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Saúde

‘Quase perdi o pênis após 3 preenchimentos’: o que está por trás da febre da harmonização peniana no Brasil

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As técnicas que engrossam ou aumentam o órgão sexual masculino se popularizaram nos últimos anos. Entenda quais são as opções disponíveis, em que casos elas realmente podem ajudar e como fugir de propagandas enganosas (e perigosas)

Jorge precisou passar por duas cirurgias para reconstruir o pênis depois que procedimentos estéticos que ele fez na região pélvica deram errado — e geraram complicações que poderiam ter lhe custado a vida.

“Em meados de 2005, fui convencido por propagandas publicadas em jornais e revistas que prometiam o aumento do pênis. Decidi viajar a São Paulo e fiz uma aplicação de PMMA numa clínica bem escondida. Nem sabia se o profissional que me atendeu era médico“, conta ele, que pediu para não ser identificado nesta reportagem porque os familiares e amigos mais próximos não conhecem essa história particular.

O PMMA citado por Jorge é uma sigla para polimetilmetacrilato, um acrílico que fica permanentemente depositado no organismo e é usado em algumas situações para fazer preenchimentos.

Jorge diz ter gostado do resultado inicial — e, dez anos depois, decidiu que precisava repetir a dose.

Ele procurou um atendimento na região onde mora, no Distrito Federal, e fez uma segunda injeção no pênis.

“Após três anos, em 2018, achei que precisava de mais uma aplicação. Dessa vez, busquei um urologista”, lembra ele.

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Jorge conta que nessa terceira ocasião foi atendido por dois médicos — e um deles falou sobre a aplicação de um pouco de PMMA na bolsa escrotal.

Inclusive, segundo ele, esse profissional da saúde chegou a mostrar a própria região genital durante a consulta para convencê-lo a fazer um procedimento mais amplo.

“Eu aceitei a sugestão. E foi aí que começou o meu grande drama”, lembra ele.

Cerca de dois anos depois dessa terceira intervenção, Jorge passou a sofrer com inflamações recorrentes na pelve. Nos momentos de crise, a bolsa escrotal dele chegava a dobrar de tamanho — o que gerava muito incômodo e dor.

“Os médicos precisavam fazer aplicações de corticoides [remédios anti-inflamatórios] direto na minha bolsa escrotal”, relata ele.

Depois de um tempo, começaram a surgir feridas.

“Era como se meu corpo quisesse expulsar aquele PMMA de algum jeito”, diz Jorge, que correu o risco de perder o órgão sexual, caso o problema continuasse a evoluir.

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Para piorar, embora os remédios ajudassem a controlar a inflamação, os efeitos colaterais deles já preocupavam: os exames de sangue mostraram que os rins de Jorge demonstravam sinais de desgaste pela sobrecarga de trabalho.

Como o caso ficava cada vez mais grave, Jorge foi orientado a apelar para uma solução drástica: ele precisaria ser submetido a cirurgias, onde o PMMA seria removido e os trechos do pênis acometidos pelas feridas passariam por uma reconstrução.

O urologista Ubirajara Barroso Jr., professor da Universidade Federal da Bahia e especialista em casos do tipo, ficou responsável por conduzir os procedimentos.

O primeiro deles aconteceu no ano passado e focou apenas na remoção do acrílico acumulado na bolsa escrotal.

A segunda operação ocorreu em abril de 2025 e Jorge ainda estava se recuperando quando conversou com a BBC News Brasil, exatamente um mês depois da cirurgia.

“Foi possível cicatrizar as feridas e remover boa parte do PMMA”, relata ele.

“Agora estou me sentindo bem e consegui recuperar parte da autoestima.”

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Questionado sobre o que aprendeu a partir desse episódio, Jorge sugere que todos os homens “fujam das propagandas fantasiosas” e “procurem informações confiáveis” antes de aceitar qualquer procedimento no órgão sexual.

“Em nenhuma das três ocasiões eu sequer conversei com minha esposa, para saber o que ela achava. Pelo contrário, ela sempre se colocou muito satisfeita e disse que não precisava disso [aumentar o pênis].”

“Mas o homem tem essa vaidade, essa coisa imbecil e estúpida”, complementa ele.

Médicos ouvidos pela BBC News Brasil contam que episódios como o de Jorge se tornaram mais comuns nos últimos anos, à medida que a chamada “harmonização peniana” se espalhou pelas redes sociais e ganhou mais popularidade entre o público masculino — embora ainda não existam estatísticas oficiais sobre o número de procedimentos do tipo feitos no país.

