintada há cerca de 6.000 anos e persistiu por mais de 4.000 anos. Criadas por caçadores-coletores nômades, as pinturas murais — algumas com mais de 30 metros de comprimento — demonstram uma consistência estilística notável e seguem um conjunto rígido de regras, indicando a transmissão de uma cosmovisão duradoura e sofisticada entre aproximadamente 175 gerações.


Técnicas inovadoras de datação revelaram a longevidade da arte rupestre conhecida como tradição do Estilo do Rio Pecos, encontrada na região de Lower Pecos Canyonlands, que se estende pelo sudoeste do Texas e norte do México. A arte provavelmente surgiu há quase 6.000 anos e permaneceu em produção até cerca de 1.000 a 1.400 anos atrás.

A “Antiga Biblioteca” e a cosmovisão persistente 📜

Durante mais de quatro milênios, o estilo das pinturas permaneceu notavelmente consistente nas imagens (que retratam figuras humanas e animais, além de símbolos enigmáticos) e nas técnicas de aplicação de cores. Essa consistência, apesar de grandes mudanças ambientais e tecnológicas, levou os pesquisadores a concluírem que as obras transmitem a “cosmovisão” – a visão de mundo e a concepção do universo – daquela cultura.

A coautora do estudo, Carolyn Boyd, professora de antropologia da Texas State University, comparou os canyonlands a uma “antiga biblioteca contendo centenas de livros de autoria de 175 gerações de pintores”.

  • Tamanho e Complexidade: Muitos dos mais de 200 murais são enormes, com alguns medindo mais de 30 metros de comprimento e contendo centenas de imagens habilmente pintadas em rochas calcárias.

  • Regras Rígidas: As análises da iconografia indicaram que os artistas aderiram a um conjunto rigoroso de regras técnicas e convenções estilísticas estabelecidas, transmitindo, por exemplo, a mesma sequência na aplicação de tintas coloridas por diversas gerações.

Essa cosmovisão sofisticada dos caçadores-coletores nômades incluía histórias de criação, um conceito de tempo cíclico e sistemas de calendário complexos.

Conexões ancestrais

Os pesquisadores identificaram elementos desse sistema de crenças em civilizações mesoamericanas posteriores, como os Astecas, e em comunidades indígenas americanas modernas, como os Huichol do México.

“Essas pinturas podem ser o registro visual mais antigo sobrevivente da mesma cosmologia central que mais tarde moldou as civilizações mesoamericanas e se manifesta hoje em toda a América Indígena.” – Carolyn Boyd

A arte rupestre não é vista apenas como registro do passado, mas como divindades ancestrais vivas que ainda estão engajadas na criação e manutenção do cosmos pelos povos indígenas atuais.

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Com informações: Live Science

Ciência

Nebulosa NGC 6820: Imagem inédita da Gemini celebra 25 anos

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O Observatório Gemini libera uma foto espetacular da Nebulosa NGC 6820 e seu aglomerado estelar, a 6 mil anos-luz. A imagem, que lembra os Pilares da Criação, marca os 25 anos de operação, explorando o ciclo de vida e morte estelar.


Observatório Gemini celebra 25 anos com registro de formação estelar

O Observatório Gemini divulgou uma imagem de alta resolução da nebulosa de emissão NGC 6820 e do aglomerado estelar aberto NGC 6823, em comemoração ao seu 25º aniversário. A nebulosa, caracterizada por ser uma nuvem de gás e poeira que é iluminada pela radiação intensa de estrelas massivas próximas, está localizada a aproximadamente 6.000 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Vulpecula (a Raposa).

A fotografia foi capturada utilizando o telescópio Gemini North, localizado no cume do Maunakea, um vulcão em escudo no Havaí. Este registro espetacular não só destaca a beleza do cosmos, mas também oferece aos astrônomos dados importantes sobre os processos de formação estelar em regiões de gás denso.

O Espetáculo Cósmico: NGC 6820 e NGC 6823

A nova imagem da Nebulosa NGC 6820 apresenta características que remetem à icônica fotografia dos “Pilares da Criação”, na Nebulosa da Águia, famosa por ter sido registrada tanto pelo Telescópio Espacial Hubble (em 1995) quanto, mais recentemente, pelo Telescópio Espacial James Webb.

A coloração dominante na nova imagem é o vermelho-carmesim, resultado da abundância de gás hidrogênio presente na nebulosa, aquecido pela intensa radiação ultravioleta. O aglomerado estelar NGC 6823, que é composto por estrelas massivas e quentes, aparece como pontos de luz branco-azulada na cena.

