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Diplomacia brasileira enfrenta desafios ante a nova doutrina externa dos Estados Unidos

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Relação entre Brasil e EUA em 2025 é marcada por debates sobre soberania nacional, pressão contra a desdolarização e a retomada de zonas de influência no hemisfério ocidental.


O cenário das relações internacionais em 2025 tem sido pautado pela reconfiguração da política externa dos Estados Unidos e seus reflexos diretos na soberania do Brasil. Sob a gestão de Donald Trump, o governo norte-americano adotou uma postura que analistas comparam a estratégias da Guerra Fria, priorizando a divisão do mundo em zonas de influência e a proteção rigorosa da hegemonia do dólar. Para o Brasil, o desafio diplomático reside em equilibrar o multilateralismo com a pressão de uma nova doutrina que busca frear iniciativas de moedas alternativas no comércio global.

A centralidade do dólar e o poder econômico global

Um dos pilares da atual estratégia estadunidense é a defesa intransigente do dólar como moeda de reserva e troca. Segundo especialistas em relações internacionais, a manutenção do dólar é vital para que os Estados Unidos consigam financiar sua dívida pública e sustentar investimentos em setores estratégicos, como a defesa militar e o desenvolvimento tecnológico de ponta.

Embora exista um movimento global de contestação à moeda norte-americana, os dados demonstram que uma ruptura definitiva ainda é uma realidade distante. Atualmente, cerca de 88% de todas as transações cambiais mundiais envolvem o dólar em pelo menos uma das pontas. Países como China e Rússia têm reduzido sua exposição aos títulos do Tesouro dos EUA, migrando parte de suas reservas para o ouro, porém o volume de reservas em dólar mantido por grandes economias — incluindo o Brasil — ainda é contado na casa dos bilhões e trilhões.

Reindustrialização e guerra tarifária

A política econômica de Washington em 2025 também foca na reindustrialização doméstica. Diferente do processo ocorrido no século XIX, a tentativa atual busca trazer de volta fábricas que se deslocaram para o sudeste asiático nas últimas décadas. Esse movimento é acompanhado por uma guerra tarifária agressiva, especialmente contra a China, com o objetivo de ampliar a vantagem competitiva dos EUA.

Os impactos para o restante do mundo, e particularmente para a América Latina, são significativos:

  • Aumento do protecionismo: Barreiras alfandegárias que dificultam a entrada de produtos estrangeiros no mercado norte-americano.

  • Pressão política: Esforços para evitar que blocos econômicos regionais desenvolvam sistemas de pagamento independentes.

  • Relocalização industrial: Mudanças nas cadeias de suprimentos globais que podem afetar parceiros comerciais tradicionais.

Definição de zonas de influência e o papel da América Latina

A nova doutrina externa de Washington estabelece hierarquias claras de atuação global. A América Latina é classificada como zona de influência direta, enquanto o sistema do Pacífico é visto como área de tensão mundial e a África como zona secundária. Na região latino-americana, o governo estadunidense tem combinado mecanismos de pressão econômica com a presença militar, especialmente em áreas como o Caribe e nas proximidades da Venezuela.

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Diferente do século XX, onde a intervenção ocorria frequentemente via deposição de governos, analistas apontam que a influência atual ocorre dentro das democracias liberais, potencializada pelo uso de algoritmos e redes sociais que facilitam a penetração de ideologias alinhadas aos interesses do governo norte-americano e de oligarquias locais.

O papel do Brasil na integração regional

Diante da ofensiva externa, surge o debate sobre a capacidade de liderança do Brasil na América do Sul. Especialistas sugerem que a ausência de instrumentos robustos de integração econômica, como o Banco do Sul ou investimentos multilaterais via Banco dos BRICS, fragiliza a posição dos países vizinhos frente às potências globais.

A defesa é de que o Brasil atue de forma mais incisiva na proposição de mecanismos de desenvolvimento complementares, fortalecendo a integração regional para garantir maior autonomia política e econômica. Sem um bloco coeso, a capacidade de resistência a pressões externas e a proteção da soberania nacional tornam-se tarefas mais complexas para a diplomacia brasileira no atual contexto geopolítico.


Com informações:  Brasil de Fato

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Pesquisa mostra que 47% dos brasileiros rejeitam redução de penas para Jair Bolsonaro

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Levantamento Genial/Quaest indica que a maioria da população vê o projeto de lei da dosimetria como uma medida para beneficiar o ex-presidente e envolvidos nos atos de 8 de janeiro

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (17) pela Genial/Quaest revela que 47% dos brasileiros são contrários à redução de penas prevista no projeto de lei da dosimetria. O texto, que altera as regras de punição para crimes contra o Estado Democrático de Direito, é visto por 58% dos entrevistados como uma manobra elaborada especificamente para diminuir as condenações de Jair Bolsonaro.

Os dados mostram um cenário de divisão: enquanto quase metade rejeita o alívio nas sentenças, 43% manifestaram apoio à redução das punições. Desse grupo favorável, 24% concordam com os termos do projeto aprovado, enquanto 19% defendem cortes ainda mais profundos nas penas aplicadas. O projeto foi aprovado pelo Senado com 48 votos favoráveis e segue agora para a análise do presidente Lula, que decidirá pela sanção ou veto.

