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Mundo

Corte de ajuda internacional nos EUA agrava crise humanitária na Nigéria e crianças pagam o preço com suas vidas

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Redução de 90% no financiamento da USAID deixa milhões sem acesso a comida, saúde e nutrição — relatos como o de Yagana Bulama ilustram o drama humano por trás dos números

O nordeste da Nigéria enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo. Durante anos, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tem sido um pilar fundamental na resposta a essa emergência, financiando programas que garantem alimentação, saúde e proteção a milhões de pessoas afetadas por conflitos e fome.

No entanto, desde o início deste ano, os cortes profundos na ajuda externa anunciados pelo governo do presidente Donald Trump têm gerado consequências devastadoras. Mais de 90% dos contratos da USAID foram cancelados, junto com uma redução de US$ 60 bilhões em assistência global geral. Entre os mais prejudicados estão programas que atendem as populações mais vulneráveis, especialmente crianças.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o número de crianças que necessitam urgentemente de assistência humanitária no país dobrou desde então.

Yagana Bulama, mãe nigeriana, é um exemplo trágico do impacto desses cortes. Após dar à luz gêmeos há oito meses, ambos foram diagnosticados com desnutrição severa e matriculados em um programa terapêutico ambulatorial coordenado pela organização Mercy Corps. No entanto, após três semanas de tratamento, o programa foi abruptamente interrompido devido ao corte de financiamento.

“Como resultado da interrupção dos cuidados, a saúde dos meus gêmeos piorou. Tragicamente, perdi um deles”, contou, segurando em seu colo o bebê sobrevivente.

Hoje, apenas o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mantém algum suporte à criança, mas seus recursos são limitados. A instituição viu-se obrigada a rejeitar muitas outras famílias que antes eram assistidas por ONGs que tiveram que deixar a região após perderem apoio financeiro.

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Trond Jensen, chefe do escritório do OCHA na Nigéria, alerta que a situação é dramática: “50% dos esforços de nutrição que implementamos simplesmente desapareceram. E 70% do apoio à saúde está ameaçado, se é que já não desapareceu também.”

Ele ressalta que, embora o número de crianças em necessidade tenha dobrado, a capacidade de resposta humanitária “caiu pela metade ou até piorou”. Para ele, a única saída é o apoio imediato da comunidade internacional: “Se queremos salvar essas crianças, precisamos agir agora.”

Enquanto isso, mães como Yagana continuam lutando contra o tempo, num cenário onde a falta de ajuda pode significar a diferença entre a vida e a morte.


*Com informações: Africa News

Mundo

Vulcão Bezymianny, na Rússia, se recupera e pode atingir altura pré-colapso em 2035

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O vulcão russo Bezymianny, um estratovulcão na Península de Kamchatka, lançou uma nuvem de cinzas a 10 quilômetros de altura no final de novembro. A erupção faz parte de um processo contínuo de crescimento da montanha após seu colapso catastrófico em 1956. Um estudo de 2020 descobriu que, devido a erupções contínuas, o vulcão deve atingir sua altura original — pelo menos 3.113 metros — entre os anos 2030 e 2035

O Crescimento Rápido Pós-Colapso 🌋

Em 30 de março de 1956, uma enorme erupção destruiu o flanco do Bezymianny, transformando o pico em um anfiteatro rochoso em forma de ferradura. Quase imediatamente, a montanha começou a se reformar com o surgimento de uma cúpula de lava.

  • Taxa de Crescimento: Entre 1956 e 2017, o vulcão adicionou uma média de 26.400 metros cúbicos de rocha por dia.

  • Observação Científica: Vulcanologistas do Instituto de Vulcanologia e Sismologia de Kamchatka, Alexander Belousov e Marina Belousova, destacaram o crescimento surpreendentemente rápido da nova estrutura vulcânica.

  • Atividade Atual: Atualmente, o vulcão produz algumas erupções explosivas por ano. O evento de final de novembro, além da nuvem de cinzas, gerou fluxos piroclásticos (avalanches quentes de gás e rocha), conforme relatado pelo Programa Global de Vulcanismo do Smithsonian.

Estabilidade e o Risco de Novo Colapso ⚠️

O crescimento do Bezymianny é impulsionado por dois tipos de erupções:

  1. Erupções Explosivas: Lançam cinzas e gás.

  2. Erupções Efusivas: Fluxos de lava não explosivos que se acumulam e reconstroem a forma cônica do estratovulcão.

À medida que o vulcão se aproxima de sua altura anterior a 1956, a estabilidade de suas encostas torna-se uma questão crucial para os pesquisadores. Belousov e Belousova alertam que edifícios vulcânicos semelhantes, localizados dentro de crateras em forma de ferradura, podem sofrer novo colapso em grande escala e, como resultado, uma erupção explosiva de grandes proporções.

O monitoramento contínuo por satélite e em campo permite que os vulcanologistas obtenham conhecimentos essenciais para fazer previsões de longo prazo sobre o comportamento de outros vulcões que sofreram colapsos significativos.


Com informações: Live Science

 

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Brasil

EUA retiram Alexandre de Moraes e familiares da lista da Lei Magnitsky após pressão diplomática

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Washington / Brasília — O governo dos Estados Unidos decidiu retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, bem como membros de sua família, da lista de sanções da Lei Global Magnitsky, encerrando um episódio que provocou forte repercussão política, jurídica e diplomática entre Brasil e Estados Unidos.