Esse termo é usado em vídeos postados na internet para descrever uma série de procedimentos e intervenções que prometem aumentar o calibre ou a extensão do pênis.

Mas que técnicas estão disponíveis? Quando elas realmente podem ajudar? E como fugir de propagandas enganosas? Veja as respostas para essas e outras perguntas a seguir.

Uma nova era do aumento peniano

O médico Flávio Rezende, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, lembra que, por décadas, os homens foram bombardeados com promessas ilusórias sobre métodos para fazer o órgão sexual crescer.

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“Eram anúncios sobre cremes massageadores, bombas a vácuo… Durante a vida inteira, muitos indivíduos não tinham qualquer possibilidade real de tratamento”, destaca o especialista.

Na visão dele, esse cenário se modificou nos últimos anos. E Rezende destaca um episódio particular que ajuda a marcar essa transformação.

Em meados de 2018, ele trabalhava no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, ligado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, quando atendeu um paciente acometido por queimaduras graves, que precisava passar por uma reconstrução das estruturas da pelve.

“Após a recuperação, ainda no ambulatório, esse indivíduo me perguntou se eu havia aumentado o pênis dele”, conta o cirurgião plástico.

Na ocasião, Rezende até instalou uma tela absorvível para fazer a reconstrução do órgão sexual, mas não havia ali o objetivo de fazer um engrossamento do órgão sexual.

O questionamento serviu de inspiração para que o especialista começasse a pesquisar o assunto e a testar diferentes métodos de aumento peniano.

Passados sete anos daquele episódio, Rezende divide as opções disponíveis hoje em dois grandes grupos.

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As primeiras são as alternativas cirúrgicas. Elas envolvem, por exemplo, a liberação de ligamentos e cortes de algumas estruturas, que permitem um alongamento maior do órgão.

Outra possibilidade aqui é a lipoaspiração da pelve, ou a retirada de tecidos dessa região do corpo.

Esse método é particularmente bem-vindo para indivíduos com excesso de peso e obesidade que acumulam gordura na virilha e ficam com o pênis “embutido”, ou escondido.

Nesses casos, o objetivo não é apenas estético, como pode também facilitar a higiene e evitar doenças mais sérias, como o câncer de pênis, explicam os especialistas.

O segundo rol de opções não envolve o bisturi. O carro-chefe aqui é a aplicação de ácido hialurônico para engrossar o pênis.

Essa substância é usada para fazer o preenchimento de várias partes do corpo (como lábios e testa) e, ao contrário do PMMA, tem a vantagem de ser absorvida depois de alguns meses.

“O ácido hialurônico é um polímero formado por substâncias semelhantes a açúcares que têm a capacidade de atrair, absorver e reter água. O preenchimento que ele traz fica muito semelhante ao aspecto natural do pênis”, explica o urologista Fernando Facio, coordenador do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

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Existe ainda um composto que neutraliza o ácido hialurônico, caso o resultado não fique bacana ou o indivíduo apresente alguma alergia ou uma reação adversa grave.

O procedimento de aplicação é simples, pode ser feito no consultório mesmo e tem uma baixa taxa de complicações (caso seja feito adequadamente).

Há também clínicas e profissionais de saúde que fazem aplicações de botox na bolsa escrotal — que são conhecidas popularmente nas redes sociais como “escrotox”.

“Ainda não existem muitas evidências científicas sobre esse uso, mas a toxina botulínica pode tirar um pouco aquela sensação de bolsa enrugada que incomoda alguns homens”, diz Rezende.

Barroso Jr., que atendeu Jorge, pondera que nenhuma dessas técnicas ainda tem um segmento de longo prazo, por décadas — até porque essa é uma área da Medicina que ganhou atenção nos últimos anos.

“Mas órgãos como o Conselho Federal de Medicina validam o uso do ácido hialurônico para promover mudanças corporais”, lembra ele.

Quem precisa da harmonização peniana?

Em linhas gerais, procedimentos que aumentam o calibre e a extensão do órgão sexual são indicados em algumas situações específicas.

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É o caso de homens que têm micropênis, quando o tamanho dessa estrutura fica bem abaixo da média da população.

Segundo a SBU, o comprimento médio do pênis do homem adulto é de 8,5 a 9,5 centímetros (quando flácido) e de 13 a 14 cm (em ereção).