A ação dessa luz e radiação estelar é o que modela o véu de gás circundante, criando as chamadas “estruturas pilares” vistas na foto:

  • As estruturas de pilares: São colunas densas de gás e poeira que resistem à erosão causada pelo vento e pela luz das estrelas recém-nascidas.

  • O ciclo de vida estelar: Dentro desses pilares de gás e poeira, novas estrelas continuam a se formar, enquanto a radiação das estrelas mais antigas esculpe e dissipa a nuvem ao seu redor, caracterizando um processo contínuo de criação e destruição cósmica.

Localização Celestial e o Observatório Gemini

O complexo da nebulosa e aglomerado NGC 6820 e NGC 6823 pode ser observado no meio do Triângulo de Verão, um famoso asterismo formado pelas estrelas mais brilhantes Deneb, Vega e Altair. No Hemisfério Norte, eles são visíveis a oeste imediatamente após o anoitecer.

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O Observatório Internacional Gemini é composto por dois telescópios gêmeos de 8 metros que, em conjunto, oferecem aos astrônomos acesso a quase todo o céu noturno, possibilitando observações em ambos os hemisférios:

  • Gemini North: Localizado no Maunakea, Havaí, iniciou suas operações em junho de 1999.

  • Gemini Sul: Localizado em Cerro Pachón, nos Andes chilenos, alcançou sua primeira luz em novembro de 2000.

Ciência, Cultura e a Mensagem de Recomeço

A imagem não se limitou à nomenclatura científica. Quatro estudantes locais do ensino médio, participantes do estágio de verão do Projeto Hōkūlani da Universidade do Havaí, nomearam a imagem como Ua ‘Ōhi’a Lani, que se traduz como Chuvas Celestiais ‘Ōhi’a.

Essa escolha carrega um significado cultural profundo. Para os nativos do Havaí, o Triângulo de Verão é conhecido como Mānaiakalani, o Grande Anzol de Maui. O nome do batismo da nebulosa faz referência a uma das histórias mais conhecidas sobre Pele, a deusa havaiana dos vulcões e do fogo, e sua relação com ‘Ōhi‘a e Lehua.

A estudante Hope Arthur, uma das estagiárias, explicou que a história de ‘Ōhi’a e Lehua é sobre “o crescimento após a tragédia e o ato de novos começos”. Essa narrativa é vista pelos estudantes como evocativa do ciclo de vida estelar, morte e renascimento que a própria nebulosa representa.

Outra estagiária, Iolani Sanches, associou as “estrelas azuis bebê na imagem” à chuva, lembrando que na história havaiana, quando as flores de Lehua são colhidas, chove. Dessa forma, a nova fotografia da Nebulosa NGC 6820 transcende a esfera da astrofísica, unindo a observação científica de fenômenos cósmicos distantes à tradição cultural humana e aos temas universais de renovação e resiliência.

Ficha Técnica Rápida da Imagem

  • Objeto Principal: Nebulosa de emissão NGC 6820 e aglomerado estelar aberto NGC 6823.

  • Distância: 6.000 anos-luz.

  • Localização: Constelação de Vulpecula (a Raposa).

  • Telescópio: Gemini North (Maunakea, Havaí).

  • Significado Cultural: Ua ‘Ōhi’a Lani (Chuvas Celestiais ‘Ōhi’a), alusão à deusa Pele e ao ciclo de morte e renascimento.


Com informações: Live Science

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Ciência

Sacrifício em massa na China antiga revela que 90% das vítimas eram homens, contrariando padrões anteriores

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Uma nova análise de DNA em 80 crânios encontrados em um poço na antiga cidade de Shimao, na China, revelou que 9 em cada 10 vítimas de sacrifício humano eram homens. Esta descoberta, publicada na revista Nature, surpreendeu arqueólogos, pois contrasta com os sacrifícios encontrados em enterros de elite na mesma região, que eram predominantemente de mulheres. Os pesquisadores sugerem que as práticas de sacrifício eram altamente estruturadas, com papéis de gênero específicos para locais e propósitos rituais distintos

Arqueólogos que analisaram esqueletos da antiga cidade de Shimao, uma cidade murada de pedra de 4.000 anos na província de Shaanxi, China, descobriram novos fatos sobre as vítimas de sacrifício humano encontradas em um poço próximo ao Portão Leste (Dongmen).

Descoberta Surpreendente na Cova de Crânios 😲

A análise de DNA dos crânios encontrados sob a fundação do Portão Leste de Shimao mostrou um padrão de sacrifício específico por gênero:

  • Predominância Masculina: 9 em cada 10 vítimas de sacrifício eram do sexo masculino.

