“Hoje eu vi o Moinho finalmente sem a tropa de choque da Polícia Militar, sem o Baep [Batalhão de Ações Especiais de Polícia], sem fuzil, sem escudo. […] Hoje a comunidade está em paz”, relatou Mônica, em entrevista ao programa Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. “É uma vitória coletiva, um recado para o governo do estado de que não vamos aceitar que os territórios favelados do estado de São Paulo continuem a ser pilhas de corpos”, protestou.
O novo acordo estabelece que o governo federal financiará R$ 180 mil por moradia, enquanto o estado complementará com R$ 70 mil. A soma cobre o valor de imóveis que antes seriam integralmente arcados pelos próprios moradores, por meio de uma política de crédito. Além disso, quem já havia assinado contratos com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) poderá revisar sua situação.
Durante a conversa, a deputada desabafou, emocionada: “Ainda bem que o governo federal chegou, ainda bem que vai ter uma saída imediata com garantia de moradia popular para as pessoas. Dessa vez, estamos encerrando uma incursão fortíssima da Polícia Militar num território periférico sem nenhum corpo, sem sangue. Isso me alivia muitíssimo porque eu tive medo. Acompanhei a ‘Operação Escudo’ na Baixada Santista, no ano passado, chorei e sofri com as mães que perderam seus filhos”.
Revisão de contratos e novo aluguel social
Apesar do alívio, Mônica Seixas reforça que esta é “uma solução média” e que a batalha ainda não acabou. Há pessoas que não encontraram um imóvel adequado com a carta de crédito e foram empurradas para pequenos estúdios insuficientes para abrigar uma família inteira. Muitas assinaram contratos sem entender as condições, com base em dados manipulados ou vendidos a construtoras.
“O subsídio vale também para aqueles que assinaram os contratos que, desde o início, estamos falando que são fraudes, foram forçados, que as pessoas não tinham condições de arcar”, afirmou a parlamentar. “No geral, a comunidade está feliz, mas ainda há aqueles que foram empurrados para uma compra apressada e não estão satisfeitos com os contratos que assinaram. A Defensoria Pública, tanto do estado quanto da União, precisa ajudá-los”, defende.
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“Agora, o governo tem que abrir uma nova mesa de negociação para que as pessoas possam acessar o novo valor do aluguel social. Não tive acesso ao documento, espero que o terreno ainda não tenha sido cedido [pelo governo federal ao estadual] para que isso aconteça”, explicou. O governo federal garantiu na reunião com moradores nesta quinta-feira (15) que o processo de cessão não foi finalizado.
“Parou marretada, parou polícia na porta”
O acordo também prevê que as demolições só ocorrerão após a retirada pacífica de todos os moradores. A decisão tem caráter urgente: as casas no Moinho foram construídas uma sobre a outra, e derrubar uma estrutura fragiliza as demais. “Parou CDHU, parou marretada, parou um vidro no outro encalhado, parou polícia na porta… Estou aliviada”, detalha Mônica.
A deputada destacou também que a criminalização dos moradores foi alimentada por discursos como o do Conselho de Segurança Pública (Conseg) de Santa Cecília, bairro central de São Paulo, que afirmou, em mensagem enviada à parlamentar, que “tem que expulsar mesmo porque são todos traficantes e ladrões”.
“Durante todo o tempo em que a polícia esteve lá, e que nós também estivemos lá, eu não vi um traficante e uma droga na comunidade. O que estávamos vendo eram os despejos de gente pobre sob a desculpa da segurança pública. Mas aquelas pessoas são gente, sujeitos de direitos, que estavam sofrendo insegurança pública”, rebateu.
Ela ressalta que “a remoção da favela não significa o fim da favela”. “O fim da favela se dá com políticas públicas de habitação, urbanização e dignidade”, defende.
Imprensa cerceada
Durante a ofensiva policial na favela, a imprensa também foi alvo de intimidação e censura. “O que aconteceu com o Igor Carvalho [repórter do Brasil de Fato] é grave”, afirma. Ao tentar cobrir a situação, ele foi revistado pela polícia e ameaçado de prisão. O SBT também teve um jornalista cerceado. “A imprensa ficou toda do lado de fora”, conta.