Outro exemplo aqui, como já citado anteriormente, são os indivíduos que acumulam muita gordura na pelve e ficam com o órgão sexual “embutido”.

Mas e um sujeito que fica dentro da média e mesmo assim não está satisfeito? Ele não pode optar por fazer alguma intervenção por motivos particulares?

Os médicos dizem que a palavra-chave é autonomia.

“Seria muito preconceito dizer a um homem com desejo de engrossar o pênis que ele não pode fazer isso. Falamos de procedimentos de baixa complexidade que, muitas vezes, podem gerar melhoras na autoestima e na percepção corporal”, pontua Barroso Jr.

No entanto, antes de partir para qualquer intervenção, há um consenso entre especialistas de que é preciso avaliar se aquele paciente tem autonomia de fato — ou se a decisão de fazer uma harmonização peniana é influenciada por questões de saúde mental.

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Isso porque existe uma condição chamada dismorfia corporal, que atinge até 2% da população.

Pessoas acometidas por esse distúrbio são excessivamente incomodadas com algum detalhe do próprio corpo e não há procedimento estético ou cirurgia plástica que resolva isso.

A médica Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, aponta que muitos homens com dismorfia corporal tendem a concentrar as preocupações sobre a aparência justamente no tamanho ou no formato do pênis.

“Esse paciente não consegue perceber o órgão sexual exatamente como é. Ele acha que possui dimensões menores e não vai ficar satisfeito, mesmo depois de qualquer intervenção”, descreve ela.

“Muitas vezes, esse indivíduo faz procedimentos à exaustão que lesam o pênis e geram complicações.”

“É muito triste receber pacientes com os órgãos completamente deformados e abalados emocionalmente com tudo que passaram”, lamenta ela.

Nesses casos, antes de partir para qualquer tratamento na região genital, o mais adequado é cuidar da saúde mental.

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Segundo Abdo, existem protocolos desenvolvidos especificamente para lidar com a dismorfia corporal que envolvem psicoterapia e algumas medicações.

Particularidades masculinas

A psiquiatra chama a atenção para a importância do pênis para os homens.

“O órgão sexual masculino é visto como um símbolo de poder, potência, competência, virilidade”, destaca a especialista, que também é professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

“Ele possui um valor simbólico muito grande para o público masculino”, complementa ela.

Rezende, que recentemente abriu uma clínica voltada exclusivamente ao tratamento genital e à estética íntima masculina no Rio de Janeiro, vê como esse simbolismo se materializa no dia a dia.

“Falar da própria genitália ainda é um tabu entre os homens”, constata ele.

“Como os pacientes têm vergonha de se expor, nós agendamos as consultas com um intervalo, para que ninguém se encontre na sala de espera. Além disso, todos os atendentes são homens e a maioria dos interessados não nos procura por telefone. Eles preferem escrever mensagens via WhatsApp”, descreve o cirurgião plástico.

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“Mesmo nas redes sociais, vemos que os conteúdos que produzimos recebem muitas visualizações, mas poucas curtidas ou comentários. O homem deseja saber mais sobre o assunto, mas prefere não ser identificado nesse processo.”

“Basicamente, não existe propaganda boca a boca. O paciente passa pelas intervenções, fica satisfeito, mas não quer que ninguém saiba que ele fez um preenchimento com ácido hialurônico”, complementa ele.

Rezende ainda revela que, ao contrário do que muita gente possa imaginar, a principal motivação na busca por procedimentos para engrossar ou alongar o órgão sexual não está ligada diretamente à ereção ou à performance sexual.

“Em alguns homens, o pênis pode reduzir até quatro vezes quando flácido. Então eles têm mais insatisfação nesses momentos, quando precisam se expor num vestiário perto dos amigos”, observa o médico.

“Não se trata do ato sexual necessariamente, mas da impressão que o homem passa ao vestir uma sunga, por exemplo. É como se o pênis fosse o representante desse homem e mostrasse o quanto ele vale, o quanto é potente, o quanto é grande”, reflete Abdo.

“Na sexualidade, o homem sempre quer se comparar a algo, principalmente a pênis maiores, como se o tamanho do órgão fosse diretamente proporcional ao prazer”, analisa Facio.

Diversos estudos já comprovaram que, nesse contexto, tamanho não é documento: uma relação sexual boa para todos os envolvidos está mais relacionada ao conhecimento sobre como o corpo funciona.

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“Você não precisa ter um pênis grande e grosso para ter e distribuir prazer. Conhecer a anatomia das parcerias é o principal ponto aqui”, ensina Facio.