A decisão, formalizada pelo Office of Foreign Assets Control (OFAC), do Departamento do Tesouro norte-americano, representa a revogação de restrições que incluíam congelamento de ativos, limitações financeiras e possíveis restrições de visto, aplicadas anteriormente sob alegações de violações de direitos humanos.

 Análise jurídica internacional

Ouvida pelo Fato Novo, a advogada Bell Ivanesciuc, especialista em Direito Internacional, Governança, Compliance e Sanções Econômicas, explicou que a retirada do nome de Moraes da lista Magnitsky possui forte significado jurídico e diplomático.

“A Lei Magnitsky é um instrumento extremamente sensível do direito internacional contemporâneo. Quando um nome é incluído, há um juízo político-jurídico de violação grave de direitos humanos. Quando esse nome é retirado, o recado é igualmente claro: houve reavaliação dos fundamentos, do contexto ou da conveniência diplomática”, afirmou Ivanesciuc.

Segundo a jurista, a revogação não significa, necessariamente, um julgamento de mérito favorável ou desfavorável ao ministro brasileiro, mas reflete uma mudança de postura estratégica do governo americano, especialmente em cenários de rearranjo geopolítico.

“Sanções internacionais não são apenas jurídicas, são instrumentos de política externa. A retirada indica que os Estados Unidos optaram por reduzir tensões institucionais com o Brasil e preservar canais de cooperação”, acrescentou.

Contexto das sanções

Alexandre de Moraes havia sido incluído na lista da Lei Magnitsky sob acusações relacionadas a supostos abusos de poder e restrições a direitos fundamentais no âmbito de investigações judiciais de grande repercussão política no Brasil. Posteriormente, familiares e entidades vinculadas ao seu entorno também passaram a figurar entre os sancionados.

A medida gerou reação imediata do governo brasileiro, que classificou a sanção como ingerência externa na soberania nacional e na independência do Poder Judiciário.

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Recuo estratégico e impacto bilateral

Para Bell Ivanesciuc, a decisão americana deve ser interpretada dentro de um contexto mais amplo de recomposição diplomática.

“O uso da Magnitsky contra autoridades judiciais de países democráticos é sempre controverso. Ao recuar, os EUA sinalizam preocupação com os efeitos colaterais institucionais e com a estabilidade das relações bilaterais”, analisou.

A advogada também destaca que o episódio serve de alerta para autoridades públicas e privadas:

“Casos como esse mostram que decisões internas podem ter repercussões internacionais diretas. O compliance institucional, a governança e o respeito a tratados internacionais nunca foram tão relevantes”, concluiu.

O que é a Lei Magnitsky, explica Dra Bell Ivanesciuc

A Lei Global Magnitsky autoriza os Estados Unidos a impor sanções a indivíduos estrangeiros acusados de corrupção grave ou violações sistemáticas de direitos humanos. As penalidades incluem bloqueio de bens, restrições financeiras e proibição de entrada em território americano.


Por Bell Ivanesciuc

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Mundo

Síria celebra 1º aniversário da queda de Assad marcada por conservadorismo sunita e perseguição a minorias

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Damasco celebrou o primeiro aniversário da queda de Bashar al-Assad com grandes festividades na Praça dos Omíadas, em 8 de dezembro de 2025. O evento, marcado por discursos oficiais e desfiles militares, refletiu a orientação do atual governo interino, formado a partir do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), de conservadorismo sunita. Reportagem de Opera Mundi destacou que a celebração foi dominada por blocos tribais e membros da maioria sunita, contrastando com a diversidade vista em 2024, e registrou a circulação de indivíduos portando o brasão do grupo Estado Islâmico.

Sectarismo e a Nova Ordem em Damasco 🇸🇾

O perfil do público na celebração evidenciou a crescente tonalidade religiosa e sectária do novo poder. Músicas religiosas e a repetição de “Allahu Akbar” ecoavam, reforçando a identidade político-religiosa do governo interino.

  • Falta de Unidade: Apesar da mensagem oficial de “uma Síria, um povo” em outdoors, a reportagem documentou, ao longo de 2025, a perseguição sistemática e massacres contra minorias sectárias, especialmente alauítas e drusos.

  • Massacre Alauíta: A minoria alauíta — à qual pertence a família Assad e que, apesar de historicamente ligada ao antigo regime, vivia em grande parte na pobreza — foi alvo de uma onda de vinganças sectárias, atingindo o ápice em março de 2025 nas regiões de Latakia e Tartus, no que o Observatório Sírio para Direitos Humanos chamou de “verdadeira chacina”. O governo interino frequentemente rotula os autores desses massacres como “grupos não identificados”.

Drusos e a Manipulação Israelense 🇮🇱

Os drusos, minoria no sul do país, também se tornaram alvo de violência, que atingiu o auge em julho de 2025 na região de Al-Suwayda, com confrontos intensos e a falta de intervenção das Forças de Segurança interinas.

  • Intervenção de Israel: Sob o argumento de proteger a minoria drusa, Israel realizou ataques aéreos em Al-Suwayda e bombardeios em Damasco, inclusive contra o Ministério da Defesa e áreas próximas ao Palácio Presidencial.

  • Análise Política: O jornalista Iyad Khleif explica que Israel busca manipular tensões sectárias ao se colocar como protetor de minorias. Isso visa legitimar seu caráter religioso e aprofundar a fragmentação, o que, segundo o comentarista, apenas alimenta conflitos em vez de garantir a segurança.

  • Vítimas: Os confrontos, execuções e ataques aéreos em Al-Suwayda resultaram em mais de 1.100 mortos em julho, incluindo civis e jornalistas.


Com informações: Opera Mundi

 

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