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Seixas avalia que o episódio escancarou o desrespeito à liberdade de expressão e à fiscalização pública sobre ações do Estado. “Estamos numa batalha pelo direito da liberdade de imprensa, pelo direito à vida das comunidades pobres, pelo direito à verdade, para que ninguém mais seja morto com a desculpa de jogar um saquinho de cocaína em cima do morador e chamá-lo de traficante. É isso que estamos enfrentando no estado de São Paulo”, lamenta.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
A Pesquisa Nacional de Mobilidade Urbana (Pemob) 2025 revelou que os ônibus urbanos das grandes cidades brasileiras percorreram mais de 8,1 bilhões de quilômetros em um ano, o equivalente a duzentas mil voltas ao redor da Terra. O levantamento, realizado pelo Ministério das Cidades, aponta que uma frota operacional de cerca de 22 mil ônibus transportou 4 bilhões de passageiros em 2024 nos 82 municípios e 13 governos estaduais que responderam ao questionário.
A Pemob 2025 reuniu informações de municípios com população superior a 250 mil habitantes (Censo 2022 do IBGE) e de regiões metropolitanas, fornecendo dados cruciais para o planejamento e a avaliação de políticas públicas de mobilidade.
O secretário de Mobilidade Urbana, Denis Andia, afirmou que a pesquisa é o ponto de partida para aprimorar as ações e garantir um transporte público de qualidade no Brasil.
Infraestrutura e Números do Transporte 🚌
Os dados coletados pela Pemob mostram a dimensão da infraestrutura de transporte público nas cidades que responderam ao levantamento:
Frota e Passageiros: A frota operacional de 22 mil ônibus corresponde a aproximadamente um quinto da frota nacional (estimada em 107 mil veículos). Em 2024, 4 bilhões de passageiros foram transportados por ônibus, e 4 milhões por barcos.
Pontos de Parada e Vias Exclusivas: Existem 143.572 pontos de embarque e desembarque, 409,8 km de vias exclusivas para BRT e mais de 229,6 mil vagas de estacionamento regulamentadas nos municípios respondentes.
A Pemob integra o desenvolvimento do Sistema Nacional de Informações em Mobilidade Urbana (SIMU), criado para ampliar o acesso a dados e visualizações rápidas sobre o setor, disponibilizando séries históricas, gráficos e informações completas para gestores.
Com informações: Ministério das Cidades, Revista Fórum
A Operação Codajás, responsável por garantir o abastecimento de combustíveis na Amazônia, especialmente o gás liquefeito de petróleo (GLP) e o escoamento de petróleo e gás natural da produção de Urucu/Coari, completou 30 anos em dezembro. A iniciativa, realizada pela Petrobras em parceria com a subsidiária Transpetro, assegura que o gás de cozinha chegue à população da Região Norte e contribui para a segurança energética, uma vez que o gás natural de Urucu abastece as termelétricas de Manaus
Somente no período de setembro e outubro de 2025, a operação escoou mais de 60 mil toneladas de GLP e 129 mil metros cúbicos de petróleo a partir do terminal de Solimões, no Amazonas.
Tecnologia e Monitoramento no Período de Vazante 🚢
A Codajás é crucial para superar os desafios impostos pela vazante dos rios da Amazônia, quando a profundidade dos canais diminui drasticamente.
Comitê Técnico: A operação conta com um comitê técnico que inclui representantes da Petrobras, Transpetro e da Marinha do Brasil, monitorando diariamente os níveis dos rios em pontos críticos como Iquitos, Manaus e Coari.
Frota Dedicada: Em 2025, quatro navios foram selecionados com dedicação exclusiva à operação, incluindo os navios Jorge Amado e Gilberto Freyre, operados pela Transpetro.
Calado Reduzido: Embarcações de calado reduzido são mobilizadas para atravessar pontos de menor profundidade, garantindo a continuidade da produção e o atendimento pleno aos compromissos de mercado.