“No caso da vagina, o prazer está na superfície. Não há nenhum ganho nesse sentido com os procedimentos penianos”, concorda Barroso.

O ideal de um pênis grande também ganha espaço diante do acesso ampliado pela internet à pornografia — em que atores são selecionados por serem naturalmente avantajados, além do claro uso de ângulos e técnicas de filmagem para valorizar certas partes do corpo.

“A partir do contato com a pornografia, o homem tem ali referendado que o pênis dele é menor. E o público masculino tem no órgão sexual um reflexo de sua autoestima, de sua identidade”, reforça Abdo.

“A depender da reação de cada indivíduo, o contato com esses conteúdos pode gerar um prejuízo, já que muitas vezes o homem não é superdotado e não consegue repetir a performance sexual exuberante que vê nas telas”, complementa ela.

Cuidados e ajustes de expectativas

Outro ponto importante nesse debate é entender o quanto os procedimentos incluídos na tal harmonização peniana realmente modificam o órgão sexual masculino.

“O preenchimento com ácido hialurônico leva a um ganho ao redor de 1,5 a 2 cm no calibre”, calcula Barroso Jr.

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Já Rezende calcula que a transformação depende da quantidade de substância a ser injetada — o que varia conforme as características de cada paciente.

“A cada 34 ml, é possível ganhar em torno de 1 cm de circunferência”, estima ele.

“Hoje é possível chegar a até 3 ou 4 cm de ganho, a depender do conhecimento técnico do profissional e da estética, para que a intervenção não fique perceptível”, complementa o cirurgião plástico.

Vale lembrar aqui que o ácido hialurônico é absorvido pelo corpo depois de algum tempo e exige reaplicações depois de um ou dois anos.

Mas a SBU reforça que nenhuma técnica chega a aumentar de fato o comprimento do pênis — elas apenas promovem mudanças visuais que dão uma sensação de que o órgão ficou maior (ou mais grosso).

Os especialistas também chamam a atenção para a necessidade de fazer esses procedimentos com profissionais que entendam do assunto.

“A gente vê situações de pessoas que fazem até uma autoaplicação, como se essas intervenções fossem a mesma coisa que passar um creme no rosto. O pênis é um órgão único, cheio de vasos sanguíneos, nervos e outras estruturas, com funções sexuais e urinárias”, detalha Facio.

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“Esses procedimentos precisam ser feitos com todo o rigor técnico e científico”, defende o urologista.

Rezende dá uma ideia de como esse trabalho é complexo: o ácido hialurônico precisa ser aplicado numa das camadas que ficam logo abaixo da pele.

“Elas têm uma espessura de poucos milímetros, como se fossem folhas de papel empilhadas em um caderno”, compara ele.

E o que acontece se o profissional injeta a substância no lugar errado?

Na melhor das hipóteses, ela “escorrega” e vai parar na parede pélvica. Nesse caso, não há eventos adversos graves. O pênis continua a mesma coisa, sem nenhum ganho de calibre.

No pior dos cenários, o ácido hialurônico pode acabar no interior de um dos vasos sanguíneos que irrigam a região. Aqui a situação fica bem mais séria e pode desembocar em necrose e embolismo, com risco à vida.

O mesmo acontece com as injeções na bolsa escrotal. “Se elas perfurarem o cordão espermático, o testículo desse homem acabou, com complicações reprodutivas e hormonais”, acrescenta Barroso Jr.

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O urologista relata que atendeu casos recentes de homens que, assim como Jorge, tiveram sérias complicações ao se submeterem a procedimentos do tipo.

“Outro dia operei um paciente que se injetou uma substância e teve uma necrose completa de pele. Ele queria ter um pênis maior e acabou ficando com 3 cm. Tive que fazer uma reconstrução, com o auxílio de enxertos”, detalha.

“Um segundo indivíduo aplicou um produto no corpo cavernoso [estruturas que concentram o sangue para o pênis endurecer durante uma ereção]. Ele perdeu o pênis completamente.”

Entre avanços e riscos, Rezende entende que os procedimentos estéticos na região púbica vieram para ficar.

“Da mesma maneira que tivemos um boom de colocação de próteses mamárias entre as mulheres, vivemos agora a era do aumento peniano entre os homens”, acredita ele.

“Falamos hoje de uma realidade. E essa é uma demanda de mercado crescente e real”, conclui ele.