Resistência à anistia e polarização política

O levantamento também abordou a possibilidade de uma anistia total. De acordo com a pesquisa, 44% da população é contra qualquer tipo de perdão aos envolvidos nos atos golpistas. Em contrapartida, 36% dos brasileiros apoiam uma anistia ampla. O apoio à medida varia drasticamente conforme a inclinação política: entre lulistas, a rejeição à redução de penas chega a 77%, enquanto entre bolsonaristas, 53% desejam cortes de pena superiores aos previstos no novo texto legal.

O projeto de lei da dosimetria estabelece novas diretrizes para a progressão de regime e permite reduções que podem alcançar até dois terços do tempo de reclusão, dependendo da análise de cada caso. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 11 e 14 de dezembro e possui uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


Com informações: DCM.

 

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Aposentadoria é um direito constitucional e não um favor do Estado, alerta Sindnapi

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Entidade destaca a importância de acompanhar extratos e conhecer as regras previdenciárias para garantir dignidade e evitar prejuízos financeiros

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) emitiu um alerta sobre a necessidade de enxergar a aposentadoria como um direito garantido pela Constituição de 1988 e não como uma ajuda do governo. Segundo a entidade, essa percepção equivocada prejudica a defesa dos trabalhadores e abre espaço para perdas financeiras e abusos.

A aposentadoria representa o retorno de décadas de contribuição para a Previdência Social. Por isso, conhecer as regras atuais é essencial, especialmente com as atualizações anuais decorrentes da Reforma da Previdência de 2019. Para o ano de 2026, por exemplo, a idade mínima e a pontuação exigida em algumas regras de transição sofrerão novos aumentos, exigindo atenção redobrada de quem planeja parar de trabalhar.

Erros de cálculo, falta de reconhecimento de tempo trabalhado e descontos indevidos são problemas comuns que muitos beneficiários só descobrem ao analisar o extrato. Além do pagamento mensal, os aposentados possuem garantias como o décimo terceiro salário, reajustes anuais e prioridade em processos judiciais. Casos de doenças graves, como neoplasia maligna e cardiopatias, também podem garantir isenção de imposto de renda sobre o benefício.

A secretária-geral da entidade, Andrea Angerami Gato, afirma que a informação é a melhor ferramenta contra fraudes e empréstimos abusivos. O acompanhamento especializado ajuda a assegurar que o valor recebido esteja correto e que todos os direitos acessórios sejam respeitados, garantindo segurança a quem contribuiu durante toda a vida produtiva.


Com informações: Revista Fórum

 

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Homem é preso por perseguir Isis Valverde há mais de 20 anos no Rio de Janeiro

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A Polícia Civil, por meio da Delegacia Antissequestro (DAS), prendeu Cristiano Rodrigues Kellermann, de 43 anos, em flagrante no bairro do Joá. O suspeito confessou que mantinha uma obsessão pela atriz Isis Valverde há duas décadas, tendo contratado até um detetive particular para monitorar a rotina e o endereço da vítima.


Prisão em Flagrante e Histórico de Perseguição

Nesta terça-feira (16/12), a Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro efetuou a prisão de Cristiano Rodrigues Kellermann no condomínio onde reside a atriz Isis Valverde, na Zona Oeste da capital. A ação foi resultado de um monitoramento rigoroso após a atriz registrar queixa devido ao comportamento cada vez mais invasivo do suspeito.

As investigações revelaram que Kellermann, natural do Rio Grande do Sul, viajava frequentemente ao Rio de Janeiro com o objetivo exclusivo de seguir a atriz. Ele utilizava hotéis e carros de aplicativo para monitorar os horários e locais frequentados por ela.


Estratégias de Invasão e Confissão

O caso tornou-se mais grave a partir de janeiro de 2025, quando as abordagens do suspeito tornaram-se mais agressivas. De acordo com a Polícia Civil:

  • Contratação de Detetive: O homem contratou um profissional para obter dados privados da atriz, como telefones pessoais e o endereço residencial exato.

  • Tentativas de Aproximação: Em depoimento, o suspeito admitiu a perseguição de 20 anos e relatou diversas tentativas de contato em locais de lazer e no ambiente de trabalho da atriz.

  • Reincidência no Condomínio: Ele já havia tentado acessar o condomínio de Isis Valverde ao menos três vezes. Em uma ocasião anterior, a polícia foi acionada, mas o homem conseguiu fugir antes da chegada dos agentes.

Cristiano afirmou aos policiais que agia motivado por um sentimento de “paixão”. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de perseguição (stalking).


Pronunciamento da Atriz

Isis Valverde manifestou-se por meio de uma nota oficial, destacando o alívio com a intervenção das autoridades e o foco na segurança de seus familiares.

“Agradeço o trabalho das autoridades, especialmente da Delegacia Antissequestro (DAS), pela rápida intervenção. Minha prioridade é a segurança da minha família e de todos ao meu redor”, afirmou a atriz.

O cerco policial montado no local foi estratégico para garantir que o suspeito fosse detido sem oferecer riscos à integridade física da vítima ou de vizinhos.

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O Crime de Perseguição (Stalking)

Vale lembrar que o crime de perseguição (Art. 147-A do Código Penal) foi tipificado no Brasil em 2021. Ele define como crime o ato de perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.


Com informações: Revista Fórum

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