Graças à manutenção das condições de navegabilidade em pontos críticos, todas as operações de 2025 ocorreram em Manaus, sem a necessidade de transbordo em Codajás ou Itacoatiara.
Segurança Energética para o Amazonas ⚡
O diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, Jones Soares, destacou que a operação tem se adaptado às variações climáticas e geográficas, garantindo o suprimento do gás de cozinha sem interrupções.
Importância do Gás Natural: A inclusão do petróleo e gás natural nas ações da Codajás é vital para a segurança energética regional, visto que o gás produzido em Urucu é responsável pela geração de energia para mais de 50% do estado do Amazonas, abastecendo as termelétricas de Manaus.
Em 2024, durante a maior seca da Amazônia em 74 anos, a operação transportou mais de 16 mil toneladas de GLP em 21 operações com cinco navios gaseiros.
Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885) é reconhecida como a primeira escritora brasileira a se dedicar à defesa dos direitos das mulheres e da educação feminina no século XIX, um período escravista e patriarcal. Sua trajetória foi marcada pela autonomia: recusou um casamento arranjado aos 14 anos e, em 1832, publicou a obra seminal “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens”. Além de atuar na imprensa de circulação nacional, fundou o Colégio Augusto no Rio de Janeiro, em 1838, onde ofereceu um currículo amplo que confrontava a política educacional restrita do Império.
Ruptura Social e Acesso à Imprensa 📰
Nascida em 1810, no Rio Grande do Norte, Nísia Floresta (Dionísia Gonçalves Pinto) teve acesso à instrução e à leitura, o que lhe permitiu desenvolver cedo a capacidade de questionar a realidade.
Rejeição ao Casamento: Aos 14 anos, Nísia recusou um casamento arranjado, rompendo com a norma social e iniciando um movimento de autonomia.
Voz Pública: Ela se estabeleceu no campo da escrita, um território controlado por homens. Em 1831, começou a colaborar com o jornal “O Espelho das Brasileiras” em Recife, onde discutia a falta de acesso à educação e a desigualdade nas relações sociais para as mulheres brasileiras.
A Obra-Prima “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens” 📖
Em 1832, Nísia publicou sua obra mais importante para o feminismo brasileiro:
Pioneirismo: Foi o primeiro livro escrito por uma mulher brasileira sobre direitos das mulheres e educação feminina.
Tese Central: Defendia o acesso à educação como condição essencial para a participação feminina na vida social e política.
Impacto: Embora baseada em uma versão francesa de um panfleto europeu, a obra ganhou força no Brasil por descrever e criticar práticas comuns no cotidiano das mulheres oitocentistas.
O Colégio Augusto: Confronto Institucional pela Educação 🎓
Em 1838, ao se mudar para o Rio de Janeiro, Nísia fundou o Colégio Augusto.
Currículo Inovador: O colégio oferecia às alunas disciplinas como matemática, geografia, latim, história, ciências e literatura, confrontando diretamente a legislação do Império, que limitava o ensino feminino apenas a conteúdos domésticos e à instrução moral.
Reação: O projeto pedagógico enfrentou críticas na imprensa, que acusava a diretora de ensinar conteúdos inadequados para meninas. O colégio, no entanto, manteve suas atividades por quase vinte anos.
Apagamento e Resgate Histórico 🇧🇷
Nísia Floresta morreu em 1885, na França, e sua obra foi omitida dos estudos literários nas décadas seguintes.
Relevância Atual: Seu resgate, iniciado nos anos 1980 por pesquisadoras como Zahidé Muzart e Constância Lima Duarte, devolveu a Nísia seu lugar de pioneirismo.
Temas Transversais: Sua vasta produção literária, que incluiu ficção, ensaios e relatos de viagem (Itinéraire d’un Voyage en Allemagne, Opúsculo Humanitário), abordava temas centrais como a condição das mulheres, a escravidão e a violência sofrida pelos povos indígenas, associando a educação à cidadania.
A trajetória de Nísia Floresta confirma que a luta pela igualdade de gênero e o direito à vida pública no Brasil têm raízes profundas, servindo de referência para o debate sobre desigualdades estruturais.
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