*BBC

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1 comentário

1 comentário

  1. vorbelutrioperbir

    05/07/2025 em 23:36

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Saúde

Tanorexia: o vício do bronze que transforma a busca pelo “glow perfeito” em risco de câncer de pele

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Um novo estudo genético, publicado na revista Nature, sequenciou os genomas de 28 indivíduos que viveram no sul da África e descobriu que as populações permaneceram isoladas por cerca de 100 mil anos. A análise indica que a composição genética dessas populações ancestrais é drasticamente diferente da observada nos humanos modernos e “fica fora da faixa de variação genética” atual. A descoberta sugere que o isolamento geográfico, possivelmente devido a condições desfavoráveis na região do rio Zambeze, permitiu uma evolução genética única na ponta sul do continente

Com a chegada do verão e a campanha Dezembro Laranja de prevenção ao câncer de pele, cresce no Brasil o fenômeno da tanorexia, um comportamento de obsessão e vício em manter a pele sempre bronzeada, muitas vezes a qualquer custo e com exposição excessiva ao sol.

Distorção de Imagem e Risco de Câncer ⚠️

A dermatologista Denise Ozores explica que a tanorexia é uma distorção da imagem corporal, na qual a pessoa nunca se sente bronzeada o suficiente, chegando a se ver pálida mesmo quando já está com a pele queimada.

  • Comportamento Compulsivo: Pessoas com tanorexia recorrem a horas seguidas de exposição ao sol, bronzeamentos improvisados ou procedimentos clandestinos para tentar corrigir o incômodo de se verem “clara demais”.

  • Pressão Social: A lógica das redes sociais, onde a pele dourada é frequentemente associada a status, saúde e beleza, cria uma pressão para alcançar o “glow perfeito”, levando muitos a ignorar os riscos.

  • Câncer da Vaidade: O câncer de pele é o tipo mais frequente no Brasil, e sua principal causa é a exposição excessiva e desprotegida à radiação ultravioleta. A dermatologista alerta que o câncer de pele tem se tornado o “câncer da vaidade”, com pacientes arriscando a saúde para evitar aparecer “brancos” em fotos de fim de ano.

Redefinindo a Beleza no Verão ☀️

Denise Ozores defende a necessidade de ressignificar a ideia de “pele bonita”, promovendo a estética natural e individualizada, onde cada pessoa valoriza sua própria cor e textura.

Para curtir o verão com segurança e preservar a saúde da pele, a especialista recomenda:

  • Uso de protetor solar diário com reaplicação frequente.

  • Busca por sombra e uso de chapéu.

  • Respeito aos horários seguros de exposição solar.

  • Estabelecimento de limites reais na busca pelo bronzeamento.


Com informações: CO – Assessoria (Cacau Oliver)

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Saúde

Latrofobia e Dentofobia: O medo de ir ao médico ou dentista tem explicação científica e pode ser superado

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O medo intenso e irracional de ir ao médico (iatrofobia) ou ao dentista (dentofobia) é um fenômeno comum, enraizado em respostas psicológicas e fisiológicas, e não deve ser encarado como “frescura”. Gatilhos como o medo do desconhecido (más notícias), a síndrome do jaleco branco (elevação da pressão arterial em ambiente clínico) e a antecipação da dor ou invasão ativam o instinto de luta ou fuga. Especialistas recomendam o uso de estratégias comportamentais e mentais para retomar o controle da situação, como o estabelecimento de um “sinal de pare” com o profissional e o uso de técnicas de respiração para acalmar o sistema nervoso.

O medo de frequentar consultórios médicos ou odontológicos é uma ansiedade real e paralisante para muitas pessoas. Quando esse medo se torna excessivo e irracional, ele é classificado como iatrofobia (medo de médicos) ou dentofobia (medo de dentistas), condições que levam muitos pacientes a adiar cuidados essenciais de saúde.


Gatilhos do Medo e Respostas Psicológicas 🧠

A ciência identifica que a ansiedade no ambiente clínico é uma resposta fisiológica e psicológica real, muitas vezes ligada a mecanismos de defesa:

  • Medo de Más Notícias: O receio de descobrir uma doença grave ou de ser julgado pelos hábitos de vida faz com que a pessoa evite a consulta, seguindo a lógica prejudicial de “quem procura, acha”.

  • Síndrome do Jaleco Branco: O ambiente clínico em si eleva o estresse, causando um aumento na pressão arterial que não ocorre em casa, criando um ciclo vicioso de ansiedade antes da consulta.