  • Contraste com Enterros de Elite: Este achado contrasta fortemente com relatórios arqueológicos anteriores de Shimao e suas cidades satélites, onde os sacrifícios associados a enterros de elite eram predominantemente femininos.

A Academia Chinesa de Ciências afirma que isso sugere que as práticas sacrificiais de Shimao eram altamente estruturadas, com papéis específicos de gênero vinculados a propósitos e locais rituais distintos.

Propósitos Rituais Distintos 📜

Os pesquisadores ofereceram possíveis explicações para os diferentes padrões de sacrifício:

  • Sacrifícios no Cemitério (Femininos): Podem ter representado a veneração dos ancestrais, onde as mulheres eram sacrificadas para honrar nobres ou governantes da elite.

  • Sacrifícios no Portão (Masculinos): Estavam provavelmente ligados a um ritual de construção das muralhas ou do portão da cidade.

Além disso, a análise de DNA dos homens sacrificados não encontrou diferenças significativas em sua ancestralidade em comparação com a dos ocupantes da elite das tumbas, indicando que as vítimas do sacrifício não eram “estranhas” à sociedade de Shimao.

A cidade de Shimao foi ocupada entre cerca de 2300 e 1800 a.C. e apresentava uma grande pirâmide escalonada e áreas de especialização artesanal.

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Com informações: Live Science

 

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Ciência

Astrônomos descobrem uma cadeia gigante de galáxias que é “provavelmente o maior objeto giratório” já visto

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🔭 Astrônomos encontram um filamento cósmico de gás, com 5,5 milhões de anos-luz de extensão, que está em rotação. A estrutura, localizada a 140 milhões de anos-luz da Terra, pode conter pistas cruciais sobre como as galáxias se desenvolvem, influenciando a velocidade e a direção de rotação dos aglomerados estelares.

Filamento Gigante Revela Rotação no Cosmos

Astrônomos anunciaram a descoberta daquela que é considerada o “maior objeto giratório” já encontrado: uma gigantesca estrutura em forma de fio, composta por gás e matéria, que se estende por milhões de anos-luz. A descoberta, publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, oferece novas perspectivas sobre a dinâmica da formação de galáxias.

A estrutura foi localizada a uma distância de 140 milhões de anos-luz da Terra. O filamento cósmico possui dimensões impressionantes: cerca de 5,5 milhões de anos-luz de comprimento e 117.000 anos-luz de largura – sendo, portanto, mais extenso que a nossa própria galáxia, a Via Láctea.

Galáxias Indicam a Rotação do Fio Cósmico

O objeto rotativo foi detectado graças à observação de 14 galáxias ricas em hidrogênio que estão ligadas ao filamento, dispostas como uma corrente. Essas galáxias atuaram como indicadores da existência e do movimento da estrutura subjacente.

A descoberta foi feita por uma equipe de astrônomos utilizando o MeerKAT, um conjunto de 64 radiotelescópios interligados localizados na África do Sul. A astrônoma Lyla Jung, coautora principal do estudo pela Universidade de Oxford, descreveu a detecção inicial como uma surpresa, notando um “alinhamento impressionante de galáxias brilhando à mesma distância.”

Após medições detalhadas, os pesquisadores calcularam que o filamento em si está girando a aproximadamente 110 quilômetros por segundo (68 milhas por segundo). Adicionalmente, as galáxias ligadas a ele também estão em rotação, majoritariamente na mesma direção do fio gasoso.

Implicações para a Formação Galáctica

A rotação observada no filamento sugere que estruturas como esta, que fazem parte da vasta teia cósmica que interconecta a matéria no universo, podem desempenhar um papel fundamental nos estágios iniciais de formação e desenvolvimento das galáxias. Acredita-se que esses filamentos possam influenciar a velocidade e a direção da rotação dos aglomerados estelares que se formam em seu entorno.

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Estruturas rotativas desse porte têm sido previstas há anos em simulações cosmológicas, mas a tecnologia de observação só recentemente alcançou a sensibilidade necessária para detectá-las diretamente, conforme explicou Madalina Tudorache, astrônoma de Oxford e integrante da equipe de pesquisa.

A observação foi coletada como parte do projeto MIGHTEE (MeerKAT International GHz Tiered Extragalactic Exploration), liderado pelo físico Matt Jarvis, de Oxford, que está em curso. A equipe de pesquisa suspeita que, com a continuidade das explorações e o uso de instrumentos de próxima geração, como o Observatório Vera C. Rubin no Chile, filamentos rotativos semelhantes serão descobertos em regiões cada vez mais profundas do cosmos. A descoberta é vista como um passo importante para um melhor entendimento da estrutura e evolução do universo.


Com informação de: Live Science

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