  • Antecipação da Dor: A simples antecipação de procedimentos invasivos ativa áreas do cérebro ligadas à ameaça, desencadeando o instinto primitivo de luta ou fuga, mesmo para um exame de rotina.

Estratégias para Retomar o Controle ✅

Entender que o medo tem fundamento biológico é o primeiro passo. O segundo é adotar estratégias práticas para tornar a experiência menos traumática:

Estratégia Objetivo
Estabelecer um “Sinal de Pare” Devolver a sensação de controle ao paciente, combinando um gesto para interromper o procedimento a qualquer momento.
Hackear o Sistema Nervoso Utilizar técnicas de respiração (ex: 4-7-8: inspirar em 4s, segurar em 7s, soltar em 8s) para forçar o corpo a sair do estado de alerta.
Evitar Ruminação Antecipada Marcar a consulta para o primeiro horário da manhã, minimizando o tempo de ansiedade e preocupação.
Bloquear Gatilhos Sensoriais Usar fones de ouvido com cancelamento de ruído para abafar sons estressantes (como o motorzinho do dentista).
Jogar Limpo com o Profissional Informar sobre o medo logo no início, garantindo que o médico ou dentista seja mais paciente e explicativo durante o atendimento.

Com informações: Olhar Digital

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Brasil

Ministério da Saúde prioriza acesso a medicamentos de longa duração contra o HIV e pressiona por transferência de tecnologia

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O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no Dia Mundial de Luta contra a Aids que o acesso a novas tecnologias de prevenção é prioridade, citando a demanda pela incorporação do lenacapavir no SUS. O medicamento, um injetável de longa duração (aplicação a cada seis meses) para PrEP, é decisivo para populações vulneráveis e está pendente de registro sanitário. O Brasil, que registrou queda de 13% nas mortes por aids (abaixo de 10 mil pela primeira vez em três décadas) e cumpriu duas das três metas globais 95-95-95, pressiona a farmacêutica Gilead por transferência de tecnologia devido ao preço “impraticável” do produto

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a prioridade da pasta em garantir o acesso a novas estratégias e tecnologias de prevenção contra o HIV/Aids, em celebração ao Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro). A principal demanda é pela incorporação de medicamentos de longa duração no Sistema Único de Saúde (SUS), como o lenacapavir.

Novo Paradigma na Prevenção: Lenacapavir 💉

O medicamento em foco é o lenacapavir, da farmacêutica Gilead, uma formulação injetável de longa duração para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, que requer aplicação a cada seis meses.

  • Vantagens: O lenacapavir poderá substituir o uso diário de comprimidos da PrEP oral, melhorando a eficácia e a adesão de populações vulneráveis e jovens que têm dificuldade em seguir o regime diário. Estudos clínicos indicaram altíssimos índices de eficiência.

  • Diálogo por Tecnologia: Padilha confirmou que o Ministério está dialogando e quer participar da transferência de tecnologia do produto para o Brasil, pois o preço praticado pela empresa no exterior (mais de US$ 28 mil por pessoa ao ano nos EUA) é considerado “absolutamente impraticável para programas de saúde pública”.

  • Pressão por Genérico: O Brasil ficou de fora de uma versão genérica do medicamento anunciada para 120 países de baixa renda. A Articulação Nacional de Luta contra a Aids reivindicou que, se não houver avanço em acordos de transferência, o governo deve considerar o licenciamento compulsório (quebra de patente).

Avanços na Resposta Brasileira ao HIV 🇧🇷

O Brasil apresentou avanços significativos na política de HIV/Aids, que agora inclui a oferta gratuita de PrEP, PEP (profilaxia pós-exposição) e terapia antirretroviral.

  • Metas Globais: O país cumpriu duas das três metas globais 95-95-95 (95% das pessoas vivendo com HIV conheçam o diagnóstico; 95% das diagnosticadas estejam em tratamento; e 95% das tratadas alcancem supressão viral).

  • Queda nas Mortes: O boletim epidemiológico mais recente mostrou uma queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024, caindo para 9,1 mil mortes em 2024. É a primeira vez em três décadas que o número ficou abaixo de 10 mil.

  • Eliminação da Transmissão Vertical: O Ministro anunciou a expectativa de que o Brasil receba, em dezembro, o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela eliminação da transmissão vertical do HIV (de mãe para bebê) como problema de saúde pública, sendo o maior país do mundo a alcançar esse patamar.


Com informações: Agência Brasil

 

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